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Direito Do Trabalho Esquematizado - Carla Tereza Martins Romar

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Academic year: 2021

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Histórico da Obra

■ 1.aedição: jan./2013

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Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira César — São Paulo — SP CEP 05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 055 7688 de 2ª a 6ª, das 8:30 às 19:30 E-mail: saraivajur@editorasaraiva.com.br Acesse: www.editorasaraiva.com.br/direito

Filiais

AMAZONAS/RONDÔNIA/RORAIMA/ACRE

Rua Costa Azevedo, 56 – Centro Fone: (92) 3633-4227 – Fax: (92) 3633-4782 – Manaus

BAHIA/SERGIPE

Rua Agripino Dórea, 23 – Brotas Fone: (71) 3381-5854 / 3381-5895 Fax: (71) 3381-0959 – Salvador

BAURU (SÃO PAULO)

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40 1 – Bauru

CEARÁ/PIAUÍ/MARANHÃO

Av. Filomeno Gomes, 670 – Jacarecanga Fone: (85) 2323 / 1384 Fax: (85) 3238-1331 – Fortaleza

DISTRITO FEDERAL

SIA/SUL Trecho 2 Lote 850 – Setor de Indústria e Abastecimento Fone: (61) 3344-2920 / 3344-2951 Fax: (61) 3344-1709 – Brasília

GOIÁS/TOCANTINS

Av. Independência, 5330 – Setor Aeroporto Fone: (62) 3225-2882 / 3212-2806 Fax: (62) 3224-3016 – Goiânia

MATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSO

Rua 14 de Julho, 3148 – Centro Fone: (67) 3382-3682 – Fax: (67) 3382-0112 – Campo Grande

MINAS GERAIS

Rua Além Paraíba, 449 – Lagoinha Fone: (31) 3429-8300 – Fax: (31) 3429-8310 – Belo Horizonte

PARÁ/AMAPÁ

Travessa Apinagés, 186 – Batista Campos Fone: (91) 3222-9034 / 3224-9038 Fax: (91) 3241-0499 – Belém

PARANÁ/SANTA CATARINA

Rua Conselheiro Laurindo, 2895 – Prado Velho Fone/Fax: (41) 3332-4894 – Curitiba

PERNAMBUCO/PARAÍBA/R. G. DO NORTE/ALAGOAS

Rua Corredor do Bispo, 185 – Boa Vista Fone: (81) 3421-4246 – Fax: (81) 3421-4510 – Recife

RIBEIRÃO PRETO (SÃO PAULO)

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Ribeirão Preto

RIO DE JANEIRO/ESPÍRITO SANTO

Rua Visconde de Santa Isabel, 113 a 119 – Vila Isabel Fone: (21) 2577-9494 – Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565 – Rio de Janeiro

RIO GRANDE DO SUL

Av. A. J. Renner, 231 – Farrapos Fone/Fax: (51)

3371-40 01 / 3371-1467 / 3371-1567 – Porto Alegre

SÃO PAULO

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ISBN 978-85-02-21449-1

Romar, Carla Teresa Martins

Direito do trabalho esquematizado® / Carla Teresa Martins Romar; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. – (Coleção esquematizado®)

Bibliografia.

1. Direito do trabalho 2 . Direito do trabalho – Brasil I. Lenza, Pedro. II. Título. III. Série. CDU-34:331(81)

Índices para catálogo sistemático: 1. Direito do trabalho: Brasil 34:331(81)

Data de fechamento da edição: 31-3-2014

Dúvidas?

Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

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Ao Pedro Morales Neto, companheiro de sempre e de todas as horas. Escrever este livro não seria possível sem o seu amor, sem o seu apoio, sem o incentivo constante e sem a paz e a felicidade que tenho estando ao seu lado.

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Primeiramente, agradeço ao Pedro Lenza pelo convite para escrever esta obra e pela confiança por ele depositada em meu trabalho. Obrigada, Pedro, pela paciência e por nunca ter deixado de confiar no resultado que agora se materializa.

Agradeço aos meus funcionários, tanto do escritório como de casa, que me apoiaram em tudo que foi necessário para que eu tivesse o tempo imprescindível para me dedicar a escrever este livro e sempre me incentivaram.

Agradeço ao Diego Roda Reis que, iniciando seus estudos e sua carreira profissional na seara do Direito do Trabalho, muito me auxiliou com a pesquisa e a revisão do texto enquanto estava sendo escrito.

Agradeço, por fim, e principalmente, aos meus alunos, de todos os cursos e lugares neste país por onde passei dando aulas, em mais de vinte anos de carreira acadêmica. Tudo o que vocês me ensinaram e toda a inspiração que me deram serviram de incentivo para as minhas aulas e para a elaboração desta obra, que dedico a vocês. A maior paixão da minha vida profissional — ensinar, ser professora — sempre me moveu no sentido de buscar transmitir em minhas aulas o máximo de conhecimento e da forma mais didática e apaixonante possível, para que vocês pudessem aprender e se encantar com o Direito do Trabalho. A oportunidade de escrever este livro — Direito do trabalho esquematizado® — veio ao encontro deste ideal. Espero que o livro sirva para incentivá-los sempre mais a estudar o Direito do Trabalho e permita que todos vocês alcancem o sucesso profissional na carreira que escolheram.

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Durante o ano de 1999, pensando, naquele primeiro momento, nos alunos que prestariam o exame da OAB, resolvemos criar uma metodologia de estudo que tivesse linguagem “fácil” e, ao mesmo tempo, oferecesse o conteúdo necessário à preparação para provas e concursos.

O trabalho foi batizado como Direito constitucional esquematizado®. Em nosso sentir, surgia ali uma metodologia pioneira, idealizada com base em nossa experiência no magistério e buscando, sempre, otimizar a preparação dos alunos.

A metodologia se materializou nos seguintes “pilares”:

esquematizado®: a parte teórica é apresentada de forma objetiva, dividida em vários itens e subitens e em parágrafos curtos. Essa estrutura revolucionária rapidamente ganhou a preferência dos concurseiros;

superatualizado: doutrina, legislação e jurisprudência em sintonia com as grandes tendências da atualidade e na linha dos concursos públicos de todo o País;

linguagem clara: a exposição fácil e direta, a leitura dinâmica e estimulante trazem a sensação de que o autor está “conversando” com o leitor;

palavras-chave (keywords): os destaques na cor azul possibilitam a leitura “panorâmica” da página, facilitando a fixação dos principais conceitos. O realce colorido recai sobre os termos que o leitor certamente grifaria com a sua caneta marca-texto;

recursos gráficos: esquemas, tabelas e gráficos favorecem a assimilação e a memorização dos principais temas;

questões resolvidas: ao final de cada capítulo, o assunto é ilustrado com questões de concursos ou elaboradas pelos próprios autores, o que permite conhecer as matérias mais cobradas e também checar o aprendizado.

Depois de muitos anos de aprimoramento, o trabalho passou a atingir tanto os candidatos ao

Exame de Ordem quanto todos aqueles que enfrentam os concursos em geral, sejam das áreas jurídica ou não jurídica, de nível superior ou mesmo os de nível médio, assim como os alunos de graduação e demais profissionais.

Ada Pellegrini Grinover, sem dúvida, anteviu, naquele tempo, a evolução do Esquematizado®. Segundo a Professora escreveu em 1999, “a obra destina-se, declaradamente, aos candidatos às provas de concursos públicos e aos alunos de graduação, e, por isso mesmo, após cada capítulo, o autor insere questões para aplicação da parte teórica. Mas será útil também aos operadores do direito mais experientes, como fonte de consulta rápida e imediata, por oferecer grande número de informações buscadas em diversos autores, apontando as posições predominantes na doutrina, sem eximir-se de criticar algumas delas e de trazer sua própria contribuição. Da leitura amena surge um livro ‘fácil’, sem ser reducionista, mas que revela, ao contrário, um grande poder de síntese, difícil de encontrar mesmo em obras de autores mais maduros, sobretudo no campo do direito”.

Atendendo ao apelo de “concurseiros” de todo o País, sempre com o apoio incondicional da Editora Saraiva, convidamos professores das principais matérias exigidas nos concursos públicos das áreas jurídica e não jurídica para compor a Coleção Esquematizado®.

Metodologia pioneira, vitoriosa, consagrada, testada e aprovada. Professores com larga experiência na área dos concursos públicos. Estrutura, apoio, profissionalismo e know-how da

Editora Saraiva. Sem dúvida, ingredientes indispensáveis para o sucesso da nossa empreitada! Para o Direito do Trabalho, tivemos a honra de contar com a dedicação e a obra de Carla Teresa Martins Romar, que soube, com maestria, aplicar a metodologia “esquematizado®” à sua vasta e reconhecida experiência profissional.

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Carla Romar formou-se na prestigiosa Faculdade de Direito do Largo São Francisco, sendo Mestre e Doutora em Direito do Trabalho pela PUCSP, além de ser Perita em relações de trabalho — Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Professora respeitada e admirada dos cursos de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado em Direito do Trabalho da PUCSP, é também Coordenadora do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Direito Processual do Trabalho da Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) e Professora Convidada do Curso de Pós-Graduação lato sensu da Unitoledo de Presidente Prudente.

Além de toda essa bagagem acadêmica, a professora Romar tem vasta experiência prática, atuando como requisitada Advogada trabalhista.

Não temos dúvida de que este livro contribuirá para “encurtar” o caminho do ilustre e “guerreiro” concurseiro na busca do “sonho dourado”!

Esperamos que a Coleção Esquematizado® cumpra o seu papel. Em constante parceria, estamos juntos e aguardamos suas críticas e sugestões.

Sucesso a todos!

Pedro Lenza Mestre e Doutor pela USP E-mail: pedrolenza@terra.com.br Twitter: https://twitter.com/pedrolenza Instagram: http://instagram.com/pedrolenza Facebook: https://www.facebook.com/pedrolenza Vídeos: https://www.youtube.com/pedrolenzaoficial Saraiva: http://www.editorasaraiva.com.br/esquematizado

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NOTA DA AUTORA À 2ª EDIÇÃO

Primeiramente, agradeço aos estimados leitores pela generosa acolhida deste Direito do Trabalho Esquematizado, o que levou ao lançamento da 2ª edição, na qual a obra recebeu algumas correções e foi atualizada, adaptando-se aos novos textos legislativos e às Resoluções do TST ns. 189 e 193, que modificaram ou criaram súmulas, exigindo diferentes interpretações doutrinárias acerca das matérias por elas tratadas.

Especificamente em relação às alterações legislativas, esta 2ª edição contempla análises da Emenda Constitucional n. 72/2013, que ampliou o rol de direitos dos trabalhadores domésticos, da Lei n. 12.815/2013, que instituiu a atual regulamentação do trabalho portuário avulso, e, ainda, da Lei n. 12.832/2013, que, alterando a redação da Lei n. 10.101/2000, trouxe diferentes regramentos em relação à Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Ampliando a análise de algumas matérias, foram acrescentados novos posicionamentos e argumentos, o que permitirá aos leitores um maior aprofundamento dos estudos. Nesse mesmo sentido, visando demonstrar a aplicação prática do Direito do Trabalho pelos Tribunais, foram inseridas mais ementas de acórdãos recentes referentes a diversos temas relevantes.

O objetivo maior foi o aprimoramento da obra, sempre com o intuito de otimizar a consulta e facilitar o estudo e o trabalho de pesquisa.

Esperando que esta edição sirva aos propósitos de todos aqueles que estudam o Direito do Trabalho, especialmente alunos de graduação e pós-graduação e candidatos aos diversos cargos em concursos públicos e ao exame da OAB, mas também a todos os profissionais que atuam na seara trabalhista, reitero meus agradecimentos e reafirmo que estarei sempre à disposição para analisar as colaborações e as críticas enviadas, visando sempre o aprimoramento e a qualidade da obra.

Carla Teresa Martins Romar carlaromar@uol.com.br

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SUMÁRIO

Agradecimentos

Metodologia esquematizado®

Nota da autora à 2ª edição

PARTE I

PARTE GERAL

1. DIREITO DO TRABALHO

1.1. Conceito de direito do trabalho

1.1.1. Teoria subjetivista

1.1.2. Teoria objetivista

1.1.3. Teoria mista

1.2. Evolução histórica do direito do trabalho

1.2.1. Sociedade pré-industrial

1.2.2. Sociedade industrial

1.2.3. Constitucionalismo social

1.2.4. Direito do trabalho no Brasil

1.3. Características do direito do trabalho

1.4. Funções do direito do trabalho

1.5. Natureza jurídica do direito do trabalho

1.6. Autonomia do direito do trabalho

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1.7. Divisão do direito do trabalho

1.8. Questões

2. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

2.1. Importância e conceito

2.2. Distinção entre princípio e norma

2.3. Princípios constitucionais gerais

2.4. Princípios específicos do direito do trabalho

2.4.1. Princípio protetor

2.4.2. Princípio da irrenunciabilidade

2.4.3. Princípio da continuidade da relação de emprego

2.4.4. Princípio da primazia da realidade

2.4.5. Princípio da razoabilidade

2.4.6. Princípio da boa-fé

2.5. Questões

3. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

3.1. Fonte material

3.2. Fontes formais

3.2.1. Fontes heterônomas

3.2.1.1. Constituição Federal

3.2.1.2. Leis

3.2.1.3. Atos administrativos

3.2.1.4. Sentenças normativas

3.2.1.5. Jurisprudência

3.2.1.6. Sentença arbitral

3.2.2. Fontes autônomas

3.2.2.1. Convenção Coletiva de Trabalho

3.2.2.2. Acordo Coletivo de Trabalho

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3.2.2.3. Costume

3.2.2.4. Regulamento interno da empresa

3.2.3. Tratados internacionais e Convenções da Organização Internacional do

Trabalho (OIT)

3.3. Equidade e princípios gerais do direito

3.4. Hierarquia das fontes no direito do trabalho

3.5. Questões

4. NORMAS JURÍDICAS TRABALHISTAS

4.1. Integração

4.2. Interpretação

4.3. Aplicação

4.3.1. Aplicação no tempo

4.3.2. Aplicação no espaço

4.3.3. Hierarquia das normas trabalhistas

4.4. Indisponibilidade

4.5. Renúncia e transação

4.5.1. Comissões de Conciliação Prévia

4.6. Flexibilização e desregulamentação

4.7. Tratados internacionais e o direito do trabalho

4.7.1. Convenções e Recomendações da OIT

4.8. Questões

PARTE II

DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

1. RELAÇÃO DE EMPREGO

1.1. Características

1.2. Sujeitos

1.3. Natureza jurídica

1.4. Questões

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2. RELAÇÃO DE TRABALHO

2.1. Autônomo

2.2. Eventual

2.3. Avulso e portuário

2.4. Temporário

2.5. Voluntário

2.6. Estagiário

2.7. Pequeno empreiteiro

2.8. Cooperativas de trabalho

2.9. Terceirização

2.10. Contrato de trabalho por equipe

2.11. Questões

3. SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

3.1. Empregado

3.1.1. Capacidade

3.1.2. Exercentes de cargo de confiança

3.1.3. Diretores de sociedade

3.1.4. Empregado e sócio

3.1.5. Trabalho intelectual

3.1.6. Trabalho a distância

3.1.7. Mãe social

3.1.8. Índios

3.1.9. Aprendiz

3.2. Empregado doméstico

3.2.1. Características

3.2.2. Direitos

3.3. Empregado rural

3.3.1. Características

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3.3.2. Direitos

3.4. Empregador

3.4.1. Empresa e estabelecimento

3.4.2. Poder de direção do empregador

3.4.3. Grupo econômico

3.4.4. Sucessão de empregadores

3.4.5. Consórcio de empregadores

3.4.6. Cartório não oficializado

3.4.7. Situações de responsabilidade empresarial

3.5. Questões

4. CONTRATO DE TRABALHO

4.1. Denominação

4.2. Conceito e caracterização

4.3. Classificação

4.3.1. Contrato de trabalho por prazo determinado

4.4. Elementos integrantes

4.4.1. Nulidades

4.5. Contrato de trabalho e contratos afins

4.5.1. Contrato de prestação de serviços

4.5.2. Contrato de empreitada

4.5.3. Contrato de representação comercial ou de agência

4.5.4. Contrato de mandato

4.5.5. Contrato de sociedade

4.5.6. Contrato de parceria rural

4.6. Pré-contratação

4.7. Efeitos

4.7.1. Efeitos próprios — direitos e obrigações das partes

4.7.2. Efeitos conexos

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4.7.2.1. Direitos intelectuais

4.7.2.2. Dano moral e dano material

4.8. Questões

5. DURAÇÃO DO TRABALHO

5.1. Limitação do tempo de trabalho

5.1.1. Fundamentos e objetivos

5.1.2. Evolução histórica

5.2. Jornada de trabalho

5.2.1. Jornada normal

5.2.1.1. Sobreaviso e prontidão

5.2.2. Jornadas especiais

5.2.2.1. Bancário

5.2.2.2. Professor

5.2.2.3. Telefonista (empregado nos serviços de telefonia, de telegrafia submarina e

subfluvial, de radiotelegrafia e radiotelefonia)

5.2.2.4. Advogado empregado

5.2.2.5. Turno ininterrupto de revezamento

5.2.2.6. Jornada a tempo parcial

5.2.2.7. Motorista profissional

5.2.3. Jornada e horário de trabalho

5.2.3.1. Controle de horário

5.2.4. Jornada extraordinária

5.2.4.1. Horas extras decorrentes de força maior ou de serviços inadiáveis

5.2.4.2. Supressão das horas extras

5.2.4.3. Compensação de jornada

5.2.4.4. Empregados excluídos do direito a horas extras

5.2.5. Trabalho noturno

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5.3.1. Intervalos intrajornadas

5.3.1.1. Intervalo intrajornada não remunerado

5.3.1.2. Intervalos intrajornada remunerados

5.3.2. Intervalos interjornadas

5.3.2.1. Intervalo interjornada não remunerado

5.3.2.2. Intervalo interjornada remunerado

5.3.2.2.1. Repouso semanal remunerado

5.3.2.2.2. Feriados civis e religiosos

5.4. Férias

5.4.1. Natureza jurídica

5.4.2. Irrenunciabilidade

5.4.3. Aquisição do direito

5.4.4. Duração das férias

5.4.5. Concessão das férias

5.4.6. Remuneração das férias

5.4.7. Efeitos da cessação do contrato de trabalho nas férias

5.4.8. Férias coletivas

5.5. Questões

6. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO

6.1. Conceito e distinções

6.2. Gorjeta

6.3. Caracteres do salário

6.4. Classificação do salário

6.5. Composição do salário

6.5.1. Salário-base

6.5.2. Comissões e percentagens

6.5.3. Gratificações ajustadas

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6.5.5. Abonos

6.5.6. Prêmios ou bônus

6.5.7. Outras modalidades de verbas de natureza salarial

6.5.7.1. Bicho

6.5.7.2. Luvas

6.5.7.3. Direito de arena

6.6. Parcelas não salariais

6.6.1. Ajuda de custo

6.6.2. Diárias para viagem que não excedam 50% do salário do empregado

6.6.3. Stock options

6.6.4. Participação nos lucros e resultados

6.7. Salário e indenização

6.8. Meios de pagamento do salário

6.8.1. Salário-utilidade

6.9. Regras de proteção ao salário

6.10. Salário mínimo, salário normativo, salário profissional e piso salarial

6.10.1. Salário mínimo

6.10.2. Piso salarial

6.10.3. Salário profissional

6.10.4. Salário normativo

6.11. Equiparação salarial

6.11.1. Efeitos da equiparação salarial

6.11.2. Fatores impeditivos da equiparação salarial

6.11.3. Desvio de função, acúmulo de função e substituição

6.12. Adicionais de remuneração

6.12.1. Adicionais legais

6.13. Gratificação de natal (décimo terceiro salário)

6.14. Questões

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7. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

7.1. Caracterização

7.1.1. Diferença entre alteração do contrato de trabalho e jus variandi do empregador

7.2. Classificação

7.3. Alteração de função

7.4. Alteração de localidade da prestação de serviços — transferência

7.5. Alteração de jornada e do turno de trabalho

7.6. Alteração de salário

7.7. Questões

8. INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

8.1. Casos de interrupção do contrato de trabalho

8.2. Casos de suspensão do contrato de trabalho

8.3. Situações controvertidas de interrupção e suspensão do contrato de trabalho

8.4. Contrato de trabalho por prazo determinado — efeitos da suspensão e da

interrupção

8.5. Questões

9. TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO

9.1. Princípios aplicáveis

9.2. Restrições ao término do contrato de trabalho

9.3. Aviso prévio

9.4. Verbas rescisórias

9.5. Formas de término do contrato de trabalho

9.5.1. Extinção dos contratos por prazo determinado

9.5.2. Extinção dos contratos por prazo indeterminado

9.5.2.1. Dispensa sem justa causa

9.5.2.2. Extinção da empresa ou do estabelecimento e falência

9.5.2.3. Dispensa por justa causa

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9.5.2.5. Dispensa indireta

9.5.2.6. Culpa recíproca

9.5.2.7. Morte do empregado ou do empregador pessoa física

9.5.2.8. Extinção decorrente de força maior e factum principis

9.5.2.9. Aposentadoria

9.5.2.10. Outras hipóteses

9.6. Efeitos do término do contrato de trabalho

9.7. Formalidades na extinção do contrato de trabalho

9.8. Seguro-desemprego

9.9. Questões

10. ESTABILIDADE NO EMPREGO

10.1. Noções introdutórias

10.2. Estabilidade geral e estabilidade especial

10.3. Estabilidade definitiva e estabilidades provisórias

10.3.1. Estabilidade de empregados públicos

10.4. Garantias ou estabilidades provisórias de emprego

10.4.1. Gestante

10.4.2. Dirigente sindical

10.4.3. Representante dos empregados na CIPA

10.4.4. Empregado acidentado

10.4.5. Diretores de sociedades cooperativas

10.4.6. Membros de Comissão de Conciliação Prévia

10.4.7. Representantes dos empregados no Conselho Curador do FGTS

10.4.8. Representantes dos empregados no Conselho Nacional de Previdência Social

10.4.9. Outras hipóteses de estabilidade no emprego

10.4.9.1. Reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência habilitadas

10.4.9.2. Leis eleitorais

(25)

10.4.10. Regras gerais sobre estabilidade no emprego

10.5. Questões

11. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS)

11.1. Características

11.1.1. Conselho Curador do FGTS

11.2. Abrangência

11.3. Hipóteses de saque

11.4. Acréscimo rescisório

11.4.1. Contribuição social — Lei Complementar n. 110/2001

11.5. Finalidade social

11.6. Questões

12. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO

12.1. Prescrição no direito do trabalho

12.1.1. Fundamentos da prescrição

12.1.2. Evolução legislativa da prescrição trabalhista

12.1.3. Elementos da prescrição no direito do trabalho

12.1.4. Normas gerais sobre a prescrição

12.1.5. Prazo prescricional no direito do trabalho

12.1.5.1. Prescrição parcial e prescrição total

12.1.5.2. FGTS

12.1.5.3. Férias

12.1.5.4. Alterações contratuais

12.1.5.5. Ato nulo

12.1.5.6. Empregado menor

12.1.6. Prazo prescricional no direito do trabalho — situações especiais decorrentes da

ampliação da competência da Justiça do Trabalho

12.1.6.1. Acidente do trabalho

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12.1.7. Prescrição intercorrente

12.1.8. Interrupção e suspensão da prescrição

12.1.9. Arguição da prescrição no direito do trabalho

12.2. Decadência no direito do trabalho

12.3. Distinção entre prescrição, decadência, perempção e preclusão

12.4. Questões

13. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

13.1. Meio ambiente do trabalho

13.2. Trabalho em condições perigosas

13.3. Trabalho em condições insalubres

13.4. Trabalho em condições penosas

13.5. Acidentes do trabalho

13.6. Órgãos de segurança e medicina do trabalho — CIPA e SESMT

13.7. Instrumentos de prevenção e tutela do meio ambiente do trabalho

13.8. Questões

14. TRABALHO DA CRIANÇA, DO MENOR E DA MULHER

14.1. Trabalho da criança

14.2. Trabalho do menor

14.2.1. Restrições ao trabalho do menor

14.2.2. Aprendizagem

14.2.3. Trabalho educativo

14.2.4. Trabalho em regime familiar

14.2.5. Estágio

14.3. Trabalho da mulher

14.3.1. O princípio da não discriminação e a igualdade

14.3.2. Proteções específicas em relação ao trabalho da mulher

14.3.3. Proteção à gravidez e à maternidade

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14.4. Questões

15. DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO

15.1. Proteção constitucional

15.2. Normas internacionais

15.3. Espécies de discriminação no trabalho

15.3.1. Hipóteses de discriminação no trabalho

15.4. Portador de necessidades especiais

15.5. Reparação pelos danos causados em decorrência da discriminação

15.6. Questões

16. IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL

16.1. Carteira de trabalho e previdência social (CTPS)

16.1.1. Emissão da CTPS

16.1.2. Entrega da CTPS

16.1.3. Anotações na CTPS

16.1.4. Reclamações por falta ou recusa de anotação

16.1.5. Valor das anotações

16.2. Livro de registro de empregados

16.3. Penalidades

16.4. Questões

PARTE III

DIREITO INTERNACIONAL DO TRABALHO

1. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT)

1.1. Origens e história

1.1.1. Constituição da OIT

1.1.2. Declaração de Filadélfia

1.1.3. Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho

1.1.4. Declaração sobre Justiça Social para uma Globalização Equitativa

(28)

1.2. Natureza jurídica e competência da OIT

1.3. Órgãos da OIT

1.3.1. Conferência Internacional do Trabalho

1.3.2. Conselho de Administração

1.3.3. Repartição Internacional do Trabalho

1.3.4. Comissão de Peritos na Aplicação de Convenções e Recomendações

1.3.5. Comitê de Liberdade Sindical

1.4. Anexos

1.4.1. Constituição da OIT e Declaração de Filadélfia

1.4.2. Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho8

1.5. Questões

2. NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO

2.1. Criação das normas internacionais do trabalho

2.2. Aplicação das normas internacionais do trabalho

2.3. Convenções da OIT

2.3.1. Vigência e aplicação no Brasil

2.4. Convenções fundamentais

2.4.1. Convenção n. 87 — sobre liberdade sindical e proteção do direito de

sindicalização

2.4.2. Convenção n. 98 — sobre direito de sindicalização e de negociação coletiva

2.4.3. Convenção n. 29 — sobre trabalho forçado

2.4.4. Convenção n. 105 — sobre abolição do trabalho forçado

2.4.5. Convenção n. 138 — sobre idade mínima para o trabalho

2.4.6. Convenção n. 182 — sobre as piores formas de trabalho infantil

2.4.7. Convenção n. 100 — sobre igualdade de remuneração

2.4.8. Convenção n. 111 — sobre discriminação (emprego e ocupação)

2.5. Recomendações da OIT

(29)

2.5.2. Recomendação n. 190 — sobre as piores formas de trabalho infantil

2.6. Questões

3. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) E

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL

3.1. Dumping social

3.2. Cláusula social

3.3. Selo social

3.4. Questões

REFERÊNCIAS

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(31)
(32)

PARTE I

(33)

1

DIREITO DO TRABALHO

1.1. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO

O estudo do conceito de Direito do Trabalho permite identificar o conteúdo e a extensão desse ramo da Ciência do Direito, ou seja, a partir do conceito é possível distinguir a relação jurídica que é base que compõe o seu objeto, os sujeitos que integram tal relação jurídica e a finalidade das normas jurídicas que o compõem.

Em relação ao conteúdo amplo do Direito do Trabalho, podemos, a partir de uma síntese simplista, dizer que é representado pelo conceito fundamental de trabalho. Assim, de forma genérica, é possível afirmar que o Direito do Trabalho é o ramo do Direito que disciplina as relações de trabalho.

No entanto, conforme visto acima, o conceito não pode se ater apenas ao conteúdo, mas é necessária também a fixação de sua extensão, ou seja, é preciso definir quais os tipos de trabalho abrangidos pelo conteúdo do Direito do Trabalho, quais são os sujeitos que integram a relação jurídica específica e qual o fundamento desta regulamentação.

Considerando que trabalho é uma expressão genérica que abrange toda e qualquer forma de prestação de serviço de uma pessoa física a outrem (trabalho autônomo, trabalho eventual, trabalho voluntário etc.), podemos afirmar que nem toda atividade considerada como trabalho é regulada pelo Direito do Trabalho. voluntário temporário avulso eventual autônomo etc. estagiário empregado

CONJUNTO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Existem diversas formas de trabalho, sendo certo que somente uma dessas formas compõe o

objeto do Direito do Trabalho e é por ele regulada. Trata-se da relação de trabalho subordinado, que tem características específicas que a diferenciam das demais formas de trabalho e que estudaremos mais adiante. Portanto, o objeto do Direito do Trabalho é a relação de trabalho subordinado, também denominada relação de emprego.

(34)

Os sujeitos desta relação são o empregado e o empregador, que se relacionam não só no âmbito individual, como também de forma coletiva, por intermédio de grupos organizados (categorias) e dos seus órgãos de representação (sindicatos).

O fundamento do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador, parte economicamente mais fraca da relação jurídica. Sem a proteção jurídica do trabalhador, sua relação com o empregador se revela desequilibrada e, portanto, injusta.

Assim, de maneira objetiva, podemos conceituar o Direito do Trabalho como o ramo da Ciência do Direito composto pelo conjunto de normas que regulam, no âmbito individual e coletivo, a

relação de trabalho subordinado, que determinam seus sujeitos (empregado e empregador) e que estruturam as organizações destinadas à proteção do trabalhador.

DIREITO DO TRABALHO Objeto Sujeitos Fundamento Relação de trabalho subordinado (individual e coletiva) Empregado e empregador Proteção do empregado

A conceituação do Direito do Trabalho pela doutrina não é, no entanto, tema tratado de forma simples. Embora o conteúdo e a extensão também sejam a base das definições de Direito do Trabalho enunciadas pelos diversos doutrinadores, estes divergem em relação ao enfoque dado, ou seja, há quem considere o Direito do Trabalho como o ramo do Direito de tutela ou de proteção dos trabalhadores, formando a chamada teoria subjetivista. Outros autores entendem que a visão subjetivista, ligada aos sujeitos tutelados, não é suficiente para definir o Direito do Trabalho, devendo ser levado em conta o objeto das relações de trabalho (teoria objetivista). Alguns outros afirmam que tanto o enfoque dos sujeitos como o enfoque do objeto isoladamente são insuficientes para se conceituar o Direito do Trabalho, ou seja, a sua definição, além dos sujeitos e do objeto, deve necessariamente incluir os aspectos que o diferenciam dos demais ramos do Direito (teoria mista).

Assim, identificaremos a seguir os elementos encontrados nas definições doutrinárias do Direito do Trabalho, elementos estes que variam conforme a teoria adotada.

1.1.1. Teoria subjetivista

Subjetivistas são as definições de Direito do Trabalho que têm como enfoque os sujeitos da relação jurídica por ele regulada, isto é, os trabalhadores e os empregadores.

A teoria subjetivista adota como centro da definição do Direito do Trabalho o caráter protecionista das normas que o compõem. Os doutrinadores adeptos de tal teoria têm por fundamento a busca constante de meios para se alcançar a melhoria da condição econômica e social do trabalhador.

No Brasil, o maior defensor do subjetivismo foi Cesarino Junior que, desenvolvendo a tese do Direito Social, afirmou ser este um sistema legal de proteção aos fracos, “um complexo de normas tendentes à proteção aos economicamente débeis”.[1]

(35)

Assim, para os subjetivistas, o Direito do Trabalho se caracteriza como o Direito especial de proteção aos trabalhadores, como o conjunto de normas que têm por finalidade proteger a parte economicamente mais fraca (hipossuficiente) da relação jurídica, qual seja, o empregado.

1.1.2. Teoria objetivista

Formam a teoria objetivista as definições de Direito do Trabalho que têm em vista a relação de emprego e seu resultado (trabalho subordinado), e não as pessoas que participam daquela relação. Em tais definições, a relação jurídica de emprego é disposta como objeto do Direito do Trabalho.

Enquadra-se como objetivista a definição de Orlando Gomes e Elson Gottschalk: “Direito do Trabalho é o conjunto de princípios e regras jurídicas aplicáveis às relações individuais e coletivas que nascem entre os empregadores privados — ou equiparados — e os que trabalham sob sua direção e de ambos com o Estado, por ocasião do trabalho ou eventualmente fora dele”.[2]

O enfoque conceitual está, portanto, na relação jurídica de dependência ou subordinação que se forma entre as pessoas que exercem certa atividade em proveito de outrem e sob suas ordens.

1.1.3. Teoria mista

As definições mistas são aquelas que fazem uma combinação dos elementos objetivo e subjetivo, isto é, consideram tanto o sujeito como o objeto da relação jurídica regulada pelo Direito do Trabalho, além da finalidade do conjunto de normas que compõem este ramo da Ciência do Direito.

A maioria dos doutrinadores contemporâneos assumiu uma conceituação de Direito do Trabalho a partir da teoria mista.

Para Amauri Mascaro Nascimento, o Direito do Trabalho é “o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas jurídicas que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho, em sua estrutura e atividade”.[3]

Dessa forma, as definições de Direito do Trabalho que se fundam na teoria mista consideram o seu objeto (a relação de emprego), seus sujeitos (empregado e empregador), e o seu fim (a proteção do trabalhador e a melhoria de sua condição social).

CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO

TEORIAS BASES DA CONCEITUAÇÃO

Subjetiv ista Sujeito da relação jurídica que necessita de proteção (trabalhador).

Objetiv ista Relação jurídica e seu resultado (relação de trabalho subordinado).

Mista Sujeitos (empregado e empregador).

Relação jurídica (relação de trabalho subordinado).

Finalidade das normas (proteção da parte economicamente mais fraca).

1.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO

(36)

Trabalho é toda atividade desenvolvida pelo homem para prover o seu sustento e para produzir riquezas e, ao longo do tempo, diversas foram as suas formas, que variaram conforme as condições históricas que vigoraram em cada época.

A história do trabalho começa exatamente quando o homem percebe que é possível utilizar a mão de obra alheia não só para a produção de bens em proveito próprio, mas também como forma de produzir riquezas. Assim, o trabalho se desenvolve e torna-se dependente e ligado às relações sociais e econômicas vigentes em cada período histórico específico.

Escravismo, feudalismo e capitalismo podem ser considerados como marcos históricos definidos na evolução das relações econômicas e sociais e, consequentemente, na evolução do trabalho humano e de suas formas de proteção.

No período histórico que pode ser caracterizado como de sociedade pré-industrial — que tem início nos primórdios da humanidade e vai até o final do século XVIII, quando se inicia a chamada Revolução Industrial —, várias são as formas de trabalho encontradas, das quais podemos destacar, em momentos distintos, a escravidão, a servidão e as corporações de ofício.

No entanto, até pelas características de cada uma dessas formas de trabalho, não há, na sociedade pré-industrial, como se falar em um sistema de normas jurídicas de proteção ao trabalhador e, muito menos, em Direito do Trabalho.

Em todas as sociedades que nesse período histórico adotaram a escravidão como modo de produção, o trabalho era executado por quem, em razão de sua própria condição, era destituído de personalidade, sendo equiparado a coisa, incapaz de adquirir direitos e de contrair obrigações. Desta forma, resta evidente que a escravidão era absolutamente incompatível com a ideia de direito. A condição do escravo era da mais absoluta inferioridade jurídica em relação aos demais membros da sociedade, homens livres, para quem o trabalho era visto como impróprio e até desonroso.

Durante a Idade Média, a principal forma de prestação de trabalho era a realizada pelos camponeses, a servidão, que, apesar de não apresentar grandes diferenças em relação à escravidão, pois os trabalhadores ainda não tinham uma condição livre, caracterizava-se por uma certa proteção política e militar prestada ao servo pelo senhor feudal, dono das terras. Os servos eram obrigados a entregar parte da produção como preço pela fixação na terra e pela defesa recebida, sendo que os senhores feudais detinham um poder absoluto no exercício do controle e organização do grupo social. Não havia, portanto, como se falar em direito dos trabalhadores.

Com o declínio da sociedade feudal e o consequente desenvolvimento do comércio, atividades urbanas, como o artesanato, foram estimuladas. Com isso, surgiram os artesãos profissionais, sendo que muitos deles eram os antigos servos, que tinham algum ofício e até então o praticavam exclusivamente para seus senhores.

Visando assegurar determinadas prerrogativas de ordem comercial e social, os artesãos fundaram associações profissionais, dando início às chamadas corporações de ofício. Em todas as cidades, havia uma corporação para cada tipo de atividade especializada. Nelas agrupavam-se os artesãos ou comerciantes do mesmo ramo, em uma determinada localidade, compostas pelos mestres, pelos companheiros e pelos aprendizes.

A disciplina dessas relações de trabalho era prevista em estatuto próprio de cada corporação. Nas corporações de ofício, a produção era integrada, mas ainda não havia uma ordem jurídica semelhante ao Direito do Trabalho, embora existisse maior liberdade do trabalhador.

(37)

transformação, mas ainda assim não se podia falar em inteira liberdade de trabalho, pois a sua estrutura baseava-se no controle, não só profissional, mas também pessoal, que o mestre exercia sobre os trabalhadores a ele subordinados. Além disso, a corporação impunha diretrizes fundamentais que subordinavam os seus integrantes, que tinham seus ofícios por ela limitados e regulados.

Portanto, durante este longo período histórico, inexistiu qualquer sistema de proteção jurídica dos trabalhadores e, consequentemente, não se pode falar em Direito do Trabalho.

1.2.2. Sociedade industrial

O declínio da sociedade feudal, o crescimento das cidades e o desenvolvimento e ampliação do comércio levaram a Europa Ocidental, a partir de meados do século XVIII, a um extenso processo de transformação que marcou o estabelecimento do sistema capitalista como modelo econômico dominante.

O acúmulo de capitais pela burguesia permitiu investimentos na produção, que propiciaram o aperfeiçoamento das técnicas e a invenção e desenvolvimento de máquinas capazes de fabricar milhares de produtos em pouco tempo.

As mudanças na forma de produção levaram a uma grande transformação socioeconômica, que, em seu conjunto, denominou-se Revolução Industrial.

Sob o aspecto social, a sociedade tipicamente rural se transformou em uma sociedade urbana. No âmbito econômico, a produção, que até então era artesanal, passou, com o aperfeiçoamento dos métodos produtivos e o avanço tecnológico, a ser uma produção em larga escala. As pequenas oficinas dos artesãos foram sendo substituídas pelas fábricas. As ferramentas foram sendo substituídas pelas máquinas. No lugar das tradicionais fontes de energia, passaram a ser utilizados o carvão e a eletricidade.

Como consequência das mudanças sociais e econômicas, as relações de trabalho também se modificaram.

A Revolução Industrial fez surgir o trabalho humano livre, por conta alheia e subordinado, e significou uma cisão clara e definitiva entre os detentores dos meios de produção e os trabalhadores.

Com o objetivo de ampliação dos mercados consumidores e de obtenção de uma lucratividade cada vez maior, os donos das fábricas queriam mais liberdade econômica e mão de obra barata para trabalhar nas fábricas. Pagava-se o menor salário possível, enquanto se explorava ao máximo a capacidade de trabalho dos operários.

O liberalismo econômico, aliado ao não intervencionismo do Estado nas relações econômicas e sociais (Estado Liberal) e ao individualismo que marcava o campo jurídico de então (todos frutos da Revolução Francesa de 1789), fez com que a desproporção de forças do trabalhador frente ao empregador se agravasse, o que gerou uma realidade de grave injustiça no modelo das relações de trabalho e levou ao surgimento da chamada Questão Social, ou seja, a luta entre capital e trabalho derivada do estado de extrema exploração em que se encontravam os trabalhadores.

O sistema jurídico derivado da Revolução Francesa, fundado em conceitos abstratos de liberdade e igualdade, permitiu que, como decorrência da Revolução Industrial, surgisse um cenário de extrema

injustiça social, no qual a natural desigualdade econômica entre as partes da relação de trabalho

(38)

A crise social se agravava e mesmo aqueles que defendiam o liberalismo começaram a perceber que o Estado não poderia permanecer por muito mais tempo sem atender aos anseios da sociedade e sem intervir nas relações individuais a fim de assegurar uma igualdade jurídica entre trabalhadores e empregadores, sob pena de comprometer a estabilidade e a paz social.

O rico e caloroso debate ideológico que surgiu na época e que se fundamentou na valorização do trabalho e na necessidade de modificação da condição de exploração em que se encontravam os trabalhadores levou à publicação, em 1848, do Manifesto Comunista, escrito por Marx e Engels, no qual as ideias do socialismo científico são difundidas, e, ainda, à publicação pelo Papa Leão XIII, no final do século XIX, da Encíclica “Rerum Novarum”, caracterizando-se como marco no surgimento da doutrina social da Igreja Católica.

As ideias defendidas em tais documentos tiveram grande relevância no surgimento do Direito do Trabalho, à medida que contribuíram para que o Estado percebesse que não podia deixar a regulamentação das relações de trabalho à livre negociação das partes interessadas, passando, então, a intervir na ordem econômica e social e a fixar normas coativas, com condições mínimas de proteção que deveriam ser respeitadas pelos empregadores.

Assim, a evolução histórica do trabalho humano leva ao surgimento de uma legislação estabelecendo normas mínimas de proteção ao trabalhador, cuja importância foi aumentando com a evolução econômica e política dos países.

O trabalho assalariado e subordinado que caracteriza a relação de emprego passou a ser regulado de forma ampla, estando sujeito a mecanismos de proteção contra eventuais arbítrios do empregador, ou seja, houve limitação da vontade das partes, à medida que não se poderia mais negociar livremente as condições de trabalho.

Surge, então, o Direito do Trabalho, substituindo “a igualdade pura pela igualdade jurídica, como regra de direito que impõe o interesse geral sobre o particular sem que, entretanto, se anule o indivíduo”.[4]

A partir de então o Direito do Trabalho se fixa como estrutura de proteção do trabalhador e entra em um processo de evolução contínua e dinâmica, tendo em vista a própria dinamicidade das relações sociais e econômicas que dele são inseparáveis.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO HUMANO

Socied ad e ind ustrial trab alho assalariad o sub ord inad o Socied ad e p ré-ind ustrial

escravid ão servid ão

corp orações d e ofício

Revolução Ind ustrial

1.2.3. Constitucionalismo social

O constitucionalismo social é o movimento que teve início em 1917, com a Constituição Mexicana, e que se caracteriza pela inserção de direitos trabalhistas e sociais fundamentais nos textos das Constituições dos países.[5]

Considerando-se que uma das principais funções do Estado é a promoção da justiça social, nada mais lógico do que a Constituição, como norma fundamental, prever os direitos e garantias básicas que levem à realização deste objetivo. As Constituições passaram a se preocupar também com o homem social, e não mais apenas com o homem político.

(39)

A Constituição Mexicana de 1917 foi a primeira a construir uma estrutura significativa de direitos sociais do trabalhador e inspirou muitas Constituições de países da América Latina.

Na mesma esteira de constitucionalização dos direitos sociais, a Alemanha, em 1919, adotou a

Constituição de Weimar, que continha um capítulo sobre ordem econômica e social, previa a participação dos trabalhadores nas empresas e no próprio governo por meio de conselhos específicos, assegurava a liberdade sindical e colocava o trabalhador sob a proteção do Estado.

A Constituição de Weimar, por motivos óbvios, foi rechaçada pelo nazismo, mas, apesar de sua curta vigência, foi, em termos de direitos sociais, modelo para várias Constituições europeias.

Aos poucos, as Constituições modernas dos Estados democráticos foram reproduzindo os princípios das Cartas do México e da Alemanha, principalmente após a Declaração de Filadélfia de 1944, instrumento jurídico aprovado na Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizada naquele ano, e a adoção pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, embora nem todas as Constituições hoje em vigor disponham especificamente sobre direitos sociais do trabalhador.

1.2.4. Direito do trabalho no Brasil

A concepção de Direito do Trabalho, como um conjunto de normas jurídicas de proteção do trabalhador, é bastante recente no Brasil. Do surgimento das primeiras leis trabalhistas até os dias de hoje, ainda não se passaram cem anos, o que, em termos da Ciência do Direito, é considerado muito pouco tempo.

Pode-se afirmar que o Direito do Trabalho no Brasil inicia-se a partir da Revolução de 1930, quando o Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e deu início à elaboração de uma legislação trabalhista ampla e geral.

Antes disso, as poucas leis existentes com dispositivos e conteúdo de caráter trabalhista não podem ser consideradas para efeito do estabelecimento de uma normatização capaz de ser caracterizada como um sistema de proteção dos trabalhadores.

Somente a partir de 1930, com a mudança da maneira de encarar a questão social, a legislação trabalhista começou a ganhar corpo, e inúmeras leis foram elaboradas, entre as quais destacamos o Decreto n. 19.671-A, de 4 de fevereiro de 1931, que dispunha sobre a organização do Departamento Nacional do Trabalho, o Decreto n. 19.770, de 19 de março de 1931, que regulava a sindicalização, e os Decretos n. 21.186, de 22 de março de 1932, e n. 21.364, de 4 de maio de 1932, que regulavam, respectivamente, o horário de trabalho dos empregados no comércio e na indústria.

No âmbito do direito coletivo do trabalho, destacaram-se o Decreto n. 24.594, de 12 de julho de 1934, que estabelecia a reforma da Lei Sindical, e o Decreto-lei n. 1.402, de 5 de julho de 1939, que regulava a associação profissional ou sindical.

Durante a década de trinta, foram tantas as leis trabalhistas expedidas e outras tantas revogadas, que num determinado momento havia grande dificuldade para sua aplicação e seu estudo.

Conforme esclarece Arnaldo Süssekind, “a multiplicidade de normas legais no campo do trabalho, sancionadas ou decretadas em distintas fases de nossa evolução jurídico-política, confundindo os seus destinatários, intérpretes e aplicadores, estava a exigir o ordenamento das respectivas disposições num único texto”.[6]

(40)

Marcondes Filho, autorizado por Getúlio Vargas, nomeou uma comissão constituída de dez membros que, sob sua presidência, ficou encarregada da elaboração do que foi designado de anteprojeto de Consolidação das Leis do Trabalho e Previdência Social.

Em 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho foi aprovada pelo Decreto-lei n. 5.452, que, no entanto, somente foi publicado no Diário Oficial em 9 de agosto daquele ano, entrando em vigor três meses depois, em 10 de novembro de 1943.

De 1943 até hoje, a CLT sofreu inúmeras alterações, inclusive com a revogação de diversos dispositivos a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, mas a sua base original continua a mesma.

A despeito das críticas que são feitas à CLT, principalmente aquelas que se referem ao seu caráter intervencionista, não há como negar sua importância única para o desenvolvimento do Direito do Trabalho no Brasil.

No âmbito constitucional, a análise do Direito do Trabalho no Brasil deve ser feita em dois períodos, tendo como marco divisor a Revolução de 1930, ou seja, as Constituições Brasileiras anteriores a 1930 (1824 e 1891) e as posteriores a 1930 (1934, 1937, 1946, 1967, com as modificações introduzidas pela Emenda Constitucional n. 1 de 1969, e 1988).

A primeira destas fases é caracterizada pela ausência de proteção aos trabalhadores. As Constituições de 1824 e de 1891 não continham qualquer previsão neste sentido. A Constituição do Império consagrava a filosofia liberal da Revolução Francesa e, portanto, não poderia impor qualquer intervenção estatal nas relações contratuais de trabalho que, além do mais, eram pouquíssimas, visto que ainda nesta época e até 1888 a mão de obra no Brasil era basicamente escrava. A primeira Carta Republicana foi influenciada pela Constituição norte-americana, estabelecendo um Estado federal, republicano, presidencialista e liberal, o que a impedia de cuidar dos direitos sociais do trabalhador.[7]

A partir de 1930, refletindo o início da intervenção do Estado nas relações de trabalho, as Constituições que se seguiram (1934, 1937, 1946, 1967; e a Emenda Constitucional n. 1, de 1969) trataram dos direitos sociais, passando a proteção do trabalhador, portanto, ao plano de garantia constitucional.

A Constituição Federal de 1988 tem um forte conteúdo social, englobando disposições referentes aos direitos e garantias individuais (art. 5º), aos direitos sociais (art. 5º a 11) e, ainda, às disposições que compõem o Título VIII (Da Ordem Social).[8]

1.3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DO TRABALHO

O Direito do Trabalho tem características que o singularizam e o diferenciam dos demais ramos da ciência jurídica. Estes caracteres dos quais se reveste dão fisionomia própria e única ao Direito do Trabalho, que só pode ser compreendido a partir da análise de seu conjunto.

São características do Direito do Trabalho:[9]

é um direito em constante formação e evolução — as relações jurídicas reguladas pelo Direito do Trabalho são dinâmicas e estão continuamente em mudança, sofrendo influência direta dos fatos econômicos, sociais e políticos. O Direito do Trabalho evolui e se modifica a partir das transformações ocorridas na sociedade, caracterizando-se por esta razão como um dos ramos mais dinâmicos da Ciência do Direito;

(41)

é um direito especial — o Direito do Trabalho refere-se a categorias determinadas de pessoas — preponderantemente aos trabalhadores que exercem trabalho subordinado e remunerado — e tem um particularismo que derroga o direito comum no que for com ele incompatível.[10] Isso o torna um direito especial;

é intervencionista — o caráter intervencionista do Direito do Trabalho está ligado à sua própria origem histórica. Diante do desequilíbrio econômico-social surgido a partir da Revolução Industrial, o Estado deixa de lado a postura de mero espectador e passa a intervir nas relações entre empregadores e trabalhadores, equilibrando as forças e diminuindo os efeitos da desigualdade econômica existente entre as partes;

tem cunho nitidamente universal — como instrumento de regulação das relações humanas, o Direito do Trabalho tem cunho nitidamente universal. O caráter universal do Direito do Trabalho afirmou-se com o Tratado de Versalhes de 1919, que previu a necessidade de uniformizar e internacionalizar as legislações de proteção ao trabalho e, nesse sentido, criou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, desde então, vem formulando regras de aplicação universal, que tendem a igualar as condições de trabalho no mundo todo;

seus principais institutos são de ordem coletiva e socializante — o Direito do Trabalho, tal como é hoje, é fruto da consciência e da atuação coletiva dos trabalhadores, pela organização de associações ou grupos de proteção de seus interesses. O reconhecimento de que, além do interesse individual de cada trabalhador, existem interesses dos grupos de trabalhadores que também necessitam ser protegidos (interesses coletivos) dá ao Direito do Trabalho um forte cunho coletivo e social. Aliás, exatamente por seus institutos de índole coletiva é que o Direito do Trabalho mais se particulariza em relação aos demais ramos da ciência jurídica;

é direito de transição e de transação — é inegável que, em um Estado social ou democrático de direito, a principal tarefa da ciência do Direito é a obtenção da paz social, pelo advento de uma sociedade menos injusta socialmente.[11] O Direito do Trabalho é o ramo do Direito que melhor reflete esse ideal de justiça social.

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DO TRABALHO

Direito em constante formação e evolução Direito especial

Intervencionismo Cunho universal

Ordem coletiva e socializante de seus principais institutos Direito de transição e de transação

1.4. FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO

Falar em funções significa referir-se ao sistema de valores que o Direito do Trabalho pretende realizar, aos objetivos ou propósitos do ordenamento trabalhista, ao papel que este ramo da ciência do Direito desempenha na sociedade.

A doutrina aponta as seguintes funções do Direito do Trabalho: a) função social; b) função econômica; c) função tutelar; d) função integradora ou de coordenação; e) função conservadora ou opressora do Estado.

No entanto, segundo Amauri Mascaro Nascimento, ao se estudar tais funções não se pode olvidar que o Direito do Trabalho é instrumento de realização da justiça social e de tutela do trabalhador, e que suas funções somente podem ser cumpridas se previstas em uma estrutura jurídica formal que molde o seu conteúdo e fixe os preceitos e as sanções determinantes dos comportamentos autorizados ou proibidos nas relações entre trabalhadores e empregadores.[12]

São funções do Direito do Trabalho:

função social — é a que estabelece que tal ramo jurídico é o meio de realização de valores sociais, pois visa a preservação da dignidade humana do trabalhador, considerada como valor absoluto e universal;

(42)

meios de subsistência para si e para sua família, mantendo-se o equilíbrio econômico na sociedade. O Direito do Trabalho tem por função, portanto, estabelecer os meios necessários para evitar a desestabilização econômica do sistema;

função tutelar — o Direito do Trabalho protege o trabalhador contra os abusos do poder econômico e contra a exploração. Esta função, que fundamenta o próprio surgimento do Direito do Trabalho, é cumprida por meio da elaboração de normas jurídicas de tutela do trabalhador e restritivas da autonomia individual, seja pelo próprio Estado, por meio da elaboração de leis, seja pelo poder de representação concedido aos sindicatos. Tal função visa diminuir o desequilíbrio existente entre as partes da relação de trabalho;

função integradora ou de coordenação — por essa função, o Direito do Trabalho deve integrar e coordenar os interesses sociais com os interesses econômicos, ou seja, sua finalidade protetora deve combinar com a coordenação dos interesses do capital e do trabalho;

função conservadora ou opressora do Estado — o Direito do Trabalho é expressão da força e da opressão do Estado, que se utiliza das leis para ofuscar e sufocar os movimentos operários e para restringir a autonomia privada coletiva, impedindo ou dificultando as reivindicações dos trabalhadores.

FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO

Social Realização de valores sociais.

Preservação da dignidade humana do trabalhador.

Econômica Garantia de subsistência do trabalhador e de sua família.

Equilíbrio econômico da sociedade.

Tutelar Proteção do trabalhador.

C oordenadora Integração e coordenação de interesses sociais e econômicos.

Opressora do Estado Exercício da força do Estado para controlar os movimentos operários e

restringir a autonomia privada coletiva.

1.5. NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO

Determinar a natureza jurídica de um ramo do Direito significa classificá-lo entre os demais ramos da ciência jurídica a partir da dicotomia entre direito público e direito privado, conforme as suas normas refiram-se à organização do Estado ou aos interesses dos particulares.

Diversas são as teorias desenvolvidas pela doutrina sobre a natureza do Direito do Trabalho, entre elas a do direito público e do direito privado (as duas principais), a do direito misto, a do direito social e, por fim, a do direito unitário, sendo certo que o estudo sobre a natureza do Direito do Trabalho é de grande importância teórica e prática, tendo em vista que a aplicação e a interpretação das normas jurídicas, conforme sejam de direito público ou de direito privado, subordinam-se a regras e princípios diferentes.

Os juristas que afirmam ser o Direito do Trabalho um ramo do Direito Público fundamentam sua posição na constatação de que, na sua maior parte, é fruto do intervencionismo estatal, ou seja, o Estado intervém nas relações privadas de trabalho e substitui a livre manifestação de vontade de cada um pela sua própria vontade, manifestada por meio da lei. As relações jurídicas reguladas pelo Direito do Trabalho são, portanto, aprioristicamente delineadas pela lei e só por exceção derivadas do exercício da autonomia da vontade das partes.

Amauri Mascaro Nascimento ensina que os argumentos apontados pelos adeptos desta teoria são de três ordens: 1) natureza administrativa de algumas das normas trabalhistas, como é o caso das normas de fiscalização trabalhista; 2) imperatividade das normas trabalhistas, sendo nulo qualquer ato destinado a desvirtuar, impedir ou fraudar sua aplicação (CLT, art. 9º); 3) caráter estatutário das normas trabalhistas, tendo em vista a semelhança que possuem com as relações mantidas pelo

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Estado com os agentes públicos no âmbito do Direito Administrativo.[13]

Somam-se, ainda, a estes argumentos a irrenunciabilidade e a impossibilidade de se reconhecer o conteúdo contratual das normas trabalhistas. A irrenunciabilidade decorre da necessidade de proteção ao trabalhador, enquanto o segundo argumento fundamenta-se na quantidade de normas que regulam a relação de emprego e que devem ser cumpridas sob pena de aplicação das sanções previstas em lei.

Aqueles que sustentam ser o Direito do Trabalho um ramo do Direito Privado o fazem com base na sua origem e nos seus sujeitos.

Em relação à origem, o Direito do Trabalho nasceu mesclado às normas do Direito Civil, e o contrato de trabalho deriva da locação de serviços do Código Civil. No que tange aos sujeitos do contrato de trabalho, estes são dois particulares agindo no seu próprio interesse.

O fato de no Direito do Trabalho existirem inúmeras normas irrenunciáveis e, portanto, de ordem pública, não tem força suficiente para deslocá-lo para o âmbito do Direito Público, mesmo porque isso ocorre também no Direito Civil em relação, por exemplo, às normas relativas ao direito de família.

A posição majoritária encontrada na doutrina é no sentido de considerar o Direito do Trabalho um ramo do Direito Privado. Adepto desta corrente, Amauri Mascaro Nascimento afirma que a liberdade sindical e a proibição de interferência do Estado na organização sindical reforçam a natureza de direito privado do Direito do Trabalho.[14]

Os doutrinadores que afirmam ser o Direito do Trabalho um ramo do Direito Social sustentam que reúne normas de proteção às pessoas economicamente mais fracas (também chamadas de hipossuficientes), sendo impossível, por esta razão, a sua classificação em direito público ou direito privado. O homem trabalhador é visto como integrante do social e, por sua hipossuficiência, deve ser protegido.

A corrente doutrinária que sustenta ser o Direito do Trabalho um Direito Misto fundamenta sua posição no fato de que tal ramo do Direito tem em sua composição tanto normas de direito público como normas de direito privado, ora predominando umas, ora outras, razão pela qual não pode ser enquadrado em qualquer um dos âmbitos da dicotomia clássica.

Os adeptos de tal teoria não reconhecem a unidade conceitual do Direito do Trabalho e afirmam ser necessário examinar parcialmente cada um dos grupos homogêneos de suas normas, para enquadrá-las dentro do Direito Público ou do Direito Privado.

A teoria que sustenta que o Direito do Trabalho é um terceiro gênero resultante da fusão entre o público e o privado é chamada de Direito Unitário. Diferentemente da teoria do direito misto, que afirma que no Direito do Trabalho as normas de direito público coexistem com as normas de direito privado sem, no entanto, se fundirem, a teoria do direito unitário afirma que a fusão das normas de direito público com as normas de direito privado faz surgir uma terceira realidade, diferente das concepções clássicas derivadas da dicotomia do Direito.

NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO

Direito Público

Intervencionismo estatal nas relações privadas de trabalho. Imperatividade das normas trabalhistas.

Irrenunciabilidade de direitos pelo trabalhador.

Direito Priv ado Deriva da locação de serviços do Código Civil.

Referências

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