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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

R

ELATÓRIO DE

E

STÁGIO

C

URRICULAR NO

ANA VANESSA CARVALHO SEMEDO

ORIENTAÇÃO SUPERVISOR INTERNO PROFESSORA DOUTORA CLÁUDIA TRABUCO DR.MARCO DINIS

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2

Aos meus pais, irmão e restante família, pelo amor, apoio, compreensão e encorajamento.

A todos os meus amigos pela paciência demonstrada, pelos momentos de descontracção e alegria proporcionados.

À Senhora Professora Cláudia Trabuco pela orientação do presente Relatório.

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3 ÍNDICE

DECLARAÇÃO ANTI-PLÁGIO 5

ABREVIATURAS 6

MODO DE CITAR 7

INTRODUÇÃO 8

1. INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL:CARACTERIZAÇÃO E ESTRUTURA 9

2. ESTÁGIO:DURAÇÃO E FASEAMENTO 11

3. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS:APROXIMAÇÃO GERAL 13

3.1. Departamento de Informação e Promoção da Inovação 13

3.2. Departamento de Relações Internacionais 15

3.3. Direcção de Organização e Gestão 16

3.4. Sistema de Gestão da Qualidade 17

3.5. Direcção de Marcas e Patentes 18

3.5.1. Departamento de Patentes e Modelos de Utilidade 18

3.5.2. Departamento de Marcas e Desenhos ou Modelos 19

3.5.2.1. Pedidos de Marcas, Logótipos e Denominações de Origem e Indicações Geográficas

19

3.5.2.2. Pedidos de Desenhos ou Modelos 22

3.5.3. Departamento de Oposição e Contencioso 25

4. ESTÁGIO A TEMPO INTEGRAL 26

4.1. Departamento de Patentes e Modelos de Utilidade 26

4.1.1. Tema 1: Pedido Provisório de Patente 35

4.1.1.1. Prazo para Depósito de Matéria Biológica 44

4.1.2. Tema 2: Protecção por Modelo de Utilidade – Diferentes Jurisdições 47

4.1.2.1. Outras Jurisdições 49

4.1.2.2. Pedido Internacional 51

4.1.3. Tema 3: Projecto de Estágio 52

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4

4.2. Departamento de Oposição e Contencioso 67

4.2.1. Tema 1: Análise de Pedidos de Marca com Litígio e Logótipos 67 4.2.2. Tema 2: Modificações de Decisão, Restabelecimento de Direitos e Caducidades 72

4.2.2.1. Modificações de Decisão 72

4.2.2.2. Restabelecimento de Direitos 74

4.2.2.3. Caducidades 75

4.2.3. Tema 3: Contra-Ordenações 77

4.2.4. Tema 4: Peritagens e Pareceres 80

4.2.4.1. Peritagens 80

4.2.4.2. Pareceres 83

4.2.5. Tema 5: Concorrência Desleal do Ponto de Vista da Propriedade Industrial 85

5. ANÁLISE CRÍTICA DO TRABALHO DESENVOLVIDO E CONTACTO COM A ORIENTADORA 88

5.1. Contactos com a Orientadora e Supervisor Interno 90

6. EXPECTATIVAS SOBRE O ESTÁGIO E RELEVÂNCIA 91

6.1. Sugestões para o INPI e para Futuros Estágios 91

CONSIDERAÇÕES FINAIS 94

BIBLIOGRAFIA 95

Bases de Dados 95

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5

DECLARAÇÃO ANTI-PLÁGIO

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6

ABREVIATURAS

AIM – Autorização para a Introdução no Mercado AOPI – Agente Oficial de Propriedade Industrial

ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica BPIBoletim da Propriedade Industrial

CCP – Certificado Complementar de Protecção CPE – Convenção sobre Patente Europeia CPI – Código da Propriedade Industrial

DIPI – Departamento de Informação e Promoção da Inovação DMDM – Departamento de Marcas e Desenhos ou Modelos DMP – Direcção de Marcas e Patentes

DOC – Departamento de Oposição e Contencioso DOG – Direcção de Organização e Gestão

DPMU Departamento de Patentes e Modelos de Utilidade DRFL – Departamento de Recursos Financeiros e Logística

DRHAC – Departamento de Recursos Humanos e Apoio ao Cliente DRI – Departamento de Relações Internacionais

DRIPI Direcção de Relações Internacionais e Promoção da Inovação ECLA – Classificação Europeia de Patente

EUA – Estados Unidos da América IEP – Instituto Europeu de Patentes

IHMI – Instituto de Harmonização no Mercado Interno INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial IPONZ – Intellectual Property Office of New Zealand MU – Modelo de Utilidade

OEP – Organização Europeia de Patentes

OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual PCT – Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PI Propriedade Industrial

PPP – Pedido Provisório de Patente

RGCO – Regime Geral do Ilícito de Mera Ordenação Social RPOE – Relatório de Pesquisa com Opinião Escrita

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

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7

MODO DE CITAR

Na primeira citação as obras serão referidas de acordo com os elementos que as integram, tal como consta na bibliografia final. As subsequentes apenas mencionarão o autor, o título da obra - podendo este ser reduzido - e páginas de referência.

(8)

8

INTRODUÇÃO

O presente Relatório surge como resultado do Estágio realizado no INPI entre 6 de Setembro e 31 de Dezembro de 2010. A estrutura apresentada pretende ser a mais próxima possível do Plano de Estágio elaborado pelo Instituto.

O primeiro ponto do trabalho foca sucintamente a Caracterização e Estrutura do INPI para melhor se compreender toda a sua organização.

No segundo capítulo debruça-se sobre o faseamento e a duração do Estágio, sendo que no terceiro capítulo é dado a conhecer como o Estágio se desenvolveu nas três primeiras semanas, já que correspondeu à passagem por todos os Departamentos do INPI. Neste último ponto foram focados os aspectos considerados essenciais, pelo que a exposição não é exaustiva.

O quarto capítulo é dedicado ao Estágio on-job1, ou a tempo integral, realizado no

DPMU e no DOC, sendo que cada um deles apresentou o seu próprio Plano de Estágio, dividido por temas.

No DPMU foram elaborados quatro trabalhos, os quais, por serem extensos e não poderem ser reproduzidos na íntegra, apenas serão referidos os aspectos mais importantes das conclusões alcançadas. Foram trabalhos realizados através da análise jurídica das temáticas solicitadas. Contudo, pela sua importância segue em Anexo o trabalho referente à “Protecção

por Modelo de Utilidade –Diferentes Jurisdições”.

No DOC, a divisão do Estágio por Temas, cujo objectivo foi apreender as diversas tarefas realizadas no Departamento, proporcionou o estudo de processos de pedidos de registo de direitos de PI, numa vertente meramente formativa e não decisora. Neste sentido são apresentados – com prévia autorização – alguns exemplos de situações abordadas, não se reproduzindo, todavia, os despachos de decisão, mas sim adaptando-os para o contexto do presente Relatório, dando uma visão dos elementos que os integram e que são considerados como essenciais.

Os dois últimos capítulos prendem-se com uma visão mais crítica do Estágio, demonstrando quais os aspectos que, eventualmente, possam ser melhorados.

1A referência a “Estágio on-job” pressupõe o seu início nos Departamentos de Patentes e Modelos de

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1. INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL:CARACTERIZAÇÃO E ESTRUTURA

O INPI foi criado em 1976, no âmbito do Ministério do Comércio Externo, através do Decreto-Lei nº 632, com o objectivo de auxiliar as empresas para a implementação da inovação. Actualmente, com o Decreto-lei nº 206/2006 de 27 de Outubro, enquadra-se na Administração Indirecta do Estado (artigo 5º), e está dotado de autonomia administrativa, financeira e de património próprio sujeitando a sua actividade à superintendência e tutela do Ministro da Justiça.

Tendo em consideração a sua Lei Orgânica aprovada pelo Decreto-lei nº 132/2007, de 27 de Abril, alterado pelo Decreto-lei nº 122/2009, de 21 de Maio, o INPI tem por Missão “(…)

assegurar a promoção e protecção da propriedade industrial a nível nacional e internacional

(…)”, cooperando com as organizações internacionais e europeias. Deste modo, compete-lhe contribuir para as políticas de promoção da PI, quer a nível nacional, quer internacional, propondo alterações legislativas, se necessário, assegurando a prevenção e a repressão de ilícitos contra direitos de PI. Por outro lado, o INPI apoia meios de Resolução Alternativa de Litígios, sendo a cooperação com o Arbitrare (Centro de Arbitragem para a Propriedade Industrial, Nomes de Domínio, Firmas e Denominações)2 a prova de tal facto. Compete-lhe, ainda, aplicar o CPI34 e demais legislação em matéria de PI perante cada caso em concreto.

Segundo o artigo 3º da sua Lei Orgânica, o INPI é composto por três órgãos, o Conselho Directivo, o Conselho Consultivo e o Fiscal Único. O primeiro deles é constituído por um Presidente, actualmente, a Dra. Maria Leonor Trindade, e por dois vogais, a Dra. Rita Faden e o Dr. Telmo Vilela, competindo-lhe orientar, dirigir e assegurar as actividades do INPI. O Conselho Consultivo é presidido pelo presidente do Conselho Directivo e, nos termos do nº1 do artigo 6º da referida Lei Orgânica, por “(…) quatro personalidades de reconhecido mérito na

vida económica, científica e tecnológica do País (…)”. Por último, ao Fiscal Único, compete acompanhar e controlar a situação financeira do INPI, emitindo pareceres sobre o orçamento e contas anuais do Instituto.

Integra ainda outras três unidades orgânicas fundamentais, de acordo com o artigo 1º dos seus Estatutos5. A DMP, dirigida pelo Dr. José Maurício, subdividida em três Departamentos, o DMDM que é coordenado pelo Dr. Miguel Gusmão; o DPMU, coordenado pela Eng.ª Ana Bandeira; e o DOC, sob a coordenação do Dr. José Mário Sousa. A DRIPI,

2 V. ARBITRARE Porbase.[em linha]. Lisboa: Arbitrare, 2011. [consultado a 8 de Fevereiro de 2011].

Disponível em http://www.arbitrare.pt/site/site/

3 Aprovado pelo Decreto-Lei nº 36/2003, de 5 de Março, e alterado pelos Decretos-Leis nºs 318/2007, de

26 de Setembro, nº 360/2007, de 2 de Novembro, nº 143/2008, de 25 de Julho e pela Lei nº 16/2008, de 1 de Abril.

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integrada pelo DRI, coordenado pela Dr.ª Maria Luísa Araújo, e pelo DIPI, coordenado pelo Dr. Marco Dinis. E, por último, a DOG, cujo director é o Dr. Pedro Santos e está, igualmente, subdividido em dois Departamentos, o DRFL, sob a coordenação do Dr. Henrique Figueiredo, e pelo DRHAC, coordenado pela Dr.ª Maria José Silva.

O INPI, para além disso, é constituído por dois Gabinetes, um de Apoio Jurídico a cargo da Dr.ª Inês Lopes e outro de Sistemas Informáticos, coordenado pelo Dr. Rui Lourenço. Por último, surge o SGQ, gerido pelo Dr. Henrique Figueiredo, que corresponde a um Sistema autónomo da estrutura do INPI.

Nos valores basilares a serem respeitados pelo INPI destacam-se a isenção e a imparcialidade no tratamento da informação dos seus clientes e a “[v]alorização das

competências profissionais e da motivação dos seus colaboradores (…)”6, sendo-lhe reconhecida a excelência do serviço prestado.

6 INPI Quem somos Missão, Visão, Valores. [em linha]. Lisboa: INPI, 2011. [consultado a 24 de

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11 2. ESTÁGIO:DURAÇÃO E FASEAMENTO

O Estágio Curricular, para efeitos de conclusão do Mestrado em Direito, na Área de Ciências Jurídicas Forenses, teve início a 6 de Setembro de 2010 e terminou a 31 de Dezembro do mesmo ano, cumprindo a duração mínima de 4 meses exigida pela Faculdade.

A coordenação geral do Estágio esteve a cargo do DRIPI, sob a supervisão interna do Dr. Marco Dinis, responsável pelo DIPI. Ao longo de todo o Estágio os diversos coordenadores dos diferentes Departamentos ficaram encarregues de estabelecer a integração e apresentação daqueles.

O Estágio propriamente dito teve início no DIPI, sendo que, até ao dia 24 de Setembro de 2010, decorreu em todos os Departamentos e no SGQ, no intuito de compreender todo o funcionamento do INPI, pelo que não foi efectuada nenhuma tarefa, mas apenas consistiu na observação do trabalho desempenhado pelos colaboradores do Instituto.

A partir do dia 27 de Setembro de 2010 e até ao seu término, o Estágio decorreu on-job, das 10h às 17h. Teve início no DPMU, decorrendo até 28 de Outubro de 2010, tendo incidido também no DOC, entre os dias 2 de Novembro e 10 de Dezembro de 2010. Ambos os Departamentos elaboraram um programa de Estágio adequado às funções aí exercidas e às perspectivas do INPI e por mim demonstradas.

Contudo, cumpre referir que o DPMU, por ser um Departamento exclusivamente constituído por elementos de áreas técnicas, como Biologia e Mecânica, não comportava trabalho ao nível jurídico, pelo que foi proposta a elaboração de quatro trabalhos independentes entre si, com interesse para o Departamento, pois considerou-se importante verificar como algumas matérias podem ser abordadas, de um ponto de vista jurídico, num Departamento

essencialmente “técnico”.

Por seu turno, o trabalho efectuado no DOC já teve um carácter primordialmente jurídico, uma vez que consistiu na avaliação e estudo de processos dando opinião sobre a decisão que poderia ser tomada em cada caso em concreto. A abordagem do tema, referente a concorrência desleal, teve um carácter mais teórico, através da leitura dos artigos do CPI e de processos de contra-ordenação.

Por último, entre os dias 11 e 31 de Dezembro de 2010 procedeu-se à elaboração do Plano do presente Relatório de Estágio, nas instalações do INPI, concretamente, no DOC, permitindo uma maior proximidade com os colegas e Departamentos onde aquele teve lugar, pois perante eventuais dúvidas que surgissem, o contacto estaria facilitado.

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12

Cronograma do Plano de Estágio

De 6 a 24 de Setembro

Direcção Data Departamento

DRIPI

6 a 8 de Setembro DIPI

24 de Setembro DRI

DOG

9 e 10 de Setembro DRHAC

13 de Setembro DRFL

14 de Setembro SGQ

DMP

14 e 15 de Setembro DPMU

16 a 20 de Setembro DMDM

21 a 23 de Setembro DOC

De 27 de Setembro a 31 de Dezembro – Estágio on-job ou a tempo integral

Direcção Data Departamento

DMP

27 de Setembro a 28 de Outubro DPMU

2 de Novembro a 10 de Dezembro DOC

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13

3. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS:APROXIMAÇÃO GERAL

No presente capítulo pretendo demonstrar, sumariamente, como o Estágio se realizou nas três primeiras semanas, nas quais foram abordadas várias questões, consoante o Departamento onde aquele incidiu. Nesta fase, o Estágio não teve nenhuma vertente prática, pois apenas teve por objectivo a observação e compreensão das várias tarefas desempenhadas.

3.1 DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO E PROMOÇÃO DA INOVAÇÃO

O Estágio teve início no DIPI que integra, numa vertente de Promoção da Inovação, a chamada Academia de Formação do INPI, que consiste em parcerias e formações que o Instituto promove para que a PI e a Inovação tenham uma maior dinâmica e conhecimento exterior. Estas formações estão direccionadas para vários interessados, nomeadamente, estudantes universitários, pós-graduados, gestores de empresas ou, até mesmo, para quem nunca tenha tido qualquer tipo de formação a nível de PI.

O INPI proporciona vários tipos de formações. Uma formação geral, cujo objectivo é dar a conhecer genericamente o que seja a PI7; as formações temáticas, consoante os diversos temas de PI, vocacionadas para conhecedores de PI e, eventualmente, já tenha experiência na área, aprofundando os seus conhecimentos de um modo mais específico8; uma formação à medida, direccionada especificamente para certos grupos, nomeadamente, clientes (empresas, especialistas em PI ou outros) que sugerem ao INPI um certo tipo de formação vocacionado para as suas necessidades, optimizando-se os resultados dos visados, sendo que no final da formação os formandos são sujeitos a avaliação e à elaboração de um relatório9; a formação também pode funcionar em e-learning, ou seja, em conjunto com a OMPI, os interessados podem ingressar no Curso Geral de Propriedade Intelectual da OMPI, todo o ano e de forma gratuita, adaptando-o às suas necessidades e características específicas10; uma Formação Pós-Graduada, subordinada ao tema “Economia e Gestão da Propriedade Industrial”, sendo que este

curso foi elaborado em parceria com o Instituto Superior de Economia e Gestão e a OMPI, no intuito de fornecer orientações ao nível dos Direitos de PI, quer na sua utilização, quer na sua exploração económica, sendo os principais visados gestores de empresas, AOPI’s, técnicos de

7 INPI Academia de PI Formação Geral. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de

Dezembro de 2010]. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=282

8 INPI Academia de PI Formação Temática. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de

Dezembro de 2010]. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=284

9 INPI Academia de PI Formação à Medida. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de

Dezembro de 2010]. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=289

10 INPI Academia de PI e-Learning. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de Dezembro de

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PI11; por último, o INPI faculta Estágios, a nível curricular, mediante a disponibilidade do Instituto, a análise curricular do candidato e Acordo com a Instituição de Ensino12, proporcionando aos estudantes uma visão mais realista da PI e do mercado de trabalho.

Compete ainda ao Departamento, estabelecer o contacto com vários Projectos Comunitários13, nomeadamente, o ip4inno, o e-MARKS, o IPeuropeAware e o enterprise europe network, este último com o intuito de criar uma rede comum de apoio às empresas, disponibilizando informação ao nível da PI e como esta pode ser coordenada por pequenas e médias empresas, quer a nível nacional, quer ao nível da União Europeia.14

Quanto a Parcerias para a Inovação, o INPI está associado a dois sites muito

importantes nesta matéria, um deles o “InnovAccess”15, a nível comunitário, e o outro “IPR

Helpdesk”16, a nível internacional, fornecendo informação, que será disponibilizada, quanto ao seu modo de funcionamento e de como é efectuada a protecção dos vários direitos de PI no nosso País.

Integrado no presente Departamento, podemos mencionar as vertentes de Difusão de Conhecimento e a de Comunicação e Informação. A primeira prende-se com a Biblioteca Digital do INPI17 que compreende um conjunto de informação, de textos, monografias e outros artigos sobre PI. Toda a documentação é tratada e registada numa base de dados própria, o GLAS. Aqui, é gerida a documentação que é colocada no site do INPI e, igualmente, aquela condicionada a serviços internos do Instituto. Para além disso, é difundida aos funcionários, informação que tenha interesse relativamente a direitos de PI. A segunda vertente está associada ao BPI e sua publicação18. Ou seja, diariamente é publicado no site do INPI o BPI, que refere todos os pedidos de registo, recusas, modificações de decisões e decisões propriamente ditas, quer para efeitos de abertura de prazos de oposição, quer para efeitos de notificação ou para prazos de recurso19. Apesar de no site surgir a informação devidamente compilada, o BPI é criado com dois dias de antecedência, relativamente à data de publicação, para garantir que esta tem lugar.

11 INPI Academia de PI Formação Pós-Graduada. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15

de Dezembro de 2010]. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=293

12 INPI Academia de PI Estágios. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de Dezembro de

2010]. http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=294

13 INPI INPI Internacional - Apresentação. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de

Dezembro de 2010]. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=214

14 INPI INPI Internacional enterprise europe network. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a

15 de Dezembro de 2010]. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=218

15 INNOVACCESS Porbase. [em linha]. [S.l.]: [S.N.], 2010. [consultado a 15 de Dezembro de 2010].

Disponível em http://www.innovaccess.eu/home.html

16 IPR HELPDESK.- Porbase. [em linha]. [S.l.]: [S.N.], 2010. [consultado a 15 de Dezembro de 2010].

Disponível em http://www.ipr-helpdesk.org/home.html

17 INPI Biblioteca Digital. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de Dezembro de 2010].

Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=237

18 INPI Boletim da PI. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010. [consultado a 15 de Dezembro de 2010].

Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=37

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15 3.2 DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Neste Departamento, também com uma vertente de Comunicação e Informação, são seleccionadas, todos os dias, notícias associadas a PI e Promoção da Inovação que são digitalizadas e guardadas em formato PDF para serem enviadas a todos os funcionários do INPI. Eventualmente, algumas notícias de maior relevância, ou que incidam directamente sobre o INPI, podem ser publicadas no site do Instituto20.

Por outro lado, são estabelecidos contactos com outros Office’s21, para permitir uma maior cooperação entre o INPI e aqueles, aproximando-os entre si.

As tarefas inerentes ao Departamento passam pela associação do INPI a uma cooperação multilateral e outra bilateral. A primeira diz respeito a negociações a diversos níveis, nomeadamente, quanto a um novo projecto, o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), que pretende negociar questões relacionadas com a pirataria e contrafacção, para que possa ser estabelecida uma regulação normativa comum, a nível internacional; o INPI colabora com a OEP, através do incentivo de formações aos seus técnicos e no Projecto de Reclassificação das Patentes Europeias, no âmbito da Biotecnologia; participa, igualmente, no Desenvolvimento Jurídico do Sistema de Madrid relativo ao Registo Internacional de Marcas; intervém nas alterações à Classificação Internacional dos Produtos e dos Serviços para fins de Registo de Marcas, mais precisamente, a Classificação Internacional de Nice22, quando estas têm lugar; colabora, ainda, para a Agenda para o Desenvolvimento da OMPI, que consiste num projecto para integrar os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa no âmbito da PI; coopera com o Comité Consultivo sobre Enforcement, isto é, o estabelecimento de relações no sentido de promover a divulgação do enforcement em PI, nomeadamente, no que diz respeito à contrafacção; o INPI participa, também, no Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT)23, através das várias negociações que podem ter lugar para melhorar os pedidos de registo internacional de patentes e, nessa medida, foi admitido em 2009, a possibilidade dos pedidos de PCT, poderem ser apresentados em Português e publicados nesta mesma língua.

Numa vertente bilateral, o INPI colabora com os Países Lusófonos, por exemplo, através da criação de Gabinetes de Apoio à Promoção da Propriedade Industrial e o lançamento,

20 V. INPI Notícias e Eventos. [em linha]. Lisboa: INPI, 2011. [consultado a 8 de Fevereiro de 2011].

Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/index.php?action=view_all_news&module=newsmodule

21 Sempre que seja feita referência a um Office pretende-se, com isso, designar os Institutos internacionais

que, à semelhança do INPI, são responsáveis por matérias inerentes a direitos de PI, nomeadamente a concessão ou recusa de pedidos de registo.

22 INPI Classificações Internacionais e listas de classes. [em linha]. Lisboa: INPI, 2011. [consultado a

27 de Abril de 2011]. Disponível em

http://www.marcasepatentes.pt/files/collections/pt_PT/1/5/23/9%C2%AA%20edi%C3%A7%C3%A3o%

20Classifica%C3%A7%C3%A3o%20de%20Nice%20-%20Marcas%20-%20Lista%20de%20Classes%20Explicativa.pdf

23Em Inglês, “Patent Cooperation Treaty”, aprovado para adesão, em Portugal, pelo Decreto nº 29/92, de

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16

em 2007, do Portal da Lusofonia24, partilhando o máximo de informação em PI, para auxiliar estes países na divulgação e promoção destes direitos. Até ao momento, foram assinados Memorandos de Entendimento com Moçambique, Angola e Cabo Verde, para apoiar a implementação de projectos de modernização nos Institutos dos dois primeiros e, por outro lado, foi criado o Instituto de Propriedade Intelectual em Cabo Verde. Pretende-se estabelecer uma maior harmonização entre os vários Institutos, ao nível de realização de conferências e formações, para haver uma maior promoção da PI e da Inovação.

3.3 DIRECÇÃO DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO

O Estágio na DOG teve início, primeiro no DRHAC, e seguidamente, no DRFL. No primeiro daqueles apenas se procedeu à mera observação do trabalho realizado, para se compreender como é efectuado o atendimento (ao nível de front-office25) perante dúvidas que os requerentes possam ter; receber pedidos de registo, ou até mesmo, quanto ao pagamento das taxas. Ao nível de back-office26, o apoio aos requerentes é efectuado via telefone e por comunicação electrónica.

No DRFL as questões abordadas prenderam-se com o regime de contratação pública realizado pelo INPI. Têm aplicabilidade as normas constantes do Código de Contratos Públicos, sendo que o tipo de procedimento adoptado pode ser o procedimento comum, ou o especial e, aqui, temos o ajuste directo e o concurso público. Primacialmente, é feito um estudo das necessidades inerentes a cada Departamento para que o INPI possa determinar que tipo de procedimento deve adoptar face a cada situação. Para a actuação contratual do INPI é utilizado o “Portal dos Contratos Públicos”27, a Agência Nacional de Compras Públicas, E.P.E.28 e o

“Vortal”29, tendo o INPI que respeitar os procedimentos e formulários de contratação pública existentes nas referidas Plataformas.

24 PORTAL DA LUSOFONIA Porbase. [em linha]. [S.l.]: Portal da Lusofonia, 2008. [consultado a 24

de Janeiro de 2011]. Disponível em http://www.portal-lusofonia.org/.

25 Atendimento presencial efectuado por alguns funcionários do DRHAC, nas instalações do INPI para,

entre outras tarefas, responder a dúvidas e receber pedidos de registo.

26 Atendimento via telefone ou e-mail, por alguns dos funcionários do DRHAC, perante dúvidas ou

pedidos de esclarecimento solicitados.

27 BASE: CONTRATOS PÚBLICOS ONLINE Porbase. [em linha]. [S.l.]: INCI, 2008. [consultado a

24 de Janeiro de 2011]. Disponível em http://www.base.gov.pt/codigo/Paginas/default.aspx

28AGÊNCIA NACIONAL DE COMPRAS PÚBLICAS Porbase. [em linha]. [S.l.]: ANCP, 2008.

[consultado a 24 de Janeiro de 2011]. Disponível em http://www.ancp.gov.pt/PT/Pages/Home.aspx

29VORTALGOV Porbase. [em linha]. [S.l.]: Vortal, 2010. [consultado a 24 de Janeiro de 2011].

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17 3.4 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

O Estágio realizou-se, ainda, num sistema autónomo, mas de extrema importância na organização do Instituto, o SGQ. A sua função prende-se com a análise da actividade prosseguida pelo INPI, cujas Normas mais relevantes são:

- NP EN ISO 9000:2005 – Sistema de Gestão da Qualidade, Fundamentos e Vocabulário; - NP EN ISO 9001:2008 – Sistema de Gestão da Qualidade, Requisitos;

- NP EN ISO 9004:2000 – Sistema de Gestão da Qualidade, Linhas de orientação para melhoria de desempenho;

- NP EN ISO 19011:2003 – Linhas de Orientação para Auditorias de Sistemas de Gestão de Qualidade e/ou de Gestão Ambiental.

A Política de Qualidade do INPI está associada à protecção e promoção da PI, através da prossecução de boas práticas, aliadas a um serviço de excelência, respeitando sempre os seus princípios e valores, tais como a imparcialidade, isenção e legalidade. Por conseguinte, este Sistema existe como forma de garantia que os objectivos traçados anualmente pelo INPI são cumpridos e respeitados.

O SGQ tem um Gestor, que superintende o seu funcionamento; que gere o Processo onde estão incluídas as Auditorias Internas; que aplica a regulamentação técnica do SGQ e dos procedimentos internos associados; e coordena os mecanismos de audição de clientes internos e externos.

Para garantir os objectivos inerentes à actividade do INPI, são efectuadas Auditorias Internas, sendo que cada auditor deve planear e preparar as auditorias que lhe forem atribuídas, executá-las e elaborar o correspondente relatório.

São designados, nos vários Departamentos, Gestores de Processos cujas funções implicam a especificação do seu Processo, através da identificação das actividades a ele inerentes, de modo a que os objectivos traçados sejam alcançados. Reportam ainda à Comissão de Gestão e Aperfeiçoamento de Processos o estado do Processo. Apesar de a cada Processo estar associada uma função específica, eles acabam por estar relacionados entre si.

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18 3.5DIRECÇÃO DE MARCAS E PATENTES

Por último, é de referir a passagem pela DMP, que integra o DPMU, o DMDM e o DOC. Nesta parte será feita uma breve análise aos temas abordados em cada Departamento, a qual não será, no entanto, uma exposição exaustiva, sobretudo no domínio da DPMU e DOC, pois o Estágio por tempo integral versou sobre ambos e, adiante, serão alvo de considerações aprofundadas.

3.5.1.DEPARTAMENTO DE PATENTES E MODELOS DE UTILIDADE

O DPMU está dividido em cinco “Clusters”30 Técnicos (Química e Tecnologias; Bioquímica e Genética; Física Tecnológica; Mecânica e Estruturas; e Processos e Tecnologias Industriais) e em três “Clusters” de Conhecimento (Energias Renováveis; Nanotecnologia; e Telecomunicações). Em cada “Cluster” existe um Gestor principal que pré-classifica os processos distribuindo-os de forma equitativa pelos técnicos ou examinadores. Este Departamento é responsável pelos Direitos de Incidência Tecnológica, ou seja, Patentes, MU,

CCP’s, Topografia de Semicondutores e PPP’s.

Para além da análise de pedidos relativamente a Direitos de Incidência Tecnológica, o Departamento está, igualmente, inserido em projectos, a nível nacional - colaboração com tribunais, através de peritagens e vistorias; aproximação às Universidades, através de um contacto pessoal com determinados centros e unidades de investigação ou, por exemplo, através dos designados “Dias da PI”; realização de pesquisas assistidas; através da Academia de PI; pré-diagnóstico de mapeamento tecnológico; Boletim Sectorial de Patentes e Modelos de Utilidade - e a nível internacional, através da Reclassificação de Patentes (de biotecnologia) em cooperação com o IEP; no Projecto de tradução automática; colaborando com a Oficina Espanhola de Patentes e Marcas na pesquisa e opinião escrita de pedidos de registo; participando em reuniões internacionais; e fomentando cursos de formação para examinadores de outros Office’s.

Feita esta primeira análise ao Departamento, cumpre referir que o Estágio teve por objectivo, nesta fase, o estudo do enquadramento e aplicabilidade dos artigos do CPI e, também, qual a relevância da legislação internacional e europeia para efeitos de registo de pedidos de incidência tecnológica.

Deste modo, durante os dois dias em que teve lugar esta passagem pelo DPMU, foram feitas apresentações em Power Point, pela Dr.ª Raquel Antunes, e foi explicado como, na

30 Quando é feita a referência a “Clusters” pretende-se, com isso, significar grupos de trabalho que, no

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19

prática, são efectuadas as pesquisas de anterioridade a um pedido de patente para, posteriormente, ter lugar a elaboração dos Relatórios de Pesquisa e de Exame de Fundo.

A análise dos artigos do CPI prendeu-se com o estudo de patentes, de PPP’s, de MU’s (com ou sem exame) e, por último, de CCP’s para que se pudesse compreender como, na realidade, um requerente pode, ou não, efectuar o pedido e em que termos pode este ser concedido ou recusado, tendo sempre por base toda a tramitação inerente a cada tipo de direito.

Cumpre mencionar que foi, igualmente, abordado qual o procedimento a adoptar quando se pretende a protecção a nível internacional, sendo que aqui devemos ter em consideração o PCT, administrado pela OMPI e, também, quando se pretende protecção de patentes pela via europeia, com consagração legal na Convenção sobre a Patente Europeia de 2000 (CPE) 31, administrada pela OEP, sendo que os respectivos pedidos são apresentados e analisados pelo IEP e pelo Conselho de Administração.

3.5.2 DEPARTAMENTO DE MARCAS E DESENHOS OU MODELOS

Entre os dias 16 e 20 de Setembro de 2010 o Estágio teve lugar na DMDM, para que se compreendesse como são analisados os pedidos de registo de direitos de carácter comercial. Assim, apenas procedi à observação do trabalho realizado no Departamento.

3.5.2.1 PEDIDOS DE MARCAS, LOGÓTIPOS E DENOMINAÇÕES DE ORIGEM E

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

O estudo de pedidos de registo de marca comportou a verificação de existência de motivos absolutos ou relativos de recusa de pedido nos designados “processos simples”, por

exemplo, após a publicação do pedido de registo de marca no BPI e, não havendo reclamação de quem se sinta lesado com a eventual concessão do registo, têm os técnicos que analisar se, mesmo assim, pode a marca ser concedida ou recusada. Para tal, é verificada a existência de motivos absolutos ou relativos de recusa, através de pesquisas de anterioridade e da análise do sinal propriamente dito.

Deste modo, foi dado a conhecer pelos técnicos como são feitas as pesquisas de anterioridade a partir da base de dados interna do INPI (Intranet através do SGPI), pela base de dados externa (Portal do INPI)32 e, ainda, a nível internacional e comunitário, ou seja, pelo

31 Aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República nº 60-A/2007, em 30 de

Novembro de 2007, e ratificada pelo Decreto do Presidente da República nº 126-A/2007, de 12 de Dezembro

32 INPI Serviços Online Pesquisa de Marcas. [em linha]. Lisboa: INPI, 2008. [consultado a 8 de

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20

“Romarin33 e o CTM-online34, respectivamente. Na Intranet, a pesquisa pode ser feita por semelhança, por identidade ou por conteúdo, para que seja o mais viável possível. Na base de dados externa a pesquisa deve ser efectuada por semelhança fonética, visto que assim serão fornecidas mais marcas ou logótipos que, eventualmente, possam colidir com o sinal registando. Podemos, ainda, mencionar a existência do “DOOR” (Database of Origin and Registration)35, que disponibiliza o acesso a todos os nomes de produtos registados na Comunidade Europeia como Denominações de Origem e Indicações Geográficas, englobando registos e pedidos de registo de Estados-Membros mas, também, de países terceiros. Ainda de acordo com as Indicações Geográficas e Denominações de Origem, podemos referir o

“BACCHUS”36, que apenas tem em vista a pesquisa a “Vinhos”, contemplando tanto aqueles provenientes dos Estados-Membros como de países terceiros.

Por último, a pesquisa pode ter lugar no “TMView”37, que resultou num esforço conjunto entre a OMPI, o IHMI e alguns Office’s europeus, para que numa só base de dados fosse possível ter acesso a vários resultados (internacionais, comunitários e nacionais). Aqui, a pesquisa pode ser Rápida ou Avançada.

Importa referir que os técnicos apresentaram a Classificação Internacional de Nice utilizada, sobretudo, ao nível das pesquisas de anterioridade e, também, para se aferir a eventual relação de afinidade ou identidade entre produtos ou serviços susceptíveis de induzir em erro o consumidor quanto à sua proveniência empresarial (nos termos do artigo 245º).

Foi, então, explicado que a relação de afinidade das marcas em comparação pode ser aferida pela utilidade e finalidade dos produtos ou serviços, pela sua natureza, capacidade de substituição entre si e pela sua complementaridade, acessoriedade ou derivação. A identidade entre produtos ou serviços pressupõe que estes servem um mesmo fim. Para determinar-se esta afinidade ou identidade, é necessário atender ao público a que os produtos ou serviços das marcas em confronto se destinam e qual a susceptibilidade de o consumidor considerar que aqueles são de uma mesma proveniência empresarial.

Aquando da comparação entre os sinais, deve referir-se que quanto maior a semelhança

33 WIPO Simple Search. [em linha]. Genebra: WIPO, 2011. [consultado a 8 de Fevereiro de 2011].

Disponível em http://www.wipo.int/romarin

34 OHIM CTM- online Trade Mark Consultation Service Basic. [em linha]. Alicante: OHIM, 2010.

[consultado a 8 de Fevereiro de 2011]. Disponível em

http://oami.europa.eu/CTMOnline/RequestManager/en_SearchBasic

35 COMISSÃO EUROPEIA Door. [em linha]. Bruxelas: Comissão Europeia, 2011. [consultado a 8 de

Fevereiro de 2011]. Disponível em http://ec.europa.eu/agriculture/quality/door/list.html

36 COMISSÃO EUROPEIA E-Bacchus. [em linha]. Bruxelas: Comissão Europeia, 2011. [consultado a

8 de Fevereiro de 2011]. Disponível em http://ec.europa.eu/agriculture/markets/wine/e-bacchus/index.cfm?event=pwelcome&language=PT

37 TMVIEW You are Thinking of a trade mark… But is it available? View it!.[em linha]. [S.l.]:

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21

entre eles, maior deve ser a ponderação do examinador sobre a susceptibilidade de o consumidor os poder confundir ou associar entre si. Por outro lado, tratando-se de sinais mistos, devem estes ser analisados pelo seu conjunto, uma vez que o consumidor apreende o sinal na sua totalidade e não as suas partes componentes, porém deve o examinador concentrar-se no elemento do sinal que reconheça como sendo dominante, isto é, aquele que lhe confere distintividade. Se a marca registada for notória ou de prestígio – artigos 241º e 242º do CPI, respectivamente – aumenta o risco de confusão com a marca registanda, daí que a dissemelhança entre sinais deva ser maior, tal como a abrangência dos critérios de afinidade e identidade entre produtos ou serviços.

Ressalve-se que mesmo existindo uma marca obstativa e estando preenchidos todos os requisitos do conceito de imitação (artigo 245º), ambas as marcas podem coexistir, desde que aquela emita uma declaração de consentimento, nos termos do artigo 243º do CPI. Por último, a comparação entre sinais nominativos, deve ser feita pelas suas eventuais semelhanças gráfica e fonética, pois sinais distintos graficamente podem ter uma enorme semelhança fonética e, por isso mesmo, susceptíveis de induzir o consumidor em erro, ou risco de confusão ou associação.

Foi dado a conhecer, na prática, qual a aplicabilidade do artigo 17ºA, uma vez que o examinador pode encontrar um sinal prioritariamente registado, mas que está, ele próprio, ainda em estudo - ou porque o processo está em tribunal, ou porque houve uma reclamação e ainda não houve decisão quanto ao mesmo -, isto é, estamos perante uma causa prejudicial que impede a análise do sinal registando e, por isso, o estudo é suspenso por um período de seis meses. Após este prazo, o sinal registando volta a ser objecto de estudo pelo examinador, para verificar se a causa prejudicial que originou a sua suspensão já não existe, caso contrário, é emitida nova suspensão do processo, por mais seis meses e assim sucessivamente, até que o sinal possa, efectivamente, ser estudado seguindo os trâmites normais.

Por último, foi feita uma pequena apresentação do enquadramento legislativo de pedidos de marcas a nível comunitário e internacional, o primeiro respeitando o Regulamento (CE) nº 40/94, do Conselho, de 20 de Dezembro de 1993, sobre a Marca Comunitária38 e a Directiva das Marcas39, o segundo tipo de registo respeita o Acordo40 e o Protocolo41 de Registo

38Alterado pelo Regulamento (CE) nº 3288/94 do Conselho, de 22 de Dezembro de 1994, pelo

Regulamento (CE) nº 807/2003, do Conselho, de 14 de Abril de 2003, , pelo Regulamento (CE) nº 1653/2003 de 18 de Junho de 2003, pelo Regulamento (CE) nº 1992/2003, do Conselho, de 27 de Outubro de 2003, pelo Regulamento (CE) nº 422/2004, do Conselho, de 19 de Fevereiro de 2004, pelo Regulamento (CE) nº 1891/2006, do Conselho, de 18 de Dezembro de 2006 e, pelo Regulamento (CE) nº 207/2009, do Conselho, de 26 de Fevereiro de 2009

39 Directiva do Conselho nº 89/104/CEE, de 21 de Dezembro de 1988, que Harmoniza as Legislações dos

Estados-Membros em Matéria de Marcas

40 Acordo de Madrid relativo ao Registo Internacional das Marcas (1891; revisto por último em 1979),

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22 Internacional de Marcas.

Com o registo da marca comunitária, o requerente efectua um único pedido para ser concedida protecção nos 27 Estados-Membros, ou eventualmente, restringir a protecção dentro destes. O pedido é efectuado directamente no IHMI, através de um formulário próprio e pagando a respectiva taxa.

O pedido internacional, permite protecção em todos, ou alguns, dos países da União de Madrid consoante estejam conformes com o Acordo ou o Protocolo de Madrid, podendo o requerente da marca alargar o seu pedido de protecção inicial. O pedido tem que ser apresentado no INPI, pelo que é necessário que o requerente tenha um pedido de base nacional para que o possa apresentar a nível internacional. O pedido internacional segue para a OMPI que, por sua vez, remete-o para os países designados e estes estudam o processo de acordo com a sua própria legislação, sendo que um mesmo pedido pode ser concedido nuns países e recusado noutros.

A tudo isto acresce o pagamento das respectivas taxas, correspondentes à taxa base do pedido em si, à taxa do país designado e outra, ainda, caso as classes de Classificação Internacional de Nice indicadas sejam superiores a três. Todas elas são pagas à OMPI. Por último, acresce a taxa de tratamento nacional que deve ser paga no INPI.

3.5.2.2. PEDIDOS DE DESENHOS OU MODELOS

O Estágio teve lugar apenas durante uma tarde e correspondeu à observação e compreensão do trabalho desenvolvido na vertente de Desenhos ou Modelos. O principal objectivo passou pela compreensão do enquadramento legal (nacional, comunitário e internacional) e pelo papel do INPI neste tipo de pedidos. Para além disso, foram realizadas pesquisas nas bases de dados para demonstrar como, na prática, estes pedidos são analisados.

De acordo com o artigo 173º, um desenho ou modelo “(…) designa a aparência da

totalidade, ou de parte, de um produto resultante das características de, nomeadamente, linhas, contornos, cores, forma, textura ou materiais do próprio produto e da sua ornamentação”.

Pretende-se proteger a aparência estética de um produto, que pode ser interpretado como um todo (nº1 do artigo 174º), ou como um produto complexo, ou seja, composto por vários elementos que podem ser retirados e recolocados (nº2 do artigo 174º).

Para ser passível de registo, um desenho ou modelo tem que ser novo e ter carácter singular, nos termos do nº1 do artigo 176º, isto é, ele é novo se nenhum desenho ou modelo, com características idênticas, antes da data de registo, foi divulgado ao público. Havendo divulgação, esta não é oponível se tiver sido divulgado pelo próprio criador, no prazo de 12

41 Protocolo referente ao Acordo de Madrid relativo ao Registo Internacional das Marcas (1989),

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23

meses que antecede a apresentação do pedido de registo, indicando a divulgação no requerimento do pedido, de acordo com o artigo 180º. Por outro lado, é necessário o carácter singular do desenho ou modelo, pois tem que suscitar no utilizador, uma impressão global diferente de tudo aquilo que já é conhecido, até ao momento do pedido de registo (artigo 178º).

Após a apresentação do pedido de registo, o INPI tem um prazo de um mês para realizar exame formal, ou seja, tem que verificar se foram cumpridos os requisitos dos artigos 173º e 174º, os nº3 e 5 do artigo 180º e, os artigos 184º a 187º, todos do CPI. Se tiver sido apresentado de forma regular, o pedido é publicado no BPI abrindo prazo de oposição de dois meses. Cumpre advertir que o INPI não analisa os requisitos de novidade e carácter singular, excepto se invocados por terceiros em reclamação. Caso haja reclamação, o INPI analisa os argumentos apresentados e tem um mês para decidir. Se a reclamação for considerada procedente, o registo é recusado, se for considerada improcedente, este é concedido e, ambas as partes são notificadas e o respectivo despacho de concessão, ou recusa, publicado no BPI. Por último, se aquando da primeira publicação do pedido não houver reclamação, este é concedido, total ou parcialmente, havendo publicação do despacho no BPI.

O registo tem duração de 5 anos, a contar da data do pedido e pode ser renovável por iguais períodos, até um máximo de 25 anos, de acordo com o artigo 201º, conferindo ao seu titular o direito exclusivo de o utilizar e de impedir que terceiros o utilizem indevidamente sem o seu consentimento.

A pesquisa de anterioridade em desenhos ou modelos, pode ser realizada a nível comunitário42 e a nível nacional na base de dados externa do INPI43, aqui, directamente por número de processo, por proprietário, título ou conteúdo do resumo.

Os desenhos ou modelos têm que estar conformes com a Classificação de Locarno44, que vai na sua nona versão, apenas disponível em Inglês ou Francês. Esta Classificação é fundamental para proceder-se às pesquisas de anterioridade e, também, para facilitar a identificação do desenho ou modelo.

Os pedidos de registo de desenhos ou modelos, podem ser simples ou múltiplos, os primeiros são compostos por um único produto ou por um conjunto de produtos indissociáveis

42 OHIM RDC-ONLINE Design Consultation Service Basic Search. [em linha]. Alicante: OHIM,

2010. [consultado a 24 de Janeiro de 2011]. Disponível em http://oami.europa.eu/RCDOnline/RequestManager?

43 INPI Serviços Online Pesquisa de Design. [em linha]. Lisboa: INPI, 2008. [consultado a 24 de

Janeiro de 2011]. Disponível em http://servicosonline.inpi.pt/pesquisas/main/design.jsp?lang=PT

44 INPI Design Protecção em Portugal Classificações Internacionais e listas de classes. [em linha].

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24

entre si; os segundos, são considerados vários tipos de “pedidos”, que podem ir até 100 produtos e cada um tem que respeitar os requisitos mencionados e, por outro lado, todos eles têm que estar inseridos na mesma classe da Classificação de Locarno. Os produtos são independentes entre si, pelo que pode haver concessão ou recusa parcial, consoante aqueles que estejam de acordo com as normas do CPI ou não.

O criador pode requerer protecção a nível comunitário e internacional, o primeiro permite a protecção nos 27 Estados-Membros, através de um único requerimento, enquanto o segundo permite a protecção nos países que o criador apenas tenha requerido. Para ambos os tipos de protecção pode reivindicar a prioridade do pedido efectuado em Portugal, desde que o faça num prazo de seis meses, com aplicabilidade o disposto no parágrafo C), nº1 do artigo 4º da Convenção de Paris45 e o nº1 do artigo 12º do CPI.

A nível comunitário46 o IHMI é quem tem competência para avaliar o pedido e pode ser apresentado directamente naquele ou no INPI. Por outro lado, a protecção pode ser de duas formas diferentes, consoante seja desenho ou modelo registado e desenho ou modelo não registado. O primeiro destes, confere protecção ao seu titular por um período de 5 anos, prorrogável até ao máximo de 25 anos, conferindo direito exclusivo ao titular de o utilizar, comercializar e impedir o uso indevido por terceiros. A segunda forma de protecção, não implica a formalização de um pedido e é válida por um período de 3 anos, contudo apenas confere ao titular o direito de impedir a cópia do desenho ou modelo, pelo que é um tipo de protecção fraca (segundo o artigo 19º do Regulamento (CE) nº6/2002)47.

O pedido de registo internacional está integrado no Sistema de Haia48 e, aqui, o criador pode requerer protecção para os países que pretender e, pode requerer protecção em toda União Europeia e para países fora da União Europeia. O requerente pode apresentar o pedido directamente no Instituto Internacional ou no próprio INPI, “(…) cabendo a cada um dos países

ou a essa entidade (v.g. IHMI) o exame de fundo sobre os requisitos de validade e à OMPI o exame inicial de natureza formal”.49

45 Convenção de Paris para a Protecção da Propriedade Industrial, de 20 de Março de 1883 (Revista em

Bruxelas a 14 de Dezembro de 1900, em Washington a 2 de Junho de 1911, na Haia a 6 de Novembro de 1925, em Londres a 2 de Junho de 1934, em Lisboa a 31 de Outubro de 1958 e em Estocolmo a 14 de Julho de 1967), ratificada pelo Decreto nº 22/75, de 22 de Janeiro.

46 De acordo com o Regulamento (CE) nº 6/2002, do Conselho, de 12 de Dezembro de 2001, relativo aos

Desenhos ou Modelos Comunitários, alterado pelo Regulamento (CE) nº 1891/2006, do Conselho, de 18 de Dezembro de 2006

47 Regulamento (CE) nº 6/2002, do Conselho, de 12 de Dezembro de 2001, relativo aos Desenhos ou

Modelos Comunitários, alterado pelo Regulamento (CE) nº 1891/2006 do Conselho, de 18 de Dezembro de 2006

48 Nos termos do Acordo de Haia sobre o Depósito Internacional de Desenhos Industriais (1925, revisto

em 1999)

(25)

25 3.5.3DEPARTAMENTO DE OPOSIÇÃO E CONTENCIOSO

Por último, resta referir a passagem pelo DOC entre os dias 21 e 23 de Setembro de 2010, sendo que à semelhança do que foi referido anteriormente, também aqui o Estágio não teve uma vertente prática, pois consistiu na mera observação do trabalho realizado pelos técnicos.

Assim, foi apresentado o enquadramento legislativo quanto a modificações de decisão (artigo 23º), restabelecimento de direitos (artigo 8º), de caducidades (artigos 37º, 269º, 270º, 304º-S e 315º) e de penhora, penhor e arresto (artigo 6º).

O DOC é, ainda, responsável para analisar processos associados a infracções, previstas nos artigos 316º e seguintes do CPI, mais concretamente, os ilícitos contra-ordenacionais que não necessitam de queixa e a instrução desses processos é da competência da ASAE - artigo 343º -, competindo a decisão ao Conselho Directivo do INPI, de acordo com o estabelecido no artigo 344º.

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26 4. ESTÁGIO A TEMPO INTEGRAL

4.1DEPARTAMENTO DE PATENTES E MODELOS DE UTILIDADE

O Estágio no DPMU “on-job”50, ou por tempo integral, teve início a 27 de Setembro, terminando a 28 de Outubro de 2010 e consistiu na elaboração de quatro trabalhos com temas

diferentes, nomeadamente, “Pedido Provisório de Patente”, “Protecção por Modelo de Utilidade

–Diferentes Jurisdições”, “Projecto de Estágio” e “Patentes Dependentes”.

De 27 a 29 de Setembro de 2010, pretendeu-se demonstrar como o Departamento funciona internamente, ou seja, como são analisados os pedidos de patente e MU, através da compreensão do seu enquadramento legislativo e, por outro lado, através da consulta da base de dados que os examinadores utilizam para poder realizar o seu trabalho.

Os pedidos de patente seguem o disposto nos artigos 61º e seguintes do CPI quanto à sua tramitação na via nacional, por outro lado, os pedidos de MU e sua tramitação, estão previstos nos artigos 124º e seguintes do CPI. Estabelece o artigo 65º, que após a apresentação do pedido de patente é feito, no prazo de um mês, um exame formal e outro quanto às limitações relativas ao objecto ou à própria patente. Por outro lado, é ainda realizada uma pesquisa ao estado da técnica, para determinar-se a novidade e actividade inventiva da invenção, sendo que o RPOE emitido, não tem carácter vinculativo (artigo 65º-A). Se, eventualmente, existirem no pedido irregularidades de carácter formal, o requerente é notificado e tem este um prazo de dois meses para poder corrigi-las, sob pena de o pedido ser recusado e publicado no BPI.

Foram dados exemplos de exames formais e como estes se articulam com o preceituado no CPI. No exame formal o examinador tem que ter em atenção se existem limitações inerentes à patenteabilidade, isto é, se o disposto nos artigos 51º, 52º e 53º do CPI têm aplicabilidade em cada caso em concreto.

Foi dada especial importância aos elementos constantes do artigo 62º, com a epígrafe

“Documentos a apresentar”, e que devem constar junto ao requerimento. Por conseguinte, é necessário que o pedido de patente contenha um resumo, uma descrição, reivindicações e desenhos. Tem aqui, igualmente, aplicabilidade o Despacho nº 24743/2008 de 3 de Outubro (Republicação), adiante apenas Despacho, pelo que foram apresentados e analisados exemplos reais daqueles elementos que compõem um pedido de patente devidamente requerido. Note-se que o principal intuito desta análise passou pela identificação de elementos incorrectos que poderiam ser melhorados pelo requerente, tendo por base o CPI e o Despacho.

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Cumpre agora efectuar uma pequena abordagem a esses elementos integradores de um pedido de patente, uma vez que tendo sido objecto de estudo considero importante a sua compreensão.

O resumo é o elemento que vai ser sujeito a publicação no BPI, para efeitos de oposição de qualquer interessado que se sinta lesado com a eventual concessão da patente. Consiste numa pequena síntese do que é referido na descrição, nas reivindicações e desenhos não devendo, para tal, exceder as 150 palavras. Por outro lado, apenas serve para determinar o domínio da técnica inerente à invenção e qual a sua principal utilização, pois deve estar redigido de forma a ser compreensível qual o problema técnico que se pretende solucionar.

Por último, deve indicar as principais características existentes nas figuras para publicação, sendo que não são as figuras que devem ser mencionadas, mas sim, e apenas, os seus números de referência. Caso estejamos perante fórmulas químicas, matemáticas ou outros grafismos, estas devem estar num texto em anexo, integrando a figura para publicação e apenas referenciados no resumo (segundo o ponto 2.4 do Despacho).

A descrição deve ser redigida em língua portuguesa, apresentada em papel A4, com margem superior de 2cm a 4cm; margem esquerda de 2,5cm a 4cm; margem direita de 2cm a 3cm; e a margem inferior de 2cm a 3cm, devendo formar um caderno paginado sequencialmente com algarismos Árabes (alínea c), ponto 2.2 do Despacho). Ainda nos termos do ponto 2.2 do Despacho e do nº 4 do artigo 62º do CPI, a descrição deve fazer referência ao objecto da invenção e, ainda, ao domínio técnico e ao estado da técnica, pois só assim é possível compreender qual o verdadeiro problema técnico da invenção. A descrição corresponde ao conteúdo das reivindicações e, por isso, deve incluir vantagens e desvantagens, definir os termos utilizados, qual a sua aplicação industrial e, por último, determinar qual a solução encontrada pela invenção. Se existirem desenhos, a descrição também deve fazer uma explicação detalhada de cada uma das figuras devendo a data constar na última página.

Refere o nº 5 do artigo 62º do CPI que “ [o]s desenhos devem ser constituídos por figuras em número estritamente necessário à compreensão da invenção”. De acordo com o ponto 2.3 do Despacho, os desenhos devem ser originais, não são aceites fotocópias ou fotografias e devem ser rigorosos, isto é, sem qualquer cor. As margens a respeitar são as seguintes: margem superior 2,5cm; margem esquerda 2,5cm; margem direita 1,5cm; e margem inferior 1cm.

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que uma reprodução feita em redução linear a dois terços permita uma fácil percepção dos pormenores. A figura que for para publicação não deve conter qualquer legenda, rubrica ou assinatura, e o requerente indica qual deve ser publicada, porém o INPI pode escolher outra que considere mais apta para publicação, que represente melhor o invento propriamente dito (ponto 2.5.1 do Despacho).

Resta fazer uma pequena análise quanto às reivindicações, tendo em atenção o disposto no nº3 do artigo 62º do CPI e o ponto 2.1 do Despacho. As reivindicações definem o objecto do pedido, devendo ser claras, concisas e estar correctamente redigidas e, além disso, devem estar baseadas na descrição. Por outro lado, devem conter um preâmbulo que mencione o objecto da invenção com as suas características técnicas e, devem conter uma parte caracterizante, com a expressão “caracterizado por”, pois é esta que vai expor as características

técnicas que definem qual o âmbito de protecção pretendido. O Despacho consagra que as reivindicações devem ser redigidas em língua portuguesa, respeitando as seguintes margens: margem superior 2cm a 4cm; margem esquerda 2,5cm a 4cm; margem direita 2cm a 3cm; e margem inferior de 2cm a 3cm. Devem as reivindicações formar um caderno paginado, em

algarismos árabes, contendo a expressão “Reivindicações” no cabeçalho da primeira página.

Cumpre, ainda, referir as reivindicações independentes e dependentes, ou seja, as primeiras servem para conter todas as características consideradas essenciais da invenção, enquanto as segundas se reportam sempre às primeiras, mencionando qual a reivindicação independente a que está associada, por exemplo, “de acordo com a reivindicação nº, caracterizada por…”. É igualmente importante esclarecermos que as reivindicações podem ser de produto, de processo ou de utilização. O Despacho admite a possibilidade da existência de uma ou mais reivindicações independentes, desde que a unidade da invenção seja mantida e apenas se a matéria reivindicada se inserir numa das seguintes situações: ser um conjunto de produtos inter-relacionados; consistir em usos diferentes do mesmo produto ou dispositivo; constituir soluções alternativas para um problema específico, desde que não seja conveniente fazê-lo numa única reivindicação (nos termos da alínea i) do ponto 2.1 do Despacho).

É necessário proceder, agora, à análise do RPOE, que os examinadores elaboram face a um pedido de patente.

Estipula o artigo 65º-A que quando o pedido estiver formalmente correcto, é efectuado um RPOE, porém este relatório não tem carácter vinculativo, é sim, uma espécie de estudo inicial sobre a viabilidade da invenção.

Nesta fase, mais uma vez, li alguns RPOE’s elaborados pelos técnicos para

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29

várias questões suscitadas num pedido de patente, nomeadamente, se os requisitos de patenteabilidade foram respeitados.

Para se efectuar um relatório de pesquisa nestes termos, primeiro o examinador tem que averiguar se foram respeitados os requisitos de patenteabilidade elencados no artigo 55º, ou seja, se a invenção é nova, tem actividade inventiva e se é susceptível de aplicação industrial. Deste modo, uma invenção é nova quando não está compreendida no estado da técnica, que deve ser entendido como tudo aquilo que foi tornado acessível ao público, antes do pedido de patente em estudo, sendo que os pedidos de patente e MU ainda não publicados também são considerados estado da técnica (de acordo com o artigo 56º). A invenção implica actividade inventiva se para um perito na especialidade ela não for considerada evidente de acordo com o

estado da técnica, ou seja, aqui “(…) evidente significa que a invenção não vai além do progresso normal da técnica e que mais não é que o resultado óbvio, manifesto e lógico do estado da técnica, ao tempo do pedido, sem que devam ser atendidos factos supervenientes de

eventual avanço tecnológico”.51 Por outro lado, o perito aqui considerado deve ser entendido como um técnico médio, informado e competente na área em questão e pode ser interpretado como sendo uma equipa e não, apenas, um só elemento. Por último, a invenção tem que ser susceptível de aplicação industrial, ou seja, ela deve ser susceptível de fabrico ou utilização em qualquer indústria ou na agricultura, pois só assim se garante que a mesma é passível de comercialização.

O relatório de pesquisa, propriamente dito, inicia-se com a análise dos requisitos de patenteabilidade supra mencionados e, posteriormente, baseia-se na pesquisa ao estado da técnica, que tem por base as reivindicações existentes no pedido de patente. Esta pesquisa é efectuada em bases de dados específicas, abrangendo, para tal, todos os documentos tornados públicos antes da data do pedido de patente.

A pesquisa é realizada, essencialmente, na base de dados do IEP52, em inglês, francês ou alemão, efectuada em “SmartSearch”53 ou em “AdvancedSearch”, isto é, consoante o examinador efectue uma pesquisa simples ou avançada. Importa, porém, referir que no

“AdvancedSearch”, é necessário ter conhecimento de qual a Classificação Internacional de Patentes atribuída ao pedido, de modo a que pesquisa seja o mais viável possível. Para se ter acesso à Classificação Internacional de Patentes é necessário recorrer ao site da OMPI onde

51 GONÇALVES, Luís Couto - Manual …, ob. cit. p. 86

52 EUROPEAN PATENT OFFICE Porbase. [em linha]. [S.l.]: EPO, 2011. [consultado a 8 de Fevereiro

de 2011]. Disponível em http://www.epo.org/

53 EUROPEAN PATENT OFFICE Espacenet SmartSearch [BETA]. [em linha]. [S.l.]. EPO, 2010.

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estão disponíveis os elementos de determinação da Classificação inerente a cada pedido54, por conseguinte no site do IEP está a Classificação Europeia de Patentes (ou ECLA)55. Contudo, a pesquisa também pode incidir na base de dados da OMPI (Patentscope)56 e no portal do INPI57.

Foi, então, dado um pequeno caso prático para que pudesse efectuar a pesquisa e determinar se, naquele caso em concreto, os requisitos de patenteabilidade foram, ou não, respeitados.

Considero necessária a referência aos elementos que integram o RPOE, visto que ao tomar contacto com aqueles foi demonstrado como deve um requerente interpretar um RPOE quando este tenha lugar.

No relatório de pesquisa, o examinador vai identificar todos os documentos encontrados que, eventualmente, se assemelhem ao pedido e que possam obstar à concessão da patente. O relatório de pesquisa está dividido em secções que se passam a explicar.

Desde logo, existe uma dedicada à “Classificação da Matéria”, ou seja, é aqui que o examinador vai inserir a Classificação atribuída ao pedido de patente e que será alvo de publicação no BPI, tal como o resumo da invenção. A Classificação consiste, no fundo, na atribuição de símbolos de letras e números, de acordo com o estabelecido com a Classificação Internacional de Patentes, daí a sua importância58.

Na secção “Bases de Dados” o examinador refere quais as bases de dados utilizadas aquando da sua pesquisa, para o requerente ter conhecimento dos elementos consultados. Estas bases de dados podem incluir, documentos de patentes, artigos científicos e, até mesmo, actas de conferências.59

A identificação de documentos que mais se assemelham ao pedido de patente estão

explicitados na secção “Documentos Considerados Relevantes” e, aqui, é atribuído a cada documento uma classificação própria, consoante se aproximem mais, ou menos, das

54 Deve o examinador recorrer a WIPO IPC. [em linha]. Genebra: WIPO, 2010. [consultado a 8 de

Fevereiro de 2011]. Disponível em http://www.wipo.int/classifications/ipc/ipc8/?lang=en

55 EUROPEAN PATENT OFFICE Search the European Classification. [em linha]. [S.l.]: EPO, 2011.

[consultado a 8 de Fevereiro de 2011]. Disponível em

http://v3.espacenet.com/eclasrch?classification=ecla&locale=en

56 WIPO Patent Scope Search International Patent Applications. [em linha]. Genebra: WIPO, 2011.

[consultado a 8 de Fevereiro de 2011]. Disponível em http://www.wipo.int/pctdb/en/

57 INPI Serviços Online Pesquisa de Patentes. [em linha]. Lisboa: INPI, 2008. [consultado a 8 de

Fevereiro de 2011]. Disponível em http://servicosonline.inpi.pt/pesquisas/main/patentes.jsp?lang=PT

58 INPI Como Interpretar o Relatório de Pesquisa com Opinião Escrita. [em linha]. Lisboa: INPI, 2010.

[consultado a 15 de Dezembro de 2010]. p. 1. Disponível em http://www.marcasepatentes.pt/files/collections/pt_PT/207/277/Como%20Interpretar%20RPOE.pdf

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