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CONHECIMENTO DO CONTEÚDO E CONHECIMENTO PEDAGÓGICO-DIDATICO DO CONTEÚDO

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(1)

CONHECIMENTO DO CONTEÚDO E

CONHECIMENTO PEDAGÓGICO-DIDATICO

DO CONTEÚDO

Prof. Dr. José Carlos Libâneo

UNESP São José do Rio Preto

Junho 2017

(2)

Primeira Parte

1) Antinomias mal resolvidas na formação de

professores

2) O essencial da didática numa visão

desenvolvimental

Segunda Parte

Ideias para superação das antinomias:

integração entre conhecimento disciplinar e

conhecimento pedagógico-didático

(3)

PONTOS-CHAVE

1) Todo professor tem duas especialidades profissionais

2) Requisitos indispensáveis: conhecimento do

conteúdo e conhecimento pedagógico-didático do conteúdo

3) Para ligar conhecimento disciplinar e conhecimento pedagógico, a Didática: desenvolvimento das

capacidades intelectuais dos alunos por meio dos conteúdos

(4)

ANTINOMIA 1

Fontes definidoras de finalidades educativas

Referenciais de qualidade de ensino

Políticas e diretrizes educacionais

Orientações curriculares

(5)

Que tipo de sociedade e de educação queremos? Dois projetos de sociedade:

1. Foco no indivíduo, na competência individual, no papel empreendedor do indivíduo, na competição.

“Não existe essa coisa de sociedade, o que há e sempre

haverá são indivíduos. Existem homens e mulheres individuais, e existem famílias" (Margaret Thatcher)“. (The Downing Street

years , Editora HarperCollins, 1993)

2. Foco na sociedade, num projeto social, coletivo, solidário, participativo, inclusivo.

(6)

CURRÍCULO DE RESULTADOS IMEDIATOS

1) Objetivos de formação de competências operacionais (habilidades, saber fazer).

2) Ensino visando habilidades no modo de operar, fazer, aplicar (interesses imediatos, empregabilidade).

3) Formação para o desempenho no trabalho e para a adaptação social.

4) Busca de resultados diretamente quantificáveis. 5) Métodos de ensino para transmissão e

armazenamento de informação.

6) Treinamento para responder testes.

7) Avaliação estandardizada, como medida de

desempenho e controle das escolas e professores 8) Professor executor, tarefeiro.

(7)

CURRÍCULO DE FORMAÇÃO HUMANA E CIENTÍFICA

1) Objetivos de formação de capacidades cognitivas, afetivas e operativas, por meio dos conteúdos

2) Ensino para pensar e atuar com autonomia (centrado na formação da atividade intelectual dos alunos)

3) Formação para o desenvolvimento do pensamento teórico-conceitual (pensar e atuar com conceitos)

4) Conhecimento para a transformação da realidade 5) Ensino articulado com a diversidade social e cultural 6) Métodos visando o desenvolvimento de capacidades

intelectuais por meio da atividade de estudo

6) Avaliação do processo de formação de ações mentais (formação de conceitos); resultados não diretamente quantificáveis

7) Professor: profissional que promove o desenvolvimento mental, afetivo e moral dos alunos.

(8)

Quatro formulações sobre finalidades e objetivos da educação:

1. Políticas governamentais neoliberais: adequação da escola às demandas da economia globalizada;

2. Educadores pós-críticos: escolas visam educar para a diferença e para construção de identidades (relativismo cultural: todos os conhecimentos são legítimos e estão no mesmo nível);

3. Educadores adeptos da teoria curricular crítica e da educação intercultural: escolas visam atender à

diversidade sociocultural, principalmente de grupos sociais em situação de vulnerabilidade social;

4. Educadores que atribuem às escolas papel específico de proporcionar conhecimentos visando o desenvolvimento humano, em articulação com a diversidade sociocultural.

(9)

Políticas educacionais e referenciais de qualidade de ensino Organismos Multilaterais(BM Unesco, etc.) Terceira Via Visão pós-moderna crítica: teoria do currículo, educação intercultural, teoria pós-crítica Visão Dialética crítica Políticas educacionais oficiais Políticas educacionais para a diversidade sociocultural Políticas educacionais para a formação cultural e científica Currículo para aliviamento da pobreza Currículo instru-mental (resultados) + Integração e acolhimento social Currículo para a diversidade (intercultural) Currículo de form. cultural e científica articulada com a diversidade Práticas pedagógico-didáticas Neoliberalismo

(10)

ANTINOMIA 2

Diferentes concepções de formação e

diferentes formatos curriculares

(11)

Dois modelos de formação muito diferentes:

Na licenciatura em pedagogia, muito conhecimento pedagógico formal, zero do conhecimento de

conteúdos;

Nas demais licenciaturas, muito conteúdo pouco conhecimento pedagógico.

(12)

Categorias Licenciatura em pedagogia (Ed Inf. e Anos iniciais do Ensino Fundamdental)

Outras licenciaturas (Anos subsequentes do Ensino Fundamental)

Concepção de formação

Professor como “cuidador”

Gestão da classe: forte peso na interação prof.-aluno

Ênfase no metodológico (formas de ensino) separado do conteúdo específico

Pedagogo genérico (professor polivalente)

Aprendizagem das crianças

subordinada à lógica das relações

Professor como transmissor de conteúdo

Gestão da classe: peso na autoridade, menos na interação.

Ênfase no conteúdo (passar matéria), separado do metodológico

Professor de conteúdo específico Aprendizagem subordinada à lógica dos saberes (menos nas relações) Formato curricular - Currículo com peso nas

disciplinas de fundamentos (separadas do ensino)

- Formação docente: Didática e “metodologias de...” separadas do conteúdo

- Ausência dos conteúdos específicos

- Formação “genérica” (pedagogo)

Peso nas disciplinas curriculares da especialidade

Formação especifica em conteúdo (professor de ciências, por ex.), mas separada dos métodos investigativos da ciência ensinada

Predominância dos conteúdos específicos

Formação específica para docência Relação conhec. disciplinar /conhec. pedagógico-didático Hipervalorização do conhecimento “pedagógico” X precário conhecimento disciplinar Muito conhecimento disciplinar/precário ou inadequado conhecimento pedagógico Relação conteúdo/

(13)

QUADRO COMPARATIVO DA DISTRIBUIÇÃO DA CARGA

HORÁRIA POR CATEGORIA ENTRE AS LICENCIATURAS – Base de 3.200 horas 18,4% 12,5% 28,2% 10,0% 30,9% 0,0% 6,7% 4,3% 12,2% 0,0% 28,4% 51,6% 7,5% 3,6% 0,3% 0,0% 25,1% 47,2% 5,5% 4,0% 12,0% 0,0% 14,2% 64,3%

Fundamentos teóricos da educação Conhecimentos referentes ao sistema escolar Conhecimentos referentes à formação

profissional específica

Conhecimentos referentes às modalidades e níveis de ensino

Outros conhecimentos (inclusive Estágio) Conhecimentos Especificos da Área de

Conteúdo

(14)

Licenciatura em Pedagogia

CONSEQUENCIAS PARA A FORMAÇAO PROFISSIONAL

• Os formados saem do curso de pedagogia sem domínio dos conteúdos específicos e de metodologias de ensino articuladas aos conteúdos.

• Distanciamento do objeto de didática e das metodologias, ou seja, descuido em relação à aprendizagem dos alunos. • Pouca contribuição das disciplinas de “fundamentos da

educação” à didática e metodologias de ensino.

(15)

• O insucesso escolar das crianças ao final das séries iniciais afeta o conjunto do percurso escolar

• Paradoxo entre o currículo da pedagogia e o

currículo das demais licenciaturas em relação aos conteúdos.

• Notório insucesso da licenciatura em pedagogia para formação de professores para Educação Infantil e

(16)

PROCESSO FORMATIVO NAS LICENCIATURAS:

1) Desequilíbrio na carga horária entre conhecimentos específicos e conhecimentos pedagógicos.

2) Principal problema: separação entre a didática e os conteúdos disciplinares (entre o didático e o

epistemológico)

3) Em decorrência: separação entre conteúdos/métodos da ciência/metodologia de ensino: metodologias sem

conteúdos, método pelo método, método reduzido a procedimentos.

4) Desarticulação entre conhecimento do conteúdo e conhecimento pedagógico do conteúdo

(17)

AS PERSISTENTES ANTINOMIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

1 - Fragmentação entre ensino e aprendizagem

2 - Separação conteúdo/método da ciência/metodologia do ensino

Privilegiamento do metodológico (o pedagógico sem conteúdo) ou privilegiamento do conteúdo (o conteúdo sem pedagogia)

3 - Dissociação entre conhecimento do conteúdo e conhecimento pedagógico-didático do conteúdo - As “formas” separadas do conteúdo (pedagogia)

- Conteúdos separados das “formas” (demais licenciaturas) 4- Separação entre didática e didática das disciplinas 5 - Desconexão entre contextos socioculturais e

(18)

Em síntese:

Fragmentação entre as dimensões

epistemológica, psicológica, pedagógica

e sociocultural.

(19)

SUPERAÇÃO DAS ANTINOMIAS

a) Referência básica da didática: unidade

ensino-aprendizagem, relação com os saberes, em

situações contextualizadas

b) Superação da fragmentação entre a atividade

de ensino e a atividade de aprendizagem

c) Inseparabilidade entre conteúdos/processos

investigativos da ciência ensinada/ metodologias

(ensino com pesquisa)

d) Inter-relação e interpenetração entre práticas

socioculturais e institucionais e práticas

(20)
(21)

Referência básica da didática: unidade

ensino-aprendizagem, relação com os

saberes, em situações

contextualizadas, para o

desenvolvimento humano

(22)

Formação

Professor Aluno

Saber TRIÂNGULO DIDÁTICO

(23)

O ESSENCIAL DA DIDÁTICA

ENSINO medeia

Condições

por meio de: - objetivos - conteúdos - métodos - formas de organização do ensino Condições

Relação cognitiva aluno-matéria

(24)

Tipos de professor

• Professor transmissor de conteúdo

• Professor facilitador da aprendizagem

• Professor-técnico

• Professor-laboratório

• Professor-comunicador

• Professor mediador

(25)

S O

Mediação cognitiva

Mediação

didática

MEDIAÇÃO DIDÁTICA E MEDIAÇÃO COGNITIVA

(26)

MEDIAÇÃO COGNITIVA E MEDIAÇÃO DIDÁTICA

Mediação cognitiva:

o processo de

mediação que liga o aprendiz ao objeto de conhecimento: S O Mediação didática: Intervenção de natureza

didática com a finalidade de ajudar o aluno a dar sentido ao objeto de conhecimento. Processo que liga o formador à relação

S O Professor

(27)

MEDIAÇÃO COGNITIVA MEDIAÇÃO DIDÁTICA

ATIVIDADE DE ESTUDO PLANEJAMENTO E

ORIENTAÇÃO DA

(28)

Didática como disciplina e campo investigativo:

Estudos acerca do processo instrucional que

orienta e assegura a unidade aprendizagem-ensino,

na relação com um saber,

em situações contextualizadas,

nas quais o aluno, com a intervenção pedagógica de

professores, se apropria ativamente dos produtos da

experiência humana na cultura, na ciência, na arte

(conteúdos e modos de operar)

visando o desenvolvimento humano (capacidades

intelectuais e formação da personalidade)

(29)

• UTCHÉNIE = estudo, aprendizagem, aprendizado,

ensino, ensinamento

• OBUTCHÉNIE = processo da instrução, instrução,

processo transmissão/apropriação, ser ensinado

a) aprender com a intenção e orientação de alguém,

num ambiente social de aprendizagem; unidade dos

processos de ensino e aprendizagem;

b) atividade autônoma do aluno, orientada por adultos

ou pares, implicando participação ativa na apropriação

de conhecimentos (atividade de estudo)

(30)

• Obutchenie = instrução, instruir-se, aprender

A instrução: forma de organização intencional

do processo de apropriação, na qual estão

implicados o ensino (o que o professor faz) e a

aprendizagem (o que o aluno faz), ou seja, o

ensinar por meio da atuação de outra pessoa no

processo de aprendizagem, implicando a

(31)

QUATRO QUESTÕES PONTUAIS NA TEORIA DIDÁTICA:

a) A lógica dos saberes a ensinar, isto é, a relação do

ensino com os conteúdos: este é um problema epistemológico.

b) A lógica dos modos de aprender dos alunos com

base em seus processos cognitivos, afetivos,

linguísticos, socioculturais, etc. Este é um problema psico-pedagógico.

c) As implicações dos contextos e práticas

socioculturais e institucionais na aprendizagem.

d) A organização das situações didáticas e os meios

do ensino, em que se une o epistemológico, o psico-pedagógico e o sociocultural. A didática orienta a organização do ambiente social para o desenvolvimento humano. Este é um problema pedagógico-didático.

(32)

Ensino como mediação das aprendizagens:

1. O que é aprendizagem

2. O que é ensino: um professor que medeia a relação do aluno com o conhecimento

(33)

A aprendizagem deve ser ativa e participativa

• Não há aprendizagem que não seja ativa, a aprendizagem é do aluno, é com o aluno, o professor não penetra diretamente nesse processo do aluno se desenvolver. O professor organiza, faz

mediações, põe os elementos que impulsionam a aprendizagem

Quatro requisitos:

• Como organizar o conteúdo.

• Motivação: como o conteúdo e os métodos e procedimentos que, correlatos a esse conteúdo, se tornam meios da atividade do

sujeito.

• Como inserir as práticas socioculturais no processo de ensino-aprendizagem.

• Como organizar o ambiente social da sala de aula para que o aluno desenvolva uma atividade intelectual.

(34)

Ensino Mediação didática Aprendizagem Mediação cognitiva Contextos socioculturais e institucionais Instrumentos Conteúdos, métodos, procedimentos, recursos de ensino-aprendizagem Conhecimento pedagógico-didático do conteúdo Conhecimento do conteúdo

Estrutura conceitual da didática

(35)

Em resumo:

não há didática fora dos conteúdos e dos

métodos de investigação que lhes

corresponde (não há conteúdos fora dos

métodos que levaram à constituição de um

tópico do conteúdo).

Não há didática fora da relação do aluno

com o conteúdo (fora da transformação

das relações do aluno com o conteúdo).

Não há didática separada das práticas

socioculturais e institucionais em que os

alunos estão envolvidos.

(36)

ZDR 1 ZDR 1 ZDR 1 ZDP ZDP ZDP

Zona de desenvolvimento próximo

ZDR 2 ZDR 2 ZDR 2 ZDR – Funções mentais amadurecidas ZDP – Funções mentais em processo de maturação

Atuação do professor e dos colegas

(37)

2. Superação da fragmentação entre a

atividade de ensino e a atividade de

aprendizagem

(38)

3. Inseparabilidade entre

conteúdos/processos investigativos da

ciência ensinada/ metodologias (ensino

com pesquisa)

(39)

Parte II

A necessária integração entre o

conhecimento disciplinar e o conhecimento

didático

(40)

QUATRO QUESTÕES PONTUAIS NA TEORIA DIDÁTICA:

a) A lógica dos saberes a ensinar, isto é, a relação do ensino com os conteúdos: este é um problema

epistemológico.

b) A lógica dos modos de aprender dos alunos com base em seus processos cognitivos, afetivos, linguísticos, socioculturais, etc. Este é um problema

psico-pedagógico.

c) As implicações dos contextos e práticas socioculturais e institucionais na aprendizagem.

d) A organização das situações didáticas e os meios do ensino, em que se une o epistemológico, o

psico-pedagógico e o sociocultural. A didática orienta a organização do ambiente social para o

desenvolvimento humano. Este é um problema pedagógico-didático.

(41)

por meio do processo ensino-aprendizagem

Os meios socialmente desenvolvidos de lidar com o mundo dos objetos e transformá-los (especialmente os conhecimentos e os

procedimentos investigativos da ciência e da arte) ...

... se convertem em meios de pensamento e atuação da própria atividade do sujeito que aprende.

(42)

ENSINO

Forma de organização intencional da atividade de

aprendizagem. Mediação da relação ativa do aluno com o conteúdo.

Meios:

 domínio do conteúdo

 conhecimento pedagógico-didático do conteúdo (metodologias e tecnologias)

 Conhecimento dos motivos dos alunos

 conhecimento dos contextos socioculturais de aprendizagem dos alunos

Trabalho docente visa: desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos por meio dos conteúdos.

Assegurar a atividade intelectual do aluno. Ensinar a pensar por meio dos conteúdos.

(43)

APRENDIZAGEM:

processos de mudanças qualitativas mais ou menos estáveis na personalidade (modo de ser, de agir, de se relacionar com o mundo)

efetivados pela internalização de significados sociais, especialmente, conhecimentos, habilidades, valores,

por mediações culturais e interações sociais entre o aprendiz e outros parceiros,

as quais atuam no desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral dos indivíduos.

(44)

Para levar o aluno ao pensamento conceitual, o ensino precisa articular dois processos em uma mesma ação:

a) Apropriação dos conteúdos

b) Domínio de capacidades intelectuais (operações mentais) vinculadas a esse conteúdo.

Disso resulta a aquisição de um conhecimento novo.

Portanto, conhecimento como processo e, ao mesmo tempo, como resultado.

(45)

CONHECIMENTO

Os conhecimentos de um indivíduo e suas ações mentais (abstração, generalização etc.) formam uma unidade.

Conhecimento:

resultado das ações mentais que implicitamente abarcam o conhecimento e, também, o processo pelo qual se pode obter esse resultado, expresso em ações mentais.

O termo “conhecimento” designa tanto o resultado do

pensamento (reflexo a realidade), quanto o processo pelo qual se obtém esse resultado (as ações mentais). (Davydov, 1988).

(46)

Como processo:

- busca investigativa da compreensão do objeto

Como resultado:

- interiorização de meios cognitivos, métodos para pensar e para lidar com a realidade/os outros/ com nós mesmos.

(47)
(48)

O modo de trabalhar pedagogicamente com

algo depende do modo de trabalhar

epistemologicamente com algo, considerando

as condições físicas, cognitivas, afetivas, do

aluno, e o contexto sociocultural de

(49)

Meirieu:

• “nenhum conteúdo existe fora do ato que permite pensá-lo, da mesma forma que nenhuma operação mental pode funcionar no vazio”.

• Ou seja, a formação de ações mentais supõe os

conteúdos, pois as ações mentais estão já presentes nos processos investigativos e procedimentos lógicos da

ciência ensinada.

• O que importa é a capacidade do professor de traduzir os

conteúdos de aprendizagem em procedimentos de

pensamento. Isto é, colocar os alunos em uma atividade

mental, em uma seqüência de operações mentais, onde aprenda a pensar e atuar com conceitos.

(50)

Destaca-se a importância do papel

desempenhado pela matriz epistemológica

da disciplina ensinada no processo de

mediação didática, e as formas pelas quais

os professores participam/realizam esse

(51)

Resultado da aprendizagem:

Interiorização de meios cognitivos para a

pessoa lidar com a realidade, os outros,

consigo mesmos.

(52)

Mas...

qual é o conteúdo da atividade de

aprendizagem?

(53)

Atividade de aprendizagem:

• Altitude teórica ante a realidade 

aquisição de un método teórico geral visando solução de problemas concretos e práticos

• Emprego de meios apropriados para

adquirir conhecimentos teóricos 

(54)

A resolução de tarefas de aprendizagem se

inicia com um “modo geral” de resolver

problemas de aprendizagem.

Há procedimentos para a aquisição do

modo geral (conhecimento teórico, modo de

funcionamento mental, forma de acao geral,

orientação geral de base)

(55)

Aprender:

É adquirir um modo geral de ação mental, isto

é, um procedimento mental de aplicar um

concepto general para situações particulares. O

mesmo que conhecimento teórico.

Para isso:

- Análise e organização do conteúdo.

- Análise dos motivos dos alunos para facer a conexão entre o conteúdo e os motivos. - Metodologias de ensino adequadas.

(56)

O conteúdo da atividade de aprendizagem

é o conhecimento teórico-científico e as

capacidades intelectuais associadas a esse

conhecimento.

Pela atividade de aprendizagem nos

apropriamos dos métodos e procedimentos de

busca dos conceitos científicos e, desse modo,

ocorrem mudanças no nosso desenvolvimento

mental.

Conceitos científicos e desenvolvimento

das capacidades intelectuais estão em relação

mútua.

(57)

por meio do processo ensino-aprendizagem

Os meios histórica e socialmente desenvolvidos de lidar com o mundo dos objetos e de

transformá-los , isto é, os conhecimentos e os procedimentos investigativos da ciência e da arte) ...

... se convertem em meios de pensamento e atuação da própria atividade do sujeito que aprende.

(58)

Procedimentos lógicos e investigativos no desenvolvimento histórico da

ciência:

Modos gerais de investigação e solução de problemas

Operações mentais a serem desenvolvidas pelos alunos (Pensamento teórico-conceitual ou

conceitos)

CONCEITOS

Operações mentais presentes nos processos

investigativos e de constituição dos conceitos

científicos

PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE ENSINO Fase de análise do conteúdo (conceito)

Âmbito do Ensino-aprendizagem

Âmbito do conhecimento científico

(59)

aaaa do Constituição do objeto de estudo da ciência CONCEITOS PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE ENSINO

Fase de análise do conteúdo

Âmbito do ensino-aprendizagem

Âmbito do conhecimento científico-conceitual

(60)

O conteúdo da atividade de estudo é o

conhecimento teórico-científico e as

capacidades intelectuais associadas a esse

conhecimento.

Pela atividade de aprendizagem nos

apropriamos dos métodos e procedimentos de

busca dos conceitos científicos e, desse modo,

ocorrem mudanças no nosso desenvolvimento

mental.

Conceitos científicos e desenvolvimento

das capacidades intelectuais estão em relação

mútua.

(61)

Para Davídov, a função preponderante da escola é a

de assegurar os meios para os alunos se apropriarem

dos conhecimentos e, assim, formarem um modo de

pensar teórico-conceitual.

Esse modo de pensar mediante operações mentais,

consiste em formar conceitos adequados acerca do

objeto de estudo. Por sua vez, os conceitos, enquanto

modos de operação mental, são formados com base nos

processos lógicos e investigativos da ciência ensinada.

Esse processo de apropriação dos conhecimentos na

forma de conceitos, em que são formados modos de

pensar e agir, produz mudanças no desenvolvimento

psíquico dos alunos propiciando novas capacidades

intelectuais para apropriação de conhecimentos de nível

mais complexo.

(62)

Desse modo, o conhecimento didático do

professor (pelo qual o aluno será levado a

aprender do melhor modo possível o conteúdo)

depende do conteúdo e das particularidades

investigativas da ciência ensinada, ou seja,

depende das características do conhecimento

disciplinar.

Em outras palavras, o conhecimento

disciplinar e o conhecimento

pedagógico-didático estão mutuamente relacionados, sendo

este último vinculado diretamente aos conteúdos

e procedimentos lógicos e investigativos da

(63)

Meirieu:

• “nenhum conteúdo existe fora do ato que permite

pensá-lo, da mesma forma que nenhuma operação

mental pode funcionar no vazio”.

• Ou seja, a formação de ações mentais supõe os

conteúdos, pois as ações mentais estão já presentes

nos processos investigativos e procedimentos lógicos

da ciência ensinada.

• O que importa é a capacidade do professor de

traduzir os conteúdos de aprendizagem em

procedimentos de pensamento. Isto é, colocar os

alunos em uma atividade mental, em uma sequência

de operações mentais, em que possam operar com

conceitos.

(64)

EM RESUMO...

Na atividade de estudo, os alunos se apropriam dos procedimentos investigativos com os quais os cientistas trabalharam, para se chegar à constituição de um objeto de estudo.

Os alunos, ao aprenderem um conteúdo, devem reconstruir, no seu pensamento, esses procedimentos investigativos. A formação de conceitos (capacidades intelectuais) vai acontecendo pelo mesmo processo investigativo que deu origem a um objeto científico. O aluno aprende realmente um objeto quando

aprende, também, as ações mentais ligadas ao objeto, isto é, os modos mentais de lidar com esse objeto, de pensar e agir com ele pelos procedimentos lógicos do

(65)

MODELAÇÃO DAS RELAÇÕES ESSENCIAIS

Condições de vida Comunidade Família Recursos

Modelo básico de relações conceituais que medeiam condições de vida

(66)

Tarefas do professor:

• Análise e organização do conteúdo

– Identificar conceitos nucleares e o mapa conceitual

– Expressar esses conceitos em operações mentais e materiais a serem mobilizadas

– Tarefas: transformar os conceitos nucleares em situações-problema

• Análise dos motivos e das características individuais e socioculturais dos alunos

• Análise das práticas socioculturais e institucionais

• Organizar a atividade de estudo

(Requisito: domínio de pedagogias ativas, especialmente do ensino por problemas)

(67)

• Trabalho do professor:

‒ Atua na formação de capacidades intelectuais dos alunos, ensinando a pensar por meio dos conteúdos,

‒ Considera os motivos dos alunos no planejamento do conteúdo,

‒ Considera as práticas socioculturais em que os alunos participam na família, na comunidade, na escola...

Para isso: organizar o ensino colocando o aluno numa atividade de estudo.

(68)

DIDÁTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

1. A questão central do trabalho do professor é

o conhecimento. Principalmente, o processo

mental do conhecimento.

2. Ensinar para o desenvolvimento das

capacidades intelectuais por meio dos

conteúdos.

– Objetivo do ensino: a aprendizagem do aluno. Ensinamos para que os alunos aprendam.

(69)

3. A mediação didática supõe considerar os motivos

dos alunos.

O segredo do ensino está na

ligação dos conteúdos com os motivos dos alunos:

- Quem é João

- Os motivos que os alunos trazem

- Os motivos que o professor ajuda a criar

4. O contexto social e cultural dos alunos precisam

fazer parte do conteúdo. O “dentro-fora”.

Desenvolver sensibilidade para as práticas sociais

que os alunos trazem de casa, da rua, da

(70)

• Atividade de estudo: propor tarefas de estudo cuja finalidade e resultado é a transformação do próprio aluno, isto é, a transformação do aluno em sujeito da própria aprendizagem. Isso se chama desenvolvimento, ou seja, mudanças qualitativas no desenvolvimento.

• Formar novos procedimentos, novas capacidades, novas operações mentais, em relação aos conceitos científicos. Estudo não significa memorizar, reproduzir, nem mesmo ter domínio de um conhecimento. É, principalmente, uma atividade que implica mudanças, reestruturações, um certo enriquecimento, que leve a transformar o aluno em sujeito de sua própria atividade.

(71)

• Para isso, dois requisitos:

a) É preciso mobilizar os motivos do aluno para o estudo. Colocar o conteúdo na esfera de desejos e necessidades do aluno, colocar a matéria como objeto de desejo.

b) Por em prática tarefas nas quais o aluno faça transformações mentais em sua cabeça, faça

experimentação real e mental com o objeto de estudo.

Aqui está o elemento criativo da aprendizagem que leva ao conhecimento.

• A atividade de ensino: criar na sala de aula as condições pelas quais o aluno pode obter o conhecimento pela

atividade de estudo, o que implica a experimentação mental.

(72)

O DUPLO MOVIMENTO NO ENSINO

CONCEITOS CIENTÍFICOS

CONDIÇÕES HISTÓRICAS E SOCIAIS CONCRETAS DAS CRIANÇAS

(73)

RELAÇÕES ENTRE CONCEITOS CIENTÍFICOS E CONCEITOS COTIDIANOS Processos de abstração e generalização Vinculados à realidade concreta, à experiência prática cotidiana Conceitos científicos Conceitos cotidianos ZDP Pensamento teórico-conceitual Pensamento empírico

Vigotski, Pensamento e linguagem; adaptado de Nuñez, 2009

(74)

Abordagem do duplo movimento no ensino:

Nesta forma de ensino, o conhecimento teórico-conceitual e o conhecimento local podem tornar-se integrados, de modo que o conhecimento teórico-conceitual possa enriquecer os conhecimentos

pessoais da criança, usando-o na compreensão da prática local cotidiana. Na perspectiva radical-local, o professor parte da compreensão da criança e as orienta para tarefas e problemas ligados ao conteúdo que,

assim, torna-se significativo para a criança e motivador para a compreensão tanto dos princípios teóricos da matéria quando dos problemas da prática local e

(75)

5. Nossos alunos aprendem com nossas

práticas. Não se educa apenas na sala de

aula. A organização e a gestão da escola, as

formas de relacionamento vigentes numa

escola, também educam.

6. É preciso melhorar nossa forma de

comunicação com os alunos, com os outros.

7. Aprender a trabalhar com outras linguagens:

visuais, sonoras, audiovisuais, teatro...

(76)

8. Ter visão critica da realidade: continuamos

vivendo numa sociedade desigual e injusta.

9. Saber influenciar positivamente motivos

individuais e sociais dos alunos.

A força dos motivos!

10. Cuidar do desenvolvimento da própria

personalidade, construir um código de ética

pessoal, convicções sólidas;

Ter autenticidade, credibilidade para poder

orientar a personalidade dos alunos

Referências

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