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A dinâmica Família-Empresa: uma aplicação do método historiográfico e da técnica do genograma.

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A D

INÂMICA

F

AMÍLIA

-E

MPRESA

:

UMA APLICAÇÃO

DO MÉTODO HISTORIOGRÁFICO E DA TÉCNICA

DO GENOGRAMA

Ca r olin a Le scu r a*

M oz a r José de Br it o* *

M ôn ica Ca r v a lh o Alv e s Ca ppe lle* * *

Ale x Fe r n a n do Bor ge s* * * *

Resumo

A

s em presas fam iliares possuem caract eríst icas específi cas, produt o da int eração ent re fam ília e em pr esa. Para m elhor com pr eender essas duas esferas, ser á necessár io, ao pesquisador, ut ilizar difer ent es r ecur sos m et odológicos que viabilizem t al int eração. Assim , buscou- se invest igar a dinâm ica ent r e fam ília e em pr esa sob a per spect iva do m ét odo hist or iogr áfi co e da t écnica do genogram a. Pelos result ados dest e t rabalho, considera- se que a aplicação conj ugada desses r ecur sos m et odológicos am plia as possibilidades de com pr eensão da int eração fam ília e em pr esa. Acr edit a- se que a pr incipal cont r ibuição dest e t rabalho sej a de nat ur eza m et odológica, pois ele denot a um desenvolvim ent o de pesquisa qualit at iva que poder á ser t r ilhado por out r os pesquisadores int eressados em invest igar organizações dessa nat ureza. Espera- se que o result ado aqui pr oduzido possa cont r ibuir para o avanço do conhecim ent o sobr e as em pr esas fam iliar es, especialm ent e no que diz r espeit o às siner gias e confl it os gerados com base nas r elações ent r e m em br os da fam ília e da or ganização.

Pa la v r a s- ch a v e : Em pr esa fam iliar. I nt eração fam ília- em pr esa. Mét odo hist or iogr áfi co. Técnica

do genogram a. Est udo de Caso.

Interaction between Family and Business: an application of the

historiographic method and the genogram technique

Abstract

F

am ily businesses have specifi c charact erist ics which are t he product of t he int eract ion bet ween fam ily and business. To com prehend t hese t w o dim ensions, it is som et im es necessary t o use different m et hodological approaches t o m ake t he com prehension of such int eract ion possible. Thus, t his paper invest igat es t he dynam ics bet w een fam ily and business by applying t he hist or iographic m et hod and t he genogram t echnique. The r esult s indicat e t hat t he applicat ion of t hese t w o m et hods ext ends t he possibilit ies of com pr ehension about t he int eract ion bet w een fam ily and business. The m ain cont r ibut ion of t his paper is of a m et hodological nat ur e, because it indicat es a qualit at ive r esear ch r out e t hat can be follow ed by ot her r esear cher s int er est ed in st udying t he int eract ion fam ily- or ganizat ion. I t also m ay cont r ibut e t o t he advance of fam ily bu-siness r esear ch, especially concer ning t he syner gies and confl ict s generat ed t hr ough t he socially const r uct ed r elat ionships bet w een fam ily m em ber s and t he fam ily business.

Ke y w or ds: Fam ily business. I nt eract ion fam ily- business. Hist or iographic m et hod. Genogram

t echnique. Case St udy.

* Mest re em Adm inist ração pelo Program a de Pós- Graduação em Adm inist ração da Universidade Federal

de Lavras - PPGA/ UFLA. Professora Assist ent e da Universidade Federal Flum inense - UFF, Nit erói/ RJ/ Brasil. Endereço: Rua Planet a Terra, 414, Pirat ininga. Nit erói/ RJ. CEP: 24350- 302. Em ail: carolescura@gm ail.com

* * Dout or em Adm inist r ação pela Univer sidade de São Paulo - FEA/ USP. Pr ofessor Associado da UFLA,

Lavr as/ MG/ Br asil. Em ail: m ozar j db@dae.ufl a.br

* * * Dout or a em Adm inist r ação pela Univer sidade Feder al de Minas Ger ais - CEPEAD/ UFMG. Pr ofessor a

Adj unt a da UFLA. Lavr as/ MG/ Br asil. Em ail: edm o@dae.ufl a.br

* * * * Mest r e em Adm inist r ação pelo PPGA/ UFLA. Pr ofessor Assist ent e da Univer sidade Feder al de Uber

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Introdução

E

st udos acer ca do univer so de em pr esas fam iliar es t êm cr escido subst ancialm ent e nos últ im os anos. Além da im por t ância sócio- econôm ica desses em pr eendim en-t os, em âm bien-t o local e inen-t er nacional, as em pr esas fam iliar es apr esenen-t am cer en-t as especifi cidades que inst igam os pesquisadores à com preensão de suas dinâm icas. As duas dim ensões, fam ília e em pr esa, que r egem t al sist em a, são m uit o difer ent es, o que t or na desafi adora a com pat ibilização ent r e os dois univer sos. Esse ent r elaça-m ent o ocor r e eelaça-m razão de o elaça-m eselaça-m o gr upo de pessoas est ar envolvido eelaça-m sist eelaça-m as que possuem obj et ivos m uit o difer ent es. A fam ília pr eza pela união dos int egrant es, pela unidade e har m onia nas r elações sociais; j á o sist em a em pr esar ial, geralm ent e, abr iga a lógica com pet it iva.

A coexist ência desses dois sist em as conduz à idéia de que, para o devido ent en-dim ent o desses obj et os de est udo, é necessár io com pr eender t ant o os aspect os que per m eiam o univer so em pr esar ial, quant o os aspect os pr ópr ios da fam ília em pr esár ia. Por t ant o, faz- se r elevant e invest igar essas duas dim ensões de for m a equivalent e, analisando suas int erações, bem com o os r esult ados dessa im br icação.

Para analisar as duas esferas que const it uem a or ganização fam iliar, o pesqui-sador, m uit as vezes, r ecor r e a difer ent es r ecur sos m et odológicos que podem viabilizar a com pr eensão das int er faces pr esent es na or ganização e na fam ília. Para Heck et

al. ( 2008) , um dos desafi os para os est udiosos da ár ea é a adoção de m ét odos de

pesquisas alt er nat ivos para invest igar esses obj et os de análise. Esse pont o de vist a, t am bém , t em sido defendido por Pout ziour is et al. ( 2006) . Para esses aut or es, a de-lim it ação de novas t em át icas e a adoção de m ét odos inovador es poder ão cont r ibuir para a m elhor com pr eensão da dinâm ica de gest ão das or ganizações fam iliar es que abr iga int er esses econôm icos e r elações de par ent esco.

Com est e t rabalho, obj et ivou- se dem onst rar a aplicabilidade t r iangulada do m ét odo hist or iogr áfi co e do genogram a na análise da dinâm ica ent r e fam ília e or ga-nização. Tal dinâm ica foi t om ada, para efeit os dest e t rabalho, com o sendo o conj unt o das r elações const r uídas com base na int eração ent r e difer ent es at or es que desem pe-nham m últ iplos papéis sociais na condição de m em br os da fam ília e da or ganização.

O present e t rabalho foi est rut urado, além da int rodução, em m ais cinco part es in-t erligadas. Essa sisin-t em ain-t ização perm iin-t iu o resgain-t e de alguns conceiin-t os e especifi cidades das organizações fam iliares; a apresent ação de refl exão sobre o m ét odo hist oriográfi co e a t écnica do genogram a. Evidenciaram - se, t am bém , os pr ocedim ent os de pesquisa de cam po que per m it iram ilust rar com o os r efer idos r ecur sos m et odológicos podem ser aplicados na análise da dinâm ica fam ília- or ganização. Descr eveu- se a t raj et ór ia hist ór ica da or ganização fam iliar est udada e as r epr esent ações gr áfi cas da est r ut ura fam iliar. E, fi nalm ent e, as considerações fi nais foram apr esent adas.

Especificidades das Empresas Familiares

A conceit uação do que venha a ser um a em pr esa fam iliar é m uit o var iável ent r e os est udiosos. Para Davel ( 2008, p. 10) , “ saber olhar ” o que ocor r e em um a or ganização fam iliar é um a t ar efa delicada, vist o que a defi nição do que se considera com o organização fam iliar é “ freqüent em ent e escorregadia, quest ionável e discut ível”. A diver sifi cação conceit ual incide, pr incipalm ent e, na consideração, ou não, de gerações fut uras, que possibilit em a per pet uação do negócio fam iliar. Para Donnel-ley ( 1964) , as em pr esas fam iliar es ser iam aquelas per feit am ent e ident ifi cadas com um a fam ília há pelo m enos duas gerações, sendo caract er izada quando essa ligação im plica um a infl uência r ecípr oca na polít ica geral da or ganização e nos int er esses e obj et ivos da fam ília. Essa defi nição expõe claram ent e a necessidade de t er ocor r ido a sucessão, e, conseqüent em ent e, a ent rada da segunda geração, para se classifi car um em pr eendim ent o com o fam iliar.

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isso, se vincula ou passa a depender de um a fam ília. Ver ifi ca- se que nessa segunda defi nição, o fat or sucessór io j á não se apr esent a com o det er m inant e na classifi cação desses em pr eendim ent os. Para est e ar t igo, essa conceit uação apr esent a- se m ais adequada por apont ar a r elação ent r e fam ília e or ganização com o aspect o cent ral na caract er ização dessas em pr esas.

As or ganizações fam iliar es se t or nam em pr eendim ent os únicos por m eio dos result ados das int erações ent re a fam ília e a em presa. Essa int eração gerará, por cert o, um a for m a singular de conduzir as pr át icas or ganizacionais, na m edida em que est ão pr esent es elem ent os econôm icos e sociais na est r ut ura or ganizacional ( CHRI SMAN et

al., 2005) . As dim ensões fam ília e or ganização são m uit o dist int as em suas nat ur ezas

e obj et ivos. Enquant o a esfera fam iliar denot a um a t endência à exalt ação de aspect os em ocionais e de aceit ação e pr ot eção dos m em br os da fam ília, a esfera or ganizacional est aria volt ada para aspect os individuais e de busca incessant e por m elhores result ados e obj et ivos ( GUDMUNDSON et al., 1999) . Diant e disso, “ a pr ópr ia expr essão ‘em pr esa fam iliar ’ é, por si só, um paradoxo” ( QUEI ROZ, 2008, p. 9) . Est e t em sido apont ado com o o grande e pr incipal difer encial das or ganizações fam iliar es - a onipr esença da dim ensão fam iliar infl uenciando a dinâm ica de seu funcionam ent o ( DAVEL; COLBARI , 2003) . Para Tillm ann e Gr zybovski ( 2005) , o equilíbr io ent r e os int er esses individuais e/ ou fam iliar es e os obj et ivos or ganizacionais par ece, ent ão, ser a chave para a so-br evivência das or ganizações fam iliar es ao longo de seu ciclo de vida.

Para Gr zybovski e Lim a ( 2004) , os est udos que abar cam o univer so desses em pr eendim ent os devem assum ir um car át er m ult idisciplinar. Os aut or es pont uam que ser ia nat ural iniciar as discussões r econhecendo conceit os advindos da hist ór ia, ant r opologia e da sociologia com o pont o de par t ida para se com pr eender a or igem e t raj et ór ia da fam ília e da sua r elação com as or ganizações. Acr edit a- se que a inves-t igação das especifi cidades da r elação eninves-t r e fam ília e or ganização, sem a adoção da post ura m ult idisciplinar, ser iam lim it adas em am plit ude e cont eúdo. Por essa razão, nest e t rabalho, aplicam - se, de form a t riangulada, o m ét odo hist oriográfi co criado pelos hist or iador es e a t écnica do genogram a for m ulada pelos ant r opólogos, com a int enção de se evidenciar o pot encial dessa t r iangulação, para os est udos das or ganizações fam iliar es, com o obj et o de pesquisa da ár ea de adm inist ração.

O Método Historiográfico e a

Técnica do Genograma

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per spect iva, a hist or iografi a era t rat ada com o um a nar rat iva dos acont ecim ent os, em que o hist or iador ser ia r esponsável m eram ent e por apr esent ar os fat os de for m a obj et iva e im par cial ( PI ERANTI , 2008) . Por m eio da r upt ura com aquela visão t radi-cional, a hist or iografi a passou a ocupar m ais espaço acadêm ico na m edida em que ela foi aplicada na invest igação de “ subj et ividades”, pr ópr ias dos est udos da cult ura e das exper iências hum anas. Para Sena Júnior ( 2004) , a nova hist or iografi a passou a explicar a r ealidade com base nas nar rat ivas, um elem ent o at é ent ão negligenciado pela t radição da pesquisa hist ór ica.

A nova hist oriografi a inaugura um a diferent e form a de se apreender a const rução hist ór ica, sem se despr ender do r igor acadêm ico necessár io, baseando- se na cr ít ica e int er pr et ação r efl exiva. Em sua for m a cont em por ânea, a hist or iografi a coloca o su-j eit o individual e colet ivo no epicent r o das análises e r econhece a sua at uação at iva na const r ução da hist ór ia, que pode ser r econt ada sob a sua per spect iva. Por t ant o, a r ealidade hist ór ica var ia de acor do com as per spect ivas de seus per sonagens, at or es e observadores, inexist indo, assim , um a única e absolut a realidade ( PI ERANTI , 2008) .

Para a ut ilização do m ét odo hist oriográfi co, o pesquisador deverá t er capacidade de sínt ese e de ext ração dos fat os em pír icos essenciais à r econst it uição hist ór ica de det er m inada r ealidade. Tendo r esgat ado esses fat os em pír icos, é necessár io est abe-lecer um clim a de opinião de acor do com o per íodo em que as ações se sucederam ( BASTOS, 2004) . Esse aut or r essalt a que a hist or iografi a não deve ser vist a com o um a sim ples list a de dat as, nom es, t ít ulos e event os ligados às línguas e à linguagem . A at ividade hist or iogr áfi ca r equer seleção, or denação, r econst r ução e int er pr et ação dos fat os r elevant es que per m it em a r econst it uição de um dado m om ent o hist ór ico.

Além do m ét odo hist or iogr áfi co, dest aca- se, nest e t rabalho, a possibilidade de em pr ego do genogram a com o um a t écnica pot encialm ent e efet iva para as pesquisas em organizações fam iliares. Wendt e Crepaldi ( 2008) explicam que o uso do genogram a faz associação à t eoria de sist em as fam iliares de Bow en. Esse pesquisador, no início do seu t rabalho com fam ílias, pr opôs a ut ilização de diagram a fam iliar que possibilit ar ia colet ar e or ganizar im por t ant es dados sobr e o sist em a fam iliar m ult i- geracional. Esse diagram a foi r enom eado, em 1972, por Guer in, com o genogram a fam iliar ( NI CHOLS; SCHWARTZ, 1998 apud WENDT; CREPALDI , 2008) . Ainda r efer enciando os aut or es ant er ior es, para eles, “ o genogram a explicit a a est r ut ura fam iliar ao longo de vár ias gerações e das et apas do ciclo de vida fam iliar, além dos m ovim ent os em ocionais a ele associados” ( ( NI CHOLS; SCHWARTZ, 1998 apud WENDT; CREPALDI , 2008, p. 303) .

O genogram a t em sido ut ilizado em diver sas pesquisas no cam po da saúde ( NASCI MENTO et al., 2005) . Tassara ( 2006) r essalt a que t al t écnica const it ui um inst r um ent o de nat ur eza qualit at iva, im por t ant e para est udos que envolvam r elações fam iliar es. Dias et al. ( 2007, p. 690) defi nem o genogram a com o:

[ ...] um a r epr esent ação gr áfi ca, por m eio de sím bolos, da com posição fam iliar e dos r elacionam ent os básicos em , pelo m enos, t r ês gerações. Per m it e, de um a for m a r ápida e clara, visualizar quais são os m em br os que const it uem a fam ília, t enham eles vínculos consangüíneos ou não, ident ifi cando a idade, ocupação ou pr ofi ssão e escolar idade de cada pessoa, além de r et rat ar o lugar ocupado de cada um dent r o da est r ut ura fam iliar. O genogram a é const r uído at ravés de um diagram a que det alha a est r ut ura fam iliar, for necendo infor m ações sobr e os vár ios papéis de seus m em br os e bases para a discussão e análise das int erações fam iliar es ( DI AS et al., 2007, p. 690) .

Para Loza ( 1986) , o genogram a é um a r epr esent ação gr áfi ca que agr ega sím -bolos que não seguem um a padr onização univer sal, podendo var iar de acor do com a com plexidade de cada est r ut ura fam iliar e a cr iat ividade do pesquisador. Esse m ét odo consist e em um diagram a que det alha a est r ut ura fam iliar, for nece infor m ações sobr e papéis dos m em br os e das difer ent es gerações, cedendo espaço para a discussão e análise das int erações fam iliar es ( CARVALHO, 2006) .

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part icularidades fam iliares, t ais com o confl it os, problem as de com unicação e de poder, acar r et em pr oblem as para suas r espect ivas em pr esas. Nesse sent ido, o genogram a dem onst ra ser um a fer ram ent a efi caz, na m edida em que per m it e discut ir o passado biológico e em ocional fam iliar, possibilit ando esclarecer, int erpret ar e criar sent ido para os com por t am ent os e at it udes ao longo de gerações ( VRI ES et al., 2009)

Trat ando da r epr esent ação gr áfi ca, os m em br os da fam ília devem est ar dispos-t os hor izondispos-t alm endispos-t e ( o casal) e os fi lhos por linhas ver dispos-t icais e disposdispos-t os da esquer da para a dir eit a. O nom e das pessoas e a idade devem est ar dent r o do quadrado ( sexo m asculino) ou cír culo ( sexo fem inino) . Se algum m em br o m or r eu, o ano da m or t e deve ser m ar cado acim a do quadrado ou do cír culo. Dados r elevant es sobr e algum m em br o devem ser anot ados abaixo do quadrado ( CARVALHO, 2006) .

Na Figura 1, adapt ada de Wr ight e Leahey ( 2002) , est ão ilust rados os sím -bolos usualm ent e ut ilizados na const r ução do genogram a. Linhas são t raçadas para ev idenciar as conex ões ent r e os m em br os da fam ília. Ver ifi ca- se que, para cada t ipo de união, a r epr esent ação se dá de for m a difer ent e. As linhas r epr esent ar ão a int ensidade das r elações. Linhas r et as indicam conexões for t es, linhas cor t adas por out ras na t ransver sal m ost ram r elações confl it uosas e linhas que possuem a let ra ‘d’ ent r e elas se r efer em a r elacionam ent os dist ant es. Set as podem ser desenhadas ao longo da linha para indicar fl uxo de ener gia e r ecur sos. A ausência de linhas signifi ca inexist ência de conexão.

Figu r a 1

Font e: adapt ado de Wr ight ; Leahey ( 2002) .

Nascim ent o et al. ( 2005) cham am a at enção para as diver sas vant agens pr o-por cionadas pela t écnica do genogram a. Ent r e elas, dest aca- se a possibilidade de obser var e analisar bar r eiras e padr ões de com unicação ent r e as pessoas, explorar aspect os em ocionais e com por t am ent ais em um cont ext o de vár ias gerações e auxi-liar os m em br os da fam ília a ident ifi car aspect os com uns e únicos a cada um deles.

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r elevant e, na m edida em que concede ao pesquisador a liber dade de cr iar os pr ópr ios sím bolos que são m ais int er essant es para r epr esent ar, grafi cam ent e, a sit uação da fam ília invest igada.

O Percurso Metodológico Trilhado

Para cum pr ir os obj et ivos pr opost os nest e t rabalho, os seus aut or es r ecor r eram a diver sas abor dagens da pesquisa qualit at iva. Mais especifi cam ent e, ut ilizou- se o m ét odo hist or iogr áfi co e a t écnica do genogram a para explicar a dinâm ica fam ília-or ganização. A pesquisa de cam po foi r ealizada em um gr upo em pr esar ial fam iliar const it uído por doze or ganizações, ger enciadas por fi lhos, noras e net os do fundador, falecido há quat r o anos. Onze dessas or ganizações at uam no ram o far m acêut ico e um a at ua com o clínica vet er inár ia. Essas fi liais est ão localizadas em um a cidade do Est ado de Minas Gerais.

Para apr eender essa r ealidade, foram aplicadas difer ent es t écnicas de colet a de dados: 1) ent r evist a sem i- est r ut urada, 2) obser vação não par t icipant e e 3) análise docum ent al. As ent revist as foram realizadas com t rint a e t rês indivíduos, dos quais set e são dir igent es das fi liais, onze são ger ent es, dez são funcionár ios de difer ent es fi liais e cinco foram classifi cados com o t est em unhas- chave. A adoção desse pr ocedim ent o de pesquisa foi fundam ent al para a pr odução das nar rat ivas, cuj o t eor deu or igem à const it uição hist ór ica da fam ília e da or ganização. Nessas ent r evist as, buscou- se r esgat ar a hist ór ia do gr upo fam iliar, desde sua fundação at é 2008, per íodo no qual foi r ealizada a invest igação. A par t ir das falas, foi possível capt ar com o se davam as r elações ent r e os par ent es, a pr oxim idade ent r e eles, o dist anciam ent o ou m esm o os confl it os. A obser vação não par t icipant e se deu por m eio da análise cuidadosa do cot idiano organizacional, verifi cando o at endim ent o com os client es e as relações ent re os funcionár ios das difer ent es fi liais do gr upo. Na pesquisa docum ent al, per m it iu- se a aver iguação da coer ência das nar rat ivas hist or iogr áfi cas pr oduzidas pelos at or es, sendo det er m inant e na const r ução da linha do t em po que m ar ca a hist ór ia da fam ília e da or ganização. Os docum ent os ut ilizados foram j or nalíst icos, os quais cont inham ent r evist as com o fundador e com os at uais dir igent es. A análise dest es, assim com o das ent r evist as, cont r ibuiu de for m a signifi cat iva, para a r econst it uição hist ór ica da or ganização e das r elações fam iliar es nela pr esent es. Vale m encionar, ainda, que a colet a e análise de dados ocor r eram , ent r e idas e vindas, ao longo do ano de 2008.

O gr upo em pr esar ial invest igado foi denom inado de for m a fi gurat iva de “ gr upo Alfa”, a fi m de garant ir o anonim at o. Da m esm a for m a, pr ocedeu- se com os ent r evis-t ados, que foram idenevis-t ifi cados por siglas: dir igenevis-t es ( D1, D2, D3...) , ger enevis-t es ( G1, G2, G3...) , funcionár ios ( F1, F2, F3...) e t est em unhas- chave ( TC1, TC2...) . Além dos ent r evist ados, foi necessár io cr iar ident ifi cações para aqueles at or es que não foram ent r evist ados, m as que apar ecem ao longo da t raj et ór ia hist ór ica or ganizacional/ fam iliar. Ent r e essas pessoas, est ão o fundador ( Sr. Francisco) , a esposa do fundador ( Sra. Est ela) , os fi lhos do fundador que t rabalharam há alguns anos no gr upo Alfa e que hoj e não at uam m ais ( K1, K2, K3, K4) e um dos net os ( Y1) , que apar ece no r esgat e hist or iogr áfi co sem , cont udo, t er at uado nas or ganizações. Essas denom ina-ções foram dadas de for m a aleat ór ia, ou sej a, não exist e um a razão que j ust ifi que a ident ifi cação at ribuída a esses diferent es at ores. No caso do fundador e de sua esposa, opt ou- se pela at r ibuição de nom es fi ct ícios. Essa escolha t or nou m ais com pr eensível o r esgat e hist ór ico.

Assim , com o os suj eit os r eceberam um a ident ifi cação no int uit o de r esguar dar suas ident idades, o m esm o foi feit o para as difer ent es fi liais que com põem o gr upo Alfa. Com o poder á ser visualizado ao longo da t raj et ór ia hist or iogr áfi ca, foram inau-gurados 12 em pr eendim ent os. A ident ifi cação das loj as foi feit a da seguint e for m a: L1, L2, L3... L14.

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r ecur sos possibilit am ao leit or visualizar, de for m a m ais nít ida, as t ransfor m ações que ocor r eram no âm bit o fam ília- em pr esa.

A Trajetória Histórica da Organização Familiar

Na r econst it uição da r efer ida t raj et ór ia, opt ou- se por pr ivilegiar os acont eci-m ent os de eci-m aior r elevância vivenciados pelo gr upo eeci-m pr esar ial faeci-m iliar invest igado. Port ant o, t rat a- se de um a sínt ese de um a pesquisa m ais am pla que ret rat ou a dinâm ica fam ília- or ganização com r iqueza de det alhes, com o r ecom enda o m ét odo hist or iogr á-fi co. Ret om ando alguns elem ent os do r efer encial t eór ico, buscou- se, com o suger ido por Pierant i ( 2005) , r econst r uir cr onologicam ent e a hist ór ia fam iliar- or ganizacional, de acor do com a int er pr et ação dos r elat os apr esent ados pelos ent r evist ados. Assim , organizou- se a análise dessa reconst it uição em quat ro m om ent os: fundação, expansão em pr eendedora, cr ise e r upt ura e, fi nalm ent e, o m om ent o at ual do em pr eendim en-t o fam iliar, confi gurado em dois subgr upos. Um dos ponen-t os cenen-t rais nesse r esgaen-t e hist ór ico foi a possibilidade de analisar, de for m a m ais abrangent e, de que m odo as r elações sociais podem infl uenciar na dinâm ica or ganizacional ( COSTA et al., 2009) .

Ant es de iniciar a reconst it uição hist órica, out ro elem ent o a ser dest acado refere-se ao enfoque nos elem ent os subj et ivos, pr opiciados pela hist or iografi a. Sena Júnior ( 2004) apont a para a im por t ância das nar rat ivas dos at or es no pr ocesso de r esgat e hist ór ico. Desse m odo, buscou- se, por m eio dos r elat os, pr oduzir com det alhes as exper iências vivenciadas pelos int egrant es da fam ília/ em pr esa.

Ant er ior m ent e à or ganização Alfa ser cr iada, seu fundador t rabalhava no ram o far m acêut ico, em um a cidade de Minas Gerais, na década de 1960. Nessa pequena farm ácia, em que Sr. Francisco t rabalhava com o balconist a, ele pode desenvolver suas pr im eiras habilidades com o far m acêut ico, em bora não fosse graduado em t al ár ea. Sr. Francisco casou- se com Sra. Est ela e t iveram dez fi lhos, t endo dois deles m or r ido ainda bebês.

Naquela época, Sr. Francisco pr ecisava encont rar algum a alt er nat iva para garant ir, de for m a m ais segura, o sust ent o de sua fam ília. Foi, ent ão, que sur giu a opor t unidade de ele abr ir sua pr ópr ia far m ácia. A dr ogar ia foi fundada em um bair r o carent e, pot encialm ent e int eressant e para esse t ipo de negócio, dado que a população necessit ava de at endim ent o m édico e a far m ácia, por m eio do Sr. Francisco, poder ia supr ir t al necessidade.

1965 - Surge a organização Alfa e,

junto, o “médico dos pobres”

A or ganização Alfa foi fundada em um pequeno côm odo, em um bair r o de co-m unidade car ent e. Coco-m o era uco-m a r egião que não dispunha de at endico-m ent o co-m édico, o Sr. Francisco passou a consult ar m uit os dos seus fr egueses. Ele at uava, r ealm ent e, com o um far m acêut ico, em bora não t ivesse for m ação e, m uit as vezes, com o m édico, at endendo casos m ais sim ples de enfer m idade. Sr. Francisco, com o far m acêut ico, m anipulava algum as fór m ulas que, segundo as nar rat ivas dos ent r evist ados, eram r ealm ent e efi cazes.

Ant igam ent e, ele fazia r em édio dent r o da pr ópr ia far m ácia. Ele m anipulava, ele era o bioquím ico ali, ele invent ava alguns m edicam ent os. Ent ão, ele t eve um a aprendizagem , um a pr át ica m uit o grande. Ele se t or nou um ót im o m édico, se t or nou o dout or da cidade. Hoj e em dia acesso a m édico j á é m uit o difícil, você im agina naquela época. Ent ão, t odo m undo pr ocurava o Sr. Francisco para consult ar ( D4) .

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O segundo fi lho a ingressar na organização foi D2 que, após prestar o serviço m ilitar obrigat ório e t er t rabalhado ant eriorm ent e em um a fábrica de t ecidos, passou a at uar efet ivam ent e nos negócios da fam ília. Nesse m om ent o, m arcado pela ent rada de D2, Sr. Francisco apresent ava sinais de est resse, devido a quat ro anos de t rabalho int enso. Por recom endações m édicas, o fundador afastou-se da organização durante seis m eses, tem po necessário para a sua recuperação. Dessa form a, D2 assum iu a em presa Alfa e, assim , iniciaram - se as prim eiras t ransform ações que m udariam os rum os do em preendim ent o.

1970 - A visão empreendedora

O afast am ent o do Sr. Francisco da organização Alfa acelerou a ent rada dos fi lhos no negócio fam iliar. D2 assum iu efet ivam ent e os negócios do pai, por ser o segundo fi lho m ais velho. Por m eio das narrat ivas dos inform ant es, é possível ident ifi car que D2 possuía um a visão difer ent e do pai: o sucessor foi caract er izado pelos ent r evist ados com o “ adm inist rador violent o” ( F7) , “ em preendedor ” ( G2) , “ est rat egist a” ( TC4) , “ líder ” ( G6) , “ adm inist rador ar r oj ado” ( D5) , “ ant enado” ( F1) e “ esper t o para negócio” ( TC5) . A ent rada de D2 foi um dos m om ent os m ais signifi cat ivos para a or ganização Alfa, dada a sua habilidade para os negócios. Grande par t e dos infor m ant es m encionou a im por t ância do ingr esso de D2 para a or ganização, explicando que foi em razão de sua visão em pr eendedora que os negócios da fam ília passaram a se expandir na cidade.

D2 que subiu essa fi r m a. Se t em esse nom e hoj e é graças ao D2. D2 foi um adm inis-t rador violeninis-t o, cara que subiu a far m ácia m esm o. Tem que inis-t irar o chapéu para ele. Ele foi um grande adm inist rador ( F7) .

Junt am ent e com D2, ingr essam t am bém os out r os fi lhos do fundador. Cont udo, esses sucessor es ( K1, K2, K3, K4, TC5, D7, D1) não possuíam a m esm a dinam icidade e habilidade para os negócios. Na década de 1970, D1 ainda era m uit o j ovem , por-t anpor-t o, auxiliava na or ganização por m eio de por-t ar efas m ais sim ples, em hor ár ios fora do per íodo escolar.

Graças à visão em pr eendedora de D2, m uit as fi liais foram fundadas, cr iando assim o grupo em presarial Alfa. Ent ret ant o, com o passar dos anos, nem t odos os fi lhos per m aneceram nos negócios: K1 casou- se e m udou- se para São Paulo. K2 e K3 aban-donaram os negócios fam iliar es, fi zer em graduação em Our o Pr et o e, post er ior m ent e, m udaram - se para Brasília. K4 t am bém per deu int er esse pelo gr upo Alfa e m udou- se para os Est ados Unidos. Por fi m , TC5, após vivenciar um a r elação confl it uosa com os dem ais herdeiros, decide graduar- se em Direit o. Dessa form a, o grupo fam iliar passou a ser adm inist rado pelo Sr. Francisco, que per m anecia na “ m at r iz” ( L1) , j unt am ent e com D2, D1 e D7 e por D3, esposa de D2, que t rabalhava na fi lial do cent r o ( L3) .

Do casam ent o de D2 com D3, nasceram t rês fi lhos. O m ais velho ( Y1) decidiu não t rabalhar nos negócios da fam ília, opt ando por graduar- se em m edicina em Cuba. D4 e D5 ent ram post er ior m ent e para o ram o far m acêut ico, at uando at é os dias de hoj e.

1990 a 1992 - A grande crise e a divisão do grupo Alfa

Quando a sit uação do grupo Alfa parecia alcançar cert a est abilidade, em ergiram m uit os pr oblem as. Ent r e eles um grande confl it o ent r e os ir m ãos que t rabalhavam na far m ácia. D1 e D7 com eçaram a se desent ender com D2. Com o explanado durant e essa t raj et ór ia, D2 sem pr e se dest acou, ent r e seus ir m ãos, por sua visão em pr een-dedora e pela sua habilidade para ger enciar os negócios fam iliar es. O cr escim ent o acelerado desse em pr eendedor culm inou na desconfi ança por par t e de seus ir m ãos, que t rabalhavam no grupo em presarial. Esse fat o revela que sent im ent os desenvolvidos ao longo de anos no seio fam iliar, com o ciúm es, invej a, disput a, podem acar r et ar em pr oblem as post er ior es para a em pr esa da fam ília ( VRI ES et al., 2009) .

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Essas desavenças im plicaram um a grande divisão do grupo Alfa. A part ir de 1990, D2 abandonou a m at r iz ( L1) , ant es adm inist rada por ele, por Sr. Francisco, D1 e D7. Subit am ent e, quem assum iu a gest ão da L1 foi D1. O fundador, na época, j á est ava m uit o idoso e não t rabalhava m ais na ár ea adm inist rat iva, m as cont inuava pr est ando at endim ent o à com unidade e m anipulando suas fór m ulas. D7 per m aneceu na m at r iz ( L1) para auxiliar seu ir m ão, que assum iu a dir eção dos negócios sem possuir a de-vida exper iência. D2 deslocou- se para a far m ácia sit uada no cent r o da cidade ( L3) e passou at uar ao lado de sua esposa ( D3) .

O gr upo Alfa fi cou dividido, sendo um a par t e coor denada por D2 e out ra sob adm inist ração de D1 e D7. Um pont o im por t ant e a ser r essalt ado nessa t raj et ór ia é que, m esm o após a divisão, o gr upo Alfa m ant eve- se com o um a unidade em pr esar ial, ou sej a, algum as decisões ainda eram t om adas conj unt am ent e.

O grupo liderado por D2

Teve início, a part ir de 1992, um período de int enso crescim ent o do grupo lidera-do por D2. Vár ias fi liais foram inauguradas e o gr upo Alfa am pliou- se cont inuam ent e.

Meu pai e m inha m ãe com eçaram a t rabalhar aqui for t e. Aí, a far m ácia foi só cr es-cendo. Aí, a gent e com eçou a expandir. Aí, t eve um a época que, m uit o rapidam ent e, abr iram vár ias loj as ( D4) .

No ano de 1994, D5 ingressou efet ivam ent e nos negócios fam iliares. Esse fi lho de D2 j á desem penhava algum as t ar efas na or ganização, m as, por ser m uit o j ovem , não t inha grandes r esponsabilidades. Ao com plet ar 18 anos, D5 cogit ou a possibilidade de ingressar no serviço m ilit ar obrigat ório. Ent ret ant o, D2 desej ava que seu fi lho ent rasse para a organização, dando cont inuidade aos negócios fam iliares. Diant e dessa sit uação, D2 const r uiu m ais um a fi lial do gr upo Alfa, L6, deixando- a sob o cont r ole do fi lho.

Quando eu t inha dezoit o anos, eu t ava indo para o quar t el e m eu pai abr iu a L6. Eu quer ia ser vir o quar t el na época e ele m e falou: ‘A chave da far m ácia t á aqui. Ou o quar t el ou a far m ácia’. Aí, eu fui para a far m ácia. Eu fi quei... foi m inha pr im eira ex-per iência adm inist rando a far m ácia ( D5) .

Nos anos seguint es, o gr upo liderado por D2 pr osper ou cada vez m ais. Em , apr oxim adam ent e, seis anos foram inauguradas cinco fi liais. No ano de 1994, foi inaugurada a fi lial; em 1997, a L7; em 1998, foi inaugurada a clínica vet er inár ia ( L8) , com a m ar ca do gr upo Alfa; em 1999, a fi lial L9 e; no ano de 2000, foi cr iada m ais um a far m ácia, localizada pr óxim o à r odoviár ia da cidade, a L10.

A fi lial L8 é um a clínica vet erinária, cuj a idéia de abrir part iu de G11, um dos net os de Sr. Francisco, fi lho de K1. Ele m orava na cidade de São Paulo com seus pais e fez graduação em m edicina vet erinária. Term inada a graduação, G11 decidiu abrir um a clínica ut ilizando a m arca Alfa, considerando que ela j á est ava consolidada no m ercado.

Eu abr i a clínica ut ilizando a m ar ca Alfa. Na época, foi um est our o, que at é m e pegou de sur pr esa. Eu era r ecém - for m ado e foi aquele m ovim ent o absur do. Em um ano, a gent e t ava com set e funcionár ios ( G11) .

O cr escim ent o do gr upo liderado por D2 não par ou por aí. Nos anos seguint es, out ras fi liais foram cr iadas. Mas, ant es disso, um fat o im por t ant e deve ser r elat ado. No ano de 2003, D2 e D3 passaram por um desent endim ent o conj ugal, afet ando os negócios da fam ília. Esse fat o m ost ra a for t e im br icação ent r e o sist em a fam iliar e or ganizacional, r evelando com o cada esfera exer ce infl uência sobr e a out ra, o que t or na dist int a a gest ão dos em pr eendim ent os fam iliar es ( DAVEL; COLBARI , 2003; CHRI SMAN et al., 2005) .

O confl it o de casal, vivenciado por D2 e D3, hoj e não pr ej udica m ais as em pr e-sas, pois, com o t em po, eles r egularam a sit uação e buscaram separar, na m edida do possível, quest ões conj ugais das em pr esar iais.

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far m ácia de m anipulação, a L12. A cr iação de um laborat ór io de m anipulação foi um sonho de Sr. Francisco que, fi nalm ent e, pôde ser r ealizado. Nessa dat a, aos 21 anos, quando D4 com plet ou a graduação em Adm inist ração, decidiu ingr essar efet ivam ent e no gr upo Alfa, passando a dir igir a far m ácia de m anipulação L12.

No ano de 2006, foi inaugurada m ais um a fi lial, a L13. Nesse m esm o ano, um acont ecim ent o m ar cou t oda a hist ór ia do gr upo Alfa, o falecim ent o do fundador. Esse foi um m om ent o que m obilizou t odas as far m ácias e, inclusive, a população local, em razão do r espeit o, car inho e afet o que as pessoas t inham com Sr. Francisco.

At ualm ent e, o gr upo liderado por D2 é dir igido por D3 ( ex- esposa de D2) , D4 e D5 ( fi lhos de D2) . Nessa t raj et ór ia, é im por t ant e r essalt ar que, m esm o com o desen-t endim endesen-t o conj ugal endesen-t r e D2 e D3, am bos condesen-t inuam adesen-t uando de for m a har m oniosa no gr upo Alfa, ou sej a, sem com pr om et er o andam ent o dos negócios fam iliar es. Os fi lhos, D4 e D5, hoj e, at uam de for m a efet iva na or ganização, no ent ant o, é possível ver ifi car que m uit as decisões ainda devem passar pela apr ovação do pai ( D2) . Pode-se afi r m ar que os fi lhos de D2 possuem aut onom ia lim it ada dent r o do gr upo Alfa.

Mesm o ex ist indo algum as diver gências no pr ocesso de gest ão, as r elações ent r e os dir igent es não const it uem um fat or cr ít ico, a pont o de at rapalhar no anda-m ent o das or ganizações lideradas por D2. I sso é visível na expansão das fi liais e no bom desem penho dos negócios fam iliar es. Esse fat o r elem bra a im por t ância ent r e equilibrar os int er esses or ganizacionais e individuais, a fi m de garant ir a efet ividade da em pr esa, possibilit ando sua sobr evivência ao longo de gerações ( TI LLMANN; GR-ZYBOVSKI , 2005) .

O grupo liderado por D1 e D7

Com o m encionado durant e essa t raj et ór ia hist ór ica, no ano de 1990, o gr upo Alfa sofr eu um a separação, acar r et ando o sur gim ent o de um gr upo liderado por D2 e out r o liderado por D1 e D7. Após a saída de D2 da adm inist ração da m at r iz ( L1) , D1 e D7 assum iram subit am ent e sua dir eção. Ent r et ant o, confor m e m encionado, am bos não t inham conhecim ent o de pr át icas ger encias, o que t or nou esse m om ent o inicial m uit o difícil. Com o passar dos anos, essa pr át ica adm inist rat iva foi sendo adquir ida. At é o ano de 2002, o grupo liderado passou por m om ent os m uit o prósperos. No ano de 2000, D1 e D7 decidiram fazer um a grande r efor m a na m at r iz, m udando seu layout e int r oduzindo novos pr odut os. Nesse m esm o ano, D1, que se casou com D6 em 1990, inaugur ou um a fi lial, L14, para sua esposa adm inist rar.

Os negócios par eciam pr osperar para o gr upo liderado por D1 e D7, at é ocor r er um a grande cr ise, ocasionada por pr oblem as t rabalhist as. Confor m e nar rat ivas, essa cr ise est á vinculada ao m au r elacionam ent o de D7 com seus funcionár ios.

E, at é hoj e, o gênio da D7 é m uit o com plicado. Ela é difícil de lidar. É m uit o difícil a convivência com ela. É com plicado. Quer t udo m uit o per feit o, m uit o cer t inho, isso não exist e, não é por aí. O ser hum ano não é m áquina ( G4) .

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O Genograma da Estrutura Familiar

Nest a seção, busca- se apr esent ar, por m eio de r epr esent ações gr áfi cas, com o a est r ut ura fam iliar do gr upo Alfa sofr eu m odifi cações ao longo da t raj et ór ia hist ór ica or ganizacional. Os genogram as per m it iram obser var, nit idam ent e, com o a int eração fam ília- em pr esa foi assum indo difer ent es confi gurações confor m e a dinâm ica or ga-nizacional. Est a t écnica possibilit ou aos aut or es explicit ar com o a est r ut ura fam iliar se m odifi cou ao longo das gerações, m uit o em razão dos m ovim ent os em ocionais ( NI CHOLS; SCHWARTZ, 1998 apud WENDT; CREPALDI , 2008) .

Ant es, t or na- se im por t ant e r et om ar, para fi ns ilust rat ivos, os signifi cados dos códigos r efer ent es a cada m em br o do gr upo fam iliar ( Quadr o 1) :

Qu a dr o 1 - Sign ifi ca do dos Códigos Re fe r e n t e s a os M e m br os do Gr u po Fa m ilia r

CÓD I GO D e scr içã o

Sr. Francisco Fundador da em pr esa Sra. Est ela Esposa do fundador D1 Dir igent e fi lho do fundador

D2 Dir igent e fi lho do fundador - Pr incipal sucessor ( 2º geração) D3 Dir igent e esposa de D2

D4 Dir igent e fi lho de D2 e D3 - Sucessor ( 3º geração) D5 Dir igent e fi lho de D2 e D3 - Sucessor ( 3º geração) D6 Dir igent e esposa de D1

D7 Dir igent e fi lha do fundador G1 a G6 Ger ent es da em pr esa F1 a F7 Funcionár ios da em pr esa

K1 a K4 Filhos do fundador que não at uam m ais na em pr esa fam iliar TC1 a TC5 Test em unhas- chave

Y1 Net o do fundador que não at ua na em pr esa fam iliar

Font e: dados da pesquisa.

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Figu r a 2 - An t e s de 1 9 6 5

Font e: dados da pesquisa.

Na Figura 2, est á r epr esent ada a est r ut ura fam iliar em um m om ent o inicial. Obser va- se que, pouco ant es de 1965, o ar ranj o fam iliar confi gurava- se com Sr. Fran-cisco, casado com Sra. Est ela, com dez fi lhos, confor m e ident ifi cado na Figura 2. As m ulher es são r epr esent adas por cír culos, enquant o os hom ens são ident ifi cados por quadrados. Ent r e os dez fi lhos, dois faleceram ainda bebês, r est ando oit o na est r ut ura fam iliar. A r epr esent ação do falecim ent o é sinalizada por m eio de um “ x”, confor m e dem onst rado na legenda.

Figu r a 3 - Fu n da çã o ( 1 9 6 5 )

Font e: dados da pesquisa.

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Figu r a 4 - A V isã o Em pr e e n de dor a ( 1 9 7 0 )

Font e: dados da pesquisa.

Na Figura 4, ver ifi ca- se um m om ent o signifi cat ivo para o negócio fam iliar : a ent rada dos out r os sucessor es para em pr esa, D2, K2, K4, TC5, K3 e D7. Ent r e esses her deir os, D2 é m ar cado pelo cont or no pr et o, a fi m de sinalizar sua r elevância para a condução das at iv idades da far m ácia. Confor m e dem onst rado na hist or iografi a or ganizacional, esse sucessor dest acou- se ent r e os ir m ãos por possuir habilidades adm inist rat ivas e um a visão em preendedora que possibilit ou, fut uram ent e, um a gran-de expansão do gr upo Alfa. Nesse m om ent o, vale r elem brar que, na const r ução do genogram a, o pesquisador t em a liber dade de cr iar os pr ópr ios sím bolos, pr oduzindo o que é convenient e para a ilust ração do caso ( ATHAYDE; GI L, 2005) . I sso é ver ifi ca-do, por exem plo, no cont or no pr et o de D2 para sinalizar a sua visão em pr eendedora.

Figu r a 5 - A V isã o Em pr e e n de dor a a pa r t ir de 1 9 8 5

Font e: dados da pesquisa.

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Figu r a 6 - A Gr a n de Cr ise ( 1 9 9 0 )

Font e: dados da pesquisa.

Na Figura 6, obser va- se um m om ent o delicado vivenciado pelo gr upo Alfa. A “ grande cr ise” ocor r eu em função de um pr oblem a ent r e D2 e seus ir m ãos, D1 e D7. Esses confl it os foram ilust rados por m eio de cor t es paralelos sobr e a linha que une os m em br os fam iliar es. Not a- se que, nesse m om ent o, TC5 t am bém est abelece r elações confl it uosas, pr incipalm ent e com seu ir m ão D2.

Verifi ca- se, t am bém , nessa represent ação gráfi ca, que os casam ent os dos fi lhos de Sr. Francisco e Sra. Est ela j á est ão sinalizados, bem com o o nascim ent o da t erceira geração. Os círculos e quadrados que est ão em branco, sem ident ifi cação, t rat am de m em bros fam iliares que não tiveram participação na reconstituição histórica do grupo Alfa.

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Figu r a 7 - A Se pa r a çã o do Gr u po Alfa

Font e: dados da pesquisa.

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Figu r a 8 - Gr u pos Se pa r a dos a pa r t ir de 1 9 9 1

Font e: dados da pesquisa.

O genogram a da Figura 8 r et rat a um r ear ranj o nas r elações pessoais da fam ília em pr esár ia. No pr im eir o gr upo, liderado por D2, é possível visualizar o ingr esso do fi lho m ais velho, D5, e do sobr inho do casal ( D2 e D3) , G11. G11, após graduar- se em m edicina vet er inár ia, foi para a pequena cidade no int er ior de Minas Ger ias, no int uit o de abr ir um a clínica. No ano de 1998, ele inaugur ou a clínica vet er inár ia ut ilizando a m ar ca do gr upo Alfa. Tudo isso foi r ealizado com o apoio dos seus t ios, D2 e D3. Dessa for m a, G11 passou a fazer par t e do pr im eir o gr upo adm inist rat ivo.

Out r o pont o dest acado nesse gr upo é a r elação de dom ínio, de cent ralização das at ividades por D2. Essa r elação é expr essa por m eio de set as que indicam sua aut or idade diant e dos dem ais dir igent es, D3 e D5.

O segundo gr upo, dir igido por D1 e D7, r et rat a que, naquele m om ent o, esses dois ir m ãos passaram a não t er um a r elação m uit o am igável em decor r ência de al-guns pr oblem as, confor m e foi m encionado na hist or iografi a. A r elação de confl it o é ident ifi cada por m eio de cor t es paralelos sobr e a linha que une os dois ir m ãos. Nesse m om ent o, obser va- se, t am bém , o ingr esso de D6 nas at ividades em pr esar iais.

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Figu r a 9 - Ge st ã o de 2 0 0 8

Font e: dados da pesquisa.

O últ im o genogram a ( Figura 9) r epr esent a a confi guração fam iliar na gest ão de 2008. Essa fi gura r et rat a as separações conj ugais que ocor r eram ao longo da t ra-j et ór ia hist ór ica or ganizacional. A separação ent r e casais é ident ifi cada por m eio de um t raço pr et o cor t ando a linha que liga os m ar idos às suas esposas. De acor do com o genogram a, D2 separ ou- se de D3; TC5 separ ou- se de sua esposa; D7 r om peu com seu m ar ido; D1 e D6 separam - se e; K4 t am bém r om peu r elações com seu esposo.

No pr im eir o gr upo, liderado por D2, ver ifi ca- se a ent rada de seu fi lho caçula, D4. Obser va- se que, m esm o após a ent rada dos sucessor es, D2 m ant ém um a r elação cent ralizadora nas at ividades em pr esar iais. Essa dom inação nas r elações or ganizacio-nais é ident ifi cada por um a set a dir ecionada a D2. Vê- se ainda que, após a separação de D2 e D3, D4 passou a fi car m ais pr óxim o da m ãe, pois cont inua m orando ao lado dela. Essa pr oxim idade é sinalizada pelo t raço cinza que une os dois at or es.

Quant o ao gr upo dir igido por D1 e D7, é possível obser var que os dois ir m ãos ainda possuem um a r elação confl it uosa. Out r o pont o de dest aque r efer e- se à m or t e do fundador, no ano de 2006. O falecim ent o do Sr. Francisco per m it iu que D7 e D1 cont inuassem ligados à m ãe. Ent r et ant o, D7 apr oxim a- se ainda m ais da m at r iar ca, vist o que ela se encont ra fragilizada pela m or t e de seu m ar ido. Essa r elação de m aior pr oxim idade ent r e D7 e a Sra. Est ela é dest acada por um for t e t raço em cinza.

O genogram a r et rat a t am bém que, no ano de 2008, os gr upos que const it uem as or ganizações Alfa, um liderado por D2 e out r o dir igido por D1 e D7, per m anecem em confl it o.

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Considerações Finais

Ao inser ir- se no cam po da análise das or ganizações fam iliar es, nest e t rabalho, foi abor dada a dinâm ica ent r e fam ília- em pr esa, par t icular izando a infl uência da esfera fam iliar sobr e a dim ensão or ganizacional. Para com pr eender essas duas esferas cons-t icons-t ucons-t ivas da em presa fam iliar, foi necessário aplicar diferencons-t es recursos m econs-t odológicos. Assim , para invest igar a r efer ida dinâm ica, foram ut ilizados o m ét odo hist or iogr áfi co e a t écnica do genogram a.

As em pr esas fam iliar es apr esent am algum as especifi cidades que lhes confer em um a ident idade pr ópr ia. Esse t ipo de or ganização pode ser vist o com o pr odut o social da int eração ent r e fam ília e em pr esa const r uída em dado cont ext o sócio- hist ór ico. Par t indo desse pr essupost o, nest e t rabalho, evidenciou- se que a aplicação conj ugada de t ais recursos m et odológicos am plia as possibilidades de explanação e com preensão da int eração fam ília e em pr esa.

A part ir da análise dos dados produzidos com base na aplicação da hist oriografi a, foi possível reconst it uir a t raj et ória e ident ifi cação de incident es crít icos que m arcaram a dinâm ica ent r e fam ília e em pr esa. A dem ar cação dos incident es cr ít icos ( 1965 - sur-gim ent o da organização Alfa; 1970 - visão em preendedora; 1990- 1992 - a grande crise e divisão do gr upo Alfa; o gr upo liderado por D2; o gr upo liderado por D1 e D7) , além de r efl et ir os pr incipais acont ecim ent os ocor r idos no gr upo Alfa, possibilit ou que sua hist ór ia fosse or ganizada e sist em at izada de m odo a facilit ar a sua com pr eensão ao longo do t em po. Assim sendo, not ou- se que a apr opr iação do m ét odo hist or iogr áfi co per m it iu com pr eender os difer ent es m om ent os hist ór icos vivenciados pelo gr upo Alfa, especialm ent e no que diz r espeit o à int eração fam ília- em pr esa.

Dessa for m a, foi possível const at ar que acont ecim ent os pr ópr ios da esfera fam iliar, com o o desent endim ent o de D1 e D7 com D2, infl uenciam de for m a dir et a na dir eção dos negócios. Fat o esse const at ado pela separação do gr upo Alfa, que fez em er gir dois subgr upos. Out r o fat or im por t ant e na hist or iografi a do gr upo Alfa foi o sur gim ent o de at or es que infl uenciaram na condução hist ór ica da em pr esa m esm o sem t rabalhar em no gr upo em pr esar ial. As evidências obser vadas ao longo do t raj et o hist ór ico est udado possibilit aram com pr eender de for m a m ais am pla os elem ent os que conduziram para a at ual confi guração do gr upo invest igado.

A t écnica do genogram a em pr egada de for m a com plem ent ar dest acou a est r u-t ura das r elações fam iliar es em difer enu-t es m om enu-t os da hisu-t ór ia do gr upo em pr esar ial est udado. Com a aplicação dessa represent ação gráfi ca, observou- se a form a com o as decisões e ações desenvolvidas no âm bit o da organização podem provocar t ransform a-ções na est rut ura fam iliar, gerando relaa-ções de proxim idade, confl it o e dist anciam ent o. A r ecípr oca t am bém é ver dadeira, ou sej a, as t ransfor m ações ocor r idas no seio da fam ília infl uenciam , de for m a m ar cant e, as pr át icas de gest ão e out ras dim ensões da vida organizacional. Nesse sent ido, há de se com preender o carát er am bíguo, inacaba-do e t ransfor m ainacaba-dor da r elação ent r e fam ília e or ganização. Por t ant o, t rat a- se de um a dinâm ica que deve ser pesquisada com o pr odut o e pr odut ora de um a r ealidade que se m olda devido ao cont ext o sócio- hist ór ico, cuj os pr incipais at or es são, ao m esm o t em po, par ent es ent r e si e m em br os da or ganização. Essa im br icação evidencia que não há, por t ant o, um a nít ida separação ent r e as duas esferas: fam ília e em pr esa. Deve- se r essalt ar que essa separação t em sido am plam ent e defendida por aqueles que m ilit am pela pr ofi ssionalização das or ganizações fam iliar es.

Pela análise dos r esult ados da pesquisa, conclui- se, ainda, que a aplicação con-j ugada de diferent es recursos m et odológicos am plia as possibilidades de explanação e com pr eensão da int eração fam ília e em pr esa. Acr edit a- se que a pr incipal cont r ibuição dest e t rabalho sej a de nat ur eza m et odológica, pois m ost r ou- se um desenvolvim ent o de pesquisa qualit at iva que poder á ser t r ilhado por out r os pesquisador es int er essados em invest igar a int eração fam ília- organização. Espera- se, t am bém , que o conhecim ent o pr oduzido nest e t rabalho possa cont r ibuir para o avanço do conhecim ent o sobr e as em presas fam iliares, especialm ent e no que diz respeit o às sinergias e confl it os gerados pelas r elações const r uídas ent r e m em br os da fam ília e da or ganização.

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apr ofundada da infl uencia da esfera fam iliar sobr e a dim ensão or ganizacional. Nesse sent ido, suger em - se out r os est udos que enfoquem , sob a ót ica da hist or iografi a e ant r opologia, a infl uência da est r ut ura das r elações de par ent esco nas pr át icas de gest ão de em pr esas fam iliar es, cuj a dinâm ica t em sido m ar cada por t raços da cult ura fam iliar no am bient e or ganizacional.

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Ar t igo r e ce bido e m 1 5 / 0 1 / 2 0 1 0 .

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Figu r a  3  -  Fu n da çã o ( 1 9 6 5 )
Figu r a  4  -  A V isã o Em pr e e n de dor a  ( 1 9 7 0 )
Figu r a  6  -  A Gr a n de  Cr ise  ( 1 9 9 0 )
Figu r a  7  -  A Se pa r a çã o do Gr u po Alfa
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