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Livro AUM

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Academic year: 2021

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(1)Omar Cherenzi Lind. AUM. A Palavra de Poder. Theano Editora & Publicações.

(2) A U M A PALAVRA DE PODER Por Omar Cherenzi Lind. Tradução do inglês para o português realizada por PANYATARA.

(3) A U M A PALAVRA DE PODER. Título do original Inglês: AUM – The Word of Power Publicado originalmente por: Omar Cherenzi Lind. ESTA OBRA FOI PUBLICADA SOB OS AUSPÍCIOS DA GRANDE FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL PELO COLÉGIO ROSA-CRUZ ESOTÉRICO E A UNIÃO ESPIRITUAL UNIVERSAL.

(4) Título do original Inglês: AUM – The Word of Power Autor: Omar Cherenzi Lind Copyright da tradução para o idioma em português © 2014 - Theano Editora & Publicações 1ª edição 2014. Produção Adriana Calheiros Tradução Jayr Rosa de Miranda (Panyatara) Revisão Yara Castellani Grosso. O mantra OM revelado segundo a ótica budista e seus poderes na preparação iniciática dos buscadores da Verdade. O caminho da retidão como condição indispensável para alcançar a Consciência. Exigências da Grande Fraternidade Branca e os Preceitos da Vida Sã. Todos os direitos reservados, no Brasil, por Theano Editora & Publicações E-mail: theanoeditoraepublicacoes@gmail.com http://www.revelandomisteriosdooculto.com.br/.

(5) SUMÁRIO. Prefácio da Edição em Idioma Português Nota Esclarecedora AUM Prefácio da Edição em Espanhol Prólogo da Edição em Espanhol Prólogo da Edição Inglesa O Emblema Mágico, Imperial, Esotérico de Shan Introdução AUM como Poder de Vida A Palavra de Poder AUM como Fórmula do Primordial AUM Como Forma Esotérica de IAO AUM Como Força em Ação A Providência A Realização Mística AUM O Poder Criador AUM A Ciência do Silêncio. 7 9 11 13 16 19 21 25 29 30 31 38 43 48 54 58 62. AUM A Fórmula do Poder. 65.

(6) O M P H Expressão das Possibilidades do Infinito . 67. O Que É Om Mani Padme Hum. 68. Transcendência de Om Mani Padme Hum. 71. A Mitologia de Om Mani Padme Hum. 73. O Poder em Ação. 75. HRI. 78. Condições Prévias. 79. Exigências da Fraternidade Universal Branca. 85. Última Recomendação. 91. As Quatro Grandes Iniciações. 94. As Quatro Condições Emancipadoras. 96. A Utilização de AUM como Mantra. 99. A Pronúncia de AUM. 101. Expressão da Energia Universal no Indivíduo. 102. Aplicações Especiais do Mantra AUM. 103. Uma Advertência Importante. 108. A Consciência Criadora. 109. A Iniciação Esotérica e a Fórmula Sagrada. 117. Os Preceitos da Alvorada da Verdade. 121.

(7) AUM. PREFÁCIO DA EDIÇÃO EM IDIOMA PORTUGUÊS. H. á alguns anos atrás, por acaso, caiu em minhas mãos um dos livros de Cherenzi Lind intitulado “Kundalini - ou a Serpente Ígnea de Nossos Poderes Mágicos Internos”, livro esse que me despertou para conhecimentos novos e de grande importância para o meu entendimento de uma série de fatos pressentidos, mas ainda sem oportunidade de comprovar como verdadeiros. Novamente, por acaso (os livros deste autor não foram traduzidos para a língua portuguesa e se encontram esgotados há mais de 40 anos em outros idiomas), chegou-me às mãos um outro livro da mesma lavra; li-o com minha Alma envolvida em profunda comunhão com uma Verdade que não pode ficar mais restrita ao limbo dos interesses humanos e deve ser vivenciada pelo maior número possível daqueles que procuram a Sabedoria em sua original pureza. Daí meu afã em torná-lo acessível a todos os estudantes e aspirantes ao Conhecimento Real, a fim de abandonarem a condição de defraudados, no que diz respeito à esperança da verdadeira iluminação e liberação e realizem a assunção de sua Realeza Espiritual. Trata-se do livro “AUM - A Fórmula do Poder” que aborda também, em sua segunda parte, explicações sobre o mantra “OM MANI PADME HUM”, a fórmula despertadora da Consciência Universal no Ser humano. Procure ler as páginas que seguem com profundo discernimento e comparando seus ensinamentos com os dos verdadeiros Mestres de Sabedoria e com as instruções básicas existentes nos livros consagrados pela humanidade que são a Bíblia, com o Novo Testamento, o Bhagavad Gitâ e as instruções budistas em sua íntegra, cujo objetivo foi preparar a mente humana para o advento da dispensação Cristã. Elas trazem 7 .

(8) AUM. lições importantíssimas para o período de transição que estamos vivenciando e representam um “passaporte” insuspeitado para estados de consciência superiores que não dependem de outras disciplinas do que aquelas ensinadas pelo Senhor Buda e pelo Mestre Jesus, sem as quais seria, em vão, aspirar a qualquer avanço ao encontro de nossa Realidade Maior. Os exercícios propostos são simples, porém só devem ser praticados se, paralelamente, estivermos sinceramente imbuídos de nossas responsabilidades em relação às Condições Prévias (pág. 78), de vivenciar o Caminho da Retidão e dispostos a atender as exigências atribuídas à Grande Fraternidade Branca Universal (pág. 80). Para ajudar na melhor avaliação desta obra mantivemos os Prefácios em idioma inglês e espanhol, por conterem informações importantes que poderão ajudar no entendimento do proposto na obra. Faça bom uso do mesmo e difunda-o. É importante que outras pessoas tomem conhecimento dele. Este é um livro muito importante! Panyatara. 8.

(9) AUM. Nota Esclarecedora. M. uitos dos nossos irmãos que visitam nosso Site e leem os livros que escrevi e venho traduzindo (http://www.revelandomisteriosdooculto.com.br) são adeptos da Gnose ensinada por Samael Aun Weor e provavelmente conhecem as desavenças intelectuais, filosóficas e de posturas espirituais que existiram entre o mesmo e o autor do livro AUM, Omar Cherenzi Lind. Esclareço que estas divergências entre ambos não foram levadas em conta neste trabalho, que procura compreender a luta de egos que existe e existiu entre as correntes filosóficas abraçadas por estes dois gigantes do espiritualismo moderno, cada um julgando o outro um Mago Negro. Entretanto, considerando as palavras do eminente espiritualista e escritor esotérico Ali A’l Khan como muito sábias em relação à obra de Samael Aun Weor, repito-as neste momento, para justificar o presente trabalho: “Pode-se fazer restrições as atitudes pessoais de qualquer uma destas duas insignes personagens, porém não podemos deixar de ler suas obras, eivadas de conhecimentos importantes, nem sempre acessíveis ao buscador sequioso de informações para nortear seu caminho”. De nossa parte, sempre consideramos importante, para reconhecer nossos possíveis desvios de atitudes e discernir situações dúbias em nosso trabalho cotejar o material que nos chega às mãos com os ensinamentos do Evangelho, que preconizam sempre o amor ao próximo como a si mesmo, perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes, a humildade como troféu da Alma, além de nosso próprio conhecimento sobre A Senda. O conhecimento sobre a Cabala e suas vertentes como Arvore da Vida e do Conhecimento do Bem e do Mal e as revelações contidas na Bíblia sobre as Qliphots nos 9 .

(10) AUM. levam sempre à máxima cautela em fazer avaliações do que é realmente importante no Caminho da busca da Verdade (“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”). O arrazoado colocado na internet pela Gnose de Samael sobre Cherenzi Lind, que inclui trechos de alguns dos livros deste, fica a disposição de nosso leitores para estabelecerem seus critérios pessoais sobre o valor da obra de Cherenzi Lind (http://www.gnosisonline. org/mestres-da-senda/omar-cherenzi-lind/). O meu já estabeleci acima, daí que resolvi reproduzir AUM para os que desejam saber um pouco mais, libertos de rédeas filosóficas que impedem o buscador sincero de chegar à verdade por si mesmo. Termino este arrazoado com as citações contidas em Mateus 7:15-20 “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!” Desejo que façam bom uso das mesmas! Panyatara. 10.

(11) AUM. E. xiste uma palavra cujo “som” peculiar se teria perdido e que atualmente somente é lembrada apenas como a Palavra Perdida. Esta Palavra, de acordo com o que se diz nas escolas mais internas de sabedoria, era possuída pela humanidade em sua última Idade de Ouro e conferia fantásticos poderes mágicos a quem a pronunciasse de forma correta. Seu evocador, produzia, com ela, resultados maravilhosos em seus propósitos. Este trabalho está dedicado ao estudo e significado da palavra mística AUM, considerada no Oriente como sagrada e que somente os verdadeiramente Iniciados são capazes de utilizar corretamente, pois, como diz o próprio autor, “AUM encarna a essência de todo dogma e ritual dos Mistérios Maiores”. A finalidade do Ser humano na vida terrestre é a de procurar e seguir o caminho que o conduza à perfeição e à libertação de tudo aquilo que o encadeie no tempo e 11 .

(12) AUM. no espaço. Na posse do estudante pressuroso e decidido, este mantra sagrado se converte em poderosa ferramenta que lhe permite elevarse acima das condições comuns e vislumbrar novos horizontes ainda inexplorados, nos campos do Espírito. Nas páginas que seguem, o leitor encontrará o exame e o próprio significado da mágica palavra, tanto no que se relaciona a sua fórmula primitiva como o de força em ação, e as indicações necessárias para poder pronunciála devidamente “no silêncio”. Tão excelentes dados são completados com a explicação da fórmula sagrada “Om manipadme hum” e de sua utilização para penetrar nos sagrados recintos da Consciência Cósmica.. 12.

(13) AUM. PREFÁCIO DA EDIÇÃO EM ESPANHOL. C. oube-nos, por graça, a honrosa prerrogativa de trazer, ao público, um livro nada comum, porquanto trata-se do mais perfeito estudo que se pode colocar nas mãos do leitor espiritualista, na presente época, sobre o mantra supremo ou fórmula mágica sagrada de todos os poderes transcendentes do espírito. No mundo ocidental, desde a época da Sra. H.P. Blavatsky até os nossos dias, os estudantes sinceros da ciência espiritual que não tiveram a sorte de ter um instrutor verdadeiramente identificado com a ciência oculta, hão ensimesmado muito procurando conhecer a exata pronúncia e entonação de AUM e compreender, ainda, seu significado e objetivo. Tudo tem sido em vão, pois a sílaba mágica se manteve impenetrável a todos os esforços, com certeza inconexos e mal conduzidos e, é assim que, principalmente nas organizações conhecidas como ocultistas e esotéricas, se ouve as mais fantásticas e bizarras explicações e interpretações de AUM, geralmente todas muito distantes do que ela realmente é. Porém os tempos mudaram. Encontramo-nos já nos albores da Era de Aquário recebendo as mais benéficas influências cósmicas que começam a atuar sobre toda a humanidade. E não deve ter sido outra a razão porque o Mestre Omar Cherenzi Lind nos concedeu a autorização, a pedido de numerosos estudantes sinceros, para que publiquemos este trabalho. Além disso, existem outras razões que abonam a publicação das explicações dadas no presente livro. A primeira é a necessidade das pessoas realmente estudiosas e cheias de aspirações para o superior terem, à mão, um 13 .

(14) AUM. tratado, o mais completo possível, que supera, em parte, a ausência de um Guia ou Instrutor espiritual. A segunda justifica-se pela conveniência de que tudo espiritual e sagrado esteja, no possível, livre das más interpretações e costumeiras tergiversações, o que obriga as obras entregues ao público serem precisas e claras e não tenham nada sub-reptício. E, uma terceira: é claro que, apesar de tudo, os charlatães do espiritualismo sempre utilizarão os mistérios sagrados, mais adiante expostos, para fins estranhos a mais edificante e excelsa espiritualidade; porém, ao menos, como foi dito acima, o estudante sincero e esforçado terá, à mão, uma ajuda que lhe permita descobrir de que lado poderá encontrar o espiritual e o verdadeiro. Como diz o próprio autor: “Empenhamo-nos em dar estas informações precisas e exatas para que os aspirantes da verdadeira iluminação e liberação não sejam defraudados em suas esperanças, já que todas as crenças sem substância e as práticas equívocas no que toca as percepções espirituais, se convertem, sempre, em meios de depressão moral e desvios que afastam cada vez mais da verdadeira espiritualidade”. À segunda parte deste trabalho trata de OM MANI PADME HUM, a fórmula despertadora da Consciência Universal no Ser humano e de sua utilização, consciente, com este objetivo. Esta fórmula sagrada é, também, expressão das possibilidades do infinito e, ao longo das páginas que o autor dedica a ela, pode, o leitor atento, aprender o uso correto de tão poderoso encantamento e como é possível utilizar, conscientemente, seu extraordinário poder de redenção cármico. Porque a lei do KARMA não é mais sagrada do que qualquer outra lei da natureza e, por conseguinte, pode ser modificada e ainda anulada mediante o CONHECIMENTO e a AÇÃO. 14.

(15) AUM. A terceira parte é constituída de um “formulário” destinado a aumentar a expressão da energia universal no indivíduo. Isto será melhor compreendido se tivermos presente que todas as pessoas expressam, de uma ou outra forma, com maior ou menor força, a energia da própria Natureza, da qual são manifestação ou produto. Assim sendo, poderia sustentar-se que a sabedoria não é outra coisa que a expressão mais perfeita ou total, no indivíduo, dessa energia universal ou vida. O estudante esforçado e sincero que aspire converterse em Discípulo de um Mestre de Sabedoria tem, pois, no presente trabalho, um verdadeiro guia em seu caminho espiritual que, se souber aproveitar, o há de conduzir, livre de erros e mal-entendidos à meta das Iniciações Maiores.. C.Parrau. 15 .

(16) AUM. PRÓLOGO DA EDIÇÃO EM ESPANHOL por Omar Cherenzi Lind. A. UM é um delicado alimento para a vida espiritual do estudante ou Discípulo. Por isto não é possível considerar esta obra como simples expressão de um pensamento intelectual ou um mero adorno mental. Tampouco deve-se considerá-la como um livro comum de leitura, pois sua verdadeira qualidade é a do devocionário ou livro de meditação. Deve-se, pois, estudá-lo para melhor compreendê-lo e senti-lo, na intimidade do Santuário Interno, ou ainda no recanto mais puro do lar, já despojados das fúteis e supérfluas vibrações da azáfama diária, e dispostos a viver verdadeiramente, intensamente e com sentido de dignidade suprema e de eternidade. A função mental requerida para a contemplação criadora e frutífera de AUM é que o indivíduo enfrente a si mesmo, ou seja, consiga a introspecção descobridora e reabilitadora de si mesmo. AUM é a essência da Vida em função privativa do Ser, responde as suas mais fundamentais inquietudes e aspirações e representa a infinita variedade e variação da vida no caminho da autorregeneração e da autoexaltação, através da via da Consciência criadora. Como já sabemos, a Consciência Cósmica é ao mesmo tempo o germe e o sentido genético de toda existencialidade. AUM, em si mesmo, é a confrontação da realidade com a essencialidade, do múltiplo e complexo com o básico e o fundamental, da unidade com o integral, do UNO com o TODO; em última instância se resume em uma mesma coisa, uma vez feitas as salvaguardas 16.

(17) AUM. do circunstancial e do ilusório com que, geralmente, deixamos aturdir e atormentar nossa mente. AUM, já o dissemos, é um devocionário, mas de dinamismo mental prático e de sinergia espiritual efetiva. De modo contrário, deixa de ser o que deve ser e, então, é uma vaga ilusão de inúteis divagações mentais e displicências íntimas que redundam em nada prático. Se, não sentimos renovado vigor e nova intensificação vibratória ou a frequência energética de nosso EU em todo o corpo, isto quer dizer que não chegamos a encontrar o verdadeiro AUM. A palavra sagrada AUM é o poder do silêncio germinativo que multiplica ad infinitum nossas forças e nos possibilita realizar as majestosas magnificências que, em nossos melhores momentos, conseguimos vislumbrar. Então, se não nos sentimos renovados, reabilitados e revitalizados com a prática de AUM é porque não conseguimos modular silenciosamente este monossílabo no genuíno sentido que lhe corresponde. Não deve ser praticado com precipitação, pois em tal caso, somente se consegue agredir os sentidos e adormecer com uma monotonia cansativa e insípida. AUM é o Todo que leva à fonte da Vida Única e o múltiplo e complexo que se refunde na uniformidade da essência e do espiritual. AUM é a matéria que se submete ao espírito ou é submetida pelo espírito triunfador. AUM, e isto deve ser bem compreendido, é a purificação de toda personalidade no crisol da Consciência Cósmica, para que reluza o ouro puro do EU REAL definitivamente despojado de seus veículos grosseiros e liberado dos ouropéis atávicos e próprios da reencarnação. Com AUM passamos pelo banho lustral que nos reintegra na essencialidade Cósmica e nos reabilita integralmente até nos fazer sentir a Potência Espiritual 17 .

(18) AUM. que buscamos, nossa verdadeira e legítima Pátria eterna. Para aproximar-se a AUM, o leitor (aqui deve ser mais estudante da Vida que leitor) deve despojar-se, mesmo por alguns instantes, de seus grosseiros desejos mundanos e considerar a glória, a fama, a riqueza e os prazeres de nosso mundo como puras ilusões passageiras. Só assim chegará a conquistar grandiosas realizações mediante o fogo sublimador que conduz a AUM. Se sabemos fazer uso do pensamento transcendental, AUM é o triângulo que compreende a síntese universal, cuja base é a bipolaridade integrada por si mesma, ou seja, toda a escala de todas as variedades potenciais em princípio, as proto-tattwas ou princípios universais fundamentais. Aí está a chave mágica da Sagrada Trindade, Tríada ou Tetraktys que aparece como JE-HO-VAH (IHVH) na magnífica postulação cabalística e como A-Bra-Xas na gnóstica, e é o fundamento de toda fórmula de vida, ou seja, a Predisposição, a Germinação e o Crescimento e, finalmente, a Frutificação. Compreender este segredo e vivê-lo, vibrar com ele, é exaltar AUM.. 18.

(19) AUM. PRÓLOGO DA EDIÇÃO INGLESA. C. om o presente trabalho continuamos uma tarefa iniciada faz muitos anos e que consiste em restabelecer, em sua primitiva pureza, alguns ensinamentos arcaicos. Atualmente, estes ensinamentos são conservados unicamente, em todo o seu vigor e excelsitude, nos Santuários do Oriente, e foi necessário contar com a anuência destes Santuários para poder expô-los ante o público profano, em virtude de que este pequeno opúsculo contém dados e informações destinados exclusivamente, em princípio, aos Discípulos dos mesmos, e não ao leitor ocasional. E o que dizemos acima ressalta maior importância quando se tem presente que o assunto agora abordado tem por objetivo tratar de algo não somente difícil, mas sua enunciação pode, também, parecer algo de incomum e atrevida. Trata-se do mantra sagrado AUM. Nossa tarefa, portanto, tem por objetivo corrigir tudo quanto erroneamente foi dito sobre este tão particular assunto, e também, ampliar as noções existentes sobre o mesmo, a fim de poder utilizar todas as suas genuínas transcendências e possibilidades para o bem da humanidade. A importância do tema fica manifestada nos parágrafos seguintes, que solicitamos ao leitor pesar em toda a sua profundidade e transcendência. AUM encarna a essência de toda a sabedoria. No que toca aos valores, AUM é o Poder Primordial. Nomeálo é invocá-lo. Pronunciá-lo é torná-lo presente, isto é, afirmá-lo, provocá-lo, promover suas possibilidades de atuação. Expressar-se contra AUM ou utilizá-lo para fins delituosos, malévolos ou indignos é pecar contra 19 .

(20) AUM. a majestade da Verdade. É cometer o pecado que nos evangelhos cristãos se qualifica como “pecar contra o Espírito Santo”. AUM, considerado sob qualquer aspecto, encarna a essência de todo dogma e ritual dos Mistérios Maiores. Portanto, compete unicamente aos verdadeiros iniciados, ou aos Discípulos dignos, utilizar seus significativos poderes, a fonte e a força propulsora da vida. Oferecemos, pois, com o mesmo, a base fundamental da genuína Yoga, ou seja, a Senda de Libertação pela Consciência Espiritual Ativa (Bodha). Deve ser encarado como um tratado sobre o despertar de Bodhicitta, isto é, dos princípios vitais no Ser (Buddhi), assim como, também, um roteiro seguro para uma vida sã, plena, esplendorosa, edificante, vibrante e transcendente. Seja esta obra penhor de nossa devoção à Verdade e de nosso zelo pelo progresso daqueles que se interessam verdadeiramente pelas realizações superiores. Omar Cherenzi Lind.. 20.

(21) AUM. O EMBLEMA MÁGICO, IMPERIAL, ESOTÉRICO DE SHAN. O. emblema mágico e imperial de Shan representa todo o ensinamento esotérico que, segundo se afirma, é o máximo patrimônio de todas as épocas para o Império Espiritual de Shan. O Império de Shan está situado, geograficamente, no coração da Ásia, porém abarca todos os confins do mundo, por ser a Sede Suprema dos Santuários Esotéricos e a residência do Conselho Diretor da Grande Fraternidade Branca Universal. Também é conhecido como “O Reino Subterrâneo” e as lendas do Oriente se referem a ele como ao umbigo espiritual do mundo, ou seja, o AGHARTA1. O significado dos símbolos que formam o escudo mágico e imperial de Shan é o seguinte: O SOL é a alegoria da Verdade Resplandecente e expressa o Espírito em todas as suas manifestações do Infinito. É o Logos que se encontra atrás de toda a Sobre a existência de Agharta, ver o os livros “Bestas, Homens e Deuses” de Ferdinand Ossendowski, “A Terra Oca” de Raymond Bernard, “Shambalah - Em Busca da Nova Era” de Nicholas Roerich, “O Mundo Subterrâneo” de Ali Mahomad Onaissi, “Rei do Mundo” de René Guenon e o relato do Almirante da Marinha dos EE.UU. Charles Bird em www.novaera -alvorecer.net/a_terra_oca.htm. e as várias informações sobre o assunto existentes na Internet, inclusive o vídeo em www.youtube.com/watch?v=bgN7PsrGBeA. 1. 21 .

(22) AUM. realidade existente. A SUÁSTICA esotérica (a exotérica - ou vulgar e negativa - tem os braços como se seu movimento fosse sinistrógiro) representa a Criatividade da Consciência Universal ou Alaya2. O DRAGÃO é a própria Consciência Cósmica ou Universal como poder invencível, que supera o tempo e o espaço. A LANÇA, que se mantém intocável sobre as águas, é o símbolo da Vontade Inflexível e Vencedora em qualquer circunstância. A FLOR DE LÓTUS representa a pureza imarcescível da Verdade aonde quer que ela se realize. A FITA (Hatik), de cor azul, simboliza a espiritualidade expressada em forma de sentimento. Leva, no original, uma inscrição em idioma esotérico que diz: “O Saber Inspira - A Nobreza Dirige” NO CÍRCULO, no centro da suástica, existe um símbolo menor que representa a palavra sagrada, a significação da verdade integral: AUM. É o Selo Mágico e Supremo das Iniciações Esotéricas. Os Iniciados identificados aos Santuários do Oriente e do Ocidente consideram este emblema como o Selo Mágico por excelência, o símbolo do Verbo Espiritual e a Insígnia Suprema da Iniciação. Segundo as lendas tibetanas, o Selo completo foi criado e apresentado ao mundo pelo Bodhisattva Padmapani Chenrezig Avalokitesvara, com a primeira inscrição conhecida de OM MANI PADME HUM, colocada 2. A Alma Universal ou Anima Mundi. 22.

(23) AUM. sobre a fita a que acabamos de nos referir acima. Serviu, também, de selo imperial ao Gênhish Kha Khan3 ou Imperador de todos os homens, e seus sucessores o legitimaram como propriedade do cargo, depois de ter servido a todos os Patriarcas Ch’An4.. Gênhish Khan (Gengis Khan) - Fundador do primeiro Império Mongol (1160/1227). 4 O Ch’an significa meditação profunda. É uma palavra chinesa que quer dizer “pensamento quieto”, o que significa que dentro do mundo das causas, podemos encontrar a tranquilidade, contemplar corretamente e assim a nossa natureza búdica poderá surgir. Para maiores detalhes: www. google.com.br/?gfe_rd=cr&ei=LIjbU6PBD-nL8gfMsYHICw#q=Patriarcas+Ch%E2%80%99An 3. 23 .

(24) AUM. O EMBLEMA MÁGICO, IMPERIAL, ESOTÉRICO DE SHAN5. Nota do Tradutor - A última guerra representou um dos maiores avanços das forças negras sobre a consciência humana. Naquela época, o presente livro e seus ensinamentos revelavam oportunidades que precisavam ser eliminadas por essas forças sinistras, sempre interessadas em manter o homem afastado dos caminhos da Luz e da Verdade. Daí, pelo simples fato de que o Emblema Mágico de Shan possuía, em seu contexto, a Swástica, foi explorado de forma vil para que tão importantes ensinamentos deixassem de ser reproduzidos e este livro quase viesse a desaparecer como arrimo para os que buscam e procuram servir a Luz. Estamos no limiar de uma Nova Era. As forças negativas continuam atuando de forma sutil e envolvem milhares de irmãos nossos, porém a Verdade sempre se imporá vigorosa e potente e triunfará com o nosso concurso ou apesar de nossa acomodação ao que é fácil, aos atalhos que não levam a lugar nenhum e a preguiça mental que sempre dá preferência a ilusão ao que é Real. A escolha e o trabalho é nosso. Nenhum “mestre” fará mais nada por nós do que apontar o caminho, que somente conseguiremos vislumbrar quando ornamos nossa consciência com a sinceridade, a modéstia e a humildade. Por causa disso fica o convite: Façamos a nossa parte!. 5. 24.

(25) AUM. INTRODUÇÃO “Viver é aspirar, criar, transformar-se e triunfar. O resto é detestável vegetar ou ignominiosa sobrevivência, na indignidade, na abjeção e no caos”. K.H.. D. epois de vários anos de esgotadas as sete edições anteriores desta obra, revisei a cópia corrigida que me foi apresentada com uma solicitação para se fazer uma nova edição, e não pude deixar de observar alguns defeitos que necessitavam correção. Os muitos anos transcorridos desde que escrevi este livro - em 1912 - trouxeram consigo também grandes inovações no modo de pensar das pessoas, e a humanidade inteira sofreu enormes crises, profundas preocupações e terríveis tragédias; porém, tudo em vão, pelo menos no que diz respeito ao que sabemos, considerando que não se resolveu nenhum de seus grandes problemas, não se conseguiu curar nenhuma de suas antigas feridas, nem conseguiu se livrar de suas atormentadoras angústias. A história segue sua marcha e o homem segue adiante sem saber exatamente para onde vai, nem porque se afana. Tampouco consegue satisfazer suas inquietações e, menos ainda, tem condições de resolver seus problemas mais graves. Caberia perguntar, então, se valeu a pena crer, orar, aderir a códigos de moral e ensimesmar-se sobre os diversos sistemas de metafísica que atualmente existem e, 25 .

(26) AUM. ainda, se pode confiar nos antigos sistemas religiosos ou nos métodos políticos modernos. Se observarmos bem os fatos e se somos suficientemente sinceros para confessar nossas falhas, não cabe dúvida de que nos encontraremos ante terríveis alternativas ou, então, temos de nos render à evidência e confessar nossos fracassos, limitações e impotência. Este livro não tem pretensões de caráter religioso ou político, nem carrega o propósito de formular nenhuma classe de promessas ou bem-aventuranças. Precisamente por isto, acreditamos ser conveniente a sua reedição tal qual foi escrito primitivamente e sem lhe fazer novas adições. O que se fundamenta em valores do espírito e em princípios universais não está sujeito aos vaivéns e modificações do tempo nem se deteriora pelo uso. Está além do tempo e do espaço. As almas sinceras - ainda em pouco número conscientes - que souberam ou saberão tirar proveito deste trabalho, se reafirmarão nestes princípios universais e invocarão, mais uma vez, os valores espirituais. Porém, para os demais, devo recalcar repetidas vezes, com a mesma ênfase de antes: é necessário muita sinceridade e devoção consciente para o Verbo Eterno a fim de se dirigirem a AUM de maneira proveitosa, edificante e criadora. Isto jamais se consegue compreender completamente até a conquista das funções superiores da mente que são patrimônio exclusivo do homem que atinge a santidade. Esta nova edição seguramente servirá para brindar a humanidade desorientada e doente com a panaceia de que tanto necessita e, sem a qual, 26.

(27) AUM. nunca conseguirá resolver seus graves problemas. Efetivamente, a humanidade jamais sairá de suas trágicas condições enquanto não conseguir viver, sinceramente, dentro dos limites do espiritual, ultrapassando suas atuais predileções materialistas, seus morbosos sentimentalismos e seus idealismos convencionais. Talvez seja indispensável para que a humanidade desperte neste sentido aconteça outra guerra mundial e novamente a bomba atômica faça mais estragos aterradores além da destruição que possam acarretar outros artefatos produzidos para gerar matança e o caos e, então, possa dedicar-se a considerar, na consciência, os benefícios de que falamos aqui. É possível que a humanidade ainda tenha de sofrer choques de ordem superior, talvez cataclismos cósmicos. Em todo o caso, deixaremos a cada indivíduo o cuidado de alcançar o que mais acredite merecer. A felicidade e os verdadeiros poderes que o indivíduo pode conseguir derivam da sabedoria, e a sabedoria não se consegue senão por meio da autossuperação e da própria sublimação. Tudo o mais é mera ilusão ou farsa e geralmente tragédia de iludidos e ignorantes. AUM, entenda-se bem, é um mantra. Assim sendo, um mantra é uma fórmula de profunda filosofia, ao mesmo tempo que uma ciência para a utilização das forças vitais do universo. AUM é a soma total de todos os Tattwas6 ou princípios vitais, os quais reunidos dão como resultado Para maior entendimento deste assunto tão importante, ler o livro “Las Fuerzassutiles de la Naturaleza” de Rama Prasad ou “El Tattwametro” de Arnoldo Krumm-Heller, ambos da Editorial Kier, de Buenos Aires.. 6. 27 .

(28) AUM. todas as modalidades do existente e das condições da vida. Porém a vida é algo dúctil e manejável. Daí que, no universo, tudo seja circunstancial e de clara definição, se bem que com características de fatalidades. Mas o determinismo e os absolutismos dogmáticos não têm lugar nos imperativos espirituais. AUM é a essência da vida e tem sua raiz em nós mesmos. Podemos estimulá-lo e atualizá-lo em nós, se soubermos como proceder. No começo, AUM é uma palavra ou verbo. Porém, o Aprendiz deve chegar a compreender e realizar AUM para que se torne um poder vitalizador. Para alcançar isto, deve proceder de maneira apropriada, tal como lhe for recomendado. Deve achar esta fórmula de supremo poder dentro de si mesmo e por si mesmo, porém não em si mesmo nem para si mesmo. Em outras palavras, deve descobrir AUM, ou seja a imanência essencial da vida por meio de si mesmo e fazendo uso da introspecção, porém não como parte integrante de sua personalidade nem para seu exclusivo proveito. AUM não é uma ilusão nem um atributo material, mas, sim, o princípio vital de tudo quanto É. Quanto mais o estudante e o discípulo compreendam tudo isto, melhores condições terão para realizar sua significação, transcendência e potencialidade. AUM é como o cisne (Kâlahamsa) que se vale de suas forças para cruzar os espaços e desafiar o Tempo7. De acordo com as lendas sagradas do Oriente, Kâlahamsa é o próprio Brahma ou o Poder Criador da Vida. Também representa o Mahatma ou Alma Perfeita, ou seja, o indivíduo que conseguiu a suprema realização. 7. 28.

(29) AUM COMO PODER DE VIDA.

(30) AUM. A PALAVRA DE PODER. O. infinito é constituído por todas as possibilidades sem germe, ou seja, os tattwas, antes de passar ao domínio fenomênico e é, também, o empório superlativo da Consciência Universal, cuja tônica eufórica, nome Supremo e Verbo Sublime é OM. Existe uma palavra que resume todo o saber humano, toda a expressividade da Consciência Universal ou Cósmica e, da mesma forma, toda a Essência Espiritual. É um vocábulo que dá a entender tudo quanto seja concebível e compreensível pelo entendimento humano; transmite igualmente a potencialidade mais elevada e precisa à mente ou Manas, expressando, ao mesmo tempo, toda a Seidade inconsútil da Consciência Universal (Alaya-Tathatagatha) e ainda, em seus aspectos ulteriores, a própria Essência Primordial. Daí que nessa expressão se encontre sintetizada toda a Filosofia Fundamental, em todas as suas transcendentes implicações e derivações. A Palavra Sagrada1, perdida para as pessoas que vivem ao impulso ocasional de seus elementos inferiores componentes, porém não para aqueles que respondem às necessidades supremas da Consciência, que se satisfazem somente nas funções dos planos superiores (Buddhi-Âtmâ), é OM, conforme seu som ou pronúncia. Porém em sânscrito se escreve com três 1. “A palavra está perto de ti, na tua boca e em teu coração” (Romanos 10:8). 30.

(31) AUM. letras, a saber: AUM numa única combinação. Nosso objetivo é esclarecer todos os aspectos particulares a respeito da palavra sagrada OM, porquanto os ensinamentos originais e fundamentais foram obscurecidos pelas múltiplas e fantásticas interpretações e adições sofridas no transcurso dos milênios. AUM é uma nota gutural e a mais aberta de todas, que se decompõe da seguinte forma: A, labial M, nasal mais fechada, e U, que as une. Sua pronúncia correta se consegue fazendo com que o alento, em sua passagem da garganta, para os lábios, circule pela abóbada do céu da boca. AUM representa a forma de exteriorização da energia mental, com certas características tattwicas, de acordo com as funções superiores da Consciência. Por isso a palavra é apenas proferida e é mais uma exteriorização de forças que, ao funcionarem como palavra, saem do mais profundo de nosso Ser para fora, pela boca. Em verdade é o alento vital que dimana do recôndito do ser, dos mais imperceptíveis refolhos de nossa mente. Corretamente pronunciado, AUM encarna o potencial étnico, isto é, o “tipo” de energia conscientizada que serve de base e modelo humano, ou seja, o que de outros pontos de vista e aspectos convencionou-se chamar “Manu”. O Verbo Espiritual (o Espírito Santo dos cristãos ou o Vâkdos hindus) tem sua fórmula mais caracterizada, 31 .

(32) AUM. sua expressão mais sintética e, da mesma forma, sua mais inspiradora evocação e mais transcendente influência em AUM, ou seja, em OM, que é a palavra sagrada, o vocábulo quase não sonoro, porém o mais expressivo, pois é a Voz do Silêncio por excelência, a exalação mais típica e precisa da Consciência Cósmica. AUM é o vínculo transcendente entre o imaterial e o material; o poder que tem sua raiz entre o essencial e o ilusório. AUM é a representação de todos os poderes e de todas as funções primordiais, e, sob este aspecto, é Brahma, o Criador; Shiva, o Transformador, e Vishnú, o Conservador. Mas funciona em si e, de per si, como Neutro. A Trimûrti, que na Grécia foi simbolizada como a Tríada Pitagórica e no cristianismo gnóstico como a Santíssima Trindade, apenas os efeitos, as consequências e as transcendências do poder “neutro” ou do Centro Perfeito. Este poder neutro é o que os chineses denominavam o TAO, o incognoscível e inominável. É o fundamento primordial de toda a possibilidade, a essência do Infinito, o transcendente de toda a superação e ulterioridade. AUM é a síntese e a fórmula máxima da Sabedoria. Por isto mesmo nunca se procura explicar o que é. Outra forma de se referir a AUM é mediante a frase sânscrita OM TAT SAT que equivale a dizer: “É o que É”. Por esta razão, entre os iogues da Índia, esta designação de AUM é somente aplicada à própria Divindade, por ser ela, realmente, o som, o alento criador de que se valem as potências divinas para criar a vida e toda a realidade existente. 32.

(33) AUM. Os Iogues mais adiantados das Escolas de Alta Consciência (Buddhi) dizem, com razões de sobra: “aqueles que saibam como pronunciar esta palavra sagrada estão aptos à utilização de ilimitados e inimagináveis poderes, conseguindo, dessa forma, a suprema liberação de toda influência cármica e de todo encadeamento no falso e enganoso oceano da vida” (Samsâra). OM TAT SAT é a designação do Absoluto, a essência primordial, o infinito per si, a busca de todos os sistemas de filosofia, a aspiração de todas as almas sinceras e que procuram encontrar e expressar todas as formas religiosas. OM TAT SAT, é o que É, e, para os iogues é a fórmula da suprema realização espiritual que se traduz por Sou o que Sou.. 33 .

(34) AUM. AUM COMO FÓRMULA DO PRIMORDIAL. A. UM é O Supremo, O Primordial de toda a aspiração, O Fundamental de toda a possibilidade e O Transcendente de toda a ulterioridade. E é desta forma como o ignorante O pressente e o sábio O reverencia. A superstição em relação a AUM é sempre perdoável e tolerável, porém jamais o é o embuste, já que, como dissemos antes, isto seria o que os cristãos denominam “o pecado contra o Espírito Santo”. A fé no transcendente é a suprema convicção da Consciência, é a crença além da razão e da própria inteligência. Mas, para o sábio, AUM é a própria razão de ser da Verdade, ou seja, a Essência Superlativa. AUM não é o nome de Deus, nem o do Absoluto, nem representa de modo algum a Divindade. É simplesmente a fórmula sonora e sem som, formal e informal, externa e interna do Primordial, Aquele que está na raiz de toda manifestação possível. Deus, sendo o Absoluto, não é manifestável, e, portanto não pode ter nem nome nem forma particular, nem é concebível que tenha potência alguma, pelo mesmo fato de Ser Absoluto, a suprema expressão de toda a possível realização. AUM, portanto não é a fórmula sonora do Primordial em si, mas sim suas transposições, emanações ou derivações. Tampouco esta fórmula sonora representa os 34.

(35) AUM. aspectos da manifestação lógica SAT-CHIT-ANANDA mencionada no Mandukya Upanishad, porém é sua fórmula característica no aspecto geométrico e matemático da Doutrina Secreta ou esotérica. Esta fórmula tem as seguintes proporções, relacionadas com o número 108: 1, ou seja, a UNIDADE omnímoda, universal, que no sentido místico é a experiência da Consciência Espiritual (Bodha) conhecida como “Pranava”. Em termos filosóficos e psicológicos é a soma total das expressões, ou seja, BUDHA. É Buddhi, o princípio vital em todas as suas implicações. 0, ou seja, o TODO omnicomponente universal que, na acepção mística, é a Grande Fraternidade Universal Branca ou a Sangha. 8, ou seja, a MULTIFORMIDADE do duplo quaternário mental (Manas), característica de todo o existente, que necessariamente está sujeito a modificações e transformações. É a variedade de todo o manifestado, ou melhor, dito, modalidade poliforme de manifestação do fundamental. É o DHARMA (DHAMMA) em todas as suas expressões, observado dentro da ótica da necessidade de superação da consciência. Todas as dimensões possíveis estão figuradas na cifra 108, fórmula sagrada da revelação esotérica, uma vez que expressa todo o saber e abarca todas as modalidades psicológicas desde o nascimento até o sucessivo crescimento e a consequente decomposição (108), ou seja, a fórmula mística da mágica Tétrada. 35 .

(36) AUM. 0 ÂTMÂ 1 BUDDHI. 8 MANAS. Ou seja, a Essência Primordial ou Espírito Divino, a Consciência Universal ou Cósmica e a Inteligência imanente de toda a expressão vital. Considerada matematicamente, a fórmula AUM se reveste de maiores transcendências do que quaisquer palavras possam precisar. Vejamos agora suas relações cosmográficas em correspondência com o cosmogenésico: A é a Unidade essencial, o fundamento ou Tattwa de tudo quanto existe. É Anupâdaka1, Âdi2 e Âtmâ3. U representa a diversidade funcional, ou seja, Buddhi4. M expressa as transformações inatas regidas no fato por Manas5. Anupâdaka é, também, o Mundo dos Espíritos Virginais dos Rosa-cruzes e o Plano ou Mundo Monádico dos Teosofistas. 2 Âdi é, também, o Mundo de Deus dos Rosa-cruzes e o Plano Adi Mundo ou Divino dos Teosofistas. 3 Âtmâ é, também, o Mundo dos Espíritos Divinos dos Rosa-cruzes e o Plano Âtmico ou Espiritual dos Teosofistas. 4 Buddhi é o mundo do Espírito de Vida dos Rosa-cruzes e O Plano ou Mundo Intuicional dos Teosofistas. É o principio no qual se configura o que é conhecido como a Alma Universal pelos Teosofistas. 5 Manas é, também, o mundo do Espírito Humano ou do Pensamento dos Rosa-cruzes e o Plano ou Mundo mental dos Teosofistas. De acordo com 1. 36.

(37) AUM. O que antecede era simbolizado antigamente, nas grandes gestas místicas, na figura de Kalahansa ou o Cisne Sagrado que representava Brahma6 em toda a sua realidade e natural majestade universal e, desta forma, a letra A aparecia sobre a cabeça, a U ocupava o corpo e a M as duas asas, o que implicava e queria dizer que todas as forças naturais estavam sintetizadas na personalidade imanente de Brahma. Porém o número 0 pressupõe o fundamento primordial e ulterior de toda a realidade, origem e fundamento de tudo quanto existe. Entretanto o número 1 personifica a função essencial, imaterial e imanente, ou seja, a Consciência Criadora do Cosmo. Por outro lado, o número 8 colocado horizontalmente (∞) nos lembra imediatamente o infinito ou o princípio de eternidade que subjaz em toda forma existente, além de aludir às possibilidades infinitas reservadas a Manas, ou seja, a Inteligência raciocinadora e analítica do Universo. É também a fórmula matemática do homem perfeito ou cósmico. H. P. Blavatsky, Manas é literalmente “a mente”, faculdade mental que faz do homem um ser inteligente e moral e o distingue do bruto; é sinônimo de Mahat, ou seja, a Mente Universal (Brahma). 6 Brahmâ é o Criador masculino; existe periodicamente em sua manifestação (Movimento de RESPIRAÇÃO) ou Manvantara e depois desaparece quando em novo Pralaya (Movimento de ASPIRAÇÃO), se aniquila. É também o princípio criador do universo ou, em outras palavras, a personificação do poder criador. Em união com Vishnú (o poder conservador) e Shiva (o poder destruidor) forma a trindade hindu. Não confundir com Brahman, o Impessoal, Supremo e Incognoscível princípio do universo, de cuja essência tudo emana e para a qual tudo volta, O Absoluto. 37 .

(38) AUM. AUM COMO FORMA ESOTÉRICA DE IAO. Â. tmâ representa, em nós, a função transcendental ou divina; Buddhi, a função da Consciência Criadora em inevitável atuação e, Manas, o mecanismo incessante das forças inferiores. AUM, portanto, resume toda a ciência conhecida e tem por finalidade formalizar, em função perene, todas as atividades possíveis da Energia Universal, graças a uma propugnação profunda que mova todo o ser para uma generosa propensão energética. AUM é, dessa forma, a arte de colocar, em ação, o vital, em todo o nosso ser. Pelo que esta fórmula significa e, também, pelo que provoca em nossa consideração quando sabemos algo de sua ação mágica, vemos que ela justifica o conhecido e famoso apotegma: “Os símbolos constituem uma invocação mágica aos princípios que representam, e toda lembrança dos mesmos é uma invocação de forças quando estão relacionados com princípios fundamentais”. Além disso, é correto quando se afirma que a imaginação pode ser mais importante que o conhecimento, pois, por seu intermédio, se pode atrair para si mesmo ou para outras pessoas forças superiores e invocar e ativar princípios para nós, às vezes, completamente desconhecidos. OM ou AUM é, a forma esotérica e transcendental 38.

(39) AUM. de I A O, que figura na Década pitagórica como sendo o número 10. Como se sabe, 10 é, também, a forma simbólica de Jehovah ou Iod-Heva. O número 10 é também, por derivação esotérica, a síntese espiritual de todo Iniciado ou Nazar e, como tal, está relacionado a Budha ou Mercúrio no Oriente. Interpondo a letra A entre os dígitos que formam o número 10, temos I A O, ou seja a forma da Iniciação Espiritual ou do Fogo Primitivo (o Fogo de Ísis)1. Porém, as infinitas virtudes e os transcendentes poderes da fórmula I A O não residem nas vogais ou nos sons como tais, mas sim, exclusivamente, no sentido e significado que possui. Para os ignorantes em assuntos de Iniciação Superior, I A O é uma simples união de vogais sem consequências possíveis. A sílaba IO pode servir, assim, de fórmula do sentido impessoal da vida. Dizer “Eu Sou” é fazer uma afirmação completa e abrangente que traz resultados positivos, porquanto promove a enunciação de certas condições internas e facilita a substanciação das forças ou dos pensamentos que se geram ou se sustentam. Por isto a fórmula hermética ou Iogue “Eu Sou” pode ter imensas virtudes e atrair ou produzir efeitos sumamente maravilhosos. Porém, semelhante fórmula não deve, de modo algum, ser expressa por pessoas ainda envolvidas por pensamentos alheios a sua importância ou ignorantes, pois a única coisa que podem afirmar é sua própria limitação e seus graves defeitos. Agregue-se a isto que a simples adoção 1. Libido. 39 .

(40) AUM. da fórmula “Eu Sou” não implica necessariamente uma identificação com IO, nem tampouco pressupõe a ação em harmônico conjunto com I A O ou AUM; meramente implica numa autossugestão, numa crença e, ocasionalmente, numa visão ou fantasia, mas nunca na realidade em si do que é invocado. Por conseguinte, tal afirmação não invoca nada nem promove nada, a não ser uma exaltação das deficiências e necessidades próprias dos que procedem de forma tão leviana e sem o enaltecimento prévio. I A O é idêntico a AUM, com uma única pequena diferença: AUM é de caráter solar ou mercurial na simbologia filosófica e esotérica, enquanto que I A O corresponde ao Deus Lunus andrógino. Não é mister deter-se aqui na consideração dos possíveis valores filosóficos destas letras, posto que seus sons não possuem nenhuma importância para nós; em troca, o que representam como símbolos, tem profunda significação como meio invocador de verdades transcendentais na intimidade subliminal de nosso ser. Por isso, o pronunciar estas letras não constitui para nós nenhuma ciência, mas sim, o saber adaptá-las as nossas funções internas por meio da adequada atitude mental e o impulso criador da Consciência. Nas antigas Iniciações, I A O e AUM tinham um lugar predominante em certas circunstâncias, e os Iniciados deviam dar provas de suas capacidades e aptidões pronunciando corretamente tais mantras. Hoje em dia, entretanto, qualquer pessoa faz alarde de possuir, como Graça especial concedida por Deus, as chamadas “ciências secretas” e se faz reconhecer, 40.

(41) AUM. com sumo desembaraço, no direito de falar com a própria divindade, não obstante o fato de que não pode demonstrar possuir qualquer tipo de poder e que, também, não apresenta em seu caráter, virtudes próprias, além de não conseguir compreender os verdadeiros mistérios, os quais apenas conhece de maneira intelectual e em fórmulas inócuas e fúteis. OM é a equivalência fonética ou sonora de AUM, e abarca toda a escala de sons simples ou radicais expressos nas vogais do alfabeto sânscrito, das quais a letra A, a letra U e a letra M são as vogais sintéticas, que representam os Tattwas básicos, ou seja, suas vibrações características. Daí a importância significativa do som que, por sua vez, é a base de determinadas cores, de certas formas e de determinadas forças. Isto somente pode ser compreendido de forma completa e perfeita pelo sábio dedicado aos avançados estudos da consciência, ou seja, os Arhats e os Bodhisattvas. Nem a função intelectiva (Manas) nem muito menos, as vivências instintivas (consciência metafísica) permitem compreender os significativos aspectos no qual se ocupa agora a nossa atenção. Daí que AUM sintetize toda sapiência e seja, ao mesmo tempo, a chave de todos os mistérios e a solução daquilo que no Tibete se designa mediante a misteriosa fórmula: OM MANIPADMEHUM HRI, que depois analisaremos, com prazer, para benefício de nossos leitores. Devidamente pronunciada, a palavra sagrada AUM estimula os elementos íntimos componentes da natureza humana. E, quando se consegue realizar profundamente seu significado, como chegamos a 41 .

(42) AUM. expor no que até agora foi dito no presente livro, é um poderosíssimo coadjuvante no despertar da consciência no ser humano, isto é, ajuda o funcionamento do Princípio Fundamental (Buddhi), em nossa mente; aquilo que em filosofia transcendental denominamos “consciência” ou “consciência mística”, em oposição à consciência mental ou cognoscitiva que definimos simplesmente como “consciência metafísica”. Esta última expressão de AUM corresponde exclusivamente ao Arhat, ao verdadeiramente sábio. Ele sabe, por Iniciação2, como conseguir esta super-realização. Porém, aquela outra expressão (a “consciência metafísica”), a que estimula os “centros de poder” ou Chakras no ser humano e seus potenciais, ou seja, os princípios vitais ou Tattwas, é a única que corresponde aos profanos e aqueles que, por limitada Iniciação, estão sujeitos ainda a rigorosas restrições.. 2. A Iniciação realizada nos Reinos Internos da Natureza. 42.

(43) AUM. AUM COMO FORÇA EM AÇÃO. A. UM significa tanto, tantas, e tão transcendentes coisas que, se o pronunciamos indevidamente, podemos evocar, em resposta, tremendos poderes, os quais podem causar incalculáveis desavenças e misérias. Por isso não se deve pronunciar esta fórmula mágica em estado de cólera ou com finalidades puramente egoístas, nem tampouco quando nos sentimos possuídos de impulsos instintivos grosseiros e indignos. Estes procedimentos desencadeariam consequências terríveis e fatídicas. A maioria das pessoas não percebe este importante fato e pronuncia estas palavras de significação sagrada em qualquer circunstância, sem tom e sem som, provocando assim, ignorantemente, escapes de tremendas forças que, não encontrando nelas veículos adequados de expressão, redemoinham dentro e fora do indivíduo, criando nele confusão e caos e predispondo-o assim, para toda a classe de misérias que, inexoravelmente, não deixam de tomar corpo nele. Ao evocar estas forças ingentes, extraímolas de nossa própria Consciência e do ambiente suprassensível, místico, do universo. Quando se pronuncia uma maldição contra alguém ou alguma coisa, o autor ou maledicente se sente como veículo de forças superiores que cumprem uma missão; sente-se 43 .

(44) AUM. possuidor e possuído de certos poderes ameaçadores de extraordinária efetividade. O supersticioso crê, então, que obra em nome dos mais santos desígnios, e da própria divindade. Por isso as maldições sempre se realizam, e somente são próprias e dignas unicamente de indivíduos de mente primitiva e plena de paixões inferiores. As forças superiores não devem nem podem ser utilizadas para motivos inferiores; neste caso ocasionam atos criminosos, porquanto se recorre a poderes de que as vítimas não suspeitam ou não esperam que atuem contra elas. Não é outro o motivo pelo qual nas antigas escrituras sagradas se vedasse completamente o uso do nome de Deus em vão. Por isso mesmo os Mistérios Sagrados sempre foram reservados no que diz respeito à sua administração àqueles indivíduos de comprovada retidão e probidade e de especial preparação mística. Os “sacramentos” nada mais são do que meios de empregar as forças superiores mediante a invocação da divindade. Desta maneira se toma a própria divindade como testemunho do que se faz. Se o Oficiante é sincero, estas forças atuarão, não importa que se as evoque por motivos perversos ou indigno. O que sucede é que estas forças têm sua raiz no mais profundo de nosso ser e, em sentido místico em todas as coisas, e qualquer evocação, embora seja de forma ignorante, elas são “energizadas” ou colocadas em ação. Somente quando estivermos nas melhores disposições mentais devemos nos entregar a meditação e a evocação das forças superiores (Buddhi), a Consciência Cósmica inerente ao Espírito Santo. Desta maneira se consegue 44.

(45) AUM. os maiores poderes da vida. Quando aprendermos a dispor nossa mente para que sirva de veículo adequado às forças que pretendemos colocar em ação, poderemos, com certeza, obrar edificantemente e conseguir operar verdadeiros milagres, isto é, fatos notáveis que a natureza demoraria séculos, idades ou éons para realizar de forma semelhante. Normalmente se requer muita circunspecção e uma sinceridade à prova do menor desvio para propósitos negativos ou destruidores e, ainda, uma devoção incondicional, para poder dedicar-se ao domínio do infinito como o pressupõe as práticas da Alta Magia com o uso dos Tattwas e da fórmula AUM. Mas, ai daquele que, acreditando-se com direitos, se arroga prerrogativas não merecidas e, assim, faz uso indevido de AUM!Não recomendamos a ninguém recorrer a estes transcendentais meios se não cursou previamente os elementos fundamentais desta Ciência Secreta. E acrescentamos ainda: antes de cometer desatinos com as forças superiores, é mil vezes preferível ignorá-las, pois elas estão latentes em todo ser vivente e se avivam e despertam tão logo se as evoca por meio de uma fórmula mágica. AUM é a mais transcendente de todas as fórmulas mágicas, porém os rituais de Alta Magia e os Sacramentos Religiosos e, também, as evocações simbólicas das escolas gnósticas são poderosos motivos que criam canais para essas forças superlativas. Na verdade, qualquer atitude mental resoluta, profunda e definitiva serve igualmente de canal, pois se consegue com ela excitar forças antes adormecidas ou que 45 .

(46) AUM. simplesmente esperavam um empurrão ou um veículo adequado para expressar-se. Devemos ter muito cuidado com nossos estados mentais, sobretudo quando se caracterizam por profundas funções da consciência. As resultantes podem ser extraordinárias e grandiosas se os motivos são edificantes e dignos; daninhas se são negativos, pois os motivos denegridores e deprimentes ou, ainda, baseados em falsidades ou apreciações errôneas, determinarão consequências prejudiciais e destruidoras, dando origem a condições ignominiosas e a misérias sem conta, tanto para as pessoas a quem vão dirigidas como para quem as promove. É óbvio que existe uma base moral de caráter “natural” na função inteligente das forças da natureza, as quais não podem ser manejadas impunemente. Mas quando as colocamos em ação, com sentido edificante, elas se constituem em fontes de inefável felicidade. Nisto se baseia todos os mistérios dos tão decantados “poderes mentais”, pois tudo se reduz a utilização consciente das forças da natureza pelo mero funcionamento das faculdades que constituem a engrenagem da inteligência, e cujo bom manuseio se circunscreve a uma técnica em concordância com os desígnios da Natureza Universal. O pensamento harmonioso que tem seu fundamento em noções enaltecedoras e se assenta em princípios fidedignos é edificante por si mesmo, tanto para quem o alenta como para os que o recebem ou recolhem. A maioria dos acontecimentos da vida se baseia em tais funções, mas não chegamos a nos dar conta 46.

(47) AUM. disto porque nunca nos detemos em pensar com suficiente atenção em sua natureza e, por conseguinte, não chegamos a compreender quais são suas verdadeiras causas. Atribuímos tudo ao “acaso” e à “sorte”, palavras que ninguém sabe definir com exatidão ou, então, há um “Deus” que dispõe tudo de acordo com razões inescrutáveis; em outros casos, imputamos a esses acontecimentos “de motivos inexplicáveis”, o que não passa de cômodo subterfúgio de nossa fantasia para desculpar nossa própria ignorância ou justificar nossa vaidade e deficiências em relação ao que está acontecendo.. 47 .

(48) AUM. A PROVIDÊNCIA. A. vida se desenvolve velozmente, independente de nossas previsões ou de nossa insensatez, e isto faz com que a consideremos como algo indefinível e imprevisível; geralmente desfere golpes repentinos, cuja origem desconhecemos. Porém, um atento exame, corroborado pela experiência, nos faz ver que a vida nada mais é, em cada caso individual, do que o disposto pela própria mente, ou seja, assim como pensamos, assim somos e vivemos. Pensar é ser e é viver! Todo pensamento definido, claramente exposto e suficientemente sustentado, cedo ou tarde se converte numa brilhante verdade. Nisto não existe outra coisa além da magia do jogo funcional que constitui a coordenação das forças mentais. Em que consiste então a Providência, essa benévola cornucópia, eterna e sobrenatural, que tanto seduz a fantasia dos estultos e “pobres” de espírito? Do nosso ponto de vista1, a noção e conceito da Providência não é mais que um recurso para subornar a credulidade humana, pois nos afaga sobremaneira utilizando para isto lugares e criaturas fantásticos; se fossem verdadeiros, teriam realizados nossos mais queridos anseios e os nossos mais acariciados sonhos. Assim sendo, a pessoa desperta e de grande Aqui se trata da opinião pessoal do autor do livro e seu entendimento pessoal deve ser submetido a razão e avaliação de cada estudante.. 1. 48.

(49) AUM. imaginação, versada em cosmologia e animada pelo desejo de satisfazer sua mais clamorosa sede de justiça, na qual se sentem viver os iludidos com suas ânsias irrealizáveis, teria a feliz oportunidade de idear um ser onipotente de suma mercê, que se compadeceria de todos os infelizes e os proveria abundantemente, em um certo momento, de tudo quanto os homens necessitam para viver folgadamente em eterna comunhão com a divindade suprema, em plena felicidade. No decorrer dos tempos, esta fantasia teve a virtude de manter a “esperança” de milhares de pessoas, às vezes com resultados realmente profícuos, pois tem sido fonte de verdadeiras conquistas e conseguiu que, por causa dessa mesma fé, os homens tivessem valor para persistir em seus esforços frente as mais variadas adversidades. Mas, por outro lado, à sombra de tais noções, muitos que nunca acreditaram no que predicam, souberam tirar proveito da ignorância e paciência de suas próprias vítimas que, por certo, foram a “providência” para aqueles aos quais proporcionaram bem estar material, ou seja, aos quais eles elegeram como “guias” e “condutores”. Estes têm sido os erros próprios da ignorância e malignidade humanas, e não nos devemos deter muito neles, senão, unicamente o necessário para particularizá-los, pois nosso propósito não é meramente criticar e encontrar falhas nas crenças alheias, mas sim, ir atrás de realizações e em busca da verdade. Para nós, pois, a providência é a própria capacidade da função mental de produzir efeitos consequentes com seus esforços, isto é, conseguintes às causas 49 .

(50) AUM. promovidas. Tal pensamento, produz tal realidade; aquele pensamento aquela outra manifestação. Dito de outra maneira, tudo na vida se reduz a pensamentos, em maior ou menor quantidade, que cobram atualidade e extensão, e se cristalizam em forma de realidades. Não existe uma “potência provedora” sobrenatural, quer se chame “Deus”, “providência” ou “graça”. Em nenhum reino da natureza universal encontraremos uma conta corrente bancária contra a qual possamos sacar, nem “dispensário” algum que nos abasteça gratuitamente do que necessitamos. Se existisse tal poder, com tais atribuições, ou coisa parecida, não seria achado a não ser nos foros íntimos de nosso próprio ser. Queremos com isto dizer que “a fonte provedora” é nossa função mental, ou então, que o pensamento é quem provoca todas as possibilidades. O restante ocorre como por acréscimo. Porém em tudo isto não existe nada de misterioso, como nos contos de fadas ou dentro da ótica teológica. O pensamento é a atividade ou função da energia mental. Sendo assim, a atitude faz o pensamento ter determinado “valor”. Se o pensamento é profundo, intenso e insistente, pode fazer com que os Tattwas se atualizem. Então manifesta-se criador. Se, por outro lado não chega a tanto, pode ser qualificado de meramente edificante. Se seu caráter é simples, débil, sem transcendência, ou melhor, negativo, as consequências são correspondentemente insignificantes ou destruidoras. Daí se estabelece que o caráter de nosso pensamento determina a importância de nossa vida e a valia de nossos atos. Em outras palavras, o 50.

(51) AUM. pensamento constitui a tônica de nossa vida. Quanto mais transcendente é o pensamento, mais criador e cheio de benefícios resulta. Por isso mesmo quando alguém consegue uma determinada conquista de significação filosófica ou mística, se exclama em louvor: “mais força para ti!” Efetivamente, quanto mais exato, intenso e insistente é nosso pensamento, mais criador se faz. Sua própria consumação, como função mental, produz novos estados de consciência, provoca novas realizações e esplendentes visões, aumenta o horizonte de nossas percepções e, por último, nos engrandece. Verdadeiramente o pensamento “engrandece”. Em primeira instância, eleva o caráter, dá firmeza aos nossos sentidos, estabelece normas enaltecedoras e, por fim, esclarece os diversos problemas da vida. Tudo isto é um milagre ainda mais maravilhoso que “caminhar sobre as águas”, “deter a marcha do sol”, “separar as águas do mar”, “converter a água em vinho” ou fazer com que um vil metal se transforme em reluzente ouro, considerando que tudo isto seja realmente factível. Se conseguirmos transformar nossos desejos e impulsos, nossos pensamentos e sentimentos, ou nossas emoções e imaginações em vontade, podemos ter a certeza de que realmente conseguimos efetuar o mais significativo de todos os milagres, a mais maravilhosa obra de “transmutação” de que nos possamos vangloriar; a vontade é, todavia, mais valiosa, por ser real e efetiva. Uma vez conseguido isto, já não existe “impossibilidades” no curso da existência. 51 .

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