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Estudo da Deloitte identifica os
29 “destruidores de valor” das maiores
empresas do mundo
• Os riscos estratégicos foram os principais responsáveis pelas quedas nos preços de ações das m aiores em presas internacionais no período entre 1994 e 2003
• Em presas brasileiras abertas e fechadas são afetadas diretam ente pelos fatores identificados com o “ destruidores de valor” das organizações globais
Quase m etade do universo das 1.000 m aiores em presas do m undo registrou quedas
abruptas nos preços de suas ações, da ordem de 20% , em intervalos de apenas um m ês, ao longo do decênio de 1994 a 2003, desencadeando problem as com o perda de
com petitividade, dim inuição das taxas de crescim ento e até restrição à obtenção de
créditos. Essa é um a das conclusões do estudo “ Desarm ando os Destruidores de Valor” , que a Deloit te, um a das m aiores organizações m undiais na prestação de serviços de auditoria e consultoria, realizou a partir dos índices de preços de ações m edidos nesse período pelo banco de invest im ent os Morgan St anley Capit al I nt ernat ional ( MSCI ) .
Queda no preço das ações
( Entre as 1.000 m aiores em presas internacionais, de 1994 a 2003)
Em por ce n t a ge m de e m pr e sa s
Conform e preços de m ercado aferidos pela MSCI
recuperação, 28% chegaram a levar m ais de um ano para retornarem aos patam ares verificados antes da queda dos preços.
Tem po requerido para a recuperação dos preços das ações
( Entre as 1.000 m aiores em presas internacionais, de 1994 a 2003)
Em por ce n t a ge m de e m pr e sa s
Conform e preços de m ercado aferidos pela MSCI
Causas comuns
O estudo da Deloitte dem onstra que, apesar das quedas repentinas nos preços de ações terem resultado m uitas vezes de circunstâncias peculiares a cada um a das em presas avaliadas, há um a série de razões com uns e constantes que explicam esses episódios, associados sem pre a fatores de risco que incidiram negativam ente sobre as perspectivas dessas em presas na atração de investim entos. Considerando apenas o grupo das 100 em presas que sofreram as m aiores perdas de valor entre 1994 e 2003, 80% foram expostas a m ais de um tipo de risco.
Para com preender as causas dessas perdas no valor de m ercado, a Deloit t e exam inou inform ações cont idas em docum ent os públicos, notícias veiculadas pela im prensa e reportes de analistas que trataram desse grupo de em presas, o que perm itiu identificar os eventos que m ais contaram para as variações abruptas nos preços das ações. Foram identificados 29 fatores, que passaram a ser classificados em quatro categorias, fazendo uso de um a estrutura analítica de riscos bastante em pregada no m ercado, o COSO ( Com itê das Organizações Patrocinadoras) : estratégicos ( 8 riscos) , operacionais ( 8) , financeiros ( 4) e ext ernos ( 9) .
• Riscos est rat égicos: ocorrências com o baixas de dem anda do m ercado por produtos e serviços da em presa, falhas na reação ao m ovim ento dos concorrentes ou problem as relacionados a fusões e aquisições;
• Riscos Operacionais: ocorrências com o aum entos dos custos ou problem as na cont abilidade causados por falhas em cont roles int ernos e na logíst ica;
• Riscos financeiros: ocorrências com o endividam ent o elevado, reservas inadequadas para controlar aum entos nas taxas de j uros, adm inist ração financeira fraca e perdas nas negociações;
Os destruidores de valor
A identificação dos riscos aos quais estiveram vulneráveis as 100 em presas que m ais foram atingidas por quedas abruptas nos preços de suas ações entre 1994 e 2003 levou a um a conclusão surpreendent e. Contrariando um a visão freqüente no m ercado, que atribui à ocorrência de eventuais fraudes o m otivo principal para a perda de valor das ações de um a em presa – pelo próprio im pacto devastador que a sua descoberta causa para as
perspectivas de atração de investim entos –, as em presas analisadas sofreram m uito m ais por conseqüência de erros de avaliação estratégica. O m enor risco apontado no estudo foi o financeiro, atrás dos riscos operacionais e externos.
Possíveis causas das perdas de valor das ações
Em porcentagem de em presas ( considerando apenas o grupo das 100 em presas, entre as 1.000 m aiores organizações globais, que registraram as m aiores quedas no preço das ações em períodos de um m ês, ao longo do decênio de 1994- 2003)
Categorias de risco
A som at ória dos porcent uais acim a supera 100% pelo fat o de que cada em presa relat a t er sido afet ada por m ais de um t ipo de risco
O sócio da área de Auditoria da Deloitte, Edim ar Facco, acredita que esses resultados refletem a necessidade de que os Conselhos de Adm inistração das em presas reúnam profissionais que conciliem um profundo conhecim ent o sobre o negócio da em presa com um a visão abrangente do conj unto de fatores que hoj e repercutem no m undo dos negócios. “ Muita atenção é direcionada para a questão das fraudes. Esse tipo de turbulência ganha espaço na m ídia e cria im pact o na opinião pública. Porém , a fraude é bem m ais fácil de detectar e controlar do que tentar antecipar o futuro. Com preender o risco estratégico, avaliá- lo e neutralizá- lo, este sim é o enigm a a exigir respost as precisas” , avalia Facco.
Riscos no exterior e no Brasil
Tendo por base as 100 em presas que m ais sofreram quedas abruptas nos preços de suas ações no decênio de 1994 a 2003, seguem enum erados abaixo os principais riscos aos quais elas estiveram expostas, dentro de suas respectivas categorias. Edim ar Facco, da Deloit t e, ident ificou, dent re esses riscos, aqueles que são os potencialm ente m ais prej udiciais neste
Riscos est rat égicos
66 em presas ( entre as 100 globais m ais afetadas no grupo das 1.000 m aiores)
N úm ero de em presas globais at ingidas pelo risco *
Tipo de risco Event os que cont ribuem para
sua ocorrência
3 6 Quedas da dem anda Deficiência em adm inistrar quedas na dem anda devido a eventos específicos relacionados à em presa ou ao setor em que ela atua
1 8 Problem as com clientes e inadim plência
Deficiência em adm inistrar perdas decorrentes de problem as com clientes im portantes, envolvendo dim inuição da dem anda ou interrupção de pagam ento
1 4 Problem as com fusões e aquisições
Deficiência na avaliação ou na fusão de duas em presas
1 2 Pressões por preço Deficiência em sustentar as m argens em condições com petitivas com a concorrência; No Brasil, os riscos envolvendo preços são m ais críticos em setores nos quais os preços
praticados sofrem algum a form a de controle governam ental direto, com o concessões ( energia, t elefonia e exploração de rodovias)
1 0 Com petição sobre produtos e serviços
I neficiência ao int roduzir inovações em produt os e serviços ao m ercado consum idor
7 Problem as com produtos e serviços
Deficiência no controle de qualidade do produto produzido ou do serviço oferecido
4 Regulam entação Deficiência no planej am ento das ações relacionadas ao cum prim ento de regulam entações
3 Pesquisa e
Desenvolvim ento
Deficiência no aproveitam ento das pesquisas para a elaboração de produtos bem - sucedidos
Riscos ident ificados nas em presas globais
Riscos ident ificados nas em presas globais e que são os pot encialm ente m ais perigosos às em presas brasileiras
Riscos operacionais
61 em presas ( entre as 100 globais m ais afetadas no grupo das 1.000 m aiores)
N úm ero de em presas globais at ingidas pelo risco *
Tipo de risco Event os que cont ribuem para sua ocorrência
2 2 Descontrole dos custos
operacionais
Deficiência nos controles internos e no registro das inform ações financeiras, acarretando a incapacidade de identificar a elevação de custos que im pactam nas operações da em presa
2 1 Controles de operação fracos Deficiência nos controles operacionais, de Recursos Hum anos ou de outras funções
1 0 Problem as de contabilidade
Fraude ou m anipulação da inform ação contábil. No Brasil, o conj unto das inform ações contábeis não garante a devida transparência
recom endada pelas m odernas práticas de governança corporativa * *
9 Problem as de capacidade
Capacidade de produção ou de serviços inadequada ou em dem asia para responder à dem anda
8 Problem as de logíst ica
Deficiência na adm inistração da logística,
acarretando atrasos, estoques elevados ou falta de estoques. No Brasil, incidem sobre esse fator questões com o longas distâncias do território nacional e qualidade das rodovias
7 Problem as com funcionários Equipe insuficient e ou fraudes prom ovidas por funcionários
6 I nconform idade com norm as
Deficiência no cum prim ento de norm as, regras e regulam entos gerais do setor de atuação da em presa e problem as com desvio de conduta
4 Elevação de custos Deficiência na realização do orçam ento e no controle dos cust os da em presa, com o insum os
Riscos ident ificados nas em presas globais
Riscos ident ificados nas em presas globais e que são os pot encialm ente m ais perigosos às em presas brasileiras
* Em núm ero ou porcent agem de em presas ( consider ando apenas o gr upo das 100 em pr esas, ent re as 1.000 m aior es organizações globais, que regist raram as m aior es quedas no preço das ações em per íodos de um m ês, ao longo do decênio de 1994- 2003)
* * “Transparência” – no caso acim a, o conceit o de “ t ransparência” não deve ser entendido com o sinônim o de “ idoneidade” , m as de “ int eligibilidade das dem onstrações financeiras” . Para Edim ar Facco, sócio da área de Auditoria da Deloit te, “ os princípios contábeis brasileiros não são a m elhor opção disponível para avaliação da situação patrim onial contábil das em presas brasileiras” . Ele cham a a at enção para o papel que pode desem penhar na m elhoria desse quadro a tram itação, no Congresso Nacional, do Proj eto de Lei 3.741/ 00, conhecido com o a “ Lei das Sociedades Anônim as” . “ O aprim oram ent o das práticas cont ábeis no País deve cont ribuir t am bém para o aum ent o da t ransparência nas prest ações de contas ao Fisco. Afinal, hoj e em dia, a t ransparência represent a um a nova m edida de valor” , afirm a.
crít icos na perda de valor das m aiores em presas globais consideradas no est udo da Deloit te – foi am pliada em dem asia por problem as de int erpret ação das dem onst rações contábeis dos países locais, que divergiam de prát icas int ernacionais.
* * Adoçã o do US GAAP no Brasil – Um levantam ento realizado em j ulho de 2005 pela Deloitt e revelou um dado surpreendent e sobre o grau de adequação das em presas brasileiras regist radas na Securit y and Exchange
Com ission ( SEC) em relação à realidade contábil praticada no exterior. A m aioria delas ( 53% ) apresenta suas dem onst rações financeiras em conform idade com as práticas cont ábeis nort e- am ericanas, conhecidas com o US GAAP, em bora a SEC isent e os em issores est rangeiros desse procedim ent o, havendo a possibilidade de apresentá-las de acordo com as prát icas cont ábeis do país de origem , com a inclusão de um a reconciliação para US GAAP e outras divulgações nas notas explicativas.
Riscos financeiros
37 em presas ( entre as 100 globais m ais afetadas no grupo das 1.000 m aiores)
N úm ero de em presas globais at ingidas pelo risco *
Tipo de risco Event os que cont ribuem para sua ocorrência
2 2 Taxas elevadas de
endividam ento e j uros
Nos EUA, o nível de endividam ento é o fator m ais im port ante nesse aspecto, gerando deficiência no controle dos em préstim os. No Brasil, o problem a está relacionado às taxas de j uros, que podem desestim ular investim entos produtivos por parte das em presas, que optam , por vezes, pela lucratividade oferecida pelos investim entos financeiros
1 8 Estrat égias financeiras fracas
Uso inadequado de opções, derivativos e outras práticas de adm inistração de riscos financeiros para preservar o valor
5 Perdas de at ivos Níveis insuficientes de invest im ento, que conduzem a perdas nos ativos da em presa
1 Perdas no ágio e nas am ortizações
Práticas contábeis incorretas para dem onstrar o ágio ( diferença entre o valor da em presa e o seu valor de m ercado) e a am ortização
Riscos ident ificados nas em presas globais
Riscos ident ificados nas em presas globais e que são os pot encialm ente m ais perigosos às em presas brasileiras
Riscos ext ernos
62 em presas ( entre as 100 globais m ais afetadas no grupo das 1.000 m aiores)
N úm ero de em presas globais at ingidas pelo risco *
Tipo de risco Event os que cont ribuem para sua ocorrência
3 0 Crises no setor de atuação da em presa
Problem as diversos relacionados à oferta de produtos e serviços pela em presa, pelas dem andas do m ercado, por regulam entações setoriais e outros eventos. No Brasil, esse tipo de risco está norm alm ente associado à
especificidade da conj untura de preços praticados em alguns m ercados, com o o de
com m odit ies
1 5 Problem as econôm icos no país- sede
Deficiência para lidar com problem as
econôm icos do país em que a em presa atua, com o crises m onetárias
9 Problem as econôm icos em outros países
Deficiência para lidar com riscos econôm icos em países nos quais a em presa m antém
subsidiárias
9 Problem as polít icos Deficiência na antecipação a m udanças nas polít icas governam ent ais
7 Vulnerabilidades legais Deficiência na antecipação ou solução de questões legais
6 Perda de sócios Perda inesperada de sócios na em presa
4 Terrorism o Deficiência na antecipação e na adm inistração das conseqüências de atos terroristas
1 Perdas com fornecedores
Dificuldades surgidas a partir de com prom issos firm ados com fornecedores que entraram em falência
1 Cat ást rofes nat urais Perdas geradas por eventos m eteorológicos e naturais em geral
Riscos ident ificados nas em presas globais
Riscos ident ificados nas em presas globais e que são os pot encialm ente m ais perigosos às em presas brasileiras
Antídoto para os destruidores de valor
Os riscos estratégicos, operacionais, financeiros e externos que afetam as m aiores em presas globais e que são potencialm ente prej udiciais para as organizações brasileiras requerem , na opinião de Edim ar Facco, da Deloit t e, o fortalecim ent o de prát icas inerent es à sua governança corporativa. Com base nos apontam entos do estudo “ Desarm ando os Destruidores de Valor” , Facco reitera os seguintes passos no enfrentam ento dos destruidores de valor:
a) Gerenciar o int er- relacionam ent o dos riscos: a em presa precisa adotar um a
gestão integrada de riscos para identificar e adm inistrar as correlações entre todos os riscos aos quais ela está exposta;
b) Alim ent ar um a fort e cult ura ét ica: a adm inistração da em presa tem que criar um a cultura que enfatize a im portância da cultura ét ica, o cont role de qualidade e o
gerenciam ento de risco. I ncentivos de rem uneração devem ser alinhados com a criação de valores em longo prazo e com a proteção à m arca;
c) Fornecer inform ações em “t em po real”: a em presa precisa im plantar sistem as
de inform ações internos e m ecanism os de com unicação para assegurar que a Diretoria Executiva e o Conselho de Adm inistração recebam inform ações corretas, em tem po real, sobre as causas e os im pactos financeiros, bem com o as possíveis soluções para os problem as;
d) Enfrent ar os riscos com baixa freqüência e alt o im pact o: a em presa deve
em pregar “ testes de estresse” para assegurar que os controles internos e os planos para a continuidade dos negócios poderiam resistir a um evento de alto im pacto ou, pelo m enos, que pudessem dar flexibilidade para responder rapidam ente a cenários adversos.
Segundo Edim ar Facco, da Deloit t e, o estudo “ Desarm ando os Dest ruidores de Valor” indica que todas as em presas, independentem ente do perfil e do porte, precisam conhecer a efetiva dim ensão dos riscos das at ividades em que estão envolvidas. “ Mesm o não podendo evitar os riscos, as em presas podem m elhorar seu controle sobre o am biente, prevenindo, am enizando ou recuperando- se m ais rapidam ente desses eventos” , com pleta Facco.
Sobre a Deloit t e
A Deloit te é um a das m aiores em presas do m undo na prest ação de serviços profissionais de audit oria, consultoria tributária, consultoria em gestão de riscos em presariais, cor por at e finance, consultoria em presarial, out sour cing, consultoria em capital hum ano e consultoria atuarial. Fundada em 1845, possui m ais de 700 escritórios em 150 países contando com 120.000 profissionais.
No Brasil, onde atua desde 1911, é um a das líderes de m ercado e seus 2.500 profissionais são reconhecidos pela integridade, com petência e habilidade em transform ar seus conhecim entos em soluções em presariais para seus clientes. A Deloitte opera em todo o País, contando com escrit órios em São Paulo, Belo Horizont e, Cam pinas, Curitiba, Fortaleza, Joinville, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.