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5 Discussão dos Resultados

5.6 A Assistência ao Parto Segundo os Profissionais de Saúde e as

Os dados obtidos a partir da análise do material textual produzido por cada um dos grupos estudados permitem realizar uma comparação bastante elucidativa entre as maneiras como profissionais de saúde e mulheres assistidas percebem a assistência ao parto da forma como ela ocorre nas maternidades investigadas e como imaginam uma assistência ideal. Essa comparação permitiu observar alguns pontos de convergência e outros de divergência na percepção da assistência de cada um dos grupos.

Dessa forma, observou-se que os profissionais de saúde, de maneira geral, destacam como aspectos importantes da assistência: a presença do acompanhante, a

preocupação com a sua humanização, a participação da enfermeira obstetra e o espaço físico, sendo que os três primeiros aspectos foram mencionados pelos

profissionais da Maternidade B com idade entre 37 e 49 anos e pela categoria das enfermeiras obstetras; o último aspecto, por outro lado, foi destacado pelos profissionais da Maternidade A, com idade entre 24 e 36 anos e pela categoria dos médicos.

As mulheres assistidas, por sua vez, ao falarem da assistência recebida, destacam de maneira importante a atenção recebida dos profissionais de saúde em ambas as maternidades. Portanto, percebe-se que cada um dos grupos estudados enfatizou aspectos diferentes ao falar da assistência prestada nas maternidades investigadas. Contudo, partindo do pressuposto de que dispensar atenção é um aspecto que compõe a proposta do Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento, parece haver uma correspondência entre a maneira como os profissionais da Maternidade B e mulheres percebem a assistência, ou seja, ambos os grupos valorizam os seus aspectos humanizadores, embora cada um deles tenha enfatizado pontos diferentes ao abordar essa questão.

Assim, enquanto os profissionais destacam aspectos da humanização como a presença do acompanhante, a importância da participação ativa da mulher no nascimento de seu filho e uma postura não intervencionista no parto, as mulheres ressaltam a atenção dispensada pelos profissionais de saúde, conforme as características especificadas no item 4.2.1.2.1.

Outra semelhança entre os dois grupos na maneira de ver a assistência está relacionada à participação da equipe de enfermagem no parto. Os profissionais, sobretudo os que trabalham na Maternidade B, pertencentes à categoria das enfermeiras obstetras e com idade entre 37 e 49 anos, percebem a participação da enfermeira obstetra como um elemento muito importante na medida em que, na sua visão, ela teria uma atuação mais ligada ao cuidado e menos ligada à intervenção no parto. As mulheres, especialmente as solteiras, por sua vez, fazem referências constantes às profissionais identificadas por elas como enfermeiras, não fazendo uma distinção entre as profissionais com formação superior e aquelas com formação de nível médio. Essas referências parecem indicar que essas profissionais são as que têm mais contato com as mulheres durante sua permanência na maternidade e, embora tenham sido citadas algumas dificuldades na relação com elas, os aspectos positivos da convivência são os mais citados. As mulheres relacionam a atuação dessas profissionais com o ato de dar explicações, avaliado por elas como positivo. Partindo-se do pressuposto de que o ato de dar explicações é um aspecto do cuidado, este parece indicar uma convergência na maneira de ver a assistência nos dois grupos, ou seja, a de que a participação da enfermagem na assistência desempenha um papel importante, cuja importância reside principalmente na postura profissional de cuidado em alguns de seus aspectos.

Quanto à presença do acompanhante durante o processo de parto, observou- se que, embora ela tenha sido referida pelos dois grupos como um aspecto relevante da assistência, o grupo dos profissionais, especialmente o da Maternidade B, com idade entre 37 e 49 anos e da categoria das enfermeiras obstetras, foi o que maior relevância atribuiu a esse aspecto. As mulheres, por sua vez, o referem como um componente importante de uma assistência ideal.

Outro aspecto referido de forma importante pelos profissionais, sobretudo pelos que trabalham na Maternidade A, com idade entre 24 e 36 anos e da categoria dos médicos, foi a estruturação do espaço físico de modo a proporcionar maior privacidade e conforto para a parturiente, sendo que, de acordo com esses profissionais, estas seriam características importantes de uma assistência ideal. Ao falar da assistência ideal, as

mulheres não fazem referências significativas a esse ponto. No entanto, o espaço físico é destacado por elas como um aspecto importante da assistência quando revelam a interferência, geralmente negativa, que presenciar o processo de parto de outras mulheres e todas as suas implicações tem sobre si. Deduz-se que essa interferência ocorre porque a maneira como o espaço físico está estruturado nas maternidades analisadas não proporciona privacidade para as mulheres em trabalho de parto.

Contribuíram para a produção desse dado principalmente as mulheres com escolaridade superior ao ensino médio completo, que tiveram acompanhante durante o processo do parto e eram casadas. Assim, pode-se inferir que a estruturação do espaço físico é relevante para os dois grupos, embora o dos profissionais tenha sido o que maior importância atribuiu a esse aspecto.

Com relação à concepção de que como deveria ser uma assistência ideal, o aspecto mais citado pelos profissionais de saúde, principalmente pelos que trabalham na Maternidade A, pertencentes à categoria dos médicos e com idade entre 24 e 36 anos, foi disponibilizar o recurso da analgesia a todas às parturientes sem contra-indicação para o seu uso. Já as mulheres assistidas mencionam, como principal característica de uma assistência ideal, uma boa relação com os profissionais de saúde, em que a atenção dispensada por esses profissionais tem um papel importante. A presença do acompanhante também é destacada pelas mulheres como um componente importante da assistência ideal, conforme citado anteriormente. Dessa forma, percebe-se haver divergências consideráveis entre os dois grupos na maneira de pensar como deveria ser uma assistência ideal.

Quanto aos aspectos negativos, observou-se que os profissionais de ambas as maternidades estudadas identificam mais aspectos negativos do que as mulheres assistidas ao falarem sobre a assistência ao parto. Dessa forma, o aspecto negativo mais citado pelo grupo de profissionais foi a impossibilidade de oferecer parto sob analgesia para todas as mulheres sem contra-indicações para o seu uso, sendo que os profissionais da categoria dos médicos com idade entre 24 e 36 anos que trabalham na Maternidade A são os que mais fazem referências a esse aspecto.

As mulheres entrevistadas, por sua vez, em momento algum mencionaram a ausência da analgesia como um aspecto negativo da assistência e, embora tenham feito referências à experiência incômoda de sentir dor, parecem assumi-la como uma dimensão natural do processo de parir. Embora os estudos na realidade brasileira quanto ao papel da dor na experiência das mulheres sejam escassos e pouco elucidativos,

algumas pesquisas realizadas com classes populares têm apontado para a idéia de que, entre esse grupo, a dor é considerada como um elemento natural e essencial da maternidade (Gualda, 1994; Hotimsky et al., 2002 & Paim, 1998).

Por outro lado, o aspecto negativo mais citado por esse grupo, especialmente pelas mulheres solteiras, foi o atendimento de alguns profissionais de saúde, conforme citado anteriormente. Os tipos de reclamações feitas sobre esses atendimentos parecem indicar que a falta de atenção, por um lado, e o tratamento desrespeitoso, por outro, são as suas características principais. Portanto, no que diz respeito à percepção dos aspectos negativos da assistência, percebe-se haver diferenças marcantes entre os dois grupos.

Entre os profissionais entrevistados parece prevalecer uma visão segundo a qual disponibilizar o recurso da analgesia a todas as mulheres seria essencial para melhorar a qualidade da assistência prestada, concepção que desconsidera estudos na área que revelam uma associação do uso desse recurso com uma maior probabilidade de experienciar o parto de maneira negativa (Waldenström et al. 2004). Além disso, essa visão desconsidera também as necessidades das usuárias dos serviços investigados, pois, conforme se constatou neste estudo, embora elas mostrem desconforto com a experiência de sentir dor, não demonstram uma expectativa de suprimi-la com métodos farmacológicos e, ao contrário, parecem assumi-la como uma dimensão natural da experiência de parir. As mulheres, ao falarem dos aspectos negativos da assistência, focalizam mais questões ligadas à qualidade da relação estabelecida com os profissionais de saúde.

Quanto à maneira de pensar os papéis dos profissionais e das mulheres no

momento do parto, os dados parecem indicar uma semelhança entre os dois grupos

estudados. Essa semelhança ocorre no sentido de perceber o papel desempenhado pelo médico como o mais importante para que o parto ocorra sem complicações graves. Entre os profissionais, essa visão predomina entre aqueles que trabalham na Maternidade A, que pertencem à categoria dos médicos e têm idade entre 24 e 36 anos. Essa forma de pensar torna-se evidente quando os profissionais médicos expressam a idéia de que o médico faz o parto, e a mulher apenas o ajuda. Mesmo quando esses profissionais atribuem a si o papel de orientar a mulher em trabalho de parto, muitas vezes a orientação está relacionada ao que a mulher deve fazer. No caso das mulheres assistidas, também se observou a visão de que o papel do médico é o mais importante, na medida em que é ele quem “faz o parto”, além de uma série de práticas que elas também parecem considerar necessárias para que o parto ocorra. Contribuíram para a

produção desse dado principalmente as mulheres que não tiveram acompanhante durante o processo de parto, com escolaridade até o ensino médio completo e atendidas na Maternidade A.

Por último, com relação à maneira de ver o papel da dor no momento do parto, observou-se que, embora os dois grupos indiquem perceber a dor como uma característica intrínseca ao trabalho de parto, os profissionais parecem vê-la como um mal a ser combatido, principalmente com recursos farmacológicos, enquanto que as mulheres, apesar de terem, em muitos momentos, manifestado o desejo de que a dor cessasse logo, parecem não valorizar esse aspecto.

Quanto à questão da relação entre profissional e parturiente, foram observados também alguns pontos de semelhança e outros de divergência na maneira como cada um dos grupos analisados percebe a relação que estabelecem entre si.

Dessa forma, constatou-se que tanto o grupo dos profissionais, representado principalmente por aqueles que trabalham na Maternidade B e com idade entre 37 e 49 anos, como o grupo das mulheres assistidas, representado principalmente por aquelas com idade entre 25 e 38 anos, percebe a relação que estabelecem entre si como “boa”. Observou-se também que, de maneira geral, há uma convergência na forma como cada um desses grupos avalia o que significa ter uma boa relação, notando-se apenas algumas diferenças entre eles. Entre essas diferenças, percebeu-se, entre os profissionais, menção a aspectos como envolver a parturiente nas decisões do parto e respeitar sua capacidade de desempenhar um papel ativo no momento do parto, o que não foi observado no grupo das mulheres. Nesse grupo, por sua vez, aspectos afetivos, como ser tratada com carinho, são citados como componentes importantes de uma “boa” relação, o que não aparece no relato do grupo dos profissionais.

Com relação ao aspecto “envolvimento nas decisões não emergenciais do

parto”, foram observadas diferenças importantes entre os dois grupos estudados.

Assim, enquanto a maioria dos profissionais entrevistados se percebe envolvendo a parturiente nesse tipo de decisão, a maioria das mulheres assistidas não se percebeu sendo envolvida nas referidas decisões, muito embora tenham manifestado o desejo, durante a realização da entrevista, de ter participado. Entre as decisões de que as mulheres gostariam de ter participado, conforme seus relatos, foram encontrados: realização da episiotomia, do enema e da tricotomia e utilização do soro com ocitócitos. Constatou-se também entre os profissionais uma concepção de que cabe somente a eles tomar algumas dessas decisões, como prescrever o enema e a tricotomia.

O último aspecto analisado foi o da “liberdade oferecida à mulher para

expressar seus sentimentos durante o processo do parto”. Entre os profissionais,

parece predominar uma visão mais restritiva em relação a formas de expressão mais exacerbadas por parte da parturiente, como gritar, sendo que a analgesia é vista como um recurso importante para evitar esse tipo de comportamento. O grupo que mais contribuiu para a produção desses dados foi o dos profissionais que trabalham na Maternidade A, com idade entre 24 e 36 anos. Por outro lado, entre o grupo das mulheres assistidas, os dados parecem indicar que, logo ao entrarem na maternidade, elas trazem consigo uma crença de que expressões como o grito não são bem vistas pelos profissionais que trabalham na maternidade. Junto com essa crença, aparece o medo de que, se não se controlarem, serão criticadas e maltratadas pelos profissionais, o que por sua vez, as leva a evitar esse tipo de expressão, embora, em alguns momentos, tenham manifestado o desejo de se expressar de forma mais intensa. Contribuíram para a produção desses dados principalmente as mulheres com nível de escolaridade até o ensino médio completo e que não participaram de grupo de gestantes.

Portanto, os dados parecem apontar para uma visão comum entre os profissionais de que manifestações extremas por parte da parturiente são indesejáveis, a qual as mulheres assistidas denotam já conhecer ao serem admitidas na maternidade. Esse conhecimento, por sua vez, foi transmitido a elas por outras mulheres de sua rede social que já passaram pela mesma experiência. Esses dados vão ao encontro de outras pesquisas que têm demonstrado haver uma tendência da equipes de saúde a esperar que as mulheres se comportem dentro de um padrão previamente determinado, o qual envolve o controle sobre as emoções. Além disso, estudos prévios também corroboram a idéia de que as mulheres normalmente percebem essas expectativas e procuram se amoldar a elas, ainda que nem sempre o consigam (Campero et al., 1998; Caron & Silva; 2002; Hotimsky, 2002; Tornquist, 2004 & Valverde & Diniz, 2001).

Com relação à utilização de algumas práticas de assistência, identificaram-se também pontos de convergência e de divergência nas informações fornecidas pelo grupo dos profissionais e pelo grupo das mulheres assistidas. Assim, observou-se que as informações dos grupos referentes à Maternidade B coincidem, ou seja, se de um lado os profissionais que trabalham nessa Maternidade informaram que nenhuma das práticas investigadas é utilizada rotineiramente, de outro lado, os dados fornecidos pelas mulheres lá assistidas confirmam essa informação.

Na Maternidade A, constatou-se que os dados dos dois grupos convergem quanto à utilização rotineira do enema e da tricotomia, mas diferem quanto à utilização da ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto e da episiotomia. Dessa forma, enquanto o grupo dos profissionais dessa Maternidade informou que não utiliza nenhum dos dois procedimentos de forma rotineira, os dados fornecidos pelas mulheres assistidas na referida Instituição indicam um uso que não chegou a ser definido como rotineiro, mas muito freqüente dessas práticas.

Portanto, a discrepância observada quanto à utilização da ocitocina e da episiotomia nos dados fornecidos pelos grupos relativos à Maternidade A parece sugerir uma resistência entre o grupo dos profissionais em expor a utilização tão freqüente dessas práticas. Isto, por sua vez, parece apontar para uma idéia, vigente nesse grupo, de que tal conduta não é bem vista no universo científico de maneira geral, já que esta pesquisadora representa esse universo. Por fim, após essa discussão, caberia questionar, talvez em um próximo trabalho, por que, apesar de as evidências científicas condenarem o uso de certas práticas e de os profissionais terem conhecimento acerca disso, seu uso ainda é tão freqüente na assistência prestada na Maternidade A.

Considerações Finais

O objetivo principal deste trabalho foi identificar representações sociais de mulheres assistidas e profissionais de saúde sobre a assistência ao parto na maternidade. Considera-se que esse objetivo e também os objetivos específicos foram atendidos. Além disso, o estudo identificou também outros aspectos, como aqueles relacionados à avaliação que os participantes fazem da assistência prestada nas maternidades investigadas e, ainda, representações sociais sobre o próprio parto. A seguir são apresentadas as principais contribuições desta pesquisa, assim como apontadas algumas sugestões para o desenvolvimento desse campo de estudos e para a melhoria da assistência ao parto e nascimento nas instituições que trabalham nessa área.

O estudo identificou que, entre os profissionais de saúde que participaram da pesquisa, existem dois tipos diferentes de representações sociais sobre a assistência ao parto. De um lado, encontrou-se uma representação social que aponta para uma visão medicalizada da assistência e que é predominante entre os profissionais da Maternidade A e que pertencem à categoria dos profissionais da área de medicina, cujas principais características são:

1. a assistência é percebida como uma atividade na qual cabe ao profissional médico “fazer” coisas durante o parto, como o próprio parto e outras intervenções aplicadas a todos os casos e ainda dizer à mulher o que fazer e como agir durante o processo;

2. o papel da mulher na assistência, na visão desses profissionais, se restringe a fazer força e ajudá-los a “fazer” o parto;

3. quanto à participação da mulher nas decisões não emergenciais que envolvem o parto, observou-se uma maneira de pensar segundo a qual cabe exclusivamente ao profissional médico tomar algumas dessas decisões, como a realização do enema e da tricotomia;

4. com relação à questão da liberdade oferecida à mulher para expressar seus sentimentos durante o parto, encontrou-se uma idéia predominante nesse grupo de profissionais, segundo a qual não é desejável que a mulher em trabalho de parto expresse seus sentimentos de maneira exacerbada;

5. quanto à questão da utilização de algumas práticas de assistência, identificou-se uma representação social segundo a qual, para que o parto ocorra sem problemas, é necessário submeter todas as mulheres a práticas intervencionistas

como o enema e a tricotomia. Da mesma forma, observaram-se ainda representações sociais que concebem o parto como algo intrinsecamente doloroso e, nesse sentido, há uma supervalorização do uso do recurso da analgesia como forma de aliviar a dor no parto;

6. as razões apontadas por esses participantes para utilizar de forma rotineira uma dessas práticas, no caso o enema, baseiam-se em crenças pessoais, desconsiderando evidências científicas na área.

Observaram-se também nesse grupo concepções que apontam para a presença de alguns aspectos humanizadores na maneira de pensar a assistência, como, por exemplo, a defesa da adequação do espaço físico da Maternidade A de modo a promover maior privacidade e conforto para as parturientes e, ainda, o reconhecimento da importância do acompanhante no parto, embora algumas restrições em relação a essa prática sejam colocadas, como a impossibilidade de as mulheres contarem com a sua presença nos partos cesáreos.

De outro lado, encontrou-se um tipo de representação social, predominante entre os profissionais que trabalham na Maternidade B, pertencentes à categoria das enfermeiras obstetras, que aponta para uma visão da assistência identificada com o modelo proposto pelo Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento. As principais características dessa representação social são as seguintes:

1. grande importância é dada à presença do acompanhante durante todo o processo de parto, assim como à participação da enfermeira obstetra na assistência e à participação ativa da mulher no nascimento do seu filho;

2. quanto ao envolvimento da mulher nas decisões não emergenciais que cercam o parto, observou-se que os profissionais defendem uma idéia segundo a qual a mulher pode ser envolvida nessas decisões;

3. há uma forma de pensar que tende a ser mais permissiva em relação a expressões emocionais exacerbadas por parte da mulher em trabalho de parto;

4. predomina, nesse grupo, uma visão de que nenhuma das práticas de assistência investigadas deve ser utilizada de forma rotineira.

Apesar de os profissionais da Maternidade B, de maneira geral, mostrarem-se bastante identificados com o modelo de atenção já mencionado, estes relatam haver divergências importantes dentro da equipe quanto à maneira de pensar como deve se dar a assistência naquela maternidade.

Por outro lado, um aspecto comum aos dois grupos de profissionais é que demonstram perceber a sua relação com as parturientes como “boa”, sendo que para eles “ter uma boa relação” envolve aspectos que variam desde o ato de se apresentar para as mulheres até envolvê-las nas decisões relativas ao seu parto.

Já entre as mulheres assistidas, não foram observadas representações sociais da assistência ao parto tão claramente definidas e nem diferenças tão marcantes entre as