• Nenhum resultado encontrado

J. Pediatr. (Rio J.) vol.92 número5

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. Pediatr. (Rio J.) vol.92 número5"

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

JPediatr(RioJ).2016;92(5):429---431

www.jped.com.br

EDITORIAL

Predictors

of

dengue

severity

,

夽夽

Preditores

de

gravidade

da

dengue

Scott

B.

Halstead

UniformedUniversityoftheHealthSciences,DepartmentofPreventiveMedicineandBiometrics,Bethesda,EstadosUnidos

Poneetal.,emumestudopublicadonesteJornal,tentaram identificarsinaisousintomaspassadosoupresentesque pre-vissemdeformaconfiávelapioriadadengueemcrianc¸as.1

Ao fazê-lo, cunharam um novo termo, ‘‘dengue grave’’,

e adotaram um novo parâmetro de resultado clínico, a

‘‘modalidadedetratamento’’. As ‘‘modalidades de

trata-mento’’ escolhidas incluema administrac¸ão de ‘‘aminas,

inotrópicos,coloides,ventilac¸ãomecânica,ventilac¸ãonão invasiva,diáliseperitonealouhemodiálise’’.Letargia,

dis-tensão abdominal, derrame pleural e hipoalbuminemia

foramosmarcadoresmaisconfiáveisdadenguegrave

iden-tificadosem 145crianc¸ashospitalizadasnoRiodeJaneiro

em 2007-8, com evidência direta ouindireta de infecc¸ão

recente de dengue. Os autores concordariam que uma

identificac¸ão mais precisa dos preditores dadengue seria

maisbemobtidapormeiodegrandesestudosprospectivos,

baseadosemprotocolosdecasosdedengue,caracterizados

econfirmadosemlaboratório.

Háumconsiderávelprecedentehistóricoparaessa

ten-tativa. Desde a década de 1950, quando foi reconhecido

que o vírus da dengue causava uma doenc¸a febril aguda

grave e muitas vezes fatal nas crianc¸as, o objetivo dos

pesquisadores temsido descrevera fisiopatologiada

den-gue para proporcionar melhor tratamento e identificac¸ão

de marcadores preditivos de alerta de forma precoce.2,3

Essafoiamotivac¸ãoparaacriac¸ãodasdefinic¸õesdecaso,

febrehemorrágicadadengue/síndromedochoqueda

den-DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.06.004

Comocitaresteartigo:HalsteadSB.Predictorsofdengue

seve-rity.JPediatr(RioJ).2016;92:429---31.

夽夽VerartigodePoneetal.naspáginas464---71.

E-mail:halsteads@erols.com

gue(FHD/SCD) em amplouso desdesua adoc¸ão pelaOMS

em 1975 e as novas definic¸ões de caso apresentadas em

2009.4,5Nosanos1960,osprogramasdepesquisadadengue

noSudeste Asiático descobriram que ascrianc¸as morriam

deumanova entidade clínica, a síndrome da

permeabili-dadevascularnadengue(SPVD)(fig.1),caracterizadapor

umcomplexo deanomalias fisiológicas que afetam vários

sistemas de órgãos, incluindo o fígado, a coagulac¸ão do

sangue, complemento, hematopoiese, proteínas séricas e

o sistema vascular, que atinge a expressão máxima na

defervescência.3,6---10 Logo, entendeu-seque crianc¸as com

SPVDerambeneficiadaspelahidratac¸ãocomsoluc¸ão fisioló-gicaprecoce.6Tambémfoiobservadoqueaperdadefluidos

variavaemgravidadedecrianc¸aparacrianc¸aequepoderia serirreversívelemquestãodehorasdevidoàincapacidade demanterumvolumedesangueadequado.5,11---13

Os sinais e sintomas da dengue e SPVD variaram

diariamente.Aquelesqueprecederamochoqueforam

iden-tificadoscomo‘‘sinais dealerta’’.Ossinais dealertadas

infecc¸ões por dengueforamdescritos muito tempoatrás.

SilereSimmons,queregistravamdiariamente característi-casclínicas elaboratoriais devárias centenasde doenc¸as

experimentais de dengueem jovens voluntários do

exér-citodosEUAdosexomasculinosoronegativos,observaram

umaleucopenianametadedoscasosdedengue.14,15

Sobre-tudo, descobriram que essa leucopenia consistia de dois

componentes,umareduc¸ãonoslinfócitoscirculanteseuma destruic¸ãodeleucócitospolimorfonuclearesmaduros.Esse últimogerouuma‘‘encruzilhada’’nodiagnóstico,poishavia

quantidadesmaioresdepolisimaturosdoquemadurosem

esfregac¸osdesangue.15 Especulou-sequealeucopeniaea

trombocitopeniapodemestarrelacionadasaumfenômeno

queocorreregularmenteeminfecc¸õespordengueantesdo

acometimentodefebre:umasupressãonamedulaósseade

todososelementos celulares.16,17 NaTailândia,três sinais

(2)

430 HalsteadSB

Síndrome da permeabilidade vascular na dengue (SPVD)

• síndrome tardia no curso de uma dengue aguda (durante ou próximo à defervescência) que consiste em:

– Trombocitopenia (< 100.000/mm³)

– Hemostasia alterada: mais comumente, tempo de sangramento prolongado, tempo de tromboplastina parcialmente ativada elevado e/ou níveis reduzidos de fibrinogênio.

– Complemento ativado por vias clássicas e alternativas. – Níveis elevados de enzima hepática transaminase geralmente

acompanhada de hepatomegalia.

– Permeabilidade vascular com perda clinicamente significativa de fluidos e pequenas macromoléculas (p. ex., hipoalbuminemia) em espaços intersticiais, geralmente cavidades serosas.

Figura 1 Síndrome da permeabilidade vascular na dengue (SPVD).

precocesdealertaforamusados natriagemdepacientes: acreditava-seque atrombocitopeniae umtestede torni-quetepositivorepresentavamapermeabilidadevascularna dengue,ao passoque um micro-hematócritodaponta do dedoerausadoparaestabelecerumvalorbásicopara moni-torarahemoconcentrac¸ão.18Comoosnúmerosdeplaquetas

diminuemeoshematócritosaumentamrapidamente,várias

medic¸ões devem ser feitas e a gravidade dadoenc¸a

con-sequentemente é pontuada por meio de valores modais

altosoubaixos.Algunstrabalhadoresconstataramqueníveis

elevados de aspartato aminotransferase identificaram as

crianc¸asque evoluírampara SPVD.18 A caracterizac¸ãodas

doenc¸asdadengueemcrianc¸asresultounamelhoria signifi-cativanotratamentoereduziudeformaacentuadaastaxas defatalidade.11,19

Houve um desacordo considerável sobre a utilidade

da maioria dos sinais de alerta ou testes de

laborató-rio usados amplamente para predizer o resultado das

infecc¸ões por dengue.20 Uma abordagem para identificar

preditorestemsidobuscarcomponentesuniversaisnaSCD.

Umametanáliseidentificouasassociac¸õessignificativasde choquecomoidade,sexofeminino,sinaisneurológicos,

náu-sea/vômito, dor abdominal, hemorragia gastrointestinal,

hemoconcentrac¸ão, ascite, derrame pleural,

hipoalbumi-nemia,hipoproteinemia,hepatomegalia,níveis dealanina

transaminase e aspartato transaminase, trombocitopenia,

tempodeprotrombina,tempodatromboplastinaparcial ati-vada,níveldefibrinogênio,infecc¸ãoprimária/secundáriae denguevírus 2 (DENV-2).21 A ampla expansãodainfecc¸ão

pordengue em todo o mundoalertou asclínicas e gerou

maisesforc¸os para aprimorar a triagem dos pacientes ao

validarsinaisprecocesdealerta.22---25Umestudoinscreverá

7-8000 crianc¸as com doenc¸a febril admitidas nos

depar-tamentos ambulatoriais em oito países onde a dengue é

endêmica.22 Esse grande estudo prospectivo, atualmente

em andamento, inclui três locais noBrasil. Em dezembro

de2015,7.096 participantes haviamsido inscritos; coma

confirmac¸ão de dengue em 2510/5996 (42%), a inscric¸ão

continuaráatéjunhode2016.Espera-sequenúmeros sufici-entesdecrianc¸ascominfecc¸õesagudaspordengueevoluam paradenguegravee fornec¸am preditoreslaboratoriais ou clínicosinequívocos,especificamenteparaaSCD.

Conflitos

de

interesse

Oautordeclaranãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.PoneSM,HökerbergYH,deOliveiraRV,DaumasRP,PoneTM, PoneMV,etal.Clinicalandlaboratorysignsassociatedto seri-ousdenguediseaseinhospitalizedchildren.JPediatr(RioJ). 2016;92:464---71.

2.QuintosFN,LimLE,JulianoL,ReyesA,LacsonP.Hemorrhagic feverobservedamongchildreninthePhilippines.PhilippinJ Pediatr.1954;3:1---19.

3.HalsteadSB,CohenSN.Denguehemorrhagicfeverat60years: earlyevolutionofconceptsofcausationandtreatment. Micro-biolMolBiolRev.2015;79:281---91.

4.WorldHealthOrganization(WHO).Technicalguidesfor diagno-sis,treatment,surveillance,prevention,andcontrolofdengue haemorrhagicfever.Geneva:WHO;1975.

5.World Health Organization (WHO). Dengue: guidelines for diagnosis,treatmentprevention, andcontrol.Geneva:WHO; 2009.

6.CohenSN,HalsteadSB.Shockassociatedwithdengueinfection. I.Clinicalandphysiologicmanifestationsofdengue hemorrha-gicfeverinThailand,1964.JPediatr.1966;68:448---56.

7.WeissHJ,HalsteadSB.StudiesofhemostasisinThai hemorrha-gicfever.JPediatr.1965;66:918---26.

8.Pathogeneticmechanismsindenguehaemorrhagicfever:report of an international collaborative, study. Bull World Health Organ.1973;48:117---33.

9.BokischVA,TopFHJr,RussellPK,DixonFJ,Müller-EberhardHJ. Thepotentialpathogenicroleofcomplementindengue hemor-rhagicshocksyndrome.NEnglJMed.1973;289:996---1000.

10.Halstead SB. Pathogenesis of dengue: dawn of a new era. F1000Research. 2015;4:F1000 Faculty Rev-1353, http://dx. doi.org/10.12688/f1000research.7024.1.

11.NimmannityaS.Clinicalspectrumandmanagementofdengue haemorrhagicfever.SoutheastAsianJTropMedPublicHealth. 1987;18:392---7.

12.WorldHealthOrganization.Denguehaemorrhagicfever: diag-nosis,treatment,prevention,andcontrol.2aed.Geneva:WHO;

1997.

13.World Health Organization (WHO). Guidelines for treatment of dengue/dengue haemorrhagic fever in small hospitals. New Delhi: WHO Regional Office for South East Asia; 1999.

14.SilerJF,HallMW,HitchensAP.Dengue:itshistory,epidemiology, mechanismof transmission,etiology,clinical manifestations, immunity,andprevention.PhilippineJSci.1926;29:1---304.

15.SimmonsJS,StJohnJH,ReynoldsFH.Experimentalstudiesof dengue.PhilippineJSci.1931;44:1---252.

16.NelsonER,BiermanHR,ChulajataR.Hematologicfindingsin the1960hemorrhagicfeverepidemic(dengue)inThailand.Am JTropMedHyg.1964;13:642---9.

17.Bierman HR, Nelson ER.Hematodepressive virus diseases of Thailand.AnnInternMed.1965;62:867---84.

18.Kalayanarooj S, Vaughn DW, Nimmannitya S, Green S, Suntayakorn S, Kunentrasai N, et al. Early clinical and laboratory indicators of acute dengue illness. J Infect Dis. 1997;176:313---21.

19.Kalayanarooj S. Clinical manifestations and management of dengue/DHF/DSS.TropMedHealth.2011;39:83---7.

20.HorstickO,FarrarJ,LumL,MartinezE,SanMartinJL, Ehren-bergJ,etal.Reviewingthedevelopment,evidencebase,and applicationofthereviseddenguecaseclassificationLTPathog GlobHealth.2012;106:94---101.

(3)

Predictorsofdengueseverity 431

22.JaenischT,TamDT,KieuNT,VanNgocT,NamNT,VanKinhN, etal.Clinicalevaluationofdengueandidentification ofrisk factorsforseveredisease:protocolforamulticentrestudyin 8countries.BMCInfectDis.2016;16:120.

23.BradyOJ,GethingPW,BhattS,MessinaJP,BrownsteinJS,Hoen AG,et al. Refining theglobal spatiallimits of denguevirus transmissionbyevidence-basedconsensus.PLoSNeglTropDis. 2012;6:e1760.

24.BhattS,GethingPW,BradyOJ,MessinaJP,FarlowAW,Moyes CL,etal.Theglobaldistributionandburdenofdengue.Nature. 2013;496:504---7.

Imagem

Figura 1 Síndrome da permeabilidade vascular na dengue (SPVD).

Referências

Documentos relacionados

In conclusion, this study showed that lethargy, abdom- inal distension, and pleural effusion were the signs with the greatest diagnostic accuracy; and that bleeding, severe

The objective of this study was to compare, epidemi- ologically, two different empiric treatments for late-onset sepsis in a neonatal intensive care unit (NICU) with a high

The six linear regression models resulted in positive regression coefficients and a statistically significant association at ages 1, 3, 4, 5, and 6 months, regardless of

FCP was signif- icantly different between groups, with higher FCP levels in the case group, which was in agreement with Cui et al., 14 who stated that there was increased FCP level

In the present study, it was observed that the associa- tion between the students’ BMI and family history of obesity was found mainly among children and adolescents with the

In light of this problem, the present study aimed to eval- uate the initial DA in raw HM after pasteurization and after heating and dilution of the supplement used to

The score of this tool uses the following classification: normal development, alert (with two subgroups: normal with risk factors, and absence of one or more milestones for the

Cardiometabolic risk factors were defined according to the Adult Treatment Panel III (ATP III) criteria modi- fied for children and adolescents, as follows; over weight, BMI between