• Nenhum resultado encontrado

Sobre traduções entre lógicas : relações entre traduções conservativas e traduções contextuais abstratas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sobre traduções entre lógicas : relações entre traduções conservativas e traduções contextuais abstratas"

Copied!
133
0
0

Texto

(1)

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIA HUMANAS

ANGELA PEREIRA RODRIGUES MOREIRA

SOBRE TRADUÇÕES ENTRE LÓGICAS:

RELAÇÕES ENTRE TRADUÇÕES CONSERVATIVAS

E TRADUÇÕES CONTEXTUAIS ABSTRATAS

CAMPINAS

2016

(2)
(3)

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Cecília Maria Jorge Nicolau - CRB 8/3387

Moreira, Angela Pereira Rodrigues,

M813s MorSobre traduções entre lógicas : relações entre traduções conservativas e traduções contextuais abstratas / Angela Pereira Rodrigues Moreira. – Campinas, SP : [s.n.], 2016.

MorOrientador: Itala Maria Loffredo D'Ottaviano.

MorTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.

Mor1. Traduções. 2. Lógica. I. D'Ottaviano, Itala Maria Loffredo,1944-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: About translations between logics : relations between conservative

translations and abstract contextual translations

Palavras-chave em inglês:

Translations Logic

Área de concentração: Filosofia Titulação: Doutora em Filosofia Banca examinadora:

Itala Maria Loffredo D'Ottaviano Hércules de Araújo Feitosa Leandro Oliva Suguitani Marcelo Esteban Coniglio Edelcio Gonçalves de Souza

Data de defesa: 07-04-2016

Programa de Pós-Graduação: Filosofia

(4)

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIA HUMANAS

A comissão julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de Doutorado, composta pelos Professores Doutores a seguir descritos, em sessão pública realizada em 07 de abril de 2016, considerou a candidata Angela Pereira Rodrigues Moreira aprovada.

Profa. Dra. Itala Maria Loffredo D’Ottaviano

Prof. Dr. Hércules de Araújo Feitosa

Prof. Dr. Leandro Oliva Suguitani

Prof. Dr. Marcelo Esteban Coniglio

Prof. Dr. Edelcio Gonçalves de Souza

A Ata de Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica da aluna.

(5)
(6)

Muitas pessoas colaboraram, direta ou indiretamente, para que este trabalho fosse realizado. Agradecemos a todos e de maneira especial:

- A Deus, por ter iluminado nosso caminho e possibilitado a conclusão de mais uma etapa.

- À Profa. Dra. Itala M. Loffredo D’Ottaviano, pela habilidade, dedicação e paciência com que orientou nosso trabalho e pela amizade durante todo este período de estudo e desenvolvimento da tese.

- À análise cuidadosa e criteriosa do material submetido ao Exame de Quali-ficação dos membros da banca de qualiQuali-ficação, Prof. Dr. Hércules de Araújo Feitosa e Prof. Dr. Marcelo Esteban Coniglio. Seus comentários e sugestões foram relevantes para o enriquecimento e aperfeiçoamento deste trabalho.

- Aos professores Dr. Leandro Oliva Suguitani, Dr. Hércules de Araújo Feitosa, Dr. Edélcio Gonçalves de Souza e Dr. Marcelo Esteban Coniglio por terem participado da nossa banca de Defesa de Tese e pelas valiosas contribuições. E aos professores Dr. Luiz Henrique da Cruz Silvestrini, Dr. Marcelo Reicher Soares e Dr. Rodolfo Cristian Ertola Biraben por terem aceitado serem suplentes da mesma.

- Aos meus pais, Maria e Esmael e ao meu marido Claudemir pelo incentivo e apoio emocional e espiritual.

- Aos amigos Ana Cláudia, Kleidson, João, Alexandre, Thiago, Felipe, Thales, Edgar, Ana Flávia e Henrique, pela amizade e apoio.

- Aos professores e pesquisadores do CLE, Walter, Rodolfo e Fábio, pelos ensinamentos.

- À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, pela bolsa concedida (número do processo: 2012/19683-8).

(7)

Desde as primeiras décadas do século XX tem-se estudado traduções entre lógicas, sendo que o termo “tradução” nem sempre foi utilizado. Destacamos como pioneiros de pesquisas nesta área, Kolmogorov (1925), Glivenko (1929), Gödel (1933) e Gentzen (1933). E, também, Prawitz e Malmnäs (1968), Brown e Suszko (1973), Szczerba (1977), Wójcicki (1988) e Epstein (1990), autores que se empenharam em identificar quais as principais características do que atualmente denominamos como tradução entre lógicas. Em 1999, da Silva, D’Ottaviano e Sette propuseram uma definição bem geral para o conceito de tradução entre lógicas. Esta definição trata de capturar a intuição inerente à “noção” de tradução. Orientado por D’Ottaviano, Feitosa (1997), em sua tese de doutorado, analisou o conceito de tradução conservativa e a categoria TrCon cujos objetos são as lógicas Tarskianas e cujos morfismos são as traduções conservativas. Têm sido publicados diversos artigos utilizando estes dois conceitos. No “II World Congress on Universal Logic” (UNILOG’07), Carnielli, Coniglio e D’Ottaviano (2007) introduziram o conceito de tradução contextual, simplificando o conceito de meta-tradução introduzido por Coniglio (2005a). Recentemente, Jeřábek (2012) obteve resultados sobre a existência de tradução conservativa entre quaisquer dois sistemas dedutivos, por ele identificados como “razoáveis”, e ponderou que seriam necessários critérios mais refinados para definir traduções. Nesta tese, além de termos estudado os artigos históricos sobre traduções entre lógicas, analisamos trabalhos recentes da literatura sobre o tema. Introduzimos, baseado no conceito de tradução contextual, o conceito de tradução contextual abstrata e obtivemos uma condição necessária e suficiente para este novo conceito; estudamos uma nova categoria cujos objetos são as lógicas Tarskianas e cujos morfismos são as traduções contextuais abstratas; analisamos as especificidades e inter-relações entre os conceitos de tradução (da Silva, D’Ottaviano, Sette, 1999), tradução conservativa, tradução contextual e tradução contextual abstrata, e relacionamos estes conceitos com os conceitos de tradução contextual-conservativa (estrita), tradução hiper-contextual e isomorfismo. Introduzimos os conceitos de tradução contextual-conservativa (estrita) e tradução hiper-contextual a partir, respectivamente, dos conceitos de tradução contextual e hipertradução, este último introduzido por Figallo (2013). Finalmente, ao analisarmos o possível impacto do artigo de Jeřábek (2012) sobre o conceito de tradução conservativa, destacamos a riqueza do conceito de tradução conservativa e a abundância da categoria TrCon.

Palavras-chaves: tradução entre lógicas; tradução conservativa; tradução contextual

(8)

Since the early decades of the twentieth century, translations between logics have been studied. The term “translation” was not always used, however. We highlighted as research pioneers in this area, Kolmogorov (1925), Glivenko (1929), Gödel (1933) and Gentzen (1933) as well as Prawitz and Malmnäs (1968), Brown and Suszko (1973), Szczerba (1977), Wójcicki (1988) and Epstein (1990); authors who have attempted to identify the main features of what we currently call translation between logics. In 1999, da Silva, D’Ottaviano and Sette proposed a very general definition for the concept of translation between logics. This definition tries to capture the intuition inherent to the “notion” of translation. Supervised by D’Ottaviano, Feitosa (1997), in his doctoral thesis, analyzed the concept of conservative translation and the category TrCon whose objects are the Tarski’s logics and whose morphisms are the abstract conservative translations. Several articles have been published using these two concepts. In the “II World Congress on Universal Logic” (UNILOG’07), Carnielli, Coniglio and D’Ottaviano (2007) introduced the concept of contextual translation, simplifying the concept of meta-translation introduced by Coniglio (2005a). Recently, Jeřábek (2012) obtained results on the existence of conservative translation between any two deductive systems, which he identified as “reasonable”, and pondered that it would take more refined criteria to define translations. In this thesis, in addition to having studied the historical articles about translations between logics, we analyzed recent studies in the literature on the subject. We introduced, based on the concept of contextual translation, the concept of abstract contextual translation and we obtained a necessary and sufficient condition for this new concept; we study a new category whose objects are the Tarski’s logics and whose morphisms are the abstract contextual translations; we analyze the specificities and interrelations between the concepts of translation (da Silva, D’Ottaviano, Sette, 1999), conservative translation, contextual translation and abstract contextual translation and we relate these concepts to the concepts of (strict) contextual-conservative translation, hyper-contextual translation and isomorphism. We introduce the concepts of (strict) contextual-conservative translation and hyper-contextual translation from, respectively, the concepts of contextual translation and hypertranslation, the latter introduced by Figallo (2013). Finally, by analyzing the possible impact of Jeřábek’s article over the concept of conservative translation, we highlight the richness of the concept of conservative translation and the abundance of the category

TrCon.

Keywords: translation between logics; conservative translation; abstract contextual

(9)

Figura 1 – . . . 42 Figura 2 – . . . 43 Figura 3 – . . . 43 Figura 4 – . . . 45 Figura 5 – . . . 76 Figura 6 – . . . 76 Figura 7 – . . . 78 Figura 8 – . . . 79 Figura 9 – . . . 79 Figura 10 – . . . 81 Figura 11 – . . . 82 Figura 12 – . . . 97 Figura 13 – . . . 98 Figura 14 – . . . 105 Figura 15 – . . . 128

(10)

Introdução . . . 11

1 Um pouco sobre traduções . . . 14

1.1 A ‘tradução’ de Kolmogorov . . . 14

1.2 A ‘tradução’ de Glivenko . . . 16

1.3 As ‘traduções’ de Gödel . . . 18

1.3.1 A ‘tradução’ da aritmética clássica na aritmética intuicionista . . . 18

1.3.2 A ‘tradução’ do CPI no cálculo modal 𝒢 . . . 20

1.4 As ‘traduções’ de Gentzen . . . 24

1.5 Algumas definições de traduções entre lógicas . . . 26

1.6 O conceito de tradução por da Silva, D’Ottaviano e Sette . . . 29

1.6.1 O operador de consequência, lógica e sistemas lógicos . . . 30

1.6.2 O conceito de tradução . . . 35

2 Traduções conservativas . . . 39

2.1 Traduções conservativas . . . 39

2.2 Interpretações e representações entre sistemas dedutivos proposicionais e traduções de linguagens . . . 48

2.3 Transfers e traduções conservativas . . . 52

2.4 Considerações sobre as relações entre os conceitos de tradução e transfer . 56 3 Traduções contextuais e outros conceitos . . . 61

3.1 Meta-tradução . . . 61

3.2 Traduções contextuais . . . 69

3.3 Traduções contextuais abstratas . . . 73

3.4 Hipertraduções . . . 83

3.5 Considerações sobre os “distintos” conceitos de tradução estudados . . . . 92

4 Sobre a abundância e a expressividade das traduções conservativas . . . 107

4.1 Definições e resultados de Jeřábek . . . 107

4.2 Sobre a “ubiquidade” das traduções conservativas . . . 120

Considerações Finais . . . 125

(11)

Introdução

O termo “tradução”, intuitivamente, remete-nos ao processo de converter uma linguagem, geralmente utilizada na escrita e/ou fala por alguns povos, numa outra linguagem, também possivelmente utilizada por outros povos. Visto que sistemas dedutivos, ou lógicas, são em geral baseados em linguagens formais, é plausível pensarmos em traduções entre linguagens de sistemas dedutivos, ou traduções entre lógicas, de forma bastante geral, de modo a podermos estender a noção intuitiva de traduções entre linguagens naturais.

A motivação desta tese surgiu ao observarmos que o estudo de traduções entre lógicas apareceu desde as primeiras décadas do século XX e ainda consta da literatura contemporânea, com a utilização de tradução entre lógicas como ferramenta para a obtenção de resultados lógicos gerais; além disso, diversos conceitos para o termo tradução entre lógicas têm sido propostos. Vimos, então, a possibilidade de estudar alguns conceitos de tradução entre lógicas já existentes, propor outros, bastante gerais ou estritos, e analisar as especificidades e inter-relações entre estes conceitos. O principal conceito introduzido por nós é o de tradução contextual abstrata, e pudemos defini-lo ao percebermos que podíamos tratar o conceito de tradução contextual, introduzido por Carnielli, Coniglio e D’Ottaviano (2007) numa linguagem proposicional específica, num ambiente abstrato geral. Outrossim, Jeřábek (2012) demonstrou a existência de uma tradução conservativa (conceito de Feitosa (1997)) entre quaisquer duas lógicas de uma grande classe de lógicas e argumentou sobre a necessidade de critérios mais refinados para definir tradução entre lógicas do que o de tradução conservativa; daí, reconhecemos também a oportunidade de analisar se o artigo de Jeřábek (2012) gera algum impacto sobre o conceito de tradução conservativa.

O objetivo deste trabalho consiste em estudar alguns artigos históricos e recentes da literatura que tratam de traduções entre lógicas; a partir de alguns conceitos de tradução entre lógicas já estudados, propor outros conceitos, que consideramos oportunos; relacionar tanto alguns conceitos de tradução entre lógicas existentes, quanto os novos por nós propostos, através de exemplos que permitam verificar qual é o mais geral, qual é o mais específico e quais são independentes, além de analisar quais preservam determinadas meta-propriedades entre as lógicas envolvidas, como a trivialidade e a monotonicidade. Ademais, estudar a categoria cujos objetos são as lógicas Tarskianas e cujos morfismos são as traduções contextuais abstratas, por nós propostas, e relacioná-la com categorias já analisadas na literatura. Por fim, analisar o artigo de Jeřábek (2012).

No primeiro capítulo, de artigos históricos, expomos os seguintes artigos: de Kolmogorov, de 1925, de Glivenko, de 1929, os de Gödel, de 1933 e de Gentzen, de 1933.

(12)

Apesar desses autores não terem definido o conceito de tradução entre lógicas, utilizaram traduções específicas para obter resultados importantes, como a consistência relativa da lógica (aritmética) clássica em relação à lógica (aritmética) intuicionista. Kolmogorov (1925) foi o primeiro autor em que encontramos uma tradução entre lógicas, mais

especifi-camente, entre a lógica proposicional clássica e a lógica proposicional intuicionista por ele então sugerida. Os artigos de Glivenko (1929), Gödel (1933) e Gentzen (1933) foram mais citados, por algum tempo, do que o de Kolmogorov (1925), provavelmente por este ter sido publicado em russo e traduzido para o inglês apenas em 1977.

Ainda no primeiro capítulo, expomos resultados de autores que já estavam preocupados em definir e estudar, em geral, traduções entre lógicas. Daí, inicia-se o que podemos denominar uma teoria de traduções entre lógicas, na qual os resultados logrados nesta tese estão inseridos. Os primeiros autores que definiram o conceito de tradução entre lógicas foram Prawitz e Malmnäs, em 1968. Ademais, citamos os trabalhos de Brown e Suszko, de 1973 e de Szczerba, de 1977. Wójcicki, em 1988, definiu um conceito geral de tradução entre lógicas em seu livro “Theory of logical calculi: basic theory of consequence operations”, e Epstein, em 1990, em seu livro “The semantic foundations of logic”.

O primeiro capítulo é finalizado com o artigo de da Silva, D’Ottaviano e Sette, de 1999, importante por conter definições e resultados utilizados ao longo de todo o desenvolvimento de nosso trabalho, em especial, seu conceito geral de tradução entre lógicas. O leitor que não possui interesse histórico em relação ao conceito geral de tradução entre lógicas, pode se atentar, no primeiro capítulo, para compreender os capítulos subsequentes, apenas ao trabalho de da Silva, D’Ottaviano e Sette, de 1999.

No Capítulo 2, apresentamos o conceito de tradução conservativa, introduzido por Feitosa, em 1997, e resultados relacionados a este conceito. Ademais, dois artigos recentes de Russo (2013) e de Coniglio e Carnielli (2002) são analisados, por conterem conceitos que são casos particulares do conceito de tradução conservativa. No primeiro, destacamos os conceitos de interpretação (fraca), representação (fraca) e tradução de linguagens, e no segundo, os conceitos de transfer, transfer elementar, tradução e tradução conservativa.

Iniciamos o terceiro capítulo com o conceito de meta-tradução, de Coniglio (2005a) e Coniglio (2007), que deu origem ao conceito de tradução contextual, uma versão simplificada de meta-tradução. Apresentamos o conceito de tradução contextual de Carnielli, Coniglio e D’Ottaviano (2007), apresentado no “II World Congress on Universal Logic”, ocorrido na China, em 2007. Introduzimos o conceito geral de tradução contextual abstrata, obtemos uma condição necessária e suficiente para caracterizá-las, e demonstramos que este novo conceito é mais amplo do que os de tradução conservativa e de tradução contextual. Além disso, introduzimos a categoria cujos objetos são as lógicas Tarskianas e cujos morfismos são as traduções contextuais abstratas; estudamos esta

(13)

categoria e a comparamos com as categorias cujos objetos são as lógicas Tarskianas e cujos morfismos são as traduções e as traduções conservativas, respectivamente, Tr e Trcon, já estudadas na literatura por da Silva, D’Ottaviano e Sette (1999) e Feitosa (1997).

Ainda nesse capítulo, apresentamos o conceito de hipertradução de Figallo (2013) e Coniglio e Figallo (2015), e introduzimos o conceito de tradução hiper-contextual, uma versão simplificada do conceito de hipertradução. Na última seção do Capítulo 3, com o intuito de falarmos sobre o poder expressivo e as características de cada um dos principais conceitos estudados, verificamos se algumas meta-propriedades são preservadas ou não pelos conceitos de tradução (da Silva, D’Ottaviano, Sette, 1999), tradução conservativa e tradução contextual. Expomos diversos exemplos que envolvem estes conceitos e os conceitos de tradução contextual abstrata, tradução hiper-contextual, o conceito por nós introduzido de tradução contextual-conservativa (estrita) e isomorfismo, e, com base nesses exemplos, apresentamos um diagrama das relações entre esses conceitos de tradução entre lógicas.

O quarto capítulo analisa o artigo de Jeřábek (2012). Além de expormos os resultados desse artigo, verificamos a existência de uma tradução contextual abstrata entre quaisquer duas lógicas de uma grande classe de lógicas e fazemos uma análise quanto à riqueza e abundância do conceito de tradução conservativa e também do conceito de tradução contextual abstrata.

Por fim, nas Considerações Finais, procuramos discutir alcances dos resultados obtidos e propomos alguns trabalhos futuros.

(14)

1 Um pouco sobre traduções

Estudos sobre inter-relações entre lógicas pela análise de traduções entre elas parecem ter sido iniciados nas primeiras décadas do século XX. Os primeiros autores a tratarem deste assunto não estavam preocupados com o termo traduções entre lógicas e também usaram os termos interpretações, transformações, entre outros.

Estas primeiras traduções foram originalmente introduzidas por Kolmogorov em 1925, Glivenko em 1929, Gödel, em dois artigos, de 1933, e Gentzen em 1933. Analisaremos as técnicas de cada autor e estudaremos qual foi a importância destes trabalhos no contexto histórico em que estavam inseridos. As traduções encontradas nestes trabalhos são apenas descritas, apesar das funções estarem implícitas. Explicitaremos todas as funções de acordo com (FEITOSA, 1997).

Como foi dito, os autores destes primeiros trabalhos envolvendo traduções não estavam preocupados com o termo tradução; apenas em (PRAWITZ; MALMNÄS, 1968) encontramos pela primeira vez uma definição para o conceito de tradução entre lógicas. Pretendemos também neste capítulo tratar brevemente de algumas definições de tradução entre lógicas, inclusive a encontrada em (da SILVA; D’OTTAVIANO; SETTE, 1999).

1.1

A ‘tradução’ de Kolmogorov

Andrei Nikolaevich Kolmogorov publicou um artigo em 1925, em russo, a respeito de uma tradução – este termo não foi utilizado – entre a lógica proposicional clássica e a lógica formal intuicionista por ele sugerida. Provavelmente, por ter sido publicado em russo não foi tão utilizado e reconhecido por muito tempo. Apenas em 1977, com consentimento de Kolmogorov, o artigo foi traduzido para o inglês pelo lógico Heijenoort (KOLMOGOROV, 1977).

O artigo é inovador por antecipar a formalização da lógica intuicionista de Heyting e por explicitar resultados, através de uma tradução, da lógica proposicional clássica na lógica proposicional intuicionista.

Kolmogorov (1977) introduziu a lógica formal intuicionista B e o cálculo proposicional clássico H. O sistema B foi inspirado nas ideias intuicionistas de Brouwer, sobre o uso ilegítimo do princípio do terceiro excluído. Ele formaliza, assim, o que Kolmogorov denominou a lógica geral das sentenças e é equivalente ao que conhecemos por sistema intuicionista minimal de Johansson (JOHANSSON, 1936). O sistema H formaliza o que ele denominou lógica especial das sentenças e é equivalente ao cálculo proposicional clássico do formalista Hilbert.

(15)

O sistema original de Hilbert (1923) possui linguagem formal com um símbolo para o condicional, → , e um símbolo para a negação, ¬ . Os axiomas e regras são os seguintes: Axiomas da implicação: 1. 𝐴 → (𝐵 → 𝐴) 2. (𝐴 → (𝐴 → 𝐵)) → (𝐴 → 𝐵) 3. (𝐴 → (𝐵 → 𝐶)) → (𝐵 → (𝐴 → 𝐶)) 4. (𝐵 → 𝐶) → ((𝐴 → 𝐵) → (𝐴 → 𝐶)). Axiomas da negação: 5. 𝐴 → (¬𝐴 → 𝐵) 6. (𝐴 → 𝐵) → ((¬𝐴 → 𝐵) → 𝐵). Regras de dedução: Modus Ponens: 𝐴, 𝐴 → 𝐵/𝐵 Substituição: ⊢ 𝐴(𝑝)/ ⊢ 𝐴(𝑝/𝐵).

Segundo Kolmogorov, os quatro axiomas da implicação de Hilbert são intuitivos, bem como as regras de inferência, porém, os axiomas da negação não o são segundo a concepção intuicionista de Brouwer. Os dois axiomas da negação, sendo que o segundo expressa o princípio do terceiro excluído, não possuem fundamentação intuitiva, a saber, o primeiro afirma que devemos aceitar 𝐵 se valem 𝐴 e ¬𝐴. Desta forma, o autor considera que o primeiro axioma da negação pode “talvez” ser demonstrado, mas não tomado como um axioma da lógica geral das sentenças B.

O sistema B, de mesma linguagem que o sistema de Hilbert, possui as mesmas regras de inferência e tem como axiomas os axiomas da implicação e o seguinte axioma para a negação:

(𝐴 → 𝐵) → ((𝐴 → ¬𝐵) → ¬𝐴).

(16)

¬¬𝐴 → 𝐴.

Foi afirmado por Kolmogorov que o sistema H é equivalente ao sistema proposto por Hilbert e os axiomas da negação de Hilbert foram demonstrados em H. Observemos que este foi o primeiro artigo em que é salientada essa diferença entre B e H, ou seja, em

B não vale ¬¬𝐴 → 𝐴, mas em H vale, daí ¬¬𝐴 ↔ 𝐴.

Foram introduzidos os símbolos, 𝐴*, 𝐵*, 𝐶*, . . . , para denotar sentenças do tipo ¬¬𝐴 → 𝐴.

Demonstrou-se, resultado já obtido por Brouwer, que ⊢B ¬¬¬𝐴 → ¬𝐴, ou seja, toda sentença negativa é do tipo 𝐴*. E também que 𝐵* → 𝐶* é uma sentença do tipo 𝐴*, isto é, ¬¬(𝐵* → 𝐶*) → (𝐵* → 𝐶*). Daí, toda fórmula expressa pelos símbolos

𝐴*, 𝐵*, 𝐶*, . . . , ¬ e → é do tipo 𝐴*.

A partir da matemática usual, o autor pretendia construir uma

pseudomatemá-tica, de forma que a cada fórmula da matemática usual correspondesse uma fórmula da

pseudomatemática que é do tipo 𝐴*. Com esta motivação, ele definiu a função k de H em B, que associa a cada fórmula 𝐴 de H uma fórmula 𝐴𝑘 de B, em que 𝐴𝑘 é obtida de

𝐴 acrescentando uma dupla negação à frente de toda subfórmula de 𝐴. Formalmente, temos:

(𝑝)𝑘 =def ¬¬𝑝

(¬𝐴)𝑘 =

def ¬¬(¬𝐴𝑘)

(𝐴 → 𝐵)𝑘 =

def ¬¬(𝐴𝑘→ 𝐵𝑘).

A partir desta função de tradução, segue o teorema abaixo.

Teorema 1.1.1. Se A = {𝐴1, 𝐴2, . . . , 𝐴𝑛} é um conjunto de axiomas e A ⊢H 𝐴, então

A𝑘B 𝐴𝑘, em que A𝑘 = {𝐴𝑘1, 𝐴𝑘2, . . . , 𝐴𝑘𝑛}. 

Embora não tenha demonstrado, Kolmogorov sugere que o teorema enunciado acima pode ser estendido a sistemas quantificacionais e, em geral, a toda matemática conhecida, o que antecipa os resultados de Gödel e Gentzen sobre a consistência relativa da aritmética clássica em relação à aritmética intuicionista.

1.2

A ‘tradução’ de Glivenko

O trabalho de Glivenko (1929), assim como o de Kolmogorov, envolve interações entre os cálculos proposicionais clássico e intuicionista. Ele assume as regras modus ponens

(17)

e substituição e os axiomas seguintes como aceitáveis na lógica proposicional de Brouwer. 1. 𝐴 → 𝐴 2. (𝐴 → 𝐵) → ((𝐵 → 𝐶) → (𝐴 → 𝐶)) 3. 𝐴 ∧ 𝐵 → 𝐴 4. 𝐴 ∧ 𝐵 → 𝐵 5. (𝐶 → 𝐴) → ((𝐶 → 𝐵) → (𝐶 → 𝐴 ∧ 𝐵)) 6. 𝐴 → 𝐴 ∨ 𝐵 7. 𝐵 → 𝐴 ∨ 𝐵 8. (𝐴 → 𝐶) → ((𝐵 → 𝐶) → (𝐴 ∨ 𝐵 → 𝐶)) 9. (𝐴 → 𝐵) → ((𝐴 → ¬𝐵) → ¬𝐴) 10. (𝐴 → (𝐵 → 𝐶)) → (𝐵 → (𝐴 → 𝐶)) 11. (𝐴 → (𝐴 → 𝐶)) → (𝐴 → 𝐶) 12. (𝐴 → 𝐵) → 𝐴 13. (¬𝐵 → 𝐵) → 𝐴.

A lógica proposicional clássica é obtida pela extensão do sistema acima descrito pela introdução da fórmula que representa o princípio do terceiro excluído: ¬𝐴 ∨ 𝐴.

Este artigo também não utilizou o termo tradução, mas o seu principal resultado é o seguinte:

Teorema 1.2.1. Se uma determinada fórmula, A, é demonstrável na lógica proposicional

clássica, então a dupla negação desta fórmula, ¬¬𝐴, é demonstrável na lógica proposicional de Brouwer. 

Consideramos que este resultado envolve uma tradução, pois podemos pensar numa função cuja imagem de cada fórmula, 𝐴, na lógica proposicional clássica é sua dupla negação, ¬¬𝐴, na lógica proposicional de Brouwer.

Outro resultado destacado do artigo é consequência do Teorema 1.2.1.

Corolário 1.2.2. Se a negação de uma fórmula, ¬𝐴, é demonstrável na lógica proposicional

(18)

A demonstração deste corolário é feita utilizando o que Glivenko demonstrou, assim como Kolmogorov, que a fórmula ¬¬¬𝐴 → ¬𝐴 é um resultado da lógica proposicional de Brouwer. Pelo Teorema 1.2.1, se ¬𝐴 é um teorema da lógica proposicional clássica, então ¬¬¬𝐴 é um teorema da lógica proposicional de Brouwer. Logo, como ¬¬¬𝐴 → ¬𝐴 é um teorema da lógica proposicional de Brouwer, pela regra modus ponens, ¬𝐴 é um teorema também da lógica proposicional de Brouwer.

1.3

As ‘traduções’ de Gödel

Em 1933, Gödel publicou dois artigos envolvendo ‘traduções’ entre lógicas. Um a respeito de uma ‘tradução’ primeiramente estabelecida entre os cálculos proposicionais clássico e intuicionista e, posteriormente, estendida para uma ‘tradução’ entre as aritméticas clássica e intuicionista. Outro sobre uma ‘tradução’ do cálculo proposicional intuicionista no cálculo modal𝒢 . Nesta seção falaremos sobre estas ‘traduções’ de acordo com os artigos: “Sobre la teoria de números y la aritmética intuicionista (1933)”, do livro “Obras Completas”, (GÖDEL, 1981b), editado por Jesús Mosterín, a respeito das ‘traduções’ de Gödel entre

sistemas clássicos e intuicionistas; “An interpretation of the intuicionistic propositional calculus (1933)”, do livro “Collected Works”, (GÖDEL, 1986), editado por Solomon Feferman, John W. Dawson, Stephen C. Kleene, Gregory H. Moore, Robert Solovay e Jean van Heijenoort, que traz a ‘tradução’ de Gödel do sistema intuicionista no sistema modal; e “On Gödel modal interpretation of the intuicionistic logic”, (D’OTTAVIANO; FEITOSA, 2012), que faz uma excelente análise desses trabalhos de Gödel.

1.3.1

A ‘tradução’ da aritmética clássica na aritmética intuicionista

Apesar de ter sido publicado em 1933, foi apresentado em 28 de junho de 1932, em Viena, numa conferência de Gödel no Colóquio de Matemática, quando tornou público o resultado de Gödel em que ele demonstra que se 𝐴 é um teorema do cálculo proposi-cional clássico (CPC), então a ‘tradução’ de 𝐴 é um teorema do cálculo proposiproposi-cional intuicionista (CPI) de Heyting; além disso, ele demonstrou que se 𝐴 é um teorema da aritmética clássica (de Herbrand (1931)), então, sua ‘tradução’ é um teorema da aritmética intuicionista (de Heyting com algumas ampliações). Apesar de não estar preocupado com o conceito de tradução, Gödel utiliza o termo tradução, bem como os termos interpretação e correspondência.

O trabalho de Glivenko de 1929 é citado e utilizado por Gödel (1981b), o de Kolmogorov de 1977 não. Gödel, provavelmente, não tinha conhecimento deste último, pois ainda não havia sido traduzido para o inglês.

Neste artigo, os símbolos clássicos são denotados por ¬, ∧, ∨, → e ↔, enquanto que os símbolos intuicionistas são denotados por ∼, △, ∇, ⊃ e ⊃⊂.

(19)

Teorema 1.3.1. Se considerarmos uma fórmula, 𝐴, construída apenas com os conectivos

¬ e ∧, que é um teorema do CPC, então a tradução direta desta fórmula no CPI, ou

seja, a fórmula, 𝐴, obtida ao trocarmos ¬ por ∼ e ∧ por △, é um teorema do CPI. 

Para demonstrar este resultado, Gödel utilizou o Corolário 1.2.2 de Glivenko (1929). A fórmula 𝐴, como mencionada acima, é uma fórmula do tipo ¬𝐴1∧ . . . ∧ ¬𝐴𝑛,

daí, cada fórmula ¬𝐴𝑖, 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑛, é um teorema do CPC, logo, cada tradução direta

∼ 𝐴𝑖, 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑛, é um teorema do CPI e, portanto, ∼ 𝐴1△ . . . △ ∼ 𝐴𝑛 é um teorema do

CPI.

Como os outros conectivos clássicos podem ser definidos em função dos conec-tivos ¬ e ∧, então, para que a tradução de cada teorema do CPC seja um teorema do

CPI a seguinte ‘tradução’ foi definida:

(𝑝)𝐺 = def 𝑝 (¬𝐴)𝐺 = def ∼ 𝐴𝐺 (𝐴 → 𝐵)𝐺 =def ∼ (𝐴𝐺△ ∼ 𝐵𝐺) (𝐴 ∨ 𝐵)𝐺 = def ∼ (∼ 𝐴𝐺△ ∼ 𝐵𝐺) (𝐴 ∧ 𝐵)𝐺 = def 𝐴𝐺△𝐵𝐺.

Teorema 1.3.2. Se considerarmos uma fórmula 𝐴 qualquer que é um teorema do CPC,

então a tradução desta fórmula no CPI, ou seja, a fórmula 𝐴𝐺, é um teorema do CPI. 

Com o intuito de demonstrar algo semelhante para toda a aritmética, Gödel utilizou um sistema formal da aritmética clássica, H1, baseado no sistema semiformal de

Herbrand (1931), e um sistema formal correspondente à aritmética intuicionista baseado no sistema de Heyting, H2. Como o sistema de Heyting possui apenas variáveis para indivíduos, 𝑥, 𝑦, 𝑧, . . . e não possui variáveis numéricas, foram introduzidas novas variáveis 𝑥, 𝑦, 𝑧′,

. . . , para números naturais. Para estas variáveis, temos a tradução: ∀𝑥𝐴(𝑥′) equivale a ∀𝑥(𝑥 ∈ N ⊃ 𝐴(𝑥)) e uma fórmula 𝐴(𝑥, 𝑦, . . . ), com 𝑥, 𝑦, . . . livres, é equivalente a 𝑥, 𝑦, . . . ∈ N ⊃ 𝐴(𝑥, 𝑦, . . . ). Assim, cada fórmula contendo variáveis numéricas é equivalente a

uma fórmula contendo apenas as variáveis para indivíduos.

A tradução do sistema H1 no sistema H2 é uma extensão da tradução G:

(𝑥𝑖)𝐺 =def 𝑥𝑖

(20)

(=)𝐺 =

def =

(0)𝐺 =

def 1

(+1)𝐺 =def 𝑠, em que 𝑠 designa o sucessor

(∀𝑥𝐴)𝐺 =

def ∀𝑥𝐴𝐺.

Uma fórmula H2-numérica é uma fórmula que é a tradução de alguma fórmula numérica (fórmula de H1).

Os resultados abaixo foram demonstrados.

Lema 1.3.3. Para cada fórmula 𝐻2-numérica 𝐴𝐺, temos que a fórmula ∼∼ 𝐴𝐺⊃ 𝐴𝐺 é

um teorema de H2. 

Lema 1.3.4. Para quaisquer fórmulas 𝐻2-numéricas 𝐴𝐺 e 𝐵𝐺, temos que a fórmula

(𝐴𝐺 ⊃ 𝐵𝐺) ⊃⊂∼ (𝐴𝐺△ ∼ 𝐵𝐺) é um teorema de H2. 

Teorema 1.3.5. Se a fórmula 𝐴 é um teorema de H1, então sua tradução 𝐴𝐺 é um

teorema de H2. 

Este teorema proporcionou uma demonstração da consistência relativa da arit-mética clássica em relação à intuicionista, ou seja, se a aritarit-mética clássica for contraditória, a intuicionista também o é. Isso porque se 𝐴 ∧ ¬𝐴 é um teorema da aritmética clássica, então 𝐴𝐺△ ∼ 𝐴𝐺 é um teorema da aritmética intuicionista. Logo, se nos convencermos que

a aritmética intuicionista é consistente, devemos também nos convencer que a aritmética clássica é consistente. No artigo, Gödel afirma que, a partir dos resultados aqui enunciados, a consistência da aritmética clássica foi demonstrada, porém de uma maneira não finitária.

1.3.2

A ‘tradução’ do CPI no cálculo modal

𝒢

No Colóquio de Matemática de 1932, em Viena, Gödel também apresentou o trabalho a respeito da ‘tradução’ do CPI num cálculo modal. Gödel (1986) descreveu uma tradução do CPI no sistema modal𝒢 , que consiste de um CPC enriquecido com um novo operador B. A letra B dada para o novo operador vem da palavra em alemão beweisbar, que significa demonstrável. Assim, uma fórmula do tipo B𝐴 deve ser interpretada como “𝐴 é demonstrável”.

(21)

O sistema 𝒢 é uma extensão de um CPC pela adição dos axiomas e regra a seguir: Axiomas: 1. B𝐴 → 𝐴 2. B𝐴 → (B(𝐴 → 𝐶) → B𝐶) 3. B𝐴 → BB𝐴. Regra: 𝐴 / B𝐴.

A tradução, G2, do CPI em 𝒢 é dada por:

(𝑝)G2 = def 𝑝 (∼ 𝐴)G2 = def ¬ B𝐴G2 (𝐴 ⊃ 𝐶)G2 =def B𝐴G2 → B𝐶G2 (𝐴 ∇ 𝐶)G2 = def B𝐴G2 ∨ B𝐶G2 (𝐴 △ 𝐶)G2 = def B𝐴G2 ∧ B𝐶G2.

Teorema 1.3.6. Se uma fórmula 𝐴 é um teorema do CPI, então sua tradução, 𝐴G2, é

um teorema de 𝒢 . 

Pode-se traduzir, com igual sucesso, ∼ 𝐴 por B¬B𝐴G2 e 𝐴△𝐶 por B𝐴G2∧B𝐶G2.

Gödel faz alguns comentários que escrevemos abaixo.

O sistema 𝒢 é equivalente ao sistema de implicação estrita S4 de Lewis, se a fórmula B𝐴 é traduzida como 𝐴.

A tradução da fórmula que denota o princípio do terceiro excluído, 𝑝∇ ∼ 𝑝, não é um teorema de 𝒢 . Além disso, qualquer fórmula do tipo B𝐴 ∇ B𝐶, em que B𝐴 e B𝐶 não são teoremas de 𝒢 , não é teorema de 𝒢 .

O operador B deve ser entendido como “é demonstrável por qualquer meio correto” e não “é demonstrável num dado sistema formal”. Pois, se assumíssemos que B pode ser entendido como “é demonstrável num dado sistema formal”, pelo axioma

(22)

B𝐴 → 𝐴, teríamos que a fórmula que expressa a consistência da aritmética de Peano ser demonstrável implicaria que a aritmética de Peano é consistente, o que entraria em conflito com o segundo teorema da incompletude de Gödel.

Gödel conjecturou que se a fórmula 𝐴G2 é um teorema de 𝒢 , então 𝐴 é um

teorema do CPI. Este resultado foi demonstrado em (MCKINSEY; TARSKI, 1948) através de semânticas algébricas.

No livro “Collected Works”, mencionado no início desta seção, os editores selecionaram diferentes pessoas para comentarem os artigos publicados no livro. No artigo (GÖDEL, 1986), a nota introdutória foi feita por Troelstra. Ele fala sobre outros resultados envolvendo extensões dessa tradução modal de Gödel, que surgiram após este artigo. A seguir explicitaremos estes resultados.

McKinsey e Tarski (1948) propuseram diferentes traduções com a propriedade conjecturada por Gödel, do CPI no sistema S4, por exemplo, a tradução que denotaremos por MT: (𝑝)MT = def 𝑝 (∼ 𝐴)MT = def ¬𝐴MT (𝐴 ⊃ 𝐵)MT = def 𝐴MT → 𝐵MT (𝐴∇𝐵)MT =def 𝐴MT ∨ 𝐵MT (𝐴△𝐵)MT = def 𝐴MT ∧ 𝐵MT.

Ainda em (MCKINSEY; TARSKI, 1948) encontramos a demonstração do seguinte resultado comentado por Gödel: se ⊢S4 𝐴 ∨ 𝐵, então ⊢S4 𝐴 ou ⊢S4 𝐵. Com a propriedade que segue da tradução acima, temos que: se ⊢CPI 𝐴 ∨ 𝐵, então ⊢CPI

𝐴 ou ⊢CPI 𝐵.

Podemos obter uma tradução com a propriedade conjecturada por Gödel, mas que ao invés do sistema S4, utilizamos um sistema mais forte, o sistema S4 acrescido por uma fórmula equivalente ao axioma de Grzegorczyk: ((𝐴 → 𝐴) → 𝐴) → 𝐴. Também conseguimos este resultado enfraquecendo S4 para S3.

Rasiowa e Sikorski (1953) estenderam a conjectura de Gödel para a lógica de predicados, por meio de semânticas algébricas. Sejam CQI e QS4, respectivamente, o cálculo de predicado intuicionista e S4 com quantificadores e axiomas e regras usuais para quantificadores. A tradução G2 de Gödel pode ser estendida por:

(∀𝑥𝐴)G2 =

(23)

(∃𝑥𝐴)G2 =

def ∃𝑥𝐴G2.

Esta propriedade conjecturada por Gödel ainda foi estendida por Goodman em 1984, que define uma tradução da aritmética intuicionista em uma extensão modal da aritmética clássica de primeira ordem, como segue:

(𝑝)GA = def 𝑝 (∼ 𝐴)GA =def ¬𝐴GA (𝐴 ⊃ 𝐵)GA = def (𝐴GA → 𝐵GA) (𝐴∇𝐵)GA = def 𝐴GA ∨ 𝐵GA (𝐴△𝐵)GA = def 𝐴GA ∧ 𝐵GA (∀𝑥𝐴)GA = def ∀𝑥𝐴GA (∃𝑥𝐴)GA =def ∃𝑥𝐴GA.

Em (D’OTTAVIANO; FEITOSA, 2012), além dos trabalhos citados acima, encontramos outros trabalhos envolvendo esse assunto, como segue abaixo.

O resultado de Rasiowa e Sikorski (1953) a respeito da tradução do CQI em

QS4 foi provado de forma independente por Maehara (1954), utilizando a regra do corte.

Relacionado a esse resultado de Rasiowa e Sikorski temos a tradução de Solovay (1976) dada pela função 𝑆 : S4 −→ PA, em que PA é a aritmética clássica de Peano, tal que:

(𝑝)𝑆 = def 𝑝 (⊥)𝑆 =def ⊥ 𝑆 comuta com ∼, ∨, ∧ e → (𝐴)𝑆 = def 𝐵𝑒𝑤(_𝐴𝑆^),

em que _𝐴^ denota o numeral do número de Godel de 𝐴, 𝐵𝑒𝑤 é o predicado de provabilidade formalizado para a aritmética clássica de Peano. Se _𝑘^ é o número de Gödel da sentença

𝐴𝑆, então 𝐵𝑒𝑤(_𝑘^) é a fórmula que expressa que 𝑘 é o número de Gödel de um teorema de PA. O teorema a seguir foi demonstrado:

Teorema 1.3.7. Uma fórmula 𝐴 é um teorema de S4 se, e somente se, 𝐴𝑆 é um teorema

(24)

De acordo com Goldblatt (1978) nem toda fórmula que é um teorema de S4 é um teorema de PA via 𝑆, por exemplo, é o caso que ⊢S4 𝐴 −→ 𝐴, mas, não é o caso que ⊢PA 𝐵𝑒𝑤(_𝐴𝑆^) −→ 𝐴𝑆, isto só ocorre quando ⊢PA 𝐴𝑆, porém, pela incompletude de PA sabemos que existem sentenças verdadeiras da aritmética que não são teoremas. Goldblatt sugere, então, que 𝐴 deveria ser traduzida não como 𝐵𝑒𝑤(_𝐴𝑆^), mas sim como 𝐴 ∧ 𝐵𝑒𝑤(_𝐴𝑆^).

Em relação ao primeiro artigo de Gödel, tratado na Seção 1.3.1, vemos que na tradução de Gödel da aritmética clássica na aritmética intuicionista traduziu-se os conectivos → e ∨ em função dos conectivos ∼ e △. Em março de 1933, Gentzen publicou um artigo no qual simplificou este resultado. Verificamos que ele traduziu diretamente → por ⊃. O artigo de Gentzen é tratado na próxima seção.

1.4

As ‘traduções’ de Gentzen

O artigo de Gentzen tratado aqui, originalmente publicado em 1933, é analisado a partir do artigo denominado “On the relation between intuitionist and classical arithmetic (1933)”, que aparece no livro “The Collected Papers of Gerhard Gentzen”, editado por Szabo em 1969. Em (GENTZEN, 1969), encontramos, assim como nos trabalhos já mencionados, uma tradução, denominada pelo autor como ‘transformação’, de um sistema clássico num sistema intuicionista. Seu trabalho é rigoroso e todas as demonstrações contidas são aceitáveis do ponto de vista intuicionista.

São descritos os axiomas e regras utilizados na aritmética clássica e na aritmética intuicionista. Em que a aritmética clássica possui todos os axiomas e regras intuicionistas mais o axioma ¬¬𝐴 → 𝐴. Não há distinção entre os símbolos da aritmética clássica e intuicionista.

O autor também demonstra resultados sobre os casos para os quais a fórmula ¬¬𝐴 → 𝐴 é um teorema na aritmética intuicionista, os enunciamos abaixo.

Teorema 1.4.1. Sejam 𝐴 e 𝐵 fórmulas quaisquer e 𝑥 uma variável que ocorre livre

em 𝐴. Se ¬¬𝐴 → 𝐴 e ¬¬𝐵 → 𝐵 são teoremas da aritmética intuicionista, então

¬¬(𝐴 ∧ 𝐵) → (𝐴 ∧ 𝐵), ¬¬(𝐴 → 𝐵) → (𝐴 → 𝐵), ¬¬(¬𝐴) → (¬𝐴) e ¬¬∀𝑥𝐴 → ∀𝑥𝐴

também o são. 

Teorema 1.4.2. Seja 𝐴 uma fórmula sem os símbolos ∨ e ∃, na qual todas as subfórmulas

atômicas são prefixadas por ¬. Então, ¬¬𝐴 → 𝐴 é um teorema da aritmética intuicionista.

(25)

Com estes dois teoremas, o resultado principal, a respeito da tradução entre as aritméticas clássica e intuicionista, é demonstrado.

Teorema 1.4.3. Uma derivação da aritmética clássica com a fórmula final 𝐴 é

trans-formável numa derivação da aritmética intuicionista com a fórmula final 𝐴*, em que 𝐴* é obtida de 𝐴 por: cada subfórmula de 𝐴 que tenha a forma 𝐵 ∨ 𝐶 é substituída por

¬(¬𝐵 ∧ ¬𝐶); cada subfórmula de 𝐴 que tenha a forma ∃𝑥𝐵 é substituída por ¬∀𝑥¬𝐵; e

cada fórmula atômica que contém uma variável proposicional 𝑝 é substituída por ¬¬𝑝. 

Vale salientar que todas as demonstrações realizadas neste artigo de Gentzen são construtivas. Podemos descrever a tradução implícita no enunciado do teorema acima como segue: (𝑝)GZ = def ¬¬𝑝 (¬𝐴)GZ =def ¬𝐴GZ (𝐴 → 𝐵)GZ = def 𝐴GZ → 𝐵GZ (𝐴 ∨ 𝐵)GZ = def ¬(¬𝐴GZ ∧ ¬𝐵GZ) (𝐴 ∧ 𝐵)GZ = def 𝐴GZ ∧ 𝐵GZ (∀𝑥𝐴)GZ = def ∀𝑥𝐴GZ (∃𝑥𝐴)GZ =def ¬(∀𝑥¬𝐴GZ).

As consequências do Teorema 1.4.3, entre elas a consistência relativa da arit-mética clássica em relação à aritarit-mética intuicionista, são enunciadas abaixo.

Corolário 1.4.4. Uma derivação na aritmética clássica cuja fórmula final, 𝐴, não contém

variáveis proposicionais, nem os símbolos ∨ e ∃, pode ser transformada numa derivação na aritmética intuicionista com mesma fórmula final 𝐴. 

Corolário 1.4.5. Para toda fórmula da aritmética clássica existe uma fórmula

classica-mente equivalente a ela, que é derivável na aritmética intuicionista se, e soclassica-mente se, a fórmula dada é derivável na aritmética clássica. 

Corolário 1.4.6. Se a aritmética intuicionista é consistente, então a aritmética clássica

(26)

Corolário 1.4.7. Para toda fórmula que envolve apenas os símbolos lógicos, existe uma

fórmula classicamente equivalente a ela, que é derivável na lógica de predicados intuicionista se, e somente se, a fórmula dada é derivável na lógica de predicados clássica. 

Na lógica e na aritmética intuicionistas apenas os resultados obtidos por meio de processos construtivos são aceitáveis. Assim, perdem-se algumas demonstrações comumente feitas, respectivamente, na lógica e na aritmética clássicas. Neste sentido, o conjunto dos teoremas obtidos num sistema intuicionista está imerso no conjunto dos teoremas obtidos num sistema clássico. O que vemos com estes trabalhos é que, sob uma determinada tradução, é possível fazer a imersão de um sistema clássico num sistema intuicionista e, obter uma relevante consequência, o fato de que a consistência da lógica e da aritmética intuicionistas implica na consistência, respectivamente, da lógica e da aritmética clássicas.

Existem outros exemplos de traduções encontrados na literatura, mas os acima mencionados são resultados importantes que deram base para o desenvolvimento do conceito de tradução. Seguem na próxima seção algumas definições de tradução entre lógicas.

1.5

Algumas definições de traduções entre lógicas

Com o que colocamos até agora, vimos que vários autores recorreram a tradu-ções (não necessariamente com esta denominação) para obter um determinado resultado, seja perante a lógica ou perante a matemática. Cada tradução possui suas próprias carac-terísticas e especificidades, dependendo do resultado que se deseja alcançar. Claramente, na lógica e na matemática não tomamos objetos e os utilizamos sem defini-los. Apesar de percebermos que traduções são funções, são funções especiais que fazem jus serem estudadas. Assim, os autores que apresentamos a seguir se preocuparam em identificar quais as principais características do que atualmente é chamado de tradução entre lógicas, dando início a uma teoria de traduções, que estuda o método de traduções entre lógicas e suas inter-relações.

O artigo de Prawitz e Malmnäs (1968) foi o primeiro a introduzir uma definição geral para o conceito de tradução entre sistemas lógicos, dada como segue.

Definição 1.5.1. Uma interpretação ou uma tradução de um sistema lógico 𝑆1 em um

sistema lógico 𝑆2 é dada por uma função t do conjunto de fórmulas de 𝑆1 no conjunto de

fórmulas de 𝑆2 de maneira que, para cada fórmula 𝐴 de 𝑆1:

(27)

Definição 1.5.2. Se existe uma interpretação, dada pela tradução t, entre os sistemas 𝑆1

e 𝑆2, então, 𝑆1 é dito interpretável em 𝑆2 por t.

Encontramos também neste artigo uma definição de tradução que preserva a derivabilidade.

Definição 1.5.3. Sejam 𝑆1 e 𝑆2 sistemas lógicos, 𝑆1 interpretável em 𝑆2 por t e t(Γ)

o conjunto que resulta de substituir cada fórmula 𝐵 de Γ por t(𝐵). O sistema 𝑆1 é interpretável em 𝑆2 por t com relação à derivabilidade se, para cada conjunto Γ∪{𝐴} de

fórmulas em 𝑆1:

Γ ⊢𝑆1 𝐴 se, e somente se, t(Γ) ⊢𝑆2 t(𝐴).

Definição 1.5.4. O sistema lógico 𝑆1 é interpretável esquematicamente no sistema lógico 𝑆2 por t se a tradução t é definida por esquemas de fórmulas de 𝑆2.

Brown e Suszko (1973) interessados nas propriedades algébricas de lógicas abstratas de mesmo tipo de similaridade, constroem um quadro geral da teoria de lógicas abstratas. Os autores definem morfismo entre lógicas, que coincide com casos específicos de tradução entre sistemas lógicos, proposta por da Silva, D’Ottaviano e Sette (1999), que apresentaremos na Seção 1.6. O trabalho é interessante, porém, os autores não estavam preocupados com o estudo de inter-relações entre lógicas abstratas em geral. Além disso, funções contínuas são definidas como generalizações das funções contínuas usuais entre espaços topológicos.

Szczerba (1977) assume que as linguagens de teorias de primeira ordem traba-lham apenas com um tipo de variável, com um número finito de constantes não lógicas e que todas denotam símbolos de relação. Assim, as linguagens não possuem constantes individuais, nem símbolos funcionais. Entende-se deste modo, que uma assinatura de uma dada linguagem é uma sequência finita de números naturais. Foi definido um código entre duas assinaturas como uma determinada sequência. As definições a seguir são encontradas no artigo.

Definição 1.5.5. Funções que levam fórmulas em fórmulas são chamadas traduções.

Logo, qualquer função que leve fórmulas em fórmulas, inclusive as traduções já estudadas neste trabalho, são traduções segundo Szczerba.

(28)

A partir de um código 𝑐, uma tradução 𝐹𝐶 é definida por indução de modo

que a igualdade e os símbolos relacionais não aparecem na imagem de 𝐹𝐶.

Definição 1.5.6. Sejam T e T’ duas teorias de primeira ordem com assinaturas 𝜎 e 𝜏 ,

respectivamente. A teoria T é interpretável na teoria T’, T ≤ T’ se ∃𝑐, 𝑐 ∈ Cod𝜎, 𝜏 ∧ T’

⊆ Codom 𝐹𝐶 ∧ T = ˙𝐹𝐶 T’, em que Cod𝜎, 𝜏 é o conjunto de códigos de 𝜎 em 𝜏 , Codom

𝐹𝐶 é o contradomínio de 𝐹𝐶 e ˙𝐹𝐶 T’ é a o conjunto dos elementos 𝐴 da imagem de 𝐹𝐶,

tais que 𝐹𝐶(𝐴) é um elemento de T’.

Apesar de sugerir uma definição para o conceito de tradução entre teorias, o interesse de Szczerba foi sobre traduções entre modelos.

O conceito de tradução aparece pela primeira vez em um livro em (WÓJCICKI, 1988). Para Wójcicki, lógicas consistem de álgebras com operadores de consequência. Claramente, nas definições abaixo, subentende-se o conhecimento sobre o operador de consequência. Na próxima seção este conceito será definido.

Definição 1.5.7. Uma linguagem proposicional L é uma álgebra livre (L, 𝜇1, . . . , 𝜇𝑛),

em que L é o conjunto de todas as fórmulas de L e 𝜇1, . . . , 𝜇𝑛 são os conectivos de L.

Definição 1.5.8. Um cálculo proposicional é um par (L, C), em que L é uma linguagem

proposicional e C é um operador de consequência Tarskiano sobre L.

Definição 1.5.9. Um cálculo proposicional (L, C) é um cálculo lógico se C é um operador

estrutural, ou seja, se, para toda substituição s definida sobre fórmulas de L, s(C(Γ)) ⊆

C(s(Γ)).

Foram definidas traduções entre linguagens proposicionais e entre cálculos lógicos.

Definição 1.5.10. Dadas duas linguagens proposicionais, L1 e L2, com o mesmo conjunto

de variáveis, uma função t de 𝐿1 em 𝐿2 é uma tradução entre as linguagens de L1 em L2

se, e somente se:

(i) existe uma fórmula 𝐴(𝑝0) em L2 na variável 𝑝0 tal que, para cada variável 𝑝, t(𝑝) = 𝐴(𝑝);

(29)

(ii) para cada conectivo 𝜇𝑖 de L1 com aridade k, existe uma fórmula 𝐴𝑖 em L2,

nas variáveis 𝑝1, . . . , 𝑝𝑘, tal que t(𝜇𝑖 (𝐵1, . . . , 𝐵𝑘)) = 𝐴𝑖(t(𝐵1/𝑝1), . . . , t(𝐵𝑘/𝑝𝑘)), para

cada 𝐵1, . . . , 𝐵𝑘 em L1.

Na definição acima, 𝐴𝑖(t(𝐵1/𝑝1), . . . , t(𝐵𝑘/𝑝𝑘)) significa que trocamos cada

variável 𝑝𝑗 de 𝐴𝑖 por t(𝐵𝑗), 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑘.

Foi apresentado o seguinte exemplo de tradução entre cálculos proposicionais, dado por uma função, £, do CPC no sistema proposicional trivalente de Łukasiewicz, Ł3: 𝐴1(𝑝1) ≡ 𝑝1, 𝐴2(𝑝1) ≡ 𝑝1 → (𝑝1 → ¬(𝑝1 → 𝑝1)), 𝐴3(𝑝1, 𝑝2) ≡ 𝑝1 → (𝑝1 → 𝑝2), £(𝑝) = 𝐴1(𝑝), £(¬(𝐵1)) = 𝐴2(£(𝐵1/𝑝1)) e £(→(𝐵1, 𝐵2)) = 𝐴3(£(𝐵1/𝑝1), £(𝐵2/𝑝2)). Ou, de forma simplificada: (𝑝)£ = def 𝑝 (¬𝐴)£ = def 𝐴 → (𝐴 → ¬(𝐴 → 𝐴)) (𝐴 → 𝐵)£ =def 𝐴 → (𝐴 → 𝐵).

Definição 1.5.11. Uma tradução entre os cálculos (L1, C1) e (L2, C2) é uma tradução t

de L1 em L2 tal que, para todo X∪{𝐴} ⊆ 𝐿1, 𝐴 ∈ C1(X) se, e somente se, t(𝐴) ∈ C2(t(X)).

O livro trata de diversos assuntos e as definições e resultados a respeito de traduções aparecem apenas em seu primeiro capítulo, sem serem muito destacados.

Para Epstein (1990), uma tradução de um sistema lógico proposicional L1 em

um sistema lógico proposicional L2 é definida em termos semânticos como uma função t da

linguagem de L1 na linguagem de L2 tal que Γ 𝐿1 𝐴 se, e somente se, t(Γ) 𝐿2 t(𝐴), para

cada conjunto Γ∪{𝐴} de fórmulas em L1, em que t(Γ) = {t(𝐵) : 𝐵 ∈ Γ}. As traduções

são muito utilizadas pelo autor neste livro.

As traduções de Kolmogorov, Glivenko e Gentzen são traduções de acordo com as definições de Prawitz e Malmnäs, Wójcicki e Epstein. As de Gödel são traduções apenas segundo Prawitz e Malmnäs.

1.6

O conceito de tradução por da Silva, D’Ottaviano e Sette

Motivados pelos trabalhos de D’Ottaviano (1973) e Hoppmann (1973), que foram desenvolvidos sob orientação do Prof. Dr. Mário Tourasse Teixeira, sobre o estudo de propriedades lógicas a partir de funções contínuas definidas entre conjuntos munidos com operadores de fecho, da Silva, D’Ottaviano e Sette (1999) propõem uma definição

(30)

bem geral para o conceito de tradução entre lógicas. Os autores estavam interessados no estudo de inter-relações entre sistemas lógicos em geral. Exporemos abaixo as definições de lógica e tradução entre lógicas dadas pelos autores. Primeiramente daremos algumas definições usuais a respeito do operador de consequência de Tarski.

1.6.1

O operador de consequência, lógica e sistemas lógicos

Em seu artigo “Sobre alguns conceitos fundamentais da metamatemática” (TARSKI, 2001), introduzido originalmente em 1930, Tarski apresenta um sistema lógico

formado apenas por sentenças e pelo operador de consequência, o qual designa o conjunto de sentenças derivadas de um conjunto dado de sentenças.

Apresentaremos o conceito e resultados sobre o operador de consequência, ou fecho, segundo Feitosa (1997) e D’Ottaviano e Feitosa (2007). Assim, todas as demonstra-ções podem ser encontradas nestes trabalhos. Esta versão não é tão exigente quanto a de Tarski. De acordo com Tarski cada sistema lógico deveria ter um elemento explosivo (um elemento 𝑥 é explosivo se {𝑥} é trivial, ou seja, as consequências de {𝑥} são todo o universo) e possuir domínio enumerável, mas atualmente estas condições não são relevantes pelo fato de que as lógicas paraconsistentes não adotam necessariamente sistemas lógicos consistentes e existem diversos trabalhos em que encontramos linguagens não enumeráveis.

Definição 1.6.1. Seja X um conjunto não vazio, um operador de consequência sobre X,

denotado por C, é uma função, definida no conjunto dos subconjuntos de X, isto é, C :

℘(X) → ℘(X), tal que para todos 𝐴, 𝐵 ⊆ X, valem:

(i) 𝐴 ⊆ C(𝐴)

(ii) Se 𝐴 ⊆ 𝐵, então C(𝐴) ⊆ C(𝐵) (iii) C(C(𝐴)) ⊆ C(𝐴).

O item (i) da definição é conhecido por axioma da autodedutibilidade. Ele diz que toda sentença de um determinado conjunto é consequência deste conjunto; (ii) comumente chamado de monotonicidade, nos permite concluir que o operador de consequência é uma função monotônica crescente; (iii), denominado geralmente por idempotência, nos remete a que as consequências das consequências estão contidas nas consequências, ou seja, não podemos ampliar o conjunto das consequências aplicando novamente o operador de consequência. De (i) e (iii) segue que C(C(𝐴)) = C(𝐴).

Definição 1.6.2. O operador de consequência C sobre um conjunto X é finitário se, para

(31)

Originalmente, Tarski assumiu que um operador deveria ser autodedutivo, idempotente e finitário.

Proposição 1.6.1. Sejam I um conjunto indexado e X um conjunto não vazio. Se, para

todo i ∈ I, 𝐴𝑖 ⊆ X, então:

(i) C(∩i∈I𝐴𝑖) ⊆ ∩i∈IC(𝐴𝑖)

(ii) ∪i∈IC(𝐴𝑖) ⊆ C(∪i∈I𝐴𝑖)

(iii) C(∩i∈I𝐴𝑖) = C(∩i∈IC(𝐴𝑖))

(iv) C(∪i∈I𝐴𝑖) = C(∪i∈IC(𝐴𝑖)). 

Proposição 1.6.2. Se 𝐴, 𝐵 ⊆ X, então, para o operador de consequência C sobre X, C(𝐴 ∪ 𝐵) = C(𝐴 ∪ C(𝐵)). 

Definição 1.6.3. Um subconjunto 𝐴 de X é fechado, de acordo com o operador de

consequência C sobre X, se C(𝐴) = 𝐴; e é aberto se o complemento de 𝐴, 𝐴𝐶, é fechado.

Um elemento 𝑥 ∈ X é denso em 𝐴 quando C({𝑥}) = 𝐴.

Definição 1.6.4. Sejam C e C’ dois operadores de consequência sobre X. O operador C

é mais forte que o operador C’ (ou C’ é mais fraco que C), C’ ⪯ C, se todo conjunto fechado de (X, C) também é um conjunto fechado de (X, C’).

Proposição 1.6.3. Sejam C e C’ dois operadores de consequência sobre X. Então C é

mais forte que o operador C’ se, e somente se, para todo 𝐴 ⊆ X, C’(𝐴) ⊆ C(𝐴). 

Definição 1.6.5. Uma lógica L é um par (L, C), em que L é um conjunto qualquer, o

domínio da lógica L, e C é um operador de consequência sobre L.

Definição 1.6.6. A lógica L1 = (𝐿1, C1) é uma sublógica da lógica L2 = (𝐿2, C2), o que

denotamos por L1 ⊆ L2 , se 𝐿1 ⊆ 𝐿2 e o operador C1 coincide com o operador C2 restrito

(32)

Proposição 1.6.4. Se a lógica L1 = (𝐿1, C1) é uma sublógica da lógica L2 = (𝐿2, C2), então, para todo 𝐴 ⊆ 𝐿1, C1(𝐴) = C2(𝐴)∩𝐿1. 

Definição 1.6.7. Sejam L = (L, C) uma lógica e 𝐴 ⊆ X ⊆ L. O fecho restringido de 𝐴 a

X é o conjunto C𝑋(𝐴) = {𝑥 : 𝑥 ∈ C(𝐴)∩X}.

Proposição 1.6.5. Se X é um conjunto não vazio e 𝒞 ⊆ ℘(X), tal que X ∈ 𝒞 e 𝒞 é

fechado para intersecções arbitrárias, então existe um único operador de consequência C𝑋

definido em X de forma que os fechados de X são exatamente os elementos de 𝒞 . 

O operador de consequência da proposição anterior é o seguinte conjunto C𝒞(𝐵) = ∩{𝐶 ∈ 𝒞 : 𝐵 ⊆ 𝐶}.

Definição 1.6.8. Sejam L = (L, C) uma lógica e X, Y conjuntos quaisquer. Dada uma

função f : L −→ Y, C𝑌 é o operador de consequência co-induzido por f e L sobre Y quando,

para cada Z ⊆ Y, Z é um conjunto fechado de Y sempre que f-1(Z) é um fechado de L. Dizemos que (Y, C𝑌) é a lógica co-induzida por f e L. De forma dual, dada uma função g

: X −→ L, C𝑋 é o operador de consequência induzido por g e L sobre X quando, para

cada Z ⊆ X, Z é um conjunto fechado de X sempre que existe um conjunto fechado W de L tal que Z = g-1(W). Dizemos que (X, C

𝑋) é a lógica induzida por g e L.

Definição 1.6.9. Seja L = (L, C) uma lógica e ∼ uma relação de equivalência em L. A

função Q : L −→ L/∼, dada por Q(𝑥) = [𝑥] = {𝑦 : 𝑥 ∼ 𝑦}, é dita a função quociente para a relação ∼ sobre L. Se Cé o operador de consequência co-induzido por Q e L sobre

L/∼, então o par L= (L/∼, C) é a lógica co-induzida por Q e L.

Definição 1.6.10. Seja L uma linguagem formal. Um operador de consequência sobre

a linguagem L é um operador de consequência sobre o conjunto das fórmulas definidas

sobre L.

Definição 1.6.11. Sejam L uma linguagem formal e For(L) a álgebra livre das fórmulas

de L gerada pelo conjunto de variáveis proposicionais Var(L). Uma substituição em L é um endomorfismo s de For(L).

(33)

Definição 1.6.12. Sejam L uma linguagem formal, s uma substituição em L e C um

operador de consequência sobre For(L). O operador de consequência C é standard quando é finitário e estrutural.

A definição de operador de consequência estrutural foi dada na Definição 1.5.9.

Definição 1.6.13. Um sistema lógico sobre uma linguagem formal L é um par ℒ = (L,

C), em que C é um operador de consequência estrutural sobre L.

Vemos que esta definição de sistema lógico é parecida com a Definição 1.5.9 de cálculo lógico, dada por Wójcicki, porém abrange um conjunto maior de pares, pois aqui não foi definido o que é exatamente uma linguagem formal. Daí o conceito de cálculo lógico de Wójcicki fica como um caso particular do conceito definido acima de sistema lógico.

Denotamos o conjunto For(L) também por For(ℒ ), em que ℒ = (L, C) é um sistema lógico. Para um sistema lógico ℒ , se Δ∪{𝐴} ⊆ For(ℒ ), então o par (Δ, 𝐴), o qual escrevemos geralmente como Δ ⊢ 𝐴, é entendido como existe uma dedução de 𝐴 a partir de Δ.

Definição 1.6.14. Uma dedução Δ ⊢ 𝐴 num sistema lógicoℒ é correta para um operador

de consequência C se, e somente se, 𝐴 ∈ C(Δ).

Uma dedução correta para C é denotada por Δ ⊢C 𝐴. Assim, temos uma nova forma de escrever 𝐴 ∈ C(Δ).

Definição 1.6.15. Sejam ℒ = (L, C) um sistema lógico e Δ ⊆ For(ℒ ). O conjunto Δ

é uma teoria de ℒ se Δ é fechado, segundo o operador C sobre L.

Definição 1.6.16. Um teorema de uma teoria Δ de um sistema lógico ℒ é um elemento

de Δ. Um teorema de um sistema lógico ℒ é um teorema de C(∅), ou seja, um teorema da menor teoria associada ao operador de consequência C. Denotamos o conjunto dos teoremas de ℒ por Teo(ℒ ) = {𝐴 : 𝐴 ∈ C(∅)}.

(34)

Definição 1.6.17. Um sistema lógico ℒ = (L, C) é vácuo se C(∅) = ∅, ou seja, quando

o seu conjunto de teoremas é vazio.

Definição 1.6.18. O conjunto Δ ⊆ For(ℒ ) é trivial se C(Δ) = For(ℒ ) e é não trivial

caso contrário. O sistema lógico ℒ é trivial se C(∅) = For(ℒ ) e é não trivial caso contrário.

Proposição 1.6.6. Se Δ, Γ ⊆ For(ℒ ), Δ ⊆ Γ e Δ é trivial, então Γ é trivial. 

Proposição 1.6.7. Se Δ ⊆ For(ℒ ) possui alguma fórmula densa em For(ℒ ), então Δ

é um conjunto trivial. 

Definição 1.6.19. Dado um sistema lógico ℒ = (L, C), cuja linguagem L possui um

símbolo ¬ para a negação, um conjunto Δ ⊆ For(ℒ ) é inconsistente se 𝐴 ∈ C(Δ) e ¬𝐴 ∈ C(Δ), para alguma fórmula 𝐴 em For(ℒ ) e o conjunto Δ é consistente se não é inconsistente. O sistema lógico ℒ é consistente se Teo(ℒ ) é consistente.

Definição 1.6.20. Sejam Δ, Γ ⊆ For(ℒ ), Δ uma teoria e Γ um conjunto de fórmulas.

Dizemos que a teoria Δ é axiomatizável por Γ se Γ ⊆ Δ e todo membro de Δ é consequência de Γ pelo operador de consequência C de ℒ . A teoria Δ é finitamente axiomatizável se é axiomatizável por algum conjunto Γ com número finito de axiomas.

Tomemos o sistema lógico ℒ = (L, C) e uma classe de estruturas, Est(ℒ ), associada a ele, definida por uma relação de satisfação  ⊆ Est(ℒ ) × For(ℒ ). Para cada par (𝒜 , 𝐴) desta relação, se (𝒜 , 𝐴) ∈ , escrevemos 𝒜  𝐴 e se (𝒜 , 𝐴) /∈ , escrevemos 𝒜 2 𝐴.

Definição 1.6.21. A classe dos modelos de Δ ⊆ For(ℒ ) é definida por Mod(Δ) =def

{𝒜 ∈ Est(ℒ ) : 𝒜  𝐴, para toda 𝐴 ∈ Δ}. Dado B ⊆ Est(ℒ ), a teoria de B é definida por T(B) =def {𝐵 ∈ For(ℒ ) : 𝒜  𝐵, para toda 𝒜 ∈ B}.

Proposição 1.6.8. Seja Δ ⊆ For(ℒ ), a função T(Mod(Δ)) é um operador de

(35)

Definição 1.6.22. Dado um sistema lógico ℒ = (L, C), ℒ é correto segundo Est(ℒ )

se C(∅) ⊆ T(Mod(∅)); ℒ é completo se T(Mod(∅)) ⊆ C(∅); ℒ é adequado se é correto e completo, ou seja, C(∅) = T(Mod(∅)); ℒ é fortemente adequado se, para todo Δ ⊆

For(ℒ ), C(Δ) = T(Mod(Δ)).

Denotamos que todo modelo de Δ é também modelo de 𝐴 por Δ  𝐴, para Δ∪{𝐴} ⊆ For(ℒ ) e ℒ um sistema lógico. Convencionamos que Δ  𝐴 é o mesmo que 𝐴 ∈ T(Mod(Δ)).

Esta subseção é importante, pois o conceito de tradução a seguir e o conceito de tradução conservativa, são dois principais objetos de investigação deste trabalho, utilizam a definição de lógica dada através do operador de consequência.

1.6.2

O conceito de tradução

O conceito de tradução definido nesta subseção foi introduzido por da Silva, D’Ottaviano e Sette (1999). Este conceito é bem geral, pois trata de capturar a intuição inerente à “noção” de tradução.

Definição 1.6.23. Tradução de uma lógica L1 = (𝐿1, C1) em uma lógica L2 = (𝐿2, C2)

é uma função t : 𝐿1 −→ 𝐿2 tal que, para todo X∪{𝑥} ⊆ 𝐿1, se 𝑥 ∈ C1(X), então t(𝑥)

∈ C2(t(X)), em que t(X) = {t(𝑦) : 𝑦 ∈ X}.

Particularmente, quando as lógicas da definição anterior são sistemas lógicos, temos que uma tradução de um sistema lógicoℒ1 em um sistema lógicoℒ2 é uma função t

: For(𝐿1) −→ For(𝐿2) tal que, para todo Γ∪{𝐴} ⊆ For(𝐿1), se Γ ⊢C1 𝐴, então t(Γ) ⊢C2

t(𝐴). Quando Γ = ∅, como t(∅) = ∅, podemos concluir que uma tradução leva teoremas de ℒ1 em teoremas de ℒ2.

Uma tradução t : 𝐿1 −→ 𝐿2 também é denotada por t : L1 −→ L2.

Como podemos perceber, a definição pretende preservar a derivabilidade. Isto se deve ao fato que lógicas são caracterizadas como pares formados por um conjunto (ignorando que em geral uma lógica lida com fórmulas de uma linguagem) e um operador de consequência e as traduções entre lógicas são definidas como funções que preservam relações de consequência.

Proposição 1.6.9. A função t : L1 −→ L2 é uma tradução se, e somente se, t(C1(X))

Referências

Documentos relacionados

El animal siente hambre, pero como no tiene otra cosa que hacer sino sentir hambre y tratar de comer, no puede sentir todo esto como una necesidad, como algo con que hay que

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

[r]

O estágio de Pediatria, sob regência do Prof. Doutor Luís Varandas, decorreu no período de 11 de Setembro a 06 de Outubro de 2017, no Hospital Dona Estefânia, tutelado pela Dr a.

A análise de conteúdo demonstrou a importância da espiritualidade e religiosidade no enfrentamento e tratamento cirúrgico do câncer e determinou as categorias:

Este projeto objetiva propor diretrizes para formatação de um sistema integrado de gestão de normas educacionais para o estado do Rio de Janeiro, de forma a melhorar a qualidade

É VEDADA A UTILIZAÇÃO DESTE MATERIAL PARA FINS PUBLICITÁRIOS.