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7 O PROJETO DE LEI Nº 252/2003

7.5 Das inscrições (Capítulo II – Seção IV)

Não obstante a inexistência de legislação federal dispondo sobre o período de inscrições, cabe ressaltar que a UFRN e outras instituições de ensino a disciplinam em suas normas internas. Abaixo segue um quadro comparativo entre as Universidades Federais das Capitais do Nordeste:

Quadro 8 – Prazos de Inscrição em Edital nas Universidades Federais das capitais do Nordeste

(Continua)

IFE

PRAZO DE

INSCRIÇÕES NORMATIVO

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Mínimo de 15 dias e

máximo de 90 dias Resolução nº 108/2013-CONSEPE

Universidade Federal de Alagoas - UFAL Delega a estipulação

para cada Edital

Edital de Condições Gerais nº 11/2016

Universidade Federal da Bahia - UFBA

30 dias (Magistério Superior) 90 dias (cargo isolado Professor Titular-Livre) Resolução nº 03/2013-CONSUNI

Quadro 8 – Prazos de Inscrição em Edital nas Universidades Federais das capitais do Nordeste (Conclusão) IFE PRAZO DE INSCRIÇÕES NORMATIVO

Universidade Federal do Ceará - UFC Delega a estipulação

para cada Edital Resolução nº 02/2016-CEPE

Universidade Federal do Maranhão - UFMA Delega a estipulação

para cada Edital Resolução nº 120/2009-CONSUN

Universidade Federal da Paraíba - UFPB Delega a estipulação

para cada Edital Resolução nº 74/2013-CONSEPE

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Delega a estipulação

para cada Edital Resolução nº 22/2013-CCEPE

Universidade Federal do Piauí - UFPI Delega a estipulação

para cada Edital Resolução nº 039/2008-CONSUN

Universidade Federal de Sergipe - UFS 30 dias corridos Resolução nº 23/2007-CONSU

Fonte: Elaborado pelo autor.

Verifica-se que todas as IFE acima que regulamentaram os prazos mínimos de inscrição em seus normativos interna corporis estão alinhadas à proposta do Projeto de Lei nº 252/2003, o qual estabelece um período mínimo de 10 (dez) dias. As que delegam o prazo para os respectivos editais também se amoldam ao período proposto, conforme verificação dos instrumentos editalícios publicados no exercício de 2016.

Outra proposição do PL nº 252/2003, e que a UFRN já cumpre, diz respeito à realização das inscrições obrigatoriamente pela internet. De maneira semelhante, já adotam a inscrição on-line as Universidades Federais da Bahia (UFBA), de Alagoas (UFAL) e de Sergipe (UFS). No entanto, as Universidades Federais do Ceará, do Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco e do Piauí ainda realizam a inscrição de forma presencial.

De igual maneira, merecem comentários a parte final do § 2º do art. 38, bem como de seus §§ 3º e 4º, todos do PL nº 252/2003, a seguir reproduzidos:

Art. 38. A inscrição dos candidatos dar-se-á obrigatoriamente por meio de sítio

oficial do órgão ou entidade responsável na Internet, devendo o respectivo

endereço eletrônico ser informado no edital normativo e em todos os meios utilizados para publicidade do concurso.

[...]

§2º Facultativamente, poderão ser adotados procedimentos de inscrição presencial, responsabilizando-se o órgão ou entidade contratada para a execução do concurso pelos procedimentos necessários para tais inscrições e pela inscrição em, ao menos,

uma cidade em cada região do país, quando o concurso tiver âmbito nacional.

§3º Deverão ser disponibilizados pontos de fácil acesso em período e horário que facilitem ao máximo a sua realização para os candidatos que não possuem acesso à rede mundial de computadores, bem como estar localizados de forma a cobrir, da

§4º Os pontos de acesso de que trata o §3º deste artigo facilitarão a inscrição de

pessoas com deficiência, inclusive com equipamentos compatíveis para deficientes visuais e auditivos. (grifos nossos).

No que diz respeito ao § 2º, considerando tratar-se de uma faculdade, e não de uma obrigatoriedade, tal dispositivo não trará maiores problemas nos concursos públicos para o Magistério Federal, até mesmo por estarem limitados à circunscrição do Estado na qual a instituição de ensino se encontra localizada. Entende-se por ―âmbito nacional‖ quando há previsão editalícia de lotação de cargos em diversas capitais ou regiões do país, justificando o procedimento de se adotar pontos de inscrição presencial nessas localidades.

Atualmente, a facilidade e disponibilidade de acesso à rede mundial de computadores, inclusive por telefonia celular e lan houses, de igual modo, não justifica, a nosso ver, a obrigatoriedade de disponibilizar pontos de inscrição de forma a cobrir a área geográfica do país, adaptados a pessoas com deficiência, salvo na hipótese de serem ofertadas vagas com a possibilidade de lotação em diversas capitais da federação. Caso contrário, novamente ficará inviável a execução direta do concurso pela Administração.

O art. 41 do Projeto de Lei nº 252/2003 define vários pontos relativos à inscrição, dentre os quais se destacam: o percentual máximo para fins de estipulação do valor da inscrição – 1% (um por cento) da remuneração inicial –, a exemplo da Portaria MPOG nº 450/2002; criação de cláusula editalícia com o detalhamento dos gastos orçamentários previstos por cargo de modo a justificar o valor da inscrição; novas hipóteses de isenção da taxa de inscrição (três doações de sangue nos últimos doze meses; doação de medula óssea nos últimos doze meses; for desempregado; for deficiente); e novo momento de apresentação do laudo médico para fins de isenção.

No que tange ao percentual que definirá o valor da taxa de inscrição, tem-se como um complicador a imposição de um limitador de 1% (um por cento), incidente na remuneração inicial do cargo, visto que concursos públicos que não atraem grande número de candidatos e com baixas remunerações iniciais, a exemplo dos certames para o ingresso na carreira do Magistério Federal, salvo raras exceções, ficarão prejudicados com a insuficiência de recursos para o seu custeio, o que dificultará uma eventual contratação de organizadora de concurso por execução indireta.

Com relação à inclusão de cláusula editalícia prevendo o detalhamento dos gastos orçamentários do concurso, entende-se não ser este o instrumento adequado, visto que o referido procedimento se coaduna com a fase interna do concurso, ou seja, alinha-se como medida preparatória, conforme previsto na Seção I do Projeto de Lei nº 252/2003.

Por fim, quanto às novas situações que habilitarão os candidatos a solicitarem isenção da taxa de inscrição, há de se ressalvar que as terminologias ―portador de deficiência‖, ―portador de necessidades especiais‖ ou ―pessoa portadora de deficiência‖ não são mais utilizados, devendo ser substituídos pela expressão ―pessoa com deficiência‖. Outrossim, a estipulação de que a entrega do comprovante de atendimento da condição de isenção passe a se dar ao final do concurso, e não mais durante o prazo de inscrições como comumente é feito, é consideravelmente temerário, correndo a Administração Pública sérios riscos de não receber a referida documentação, tendo que arcar com o prejuízo das taxas de inscrição desoneradas.