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ANAIS. Caderno de RESUMOS

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Academic year: 2021

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Caderno de

RESUMOS

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Caderno de Resumos

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Comissão científica

Docentes

Profa. Dra. Ana Lúcia de Castro (UNESP)

Prof. Dr. Edmundo Antonio Peggion (UNESP)

Profa. Dra. Geovania da Silva Toscano (UNESP)

Prof. Dr. Gilmar Santana (UFRN)

Profa. Dra. Luciléia Colombo (UNESP)

Prof. Dr. Marcelo Santos (UNESP)

Profa. Dra. Maria Ribeiro do Valle (UNESP)

Edson Farias (UNB)

Miqueli Miquetti (UFPB)

Discentes

Alexandre José Romagnoli (Doutorando em Ciências Sociais - UNESP)

Aline Cristina Ferreira (Doutoranda em Ciências Sociais - UNESP)

Anderson Vinicius Dell Piagge Piva (Doutorando em Ciências Sociais - UNESP)

Ariel Torres Alves (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Augusto Moreira Magalhães (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Beatriz Salgado Cardoso de Oliveira (Doutoranda em Ciências Sociais - UNESP)

Breno Carlos da Silva (Doutorando em Ciências Sociais - UNESP)

Claudemir Carlos Pereira (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Fernanda Stella Cavicchia (Mestranda em Ciências Sociais - UNESP)

Geander Barbosa das Mercês (Doutorando em Ciências Sociais - UNESP)

Guilherme de Matos Floriano (Doutorando em Ciências Sociais - UNESP)

Isis Caroline Nagami (Doutoranda em Ciências Sociais - UNESP)

Janaina de Oliveira (Doutoranda em Ciências Sociais - UNESP)

Luana Darby Nayrra da Silva Barbosa (Mestranda em Ciências Sociais - UNESP)

Lucas Henrique de Sousa (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Lucas Marcelino Santos (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Marília de Azevedo Pereira (Mestranda em Ciências Sociais - UNESP)

Mateus Henrique Serrano (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Mateus Tobias Vieira (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Matheus Garcia de Moura (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Murilo Petito Cavalcanti (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Rafael Franklin Almeida Bezzon (Doutorando em Ciências Sociais - UNESP)

Tiago Barros de Oliveira Rosa (Mestrando em Ciências Sociais - UNESP)

Realização

Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista

(UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus Araraquara.

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UNESP/FCLAr

Profa. Dra. Carla Gandini Giani Martelli

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Janaína de Oliveira

Rafael Franklin Almeida Bezzon

Revisão e Normatização

Anderson Vinícius Del Piagge Piva

Lucas Marcelino dos Santos

Luana Darby Nayrra da Silva Barbosa

Revisão Final

Aline Cristina Ferreira

Janaína de Oliveira

Rafael Franklin Almeida Bezzon

Diagramação

Aline Cristina Ferreira

Janaína de Oliveira

Rafael Franklin Almeida Bezzon

Assessoria técnica

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GT 3 ... p. 154

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GT 1 – Cultura, Democracia e Pensamento Social

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8

O LUGAR DA MEMÓRIA: A JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO TARDIA NA REASCENÇÃO DO CONSERVADORISMO NO BRASIL

Aline Michele Nascimento Augustinho1 Aline Prato Atassio2

Resumo: Essa proposta de comunicação visa busca refletir sobre o lugar dos estudos da memória

durante e após o término das práticas reconhecidas como a Justiça de Transição Tardia no Brasil. Após cerca de uma década de esforços direcionados à reavaliação dos crimes do Estado contra civis durante a Ditadura Militar entre 1964 e 1985, o encerramento da Comissão Nacional da Verdade em 2014 e a eleição de um governo com propostas e falas associadas à extrema-direita em 2018, marcam uma reviravolta nas perspectivas da promoção da verdade, da memória e da justiça que estavam presentes na chamada Justiça de Transição Tardia. A proposta de “reconciliação” nacional por meio do reconhecimento da verdade para a construção do quadro da memória nacional tem seu espaço pouco a pouco diminuído, e as conquistas dos levantamentos do processo passam a ser questionadas por partes do novo governo, com apoio de parcelas significativas da população e de setores militares, como o não reconhecimento da existência de uma ditadura, ou construção de leituras e opiniões que criminalizam as ações das resistência civil. Diante da atual conjuntura histórico-política brasileira, é de extrema importância oferecer espaço acadêmico-institucional para que as pesquisas desenvolvidas sobre a memória dos contextos e dinâmicas da ditadura militar e dos processos sócio-políticos derivados permaneçam no centro das discussões sobre a eficácia e a estabilidade da democracia constituída a partir de 1985. A verdade que é buscada para preservação da memória e para a promoção da justiça reside exatamente neste processo de expor dados e fatos após análises empreendidas por peritos. No caso brasileiro, porém, está na interpretação e na atribuição de valores associados aos dados e fatos expostos por meio da verificação de documentos e arquivos anteriormente selados e afastados da opinião pública, que se encontra o posicionamento ideologicamente enviesado, que questiona a veracidade e a integridade das práticas das entidades e dos atores envolvidos no processo de justiça de transição, especialmente por se caracterizar como um processo tardio, ou seja, implementado décadas após a transição democrática. O objetivo é, observando a relevância para a preservação da verdade histórica, promover leituras construídas a partir de quadros mnemônicos que utilizem lembranças individuais ou de grupos, verificando dissonâncias e similaridades entre a construção das lembranças de indivíduos, grupos e instituições, fortalecendo a produção científica e criando espaços seguros de discussão frente ao enviesamento ideológico que hoje busca se apropriar das memórias.

Palavras-chave: Justiça de Transição Tardia, Memória Política, Reascenção Conservadora.

1 Doutora em Sociologia, UOL Educação e Tecnologia. aline_cso@yahoo.com.br 2 Doutora em Ciências Sociais, LAHISP. alineatassio@yahoo.com.br

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Liga Independente Pela Liberdade (1962-65): fundamentos do discurso anticomunista numa época de Reformas de Base

Douglas Rocha Constancio3

Resumo: A pesquisa em questão propõe-se a estudar “Os fundamentos do discurso anticomunista

numa época de Reformas de Base”. Nosso objeto de estudo são os documentos produzidos pela “Liga Independente pela Liberdade” entre 1962-65, durante o governo João Goulart e os primeiros anos do período militar. Nosso objetivo com essa pesquisa é entender quais foram as contribuições dessa entidade, formada em sua quase totalidade por mulheres, no desgaste do governo Jango e na articulação do golpe civil-militar deflagrado em 31 de março de 1964. Nossa hipótese vai no sentido de afirmar que grupos como a LIPL4 foram fundamentais para a efetivação

do golpe uma vez que se colocavam como “representantes” da sociedade civil. Visando seus interesses de classe, produziram um vasto material impresso que questionava as Reformas de Base e o próprio governo, associando-o à “esquerdização” do país, a institucionalização da “República Sindicalista” e do “Comunismo”. Elas promoveram reuniões, ações nas ruas, estabeleceram relações com políticos, empresários e outros grupos descontentes de dentro e do fora do país, o ápice foi sua participação na Marcha da Família com Deus Pela Liberdade, como uma das entidades signatárias. O que as diferenciavam em relação aos outros grupos femininos era a sua autonomia e espontaneidade tendo em vista que não surgiram motivadas por militares e políticos ipesianos5. Sobre esse assunto existe somente uma publicação e a documentação

analisada é inédita. O que torna essa pesquisa relevante e atual, além dos documentos levantados nunca terem sido analisados por pesquisadores, é o fato desses grupos femininos servirem como fonte de inspiração e modelo para um golpe de Estado que ocorreria décadas depois, a “fórmula” ficou registrada nos anais da História, poupando o trabalho de grupos reacionários que surgiram nos últimos anos. Não cometendo anacronismo, uma vez que o passado e o presente possuem suas especificidades fundamentais, mas ao analisarmos a documentação da LIPL temos a impressão de que lemos seus discursos nos jornais de hoje. Nossa proposta para a Semana de Ciências Sociais da UNESP de Araraquara é compartilhar com os presentes a documentação coletada e os resultados parciais da pesquisa em andamento.

Palavras-chave: Comunismo, Reformas de Base, Governo João Goulart, Liga Independente pela

Liberdade, Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade.

3 Mestrando em Ciências Sociais. UNESP-Marilia. contadordhistoria@yahoo.com.br 4 Liga Independente pela Liberdade.

5 Militares e políticos ipesianos recebem essa denominação devido a ligação que esses mantinham com o

Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais – IPES, um importante articulador para a efetivação do golpe civil-militar de 31 de março de 1964. Para saber mais ler: DREIFUSS, René Armand. 1964: A conquista do

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O BRASIL CONTEMPORÂNEIO E O FASCISMO: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE ESPORTE E POLÍTICA

Emiliano Peggion de Carvalho6 Francisco Xavier Freire Rodrigues7 Aline Cristine Ferreira Braga do Carmo8

Resumo: O esporte de forma geral esteve presente em diversos momentos da história da

humanidade, como um símbolo social importante para a manutenção do sistema de uma forma geral e aqui, mais especificamente no Brasil temos o futebol como mais central, por isso da importância de uma análise a contextualizá-lo no interior do ambiente do cotidiano de uma nação. Não é recente o uso do esporte como uma forma de articulação política, já que o primeiro está muito mais presente na vidas do cidadão médio, enquanto o segundo nem tanto assim pelo viés do senso comum, já que endente-se no campo da ciência política que as tomadas de decisões dos indivíduos podem ser considerados como atitudes políticas, porém poucas são as pessoas que assim as veem. Esta pesquisa pretende desvelar o fascismo, não aquele que nós remete a décadas atrás mas sim o surgimento de um novo movimento muito atual o qual têm se disseminado mundo afora, já que as revoluções tecnológicas transformaram a forma com que a sociedade vê e participa das atividades do cotidiano, o que intensifica sua relação com diversas questões como a política, e que nas últimas eleições surgiu com toda a sua força no Brasil, ocupando de forma intensa as mídias sociais e estando presente em diversos discursos recorrentes no cotidiano dos indivíduos e muito próximo por meio das tecnologias. Para isso iremos discorrer acerca do que se entende por fascismo e suas implicações no cotidiano, buscando autores como Nélson Werneck Sodré, Norberto Bobbio, Jessé de Souza entre outros. Em um segundo momento iremos elaborar uma análise da forma com que essa posição chega em contrapartida ao capitalismo contemporâneo e posteriormente fazendo uma análise histórica da forma com que o esporte contribuiu para que este permeasse a sociedade. Após alguns desdobramentos históricos, chegamos ao ponto chave, que seja as manifestações da diretoria da Sociedade Esportiva Palmeiras a favor das articulações fascistas e seus antagonistas baseados na torcida organizada deste mesmo time, pretendendo-se desvelar de que forma essa “política” pode e é usada pelo esporte para se proliferar pela sociedade, mas ao mesmo tempo entender a reação de uma parcela desta em lutar contra. Utilizaremos como perspectiva teórica e metodológica o materialismo histórico-dialético, buscando realizar uma pesquisa bibliográfica vasta entre os principais autores acadêmicos, bem como realizando levantamento de publicações em mídias sociais para uma melhor análise dos acontecimentos.

Palavras-chave: Esporte; Fascismo; Palmeiras.

6 Bacharel em Ciências Sociais com ênfase em Ciência Política pela Universidade Estadual Paulista – Unesp

(2010) e Bacharel em Direito pela Universidade de Rio Verde (2015). Mestrando em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso. Agência financiadora: Capes/Fapemat

emiliano-carvalho@hotmail.com.

7 Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007), Mestre em Sociologia

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003), Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2000), Professor Efetivo da Universidade Federal de Mato Grosso, Associado II, lotado no Departamento de Sociologia e Ciência Política. fxsociologo@yahoo.com.br;

8 Doutoranda em Educação pela UNESP - Marília. Atua como docente no Instituto Federal do Mato Grosso.

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Goiás/UFG/Campus Jataí (2015). Pós-graduada em práticas docentes e gestão na educação básica (2013). Graduada em Ciências Sociais com ênfase em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Filosofia e Ciências/ UNESP/Campus de Marília (2010). aline.carmo@dmt.ifmt.edu.br.

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AUTORITARISMO E CONTROLE SOCIAL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEMOCRACIA NO BRASIL

Flávia Mendes Ferreira9

Resumo: No Brasil atual, vivemos um período de crise da democracia e das instituições. O

crescimento dos discursos autoritários, que agora podem ser escutados através de vozes do atual governo, faz com vivamos quase que diariamente sob ataques aos direitos humanos, a democracia, e às instituições. Alguns discursos autoritários, sempre estiveram presentes em nossa história, assim como os ataques às minorias, e aos grupos mais vulneráveis, que sempre ocorreram, desde a implantação da república, excludente desde a sua proclamação. O presente trabalho, pretende problematizar questões relativas às políticas de controle social e, o autoritarismo, marcas presentes no Estado brasileiro, desde a sua formação, que tem se agravado com o atual contexto político. O diálogo com pesquisadores das ciências sociais e também historiadores, ajuda a pensar o início da nossa república, período em que políticas de controle social foram amplamente colocadas em prática, para controlar e vigiar a população negra e pobre, formada majoritariamente pelos ex-escravos recém-libertos. Marcas que permanecem até os dias atuais. Além disso, convivemos no Brasil com as permanências históricas do período ditatorial, que durou mais de vinte anos, deixando resquícios de autoritarismo na democracia implementada posteriormente. Entendo que as peculiaridades da nossa formação se agravam com o contexto internacional que vivemos hoje, de crise das democracias modernas, e, também dos acontecimentos políticos que ocorreram no Brasil dos últimos anos, o que em nosso país, resultou no último processo eleitoral, em que venceu a eleição o candidato que assumidamente defende a ditadura, faz elogios à tortura, aplaude torturador, zomba da democracia e das instituições democráticas, ameaça os opositores, debocha dos direitos humanos, e propõe políticas de controle, de restrição da democracia e, exclusão, mais severas para a população em geral, mas, principalmente, para os mais pobres e as minorias, que já eram mais vulneráveis, tornam-se agora, os principais alvos de ataque no atual governo.

Palavras-chave: Democracia. Autoritarismo. Controle social

9 Doutoranda em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense. Bolsista Capes. E-mail:

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TRAÇOS FASCISTAS OU ESSÊNCIA AUTORITÁRIA? CONTEXTO, CRÍTICA E RECEPÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1937 NO DEBATE POLÍTICO DOS FINS DA

DÉCADA DE 30

José Augusto Marques de Souza 10

Resumo: A leitura dos textos e contextos de produção das Constituições permite desvelar as

variáveis em disputa no ato em que o documento entra em vigor, trazendo à vista as crises, as disputas, os arranjos e as saídas tomadas para a resolução de impasses. Neste sentido, a Constituição de 1937 se mostra como um dos mais importantes textos de fundação de uma nova ordem jurídica no Brasil, na medida em que o contexto de produção da Carta estava insuflado por disputas sobre qual curso o país deveria adotar. Tais disputas transitavam de ideais comunistas a novas vertentes de um fascismo à brasileira, embrenhados em um quadro autoritário, antiliberal e populista incipiente. A Constituição de 1937, então, vem como resposta ao seu tempo, apresentando-se como elemento jurídico-normativo que pretendia inaugurar uma nova ordem estatal. Contudo, o início da vigência do documento é marcado por uma inversão da fórmula de poder: a Carta foi outorgada, prescindindo de qualquer legitimação pela soberania popular. Para alguns autores, o documento constitucional não seria de muito crédito, uma vez que não poderia ser considerado como o ato inaugural do Estado Novo varguista, bem como pelo fato de o regime não ter se empenhado em cumprir as obrigações por ela impostas. Para outros, a despeito de não necessariamente poder ser tomada como o prelúdio estadonovista, a Carta documentava as diretrizes ulteriores adotadas pelo regime. Nesta mesma chave comparativa, existem questões e interpretações diversas sobre o sentido do documento de 1937: haveria tendências fascistas na sua construção ou seu âmago é fundamentalmente autoritário? A centralização e maximização dos poderes do Executivo, bem como as estruturas corporativistas vaticinadas pelo texto refletiam uma simples reprodução da Constituição Polonesa de Abril de 1935 de caráter sobremodo autoritário, ou derivavam, também, de mecanismos fascistas? Não obstante Francisco Campos, o autor da Carta, tenha negado veementemente a existência de tendências fascistas no texto, a proposta deste trabalho é debruçar-se sobre o contexto de produção, crítica e recepção da Constituição de 1937 buscando identificar a (in)existência de inflexões fascistas no texto. Partindo dos debates sobre o fascismo e o autoritarismo no Brasil da década de 1930, a análise tem como objetivo o mapeamento do debate coetâneo e posterior sobre a Carta de 1937, com o intuito específico de qualificar o(s) sentido(s) do texto constitucional em um quadro teórico-analítico pontual.

Palavras-chave: Constituição de 1937; Estado Novo; Fascismo; Autoritarismo.

10 Mestrando em Ciência Política no programa de Pós-graduação em Ciência Política (PPGPol) da

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Bolsista da Capes, na modalidade DS. E-mail:

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O polo fascista em formação no Brasil: rede de intelectuais de extrema direita na capital federal (1928-1933)

Renato Ferreira Ribeiro11

Resumo: O objetivo deste artigo é descrever como se deu, a partir de 1928, a formação e a atuação

de grupos de intelectuais de tendência fascista no Rio de Janeiro, ligados ao Círculo Católico e ao Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos e Sociais (CAJU), e sua posterior absorção pela Ação Integralista Brasileira, em 1933, procurando destacar sua especificidade e importância no processo mais geral de configuração do polo fascista no Brasil nas décadas de 1920 e 1930. Além de tentar definir as principais correntes autoritárias internacionais e nacionais, tento mostrar como se originou e como se organizou o campo fascista no Brasil: com o surgimento de diversos grupos restritos e dispersos no final da década de 1920; durante os primeiros anos do governo provisório, tentando fortalecer a tendência tenentista e fornecer uma visão ideológica à Revolução de 30; e posteriormente, em outubro de 1932, convergindo para a Ação Integralista Brasileira, sob a liderança de Plínio Salgado e fora da órbita do governo. Para a pesquisa foram utilizadas correspondências trocadas entre os diversos intelectuais cariocas (sobretudo Augusto Frederico Schmidt e San Tiago Dantas) e paulistas (com destaque para Plínio Salgado), bem como notícias de jornais do período e revisão da literatura especializada. Pôde-se dessa forma reconstituir a trajetória e a formação de redes de relações entre eles, atestando sua relevância dentro do polo fascista. Liderados por Augusto Frederico Schmidt e San Tiago Dantas, argumento que esse grupo de intelectuais cariocas teve papel fundamental na disseminação e na tentativa de implementação das ideias fascistas no Brasil, articulando-se com os principais expoentes do campo autoritário no governo, na Igreja e no movimento integralista.

Palavras-chave: fascismo; autoritarismo; integralismo; San Tiago Dantas; Augusto Frederico

Schmidt.

11 Doutorando em Ciência Política pelo PPGPol – UFSCAR, bolsista FAPESP. E-mail:

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NINA RODRIGUES E O PENSAMENTO CONSERVADOR NO CONTEXTO DA PRIMEIRA REPÚBLICA: O CONCEITO DE DEGENERESCÊNCIA E A QUESTÃO

RACIAL

Joyce Nathália de Souza TRINDADE12

Resumo: Investigar a relevância do conceito de degenerescência para o desenvolvimento de

obras do médico e antropólogo Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906) é o objetivo deste trabalho, centrando-se nos seus escritos de antropologia criminal. Será investigado o pertencimento dos conceitos que Rodrigues utiliza a vertentes da tradição do Pensamento Conservador dentro do contexto da Primeira República. Para atingir os objetivos, com relação ao contexto intelectual e histórico da Primeira República, será feita uma revisão da bibliografia para a compreensão de aspectos fundamentais do debate intelectual da época. Os conceitos essenciais do Pensamento Conservador serão mapeados, diferenciando os posicionamentos desta tradição em dois contextos: final do século XVIII e final do século XIX, a fim de identificar o papel das teorias raciais na redefinição do conservadorismo no segundo período. Visando compreender como Nina Rodrigues operava o conceito de “degenerescência”, selecionamos para análise a obra “As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil”, escrita em 1894. Nela, o autor coloca-se como explorador de aspectos da “psicologia criminal brasileira”, abordando temas como criminalidade, imputabilidade e a questão da criminalidade especificamente em populações negras, indígenas e mestiças. O filtro utilizado para seleção foi a relevância das obras sobre a temática racial, tendo em vista que atende a esse critério a produção de Nina no âmbito do direito civil e do direito penal. Parte-se da hipótese de que o autor pode ser entendido como pertencendo a uma família de intelectuais que herdam conceitos centrais do Pensamento Conservador. Além disso, acredita-se que a ideia de degenerescência tenha sido central para o desenvolvimento de seus postulados a partir de contemporâneos que hierarquizavam raças dentro dos preceitos do racismo científico, os quais operavam condenando a miscigenação e preconizando a tendência de fracasso e de declínio de povos que a praticavam.

Palavras-chave: Nina Rodrigues; Pensamento Conservador; Primeira República;

Degenerescência; Pensamento Político.

12 Doutoranda em Ciência Política - IFCH/UNICAMP e mestra em Ciências Sociais pela UNIFESP.

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ARTHUR CÉZAR FERREIRA REIS E A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA NA AMAZÔNIA

Ricardo Lima da Silva13 Ana Paula da Conceição Amorim Pedrosa14

Resumo: O presente artigo objetiva analisar a interpretação do historiador e político amazonense

Arthur Cézar Ferreira Reis (1906-1993) sobre a modernização da Amazônia durante o período da ditadura civil/militar. Interessado em compreender a formação sócio histórica Amazônida e propor soluções para a crise que a região norte sofria desde o início do século XX com o fim do Ciclo da Borracha, defendeu que apenas a intervenção de um Estado forte e centralizado era capaz de integrar a Amazônia ao Brasil e desenvolvê-la economicamente. Ele também teve uma atuação destacada na política, chegando a ser governador do Estado no período 1964-1966, onde se tornou importante articulador da ditadura militar/civil no Amazonas, sendo elogiado por grupos que temiam o avanço do comunismo e criticado por opositores que viam nas suas práticas traços explícitos de autoritarismo, pois perseguiu os que eram críticos ao seu governo. Também foi um apoiador da Operação Amazônia, que foi o grande projeto de economia política da ditadura para a região. Tomando como base esse cenário, a metodologia utilizada no artigo é de caráter documental, onde foram realizadas leituras das obras que o autor tratou de maneira aprofundada a questão da política e da função do Estado no desenvolvimento regional. Por fim, concluímos que a visão de Reis sobre o desenvolvimento aponta para um conservadorismo autoritário, purgado de liberalismo político, onde a sociedade seria guiada por uma elite política e intelectual. Tal formulação foi diretamente inspirada nas políticas de Portugal para a Amazônia durante a colonização, classificada pelo autor como uma política realista, adaptada ao meio e que os políticos do século XX deveriam seguir.

Palavras-chave: Arthur Cézar Ferreira Reis, Amazônia, Conservadorismo, Modernização,

pensamento político.

13 Professor do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade

Estadual Paulista/ Campus Júlio Mesquita Filho (UNESP). E-mail: ricardo.silva@ifam.edu.br

14 Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). E-mail:

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A lógica da recepção do problema da planificação social no Brasil nos textos de juventude de Guerreiro Ramos (1945-1953)

Alan Caldas15

Resumo: O presente trabalho procura investigar aquilo que Villas Bôas (2006, p. 11) identificou

como a “lógica que define a leitura, a apropriação e a reelaboração de idéias” das tradições de pensamento dos países centrais pelos intelectuais dos países periféricos, ou seja, este trabalho procura compreender o perfil da tradição brasileira de pensamento social a partir da maneira como esta se apropria das ideias disponíveis no mercado simbólico internacional. Nosso escopo de análise se restringe ao modo como a noção de planificação, formulada por Karl Mannheim no contexto do nazifascismo, foi lida e apropriada nos trabalhos escritos entre 1945 e 1953 pelo sociólogo brasileiro Alberto Guerreiro Ramos. O método de trabalho aqui adotado utiliza ferramentas da sociologia do conhecimento e do contextualismo linguístico, sendo assim, preocupa-se em encontrar os nexos entre pensamento e existência social (MANNHEIM: 1986) a partir de um levantamento do contexto onde ocorrem e ganham significado os atos de fala (SKINNER: 2000, 2005). Os resultados da pesquisa indicam que na obra de Mannheim o conceito de planificação tem indica uma forma de organização social e de pensamento alternativas ao fascismo e ao liberalismo. Deste modo, Mannheim vê a planificação como resultado da superação da sociedade liberal e da forma de pensamento que lhe corresponde (o pensamento formal, abstrato e técnico), em direção a uma sociedade mais interdependente onde deveria vigorar um pensamento histórico concreto (o pensamento planificado). Já na apropriação do conceito feita por Guerreiro Ramos, a planificação passou a corresponder a uma forma de ação e pensamento que procurava superar a situação colonial que ainda vigorava no Brasil e superar as heteronimias decorrentes do prestígio das ideias estrangeiras sobre a mente dos cientistas sociais brasileiros. Neste sentido, Ramos propunha o desenvolvimento de um pensamento pragmático, historicamente e socialmente localizado, em detrimento de um pensamento abstrato e universal. Esta leitura ativa, apropriação e reelaboração do conceito de planificação por Guerreiro Ramos, respondia a problemas colocados, de um lado, pelo modelo de desenvolvimento urbano e industrial centrado na agência do Estado (inaugurado por Getúlio Vargas e continuado por seus sucessores), e, de outro lado, às disputas em torno dos valores que seriam institucionalizados no mercado acadêmico em formação no Brasil.

Palavras-chave: Planificação, Guerreiro Ramos, Karl Mannheim

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Filantropia Religiosa no Brasil: Um Panorama Sociológico

Allan Wine Santos Barbosa16

Resumo: O objetivo deste trabalho é fornecer um panorama sociológico e estatístico acerca da

presença e importância da religião no universo filantrópico brasileiro. Trabalhando a partir de dados do IBGE, ABONG (Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais), FONIF (Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas), além de pesquisas acadêmicas sobre o tema, busco demonstrar o quanto a religião é um componente central nas dinâmicas do terceiro setor, apontando também para a importância da realização de trabalhos qualitativos sobre as relações entre moralidade, religião e Estado/burocracia. Tais questões são centrais para a compreensão da estrutura de prestação de serviços e bem-estar social no país, especialmente em frentes como educação, saúde e assistência social. Nessa linha, busco reunir diferentes descrições acerca do perfil dos doadores e instituições religiosas a fim de estabelecer algumas características básicas que permeiam as motivações e valores envolvidos na filantropia religiosa. O Brasil tem particularidades interessantes no que diz respeito à atuação das religiões nos processos de seguridade social e acesso aos direitos básicos garantidos pela Constituição, seja de forma independente ou em parceria com o Estado. Indo desde a atuação das Santa Casas de Misericórdia, que desempenham um papel fundamental em termos de saúde pública desde o período colonial, até as universidades confessionais ou creches e asilos de pequeno porte, a discussão sobre direitos e acesso da população a bens e serviços básicos não pode ignorar a malha institucional que atua nesses ramos e que opera de forma paralela (mas não isolada) ao Estado. Sendo a religião um componente indissociável de muitas dessas instituições e das motivações de um número de expressivo de pessoas que atuam em todos os nós dessa cadeia, torna-se fundamental enfocar a dimensão religiosa da filantropia brasileira, relacionando-a também com o crescente número de empresas e associações privadas que vêm adentrando no terceiro setor.

Palavras-chave: Caridade, Filantropia, Organizações Não-Governamentais, Religião, Terceiro

Setor.

16 Doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e bolsista

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PSIQUE E NEGRITUDE: IMPLICAÇÕES DO DISCURSO ESTIGMATIZADOSOBRE ANEGRITUDEAOLONGODOPROCESSOCIVILIZATÓRIONA

EMOCIONALIDADE E AFETIVIDADE DO NEGRO

Andre Giglio

Resumo: Ao longo do processo civilizatório, o negro era representado no imaginário social como

um indivíduo marginalizado na sociedade e que sofre processos de exclusões e estigmas que atravessam o Tempo. Nesse sentido, não apenas são deixados de lado o negro enquanto indivíduo, mas a sua saúde mental que acabam por internalizar suas emocionalidades ou exteriorizá-las em conformidade com aquilo que o meio lhe oferece. Perpassando teorias de Albert Memmi (1989), Frantz Fanon (2008), Neuza Santos (1983) e Norbert Elias (2000), proponho lançar mão de uma reflexão que busca articular tais contribuições teóricas, numa tentativa de estudar o estigma social que estes grupos carregam através de uma abordagem macrossociológica, ao mesmo tempo em que buscaremos ver como estas macroestruturas se traduzem em ações cotidianas no âmbito do indivíduo. Procurar-se-á fornecer ao leitor um panorama geral das ideologias e das práticas que foram características do processo de formação da sociedade brasileira e atuaram de modo a inferiorizar e estigmatizar a população negra, subjugando sua autoestima aos referenciais brancos hegemônicos da sociedade brasileira, direcionando-nos para a compreensão dos reflexos desse quadro social, sobretudo na constituição da emocionalidade e da afetividade negra. Proponho-me a analisar o processo de construção de identidade e “querer ser” observado no negro, os impactos da violência simbólica do racismo no indivíduo, olhar para o sentimento de frustração e insuficiência provocado pelas condições do meio que lhe impedem uma transformação de si e do espaço que o circunda.

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“O pior cego é aquele que só vê a bola”: os cartolas da CBF e a confusão público-privado no Brasil”

Breno Carlos da Silva

Resumo: Esta pesquisa objetiva elaborar uma interpretação histórica e sociológica sobre as

relações políticas, os valores sociais e as formas de sociabilidade que permeiam a sociedade brasileira, tendo como estudo de caso análises acerca da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e seus dirigentes. A pesquisa visa problematizar a atuação e interesses dos “cartolas” da CBF (dirigentes de futebol da entidade), enquanto instituição privada, assim como compreender os princípios que orientaram o “modus operandi” desses dirigentes no controle de um bem público nacional, o futebol brasileiro. O mote dessa pesquisa consiste em pensar os valores da cultura política brasileira por meio de um componente visceral de nossa sociedade, ou seja, o futebol. Assim por meio de problemáticas que constituem o universo do futebol nacional - como suas instituições e classe dirigente - analisarei a notória confusão público-privado e seus desdobramentos em nossa sociedade. O universo sócio-político que compõe o futebol brasileiro, em seu desenvolvimento histórico no interior da sociedade brasileira, propicia problematizar, para que possamos compreender, como os princípios integrantes da cultura política nacional, como o patrimonialismo e o “ethos” social da cordialidade, foram e são operacionalizados em ações políticas que beneficiaram os “cartolas da CBF”. Tendo como fundamentação teórica as interpretações sociológicas acerca dos efeitos da confusão público-privado na sociedade brasileira encontramos certa tensão no que tange ao conceito de patrimonialismo de base teórica weberiana. Tal contenda se dá, sobretudo, entre concepções tradicionais, de Raymundo Faoro em “Os Donos do Poder” (1958) e Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”(1936), e concepções mais recentes como as de Luiz Werneck Vianna em “Weber e a Interpretação do Brasil”(1999), Carlos Eduardo Sell em “As Duas Teorias do Patrimonialismo em Max Weber: do modelo doméstico ao modelo institucional”(2016) e Jessé de Souza em “A Tolice da Inteligência Brasileira”(2015) e “A Elite do Atraso”(2017). Assim diante dessa problemática teórica-conceitual proponho uma hipótese na qual a atuação dos cartolas da CBF na gestão política e institucional do futebol brasileiro, ao longo de seu desenvolvimento histórico, nos permite ampliar a compreensão dessa confusão público-privado expressa no patrimonialismo, uma vez que revela como os agentes de uma entidade privada se apropriaram de um bem público nacional, o futebol brasileiro, para benefícios privados de um grupo oligárquico que comandou, e de certo modo, ainda comanda, a grande paixão esportiva nacional.

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Quilombismo: O índice secreto do anti-isolacionismo negro (1948 – 1982).

Diogo Valmor Pereira17

Resumo: Tomando como ponto de partida as obras de Abdias Nascimento, publicadas no exílio (1968-1981), nosso trabalho tem como objetivo analisar o conceito de Quilombismo do autor, a elaboração teórica deste termo, gênese e contextos que fizeram com que essa fosse a proposta de Nascimento para as resoluções das questões raciais brasileiras. Nesse sentido, tomaremos como referências bibliográficas para esse estudo, além das obras de Abdias Nascimento, trabalhos que tenham enfoque na trajetória e memória, englobando nessa perspectiva adesões e rupturas políticos de Nascimento, tal como continuidades e descontinuidades de uma busca do nosso autor em se apropriar das diversas interpretações sobre o Brasil e sobre a questão racial de cada período vivido por Abdias. Tais enfoque escolhidos se dão pelo fato de Nascimento, sempre ter mantido uma forte rede de solidariedade, durante quase 50 anos de atuação constante em movimentos sociais desde sua saída do interior de São Paulo até sua ida ao exílio em Nova York. Contudo, é em seu periódico de 1945 - O Quilombo – que essa rede se amplia. Fortalecendo sua conexão com intelectuais estrangeiros e principalmente com outros periódicos da Imprensa Negra, nos E.U.A. Além de viagens a países africanos e caribenhos, o que ampliou sua visão sobre a questão racial dessas regiões e do Brasil. O próprio Jornal O Quilombo, que foi publicado por dois anos seguidos, além de ter sido importante na ampliação dessa rede e divulgação das atividade do Teatro Experimental do Negro (TEN), acreditamos ser uma das gêneses do conceito de Quilombismo elaborado por Abdias na década de 80. O movimento negro do período é fortemente impactado pela tese de antagonismos em equilíbrio de Gilberto Freyre com o livro Casa-Grande&Senzala, de 1933. E ao criar um periódico de divulgação e reivindicação intitulado O Quilombo, demonstra que Abdias, já na década de 40, anunciava sua ruptura com a tese de que no Brasil se vivia uma democracia racial. Sendo assim, defendemos a hipótese de que essa vasta rede pessoal sempre teve uma forte ação no pensamento nascimentista. Moldando sua ideia acerca do conceito de Quilombismo, além de colocá-lo em contato com o debate Pan-africanismo.

Palavras-chave: Quilombismo, Quilombo, Abdias Nascimento, Movimento Negro, Pan-africanismo.

17 Mestrando pelo departamento de sociologia do IFCH/UNICAMP. Coordenação de Aperfeiçoamento de

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DO OUTRO LADO DA LINHA: PRECARIZAÇÃO E IDENTIDADE NOS TELESSERVIÇOS

Gustavo CARNEIRO 18

Resumo: O presente projeto busca discutir as mutações do mundo do trabalho tendo como marco

o processo de reestruturação produtiva e o desenvolvimento das tecnologias da informação por meio do setor de teleatendimento (CTAs) no Brasil, que se expandiu largamente desde a década de noventa e que salienta traços fundamentais do atual regime de acumulação pós-fordista, a partir da coincidência significativa entre a expansão do setor e a incorporação flexível da juventude LGBTI aos seus postos de trabalho. Desse modo buscar-se-á entender por meio de revisão bibliográfica, transcrição e categorização de entrevista semi-estruturadas junto a BB/Mapfre, grupo segurador vinculado ao Banco do Brasil na cidade de São Carlos, as tendências gerais de precarização expressas aos demais setores produtivos pela dinâmica dos CTAs, sua relação com o atual regime sexual e, além disso, os desafios colocados pela organização típica no setor - terceirização, rotatividade, pulverização - e pela LGBTIfobia na persecução por relações de solidariedade nos telesserviços.

Palavras-chave: teleatendimento; precarização; opressão; LGBTI.

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Interligar, Assessorar, Dinamizar e Vocalizar: A Comissão Pastoral da Terra e sua Relação com o Campesinato

José Paulo Toledo19

Resumo: A Comissão Pastoral da Terra -CPT- é uma organização vinculada à Igreja Católica

criada na metade da década de 1970 em meio ao contexto da repressão ditatorial do Regime Militar (1964-1988) e da Conferência de Medellín (1968), onde o episcopado latino-americano decide ter como diretriz básica a construção de uma igreja que assume sua opção pelos pobres, sendo parte da reverberação dessa diretriz no Brasil a missão de auxiliar as diversas populações rurais brasileiras que eram oprimidas das mais diversas formas: dos posseiros que sofriam ataques de latifundiários expulsando-os de suas terras, passando pelos conflitos entre indígenas e posseiros que brigavam por porções cada vez menores de terra em meio aos latifúndios, e chegando até os casos de violência efetuada por agentes do Estado contra estas populações vulneráveis. O foco deste trabalho é evidenciar as formas com que a CPT auxiliou essas populações, tendo em vista sua proposta: não sendo eles parte das populações afetadas, não seriam eles os agentes da mudança. Propuseram-se desde a reunião de fundação ao papel de auxiliares políticos agindo de quatro formas diferentes. 1- Interligando as diferentes populações e lideranças em escalas locais, regionais e nacionais para que trocassem experiências e articulassem seus movimentos; 2- Assessorando estes agentes conforme o necessário para que as ações pensadas por eles tornassem-se reais e, ao mesmo tempo, defendendo-os por meio das instituições burocrático-legais com o auxílio de advogados associados; 3- Dinamizando o cenário político do meio rural que desde o princípio da ditadura via uma estagnação resultante do sufocamento dos movimentos sociais de luta pela terra do bloco histórico anterior; 4- Vocalizando aos demais componentes da sociedade civil tanto as pautas destes movimentos que vinham sendo represadas por meio de violência institucional e coercitiva quanto levando ao conhecimento público todas as formas de violência sofridas cotidianamente por essas populações -de escravidão a homicídios-, atuando também como um agente de accountability por denunciar o Estado ditatorial para órgãos internacionais por sua omissão em defender a integridade de parte de seus cidadãos ou ainda por ser ele próprio quem os ataca.

Palavras-chave: Questão Agrária; Movimentos Sociais; Ditadura Militar; Igreja Católica.

19 Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Texto desenvolvido a partir de

resultados obtidos em pesquisa de iniciação científica financiada pelo programa PIBIC-CNPq. E-mail para contato: zepatoledo@gmail.com.

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Raça, classe e gênero no projeto eugênico brasileiro

Pedro de Castro Picelli20

Resumo: A partir das vivências de clubes sociais de Rio Claro- SP, entre os anos de 1900 e 1960,

segundo as práticas associativas de sociedades “brancas”- Philarmônica (1879), Grêmio Recreativo da Companhia Paulista de Ferro (1896), Grupo Ginástico (1919), “negras”- Sociedade Beneficente Recreativa José do Patrocínio (1960) e Tamoio F.C (1951), propõe-se apresentar as experiências de liberdade e cidadania disputadas no período pós abolicionista e republicano na cidade. Irá se orientar a reflexão pelos usos sociais da ideia “raça” na cidade, apoiadas nas vivências destes clubes sociais como uma das possíveis fontes de estudo sobre a racialização do espaço social republicano e da busca por garantia de cidadania no Brasil. Para realização da proposta, se debruçará sobre fontes primárias de pesquisa, como atas e registros dos clubes, e de fontes secundárias contidas em arquivos e bibliotecas, como jornais da época e bibliografia já produzida, além da realização de entrevistas com membros destes clubes. Tem-se como hipótese central de trabalho que o “novo” espaço social é construído em bases reelaboradas de exclusão social articuladas principalmente às questões de ordem étnico-racial para legitimar e orientar mecanismos de dominação social que se ocupariam de constituir, por exemplo, a “branquitude”. Propõe-se apresentar os resultados iniciais de pesquisa de mestrado desenvolvida no Departamento de Sociologia da Unicamp, sendo o principal deles a presença de práticas e discursos eugênicos nos clubes e na própria cidade a partir do material já consultado em arquivos e nas entrevistas realizadas. Pensa-se a eugenia enquanto uma prática que conseguiu rearticular dominações patriarcas sob o viés moderno do discurso científico.

Além disso, articulam-se, a partir de uma perspectiva insterseccional, à categorias raça os marcadores de classe e gênero para a formação de um grande “amálgama” que reposicionou o núcleo constitutivo do patriarcalismo brasileiro: o homem branco.

Palavras-chave: Cidadania. Eugenia. Interseccionalidade. Associativismo.

20 Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. Mestrando em

Sociologia no Departamento de Sociologia da Unicamp com pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). pedrocastropicelli@gmail.com

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Discussão sobre as questões racial e migratória decorrentes da vinda dos médicos cubanos ao Brasil e sua relação com formação social brasileira

Rogério Macedo Ramos21

Resumo: O Presente texto tem por objetivo discutir as questões racial e migratória decorrentes

da vinda dos médicos cubanos no Brasil para trabalharem no Programa Mais Médicos (PMM) do governo federal a partir de 2013, e suas relações com as estruturas sociais e históricas da formação da sociedade brasileira. A partir do Programa abriu-se um leque de possibilidades de discussão e análise desses sujeitos que vieram exercer sua medicina em solo brasileiro. Trata-se de relações conflitivas que se formaram em torno do Mais Médicos, este que foi instituído como uma política de governo do então Partido dos Trabalhadores, no período apontado como de governos progressistas presente em alguns países da América Latina. O PMM, parceira dos governos brasileiro e cubano, juntamente com Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) teve como finalidade atenuar os problemas da saúde no país, principalmente em lugares negligenciados pelo poder público. Através da migração dos médicos cubanos, possibilitou observar e identificar relações socioculturais conflitivas dentro de um espaço estabelecido, uma vez que eles acabaram indo trabalhar em uma área historicamente ocupada pelas elites e classe média brasileira, a medicina. Tais questões envolveram elementos que estiveram presente nas narrativas de jornais, revistas e redes sociais, como a inferiorização, descriminação migratória, racismo, estigmatização, discurso de ódio. Elementos historicamente presentes na formação da sociedade brasileira e que vieram à tona com a implementação do Programa, e que farão parte da discussão deste trabalho. Neste quadro, o texto busca referência teórica em autores como Florestan Fernandes (2008), Abdias do Nascimento (2016), que abordam a questão racial no processo de formação da sociedade brasileira. Em diálogo com a produção intelectual de Jessé Souza (2009; 2017), André Singer (2012), Decio Machado e Raul Zibechi (2017), Claudio Katz (2016; 2018) sobre o pensamento social e político nos últimos anos no país. Traremos para a discussão Frantz Fanon (2008), e suas abordagens sobre a inferiorização e estigmatização dos negros germinadas na colonização, já que estes elementos foram imputados aos cubanos. Além de abordar a questão migratória numa perspectiva pós-colonial a partir de Abdelmalek Sayad (1979; 2000).

Palavras-chave: Médico cubano; inferiorização; racismo; migração.

21 Mestrando em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros-

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A ideia de evolução na obra Introdução à Revolução Brasileira de Nelson Werneck Sodré

Rosangela da Silva22

Resumo: Nelson Werneck Sodré (1911-1999) foi um militar e, também, um historiador que

deixou grande legado intelectual. Suas produções tratavam de questões que abrangiam áreas, como: a literatura, a economia e a cultura brasileira. Neste trabalho, de maneira específica, propõe-se debater qual o sentido empregado ao termo “evolução” presente no título de todos os capítulos de sua obra “Introdução a Revolução Brasileira” publica em 1958. Sodré entende que o processo de evolução estaria fortemente associado a constituição de instituições (como o Exército) e de diferentes esferas formadoras da sociedade (economia, cultura e “racial”/étnica) de caráter nacional. Sodré se reconhece e é reconhecido por seus comentadores como um intelectual marxista. Neste sentido, a pergunta que orienta esse trabalho é: com base nas citações feita pelo próprio autor, no interior desta obra, a que tradição intelectual podemos filiar o conceito de “evolução”? Buscaremos, através de uma análise pautada na metodologia textualista dar resposta à esta pergunta a partir da análise da sua formação militar, desde a condição de estudante na Escola Militar até a sua atuação enquanto profissional no Exército Brasileiro, considerando, para além do elemento marxista, a influência do positivismo comteano nos centros de formação desta instituição.

Palavras-chave: evolução; nacionalismo; Revolução Brasileira.

22 Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho –

UNESP/Araraquara. O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

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INTERESSE EM PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E COMPREENSÃO DO PROCESSO ELEITORAL GUINEENSE.

Amissão salecha23 Mario Henrique Castro24

Resumo: o presente artigo procura compreender a percepção dos eleitorados guineenses com

ensino superior no que se refere ao procedimento eleitoral na Guiné-Bissau, e os seus interesses da participação na política. Ou seja, como é que os estudantes/eleitores enxergam o processo eleitoral do país? quais são seus interesses na participação política. Considerando a eleição uma das formas mínima da participação na democracia moderna, porém de grande importância, este artigo procura compreender a percepção dos estudantes/eleitores guineenses sobre a regra do jogo desse processo, e quais são seus interesse em envolvimentos com os assuntos políticos. A inquietação sobre o presente tema nasce das crises políticas que a Guiné-Bissau tem se defrontado desde que aderiu a democracia. Porém, os dados levantados durante a pesquisa indicam que ainda é evidente a falta de entendimento e esclarecimento dos conceitos básicos para a participação na política. Este artigo procura oferecer sua contribuição a sociologia oferecendo assim sua análise sobre os atores sociais da democracia moderna. Este trabalho assegura a sua cientificidade num procedimento qualitativa/quantitativa na medida em que as bibliografias sustentam a primeira parte dessa investigação e na segunda parte aplicamos questionário que nos permite quantificar os dados para a nossa análise.

Palavras-chave: Participação, eleição e democracia.

23 Bacharel em Humanidades e licenciando em sociologia pela Universidade da Integração Internacional

da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e Mestrando em Sociologia pela UFSCar.

amisman12@hotmail.com

24 Dr. Mário Henrique Castro Vice Coordenador do Curso de Licenciatura em Sociologia Instituto de

Humanidades Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).

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OS RECENTES PROTESTOS DE RUA NO BRASIL: UM OUTRO CIVISMO?

Daniel Leonel da Rocha 25

Resumo: Os recentes protestos de rua têm ocupado lugar de destaque no cenário político

brasileiro. Esses protestos ocorrem em meio aos escândalos de corrupção, crise econômica e polarização política. Chama a atenção a forma de ação, avessa a todas as organizações associativas tradicionais, e o conteúdo com uma agenda difusa de temas de orientação ética e moral. Os estudos sobre esses eventos ainda estão no início e a ambiguidade nas interpretações atestam que ainda é cedo para definir qual sua importância dentro do cenário político brasileiro. Diante disso, proponho mais uma interpretação, a partir do marco teórico da cultura política. Em diálogo com a literatura inserida neste campo, meu objetivo é identificar quais valores políticos são compartilhados entre os manifestantes e, a partir desta perspectiva, apontar para os possíveis desdobramentos no aspecto da participação política. Esta pesquisa se justifica por dois motivos. Em primeiro lugar, porque tradicionalmente os protestos de rua no Brasil são mobilizados por centrais sindicais, partidos e movimentos sociais. Em segundo lugar, porque as pesquisas sobre a cultura política brasileira atestam para o fato do baixo interesse e mobilização política dos brasileiros. Os recentes protestos, dissociados das organizações associativas tradicionais, apontam para um outro civismo? Este estudo se deu por meio de revisão bibliográfica e análise de dados quantitativos sobre os valores políticos dos manifestantes. Minha hipótese é de que esse “outro civismo”, crítico dos modelos tradicionais de mobilização, com perfil mais individualizado e com foco em temas voltados para qualidade de vida, apontam para novos modelos de participação política.

Palavras-chave: Protesto; Cultura-Política; Civismo; Participação-Política

25 Mestre em Ciências Sociais. Especialista em Políticas Públicas e Cultura de Direitos. Licenciado em

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ORÇAMENTO PARTICIPATIVO E AS FINANÇAS LOCAIS EM ANGOLA: UM INSTRUMENTO DE INOVAÇÃO DEMOCRÁTICA NA CONSTRUÇÃO DA

CIDADANIA PARTICIPATIVA

Daniel Luciano MUONDO26

Resumo: Este trabalho é apresentado na XVIII Semana de Pós-Graduação em Ciências Sociais

da UNESP, Faculdade de Ciências e Letras – Campus de Araraquara, e enquadra-se no Grupo de Trabalho 1 (GT1), sobre Cultura, Democracia e Pensamento Social, abordando a temática do Orçamento Participativo e as Finanças Locais em Angola, enquanto instrumento de inovação democrática para a construção da cidadania participativa. Parte de um estudo bibliográfico e documental, baseando-se no trabalho de Dissertação de Mestrado defendido pelo proponente em 2017. O Orçamento Participativo é um instrumento de planeamento anual que contribui para a priorização das necessidades dos cidadãos, permitindo o acesso da população às decisões sobre o país. É um espaço de co-gestão em que a comunidade e o governo decidem juntos onde e como serão aplicados os recursos e investimentos públicos. Partindo das experiências de outros países, com maior destaque para o Brasil, os Orçamentos Participativos constituem-se num mecanismo mais ambicioso, utilizando uma extensa dimensão da participação cidadã. O objectivo que se busca é de incluir os cidadãos num processo de tomada de decisões vinculando a gestão da administração. Os Orçamentos Participativos, nos diferentes municípios onde são implementados, definem previamente os critérios de justiça social que permitem vincular o particular e o geral de acordo com um horizonte de justiça distributiva. Além disso, esta questão dá maior potencial ao processo, ao ser realizada uma regulação do espaço público que iguala as oportunidades de influenciar na tomada de decisões políticas. Como resultados, o trabalho considera a necessidade do envolvimento dos cidadãos no processo de planificação orçamental, a partir da identificação das suas reais necessidades, definição de prioridades, cuja execução garante a melhoria das condições de vida da população.

Palavras-chave: Finanças locais; orçamento participativo; cidadãos.

26Doutorando em Serviço Social, do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Franca - FCHS; Membro do GEFORMSS - Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Formação Profissional em Serviço Social. E-mail: dmuondo@gmail.com

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MOVIMENTO ESTUDANTIL: REORGANIZAÇÃO E CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO DE ABERTURA POLÍTICA (1976-1982)

Fernanda Stella Cavicchia27

Resumo: Este trabalho apresenta uma proposta de análise sobre o movimento estudantil

universitário e o papel desempenhado por ele no processo de abertura política e redemocratização do Brasil. A partir do estudo das ações que se desenrolaram entre os anos de 1976 e 1982, busca-se levantar as condições que abriram caminho para o retorno dos estudantes às ruas e para a reorganização de suas entidades representativas, proscritas após o golpe militar. Para atingir esse objetivo, é feita uma reflexão crítica e comparativa dos acontecimentos e seus desdobramentos durante os diferentes momentos da atuação estudantil: 1964 a 1968 – aqui chamado de 1ª geração, quando os estudantes se organizam contra o governo até a radicalização do movimento, com o envolvimento de líderes na luta armada; 1969 a 1975 – etapa que sucedeu à forte repressão sofrida no momento anterior, levando ao deslocamento das ações das ruas para dentro das universidades; e 1976 a 1982 – aqui denominado de 2ª geração, período de reestruturação do movimento, com a presença de novos atores, a partir da retomada das manifestações de rua e da reconstrução das entidades representativas. Este trabalho parte do pressuposto de que o movimento estudantil na década de 1970 assumiu uma posição de vanguarda na luta pelas liberdades democráticas, sendo o primeiro ator a sair às ruas de forma organizada. São levantadas, então, duas hipóteses: a primeira é que os estudantes conseguiram manter uma ação política sustentada, contribuindo para o processo de abertura política e de redemocratização; e a segunda é que a reestruturação do movimento ocorreu em razão de uma associação de fatores (aspectos internos e externos ao movimento), como a mudança na conjuntura política, econômica e social do país e os repertórios de protesto utilizados pelos estudantes. A investigação é feita com a utilização de fontes primárias, como arquivos da ditadura militar e acervos estudantis, e de fontes secundárias, como bibliografia e reportagens de veículos de comunicação. Teoricamente, o estudo utiliza os conceitos de “confronto político” e “estrutura de oportunidades políticas”, adotados em um projeto coletivo dos estudiosos contemporâneos Sidney Tarrow, Charles Tilly e Doug McAdam.

Palavras-chave: Movimento social. Movimento estudantil. Confronto político. Protesto político.

Ditadura militar.

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GÊNERO E POLÍTICA: OS CÍRCULOS DE CONTENÇÕES NA ESFERA LEGISLATIVA AMAPAENSE.

Giovanna Gabrielle Costa Lourinho28 Caio Araujo Bezerra²

Resumo: A presente pesquisa visa analisar o comportamento político das bancadas que

compuseram a VI, VII e VIII Legislatura da Assembleia Legislativa do Amapá (2011-2019), tendo como foco as parlamentares mulheres. Sendo assim, partimos do pressuposto da existência de um círculo de contenções (SANTOS, 2007) que orienta e restringe a participação das parlamentares, sustentados pela afirmação do androcentrismo estrutural no que tange o tripé político: instituição, deliberação e promulgação de leis no exercício de seus mandatos. Isto posto, uma das hipóteses norteadoras da pesquisa é a existência, ainda que implícita na estrutura política, de uma inclusão orientada da participação das parlamentares no processo político como um todo, englobando desde os pronunciamentos nas sessões da ALAP às atividades legislativas propriamente ditas, como a proposição de leis. Portanto, este trabalho tem como escopo principal investigar de que maneira se dá a atuação das deputadas estaduais na Assembleia Legislativa Amapaense (ALAP), bem como constatar a produção de proposições legislativas com pautas destinadas especificamente às mulheres e cotejá-las quantitativamente com as proposições de temáticas de outra natureza. Objetivamos assim, identificar quais assuntos as mulheres têm maior propensão a colocar em pauta nos debates parlamentares, partindo de uma análise orientada pelo critério de Soft, Middle and Hard Politic. Isto posto, utilizar-se-á como aparato metodológico, pesquisa na base de dados da ALAP para levantamento quantitativo de dados referentes às proposições dos anos de 2011 a 2019 seguida de análise de conteúdo e classificação das proposições para identificar aquelas destinadas especificamente às mulheres em relação às políticas gerais.

Palavras-chave: círculo de contenções; representação; ALAP.

28 Acadêmica de Sociologia pela Universidade Federal do Amapá. E-mail: lourinhogiovanna@gmail.com.

²Acadêmico de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amapá. E-mail:

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AS INFLEXÕES DA DEMOCRACIA NO BRASIL: ENTRE EXCESSOS E EXCEÇÕES.

Marcos Aurelio Manaf29

Resumo: O presente trabalho trata de forma dialógica o modelo de sociedade democrática no

Brasil contemporâneo, cujo brilho de seu verniz tem se desgastado ao longo das décadas, ora por questões de representatividade política (elitista), ora por pela legitimidade das ações políticas (excludentes), cujos anseios da população são postos em suspensão pela diminuição da participação-cidadã na tomada de decisões estruturantes(desiguais), para a promoção de oportunidades e igualdades sociais no Brasil. Os recentes acontecimentos na história do Brasil, precisamente a partir de 2013, vem sendo marcados por evidentes ilegalidades, perpetradas de forma sistêmica nos Poderes Executivo e Legislativo, em todas as esferas de governo, resvalando em vicissitudes no Judiciário. São fatos que rompem com o pensamento de Montesquieu (1680-1755) em que a democracia numa República, como forma de governo, deve haver virtude política (moral), uma vez que o povo age por seus ímpetos e não por seus desígnios, e quando corrompido pelo dinheiro, ou seja, quando afeiçoa-se ao dinheiro e não aos negócios públicos, não se preocupa com o governo e com o bem comum, mas com os valores que irá receber, como remuneração, sendo sempre um risco à república e à democracia. Tais ilícitos foram praticados por muitos políticos e por seus aliados, com participação de indivíduos da iniciativa privada, quando executavam ações corruptas por arranjos políticos em favor de terceiro e/ou desvios de recursos públicos de forma espúria, que usurpam a coisa pública e, cotidianamente, continuam sendo escancarados resultados de investigações policiais, de processos e embates de judiciais, e de outro lado, ora por decisões judiciais que favoreciam e favorecem investigados e condenados, ora por Decreto de indulto natalino dilatando benefícios aos presos por corrupção, ora em projetos de leis que alteraram e tem alterado direitos, historicamente conquistados, em franco retrocesso dos direitos sociais fundamentais, lançando a população à precarização do trabalho (rural e urbano), à reforma previdenciária com aumento de tempo e contribuição para aposentadoria, à fragilização e desmantelamento de políticas ambientais, contingenciamento e redução orçamentária em serviços de educação, pesquisa científica, saúde, etc., flexibilização do porte e posse de armas, com expectativas de aumento da violência urbana, dentre outras formas, sem qualquer escopo de que o Estado promoverá condições mínimas de segurança jurídica e de garantias do mínimo existencial à população.

Palavras-chave: Democracia. Inflexões. Exceções. Excessos.

29 Doutorando em Ciências Sociais (UNESP-FCLAR Araraquara/SP). Mestre em Direitos Coletivos e

Cidadania (UNAERP). Membro do Grupo de Pesquisa cadastrado no Diretório do CNPq: Direitos Coletivos, Pluralismo jurídico e exploração econômica da biodiversidade, vinculado à Universidade de Ribeirão Preto (SP). marcosmanaf@gmail.com.

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Entre remendos, se faz inteira? A transformação do sistema político russo após o colapso soviético e a construção de uma democracia.

Nayara de Oliveira Wiira30

Resumo: A Federação Russa tem mantido um papel de destaque no cenário internacional,

desempenhando uma atuação expressiva nos planos econômico, político e geoestratégico, ultrapassando sua área de influência regional e sendo incisiva no seu projeto de protagonismo global em contexto multipolar. Frente tal proeminência, torna-se evidente a necessidade de colocar o país como objeto de acompanhamento e pesquisa. Nesse sentido, o presente artigo volta-se para a década de 1990, período em que o país passou por um processo de reformas após o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1991. Temos como objetivo a realização de um balanço das reformas políticas que foram introduzidas sob o governo de Boris Yeltsin (1991-1999), ponderando sobre como esse movimento funcionou como um meio de estruturação de um novo sistema político, que alegava a pretensão de adotar um modelo liberal e democrático, mas que acabou ganhando características próprias e bem específicas da realidade russa. Para alcançar tal objetivo, realizaremos uma análise qualitativa sobre a bibliografia produzida sobre o tema, buscando avançar a discussão. Podemos destacar que ainda durante o governo daquele que seria o último líder soviético, Mikhail Gorbachev (que governou a União Soviética de 1985 a 1991), foram introduzidas reformas políticas que tinham como objetivo uma flexibilização do sistema de controle soviético. Avançando na direção da liberalização e da democratização, o pacote de reformas que ficou conhecido como glasnost teve um papel determinante no desenlace dos processos que levaram ao colapso soviético, por liberarem forças políticas que ganharam espaço e que não puderam mais ser reprimidas. Após o fim do bloco soviético, essas forças não deixaram de existir, e tendo em vista a existência de um terreno aberto para construção de um novo sistema político, os conflitos se acirraram na disputa pela definição de como seria esse novo modelo. O discurso predominante dava indícios de que o modelo adotado seria o liberal democrático, característico dos governos ocidentais. Porém, no decorrer do trabalho deveremos apresentar as forças que incidem na moldagem do novo regime político russo – a tradição autoritária dos governos na Rússia e ausência de valores democráticos consolidados; as tendências de centralização e personificação do poder político; como a contínua repressão fez com que a sociedade civil fosse, basicamente, inexistente; a dificuldade de construir e institucionalizar as bases de uma democracia.

Palavras-chave: Política russa. Transição política. Reformas democráticas. Governo Yeltsin.

30 Mestranda em Ciências Sociais no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia e Ciências

(UNESP – Marília), linha de pesquisa “Relações Internacionais e Desenvolvimento”. Graduada em Relações Internacionais pela mesma instituição. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. nayara.wiira@gmail.com

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OS PARTIDOS POLÍTICOS E O SISTEMA ELEITORAL: PROCESSO HISTÓRICO BRASILEIRO E SEUS DESAFIOS HOJE

Rhuan Ribeiro COSTA31 Caroline Cardoso da COSTA32

Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar a função teórica dos partidos políticos,

contextualizando-a com o processo histórico do Brasil. Tendo em vista que os partidos políticos são essenciais para o funcionamento do regime democrático, sendo esses os porta vozes de seus representados, o presente trabalho apropriou-se da teoria das elites para demonstrar esse fenômeno. Para Tanto, foi utilizado uma revisão bibliografia que viabilizasse as análises sobre as transformações dos partidos políticos e o sistema eleitoral brasileiro ao longo dos anos. Desse modo, observou-se que o sistema eleitoral foi se otimizando ao longo do tempo e os partidos políticos foram sofrendo alterações nas suas configurações, de modo que, tanto o sistema eleitoral quanto os partidos vivenciaram mudanças que oscilavam entre: o surgimento, o fim e o ressurgimento após os regimes ditatoriais que existiram no Brasil. Percebe-se que, atualmente, os partidos políticos têm um novo desafio: encontrar sustentações, pois seus verdadeiros objetivos enquanto agente de representação de interesse foi colocado em contestação, outrossim, a relação eleitor e o sistema eleitoral está cada vez mais fragilizada como foi possível observar nas eleições de 2014 e 2018. A problemática ganha mais consistência quando analisado os índices de participação eleitoral. Sendo a democracia uma forma de governo na qual a liberdade de participação política é assegurada, a crise de representatividade pode advir do fato do esgotamento dos eleitores, um exemplo disso é a alta abstenção, votos nulos e brancos nas eleições. Em suma, a crise política não favorece o poder dos partidos nem das instituições e estes estão vivenciando às alterações de suas configurações estruturais, construindo novas táticas, enfrentando novos desafios para consolidarem sua representação. Demonstrando, portanto, que os partidos políticos e o sistema eleitoral são mutáveis e vivem em constantes modificações.

Palavras-chave: Partidos Políticos. Representatividade. Sistema Eleitoral. Crise Política.

31Graduando em ciências sociais na Universidade Federal do Pará. Email: rhncosta98@gmail.com

32Graduanda em ciências sociais na Universidade Federal do Pará.

Referências

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