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VI. QUANDO TUDO COMEÇOU: O NÚCLEO DO REAL PARQUE

6.6 A formação do núcleo de cooperados do Real Parque

Tal qual descreve Henríquez a respeito do catador da Colômbia, o catador do bairro do Real Parque não difere muito em seu perfil. Encontra-se na faixa etária de 20 a 50 anos, geralmente são homens, mas também há mulheres, velhos e inclusive crianças. (Fotos 9 e 10 em anexo). A maioria não completou o ensino fundamental. Exercem três tipos de atividades diferentes: primeiramente, os catadores de ruas que, com carrinhos de mão, recolhem o material reciclável dos sacos de lixo e dos contêineres, com uma jornada de oito horas de trabalho; na segunda modalidade, estão aqueles que perambulam pelos arredores do bairro, como na Rua Carlos Berrini, e nas dos bairros próximos, como o do Brooklin, nas feiras livres, escritórios ou em residências; em terceiro, aqueles que terceirizam os

serviços, pagando quantias irrisórias para crianças e mulheres que coletam o lixo em carroças. Este grupo geralmente possui caminhões ou peruas e trabalham também com ferro velho.

A imagem que se tem do catador é de alguém perigoso, indigente, alguém também “descartável”. Apesar do baixo rendimento e condições de trabalho, não se trata de uma ocupação temporária. A permanência no trabalho se deve às poucas oportunidades no emprego formal, à independência e à liberdade de trabalhar por conta própria. Isto, sem dúvida, contribui para um comportamento individualista e concorrencial que dificulta a organização dos catadores em cooperativas, exigindo-lhes mudanças de valores e sentimentos de solidariedade e colaboração.

A partir de setembro de 2001, foi apresentada pelos Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo, a proposta do programa de Coleta Seletiva

Solidária, comprometida com o problema de resíduos sólidos da cidade, que veio a

coincidir com o desejo da população do Real Parque, fruto das discussões que ocorriam já há alguns meses. A população do Real Parque se encontrava em consonância com a proposta da OPAS que defendia a atenção primária ambiental (APA), basicamente preventiva e participativa, em nível local,com a colaboração dos indivíduos e das comunidades.

A proposta da Coleta Seletiva Solidária da prefeitura de São Paulo tinha como pressuposto básico a inclusão social de pessoas desempregadas e a minimização dos problemas sociais, fruto de várias discussões da problemática com a sociedade civil em fóruns, seminários, reuniões e outros eventos. 180 instituições participaram do conjunto de fóruns, entre elas, associações e cooperativas de catadores e demais entidades comunitárias. Os catadores atuam na cidade de São Paulo há mais de 50 anos, época que fundaram a Cooperativa dos Catadores Autônomos de Papel, Aparas e Materiais Recicláveis (COOPMARE), a primeira cooperativa de catadores de lixo do Brasil. Organizada para atuar com os catadores de materiais recicláveis, contou com o apoio da gestão de Luiza Erundina, durante o período de 1989 a 1992. Vem obtendo resultados relevantes, contando, recentemente, com o apoio do presidente Lula e do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, em 23 de dezembro de 2005, que

assinou um novo convênio, após apresentar os resultados obtidos do convênio anterior. O convênio anterior possibilitou a inauguração de 36 centros de treinamento e referência, a realização de 16 congressos, 12 encontros de lideranças e a habilitação de 1.350 catadores.

Com o acirramento da crise econômica e o aumento do desemprego, o número de catadores cresceu na cidade de São Paulo, o que coincidiu com uma série de debates em âmbito mundial sobre os problemas ecológicos causados pelo lixo, desencadeando uma série de discussões a respeito da economia sustentável.

Em março de 2000, foi instituído o Fórum Recicla São Paulo, formado pela união de várias experiências de coletas seletivas de lixo comunitárias, cooperativas associativas e de pessoas autônomas da Grande São Paulo, visando à troca de experiências entre as pessoas que trabalham nestes projetos e à busca de novas formas de trabalho conjunto que possibilitassem uma melhoria na qualidade de vida e na qualidade do trabalho da população de baixa renda envolvida nesta atividade. Reuniu mais de 1.200 pessoas e 70 grupos de todas as regiões da cidade (zonas leste, sul, oeste, norte e centro), com o objetivo de trocar experiências e construir uma rede articulada de coletores. A partir deste fórum, foi produzida a “Carta de Princípios” (apêndice I), que norteava a organização daqueles grupos. Estes fóruns realizavam assembléias mensais, com a participação de todas as regiões. Em junho de 2000, foi criado um Comitê Metropolitano de Catadores, cuja meta era a mobilização e organização local para o 1.º Congresso Nacional de

Catadores de Materiais Reaproveitáveis em junho de 2001, em Brasília e durou três

dias, contando com a participação de 1.600 trabalhadores de dezessete estados do país, que elaboraram propostas para a criação do catador como categoria profissional e da sua inclusão na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Outras propostas foram discutidas, tais como a integração de todos os municípios e Estados no sistema de coleta seletiva e a formação de empresas sociais de reciclagem (ver apêndice II), Carta de Brasília, sobre o Encontro Nacional de Catadores. Cabe salientar que foi a região leste, no ano 2000, com a realização do seminário – “Coleta Seletiva: Zona Leste Faz” que impulsionou a realização posterior deste trabalho.

A idéia de coleta seletiva solidária, no Real Parque, surgiu ancorada no Fórum do Recicla São Paulo e a partir de discussões, já relatadas, nas quais se utilizaram o Método da Roda e o diagnóstico participativo. O início das discussões sobre o lixo das favelas Real Parque e Panorama surgiu principalmente devido à insatisfação da comunidade com o seu acúmulo em terrenos baldios; a irregularidade da coleta feita pela prefeitura; a insuficiência de números de caçambas e sua má distribuição nas imediações dos prédios do Cingapura que culminou numa população grande de ratos e baratas, colocando em risco a saúde da comunidade, expondo-a a várias doenças como leptospirose e outras, principalmente, a epidemia da dengue que chegava à cidade de São Paulo, em 2000. A chegada da dengue em São Paulo assustou a população que, até então, vivia de uma certa maneira acomodada com o problema. Como é de conhecimento geral, latas, garrafas, pneus e outros permitem o acúmulo de água são extraordinários criadouros do mosquito Aedes aegypi, transmissor da dengue e da febre amarela. A existência de vielas estreitas e íngremes dificulta os serviços de limpeza e coleta nas favelas, sendo excelente criadouro para vários outros vetores.

A partir de reuniões iniciadas em fevereiro de 2002, foi traçado um diagnóstico participativo que culminou na necessidade e desejo da população do Real Parque quanto à formação de uma cooperativa de lixo a partir da coleta seletiva de resíduos sólidos, o que veio coincidir com o propósito da autora no sentido de fazer algo por aquela gente, não somente em prol de sua saúde, mas também pela sua inclusão.

A idéia era de que, além dos resultados quantitativos relacionados ao aproveitamento dos materiais coletados, se destacasse a articulação das pessoas em nível local, gerando um movimento de construção de um novo tecido social, constituído por sujeitos que, além de articular segmentos diversos em torno de um trabalho coletivo organizado, voltado para a preservação ambiental dos espaços do viver saudável, estaria exercitando os seus direitos e deveres de cidadão, o que permitiria ao sujeito, a partir dessa prática social, nas palavras de Manzini-Covre (1996, p.113) “sair de um sujeito provisório para vir a compor um sujeito – em – constituição”.

Por outro lado, pensou-se na importância dos processos de formação e capacitação dos operadores do lixo reciclável e na sua influência sobre as condições ambientais locais, acrescentando-lhes oportunidades surgidas de experiências inovadoras dos processos de ensino, pesquisa e extensão e que poderiam ser incorporadas por instituições de ensino envolvidas com o bairro. No entanto, esta segunda idéia não germinou, devido ao projeto ter sido encaminhado ao Banco Mundial, mas não foi contemplado, ocasionando a sua inviabilidade por falta de condições econômicas.

Diante desta limitação inicial, foi realizada uma articulação com a Coordenadoria de Saúde do Butantã/Prefeitura Municipal de São Paulo e as Associações de Moradores da área, além de outros parceiros que, incorporados nesta trajetória, demonstraram a viabilidade do Projeto em termos operacionais e as possibilidades de gerar um importante impacto social.

Para começar um projeto desta envergadura, percebe-se que à medida que os acontecimentos se sucedem as cortinas do cenário vão se abrindo, as idéias clareando, tanto para os envolvidos como para aquele que os assiste, neste caso, o pesquisador. Houve a necessidade do grupo envolvido ensaiar a peça, para depois entrar em cena. Desta maneira, várias reuniões ocorreram antes da implantação do projeto para maior compreensão do assunto.

Inicialmente, há de se destacar o envolvimento de alguns membros da comunidade, inclusive de alguns empresários que perceberam a oportunidade de minimizar o aumento da violência no bairro, principalmente em relação a assaltos e seqüestros - relâmpago. Estes, então, interessaram-se pela implementação do projeto e o iniciaram através de sua participação nas reuniões. De uma maneira geral, os moradores ficaram entusiasmados com a idéia e o primeiro passo foi procurar um terreno para a instalação do projeto e colocá-lo no papel.

A primeira iniciativa a tomar foi convidar um técnico da Secretária de Serviços de Obras da Prefeitura Municipal de São Paulo, envolvido com o Programa da Coleta Seletiva, para falar às pessoas interessadas como funcionaria este programa. Na reunião do dia 7/08/2002, contou-se com a presença de uma técnica que explanou o Programa de Coleta Seletiva Solidária e a responsabilidade cidadã, os tipos de lixo existentes: o doméstico, das vias públicas, feiras livres, industrial,

construção e dos serviços de saúde; os perigos de se queimarem móveis e colchões; os prejuízos que causam os lixos depositados nas margens dos rios e suas conseqüências na proliferação de vetores; diferenças entre aterro e lixão; esclarecendo:

Cada pessoa produz cerca de 1.200Kg de lixo por dia. O custo que a prefeitura de São Paulo tem com o lixo é cerca de R$ 1.300 milhões de reais por dia, verba suficiente para a construção de uma escola. Para ajudar o meio ambiente devemos utilizar o cinco “Rs”: Reduzir: evitar a geração do lixo; Reutilizar: reaproveitar: tudo o que puder; Reciclar: coleta seletiva; Responsabilidade: com o meio ambiente; Respeitar: o coletivo. (Técnica da Secretaria de Serviços de Obras da Prefeitura Municipal de São Paulo, 2002).

Participaram da reunião 16 pessoas. Todas bastante atentas à explicação, fizeram perguntas e esclareceram dúvidas. No seu final, foi sugerido, por um dos presentes, convidar o grupo da incubadora da USP para talvez assumir este projeto embrionário e, assim, fazer possível visita ao Projeto Vira-Lata, o que ocorreu no sábado seguinte, com oito dos participantes.

Na reunião seguinte, dois universitários da incubadora da USP, Robson e Marilia34 compareceram à reunião. O papel da incubadora é de “orientar sobre todas as etapas e passos a serem seguidos”, comentou um deles. Assim, demonstrou-se a importância da união, da iniciativa, da decisão de todos e recomendou-se:

Começar o mais rápido possível, e paulatinamente, não precisa começar com muitas pessoas e muitos prédios. Primeiro fechar com o prédio próximo do terreno e procurar saber qual o material a ser visado. Pesquisar o material para que possa vender, venda casada, juntar com outro projeto e vender o material em conjunto que pode ser mais rentável. (Roberto, 2002).

Tanto Robson quanto Marilia colocaram-se à disposição para possíveis esclarecimentos, mas enfatizaram que, sem o convênio com a prefeitura, ficaria difícil assumirem o projeto como um compromisso formal. Também foi salientada a importância de um trabalho com os moradores dos prédios.

Na reunião do dia 14/10/2002, outros dois universitários, Silmara e Flávio, do grupo de Ensino e Pesquisa e Extensão Multidisciplinar, que trabalhavam com o Projeto das incubadoras da USP, compareceram à reunião, colocando-se à

disposição. Esclareceram mais uma vez o papel da incubadora, “que é de orientar e ajudar na formação das cooperativas”. Convidaram os presentes para a participação no Fórum Lixo e Cidadania, promovido pelo Instituto Polis, e destacaram a sua importância. Incentivaram o grupo para a formação da cooperativa, ressaltando a “qualidade” do lixo do bairro como um lixo caro, rico. Comprometeram-se a fazer um relatório e levá-lo para outros membros do grupo a fim de que discutissem a viabilidade de serem incluídos, ou não, no projeto das incubadoras.

Enquanto transcorriam as reuniões para esclarecimento do assunto, todos estavam em busca de um terreno que oferecesse condições para a implantação do programa. Cabe salientar que as reuniões contavam com a participação de alguns empresários e outros moradores do bairro, da classe alta sensibilizados com a situação de “exclusão”.

Após diversas buscas, algumas possibilidades de local foram levantadas. Um empresário, dono de um desses terrenos, foi contatado. Foi cedido por dois anos em comodato um terreno de 2.455m² para a implementação do Projeto batizado de ReciclaReal. O contrato do terreno foi assinado em 7/10/2002. Nas cláusulas do contrato constava a obrigatoriedade do pagamento do IPTU do terreno que era alta, em torno de R$ 350,00 reais mensais. Isto assustou bastante o grupo, tendo em vista a possibilidade de o projeto não conseguir arcar com esta quantia. Assinou-se o contrato com a esperança de conseguir a isenção deste imposto, já que se tratava de um projeto social de ação solidária, coordenado pela própria prefeitura de São Paulo. Foi marcada reunião com o subprefeito da época e com o engenheiro da Secretaria de Serviços e Obras que ficou responsável de contactuar diretamente a prefeita Marta Suplicy e efetuar esta negociação. O terreno estava bastante sujo e com muito mato (Foto 11 em anexo) e tinha outro agravante: o esgoto que corria a céu aberto, procedente dos barracos acima e do comércio da Rua Conde de Itaguaí.

Na reunião do dia 16/10/2002, o grupo achou que deveria chamar o subprefeito da Regional do Butantã para conhecer o terreno da reciclagem e solicitar ajuda quanto à sua limpeza e reforçar a solicitação da isenção de pagamento do IPTU, marcada para o dia 18/10 às 11h. Uma comissão composta de dez pessoas do projeto deveria acompanhar a visita. Também nesta reunião foi sugerida a idéia

de se fazer uma feijoada para arrecadar dinheiro para a compra de um carro para a coleta seletiva.

Por ocasião da visita, acresceram outras demandas de solicitação ao subprefeito: a canalização do esgoto do terreno e uma máquina para limpeza do terreno. No entanto, embora houvesse inúmeras reivindicações, foi alegado a não possibilidade da intervenção do Poder Público de canalizar o esgoto, por se tratar de um terreno particular e a situação continuou na mesma. A limpeza foi feita por um participante do ReciclaReal (Foto 11) e, quanto ao esgoto, conversou-se individualmente com cada morador e donos do comércio, para o seu desvio em direção ao esgoto central. Os comerciantes atenderam ao pedido e os moradores dos barracos, alguns deles até tomaram providências. Outros, infelizmente, nada fizeram.

Ocorreu a visita de representantes de vários projetos de reciclagem, dentre eles o do “Reciclázaro” e do projeto “Vira Lata”, quando foram enfatizados os benefícios da reutilização do lixo que, além da educação ambiental, acresciam-se a geração de renda. Foi também ressaltado pelos representantes desses projetos o conceito primordial para que qualquer projeto fosse viabilizado: a união e as cinco palavras-chaves da educação ambiental: recusar; repensar; reduzir; reutilizar e reciclar.

Foi realizado um curso de 40 horas a respeito da coleta seletiva sobre resíduos sólidos com o apoio da CIT, (Centro Integrado do Trabalhador) e do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) que teve início no dia 18/11/2002, das 14h às 17h, na sede do Centro de Saúde Real Parque. Este curso foi mi nistrado pelo presidente do projeto Vira Lata e os participantes, receberam uma ajuda de custo diária, de R$ 3,80 reais para alimentação. Toda a comunidade do bairro Real Parque foi convidada e participaram cerca de 30 interessados. Foi solicitado a todos os inscritos que recolhessem por uma semana papéis de todos os tipos (jornais, revistas), plástico, alumínio e vidro para servir de apoio no primeiro dia de aula. Ajudaria a “explicar os valores e destinos dados a estes materiais e a agressão causada à natureza, cada vez que não reciclamos”, disse Wilson. Também foi feita pelos interessados uma visita à Central da Vila Leopoldina, no dia 20/11/2002, para que conhecessem o seu funcionamento.Todos os interessados no início do projeto

foram capacitados; no entanto, percebeu-se que existia a necessidade de que esta capacitação fosse repetida de tempos em tempos, devido à rotatividade dos membros. Nesta questão, percebe-se que são necessárias não somente ações educativas quanto à coleta seletiva, (separação do lixo seco e úmido), os princípios da cooperativa, mas também o despertar do trabalho em grupo. É preciso capacitar os coletores sobre a importância de ter uma equipe forte e coesa. As pessoas entram e saem do projeto devido a atritos de relacionamento e por terem a ilusão de que trabalhando sozinhos irão ganhar mais.

Em 9/12/2002, foi escolhido um dos catadores que participavam do projeto para participar do Fórum Latino-americano, que seria realizado em Florianópolis no dia 22/01/2003 e São Paulo tinha direito a 92 vagas. A região oeste, à qual pertencia o ReciclaReal, dispunha de seis vagas, uma vaga do ReciclaReal. Haveria um pacote com passagem, hospedagem e alimentação, mais uma ajuda de custo de 100,00 reais. Foi feita uma coleta entre os participantes e arrecadou-se mais uma quantia de R$ 124,50 para as despesas.

A partir destes contatos, o embrião do núcleo de coleta seletiva já estava formado, batizado com o nome de ReciclaReal. Já se iniciava de maneira rudimentar a coleta seletiva com carroças. Os catadores do bairro foram convidados a participar das discussões e do grupo. O grupo do ReciclaReal, que contava com vinte pessoas, entre catadores, interessados e apoiadores, foi convidado para participar do programa de Coleta Seletiva Solidária de São Paulo, aderindo a uma das quatorze centrais de triagem que seriam criadas pela prefeitura. O bairro Real Parque geograficamente estaria ligado à central da Vila Leopoldina, juntamente com os demais grupos de catadores de coleta seletiva da zona oeste da cidade de São Paulo. Para a operacionalização na central da Vila Leopoldina, foi constituída a “cooperativa-mãe” em que participariam todos os grupos que já atuavam de forma organizada na coleta seletiva desta área da cidade. O Real Parque contribuiu inicialmente com três pessoas para a constituição da cooperativa, denominada CooperAção, junto à Central da Vila Leopoldina, responsável pela operacionalização: recebimento do material, armazenamento, compactação, pesagem e comercialização da produção advinda dos núcleos do município de São Paulo. Para tal, foi celebrado um convênio, instrumento que deu legalidade junto a Secretaria de Serviços e Obras (LIMPURB). O objetivo era obter grandes volumes

de resíduo sólidos, o que permitiria a negociação direta com os recicladores (indústria) evitando-se, desta forma, intermediários e exploração dos catadores, obtendo, conseqüentemente, melhores preços. A figura, a seguir, ilustra a rede de coleta.

160 Fonte: Secretaria Municipal de Serviços e Obras (modelo adaptado pela autora)

INSTRUMENTO LEGAL: CONVÊNIO