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A LINGUAGEM EM MOVIMENTO NO TEXTO: DISCURSO IDEOLÓGICO,

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1 CATEGORIAS E MÉTODOS DE ABORDAGEM DO TEXTO

1.3 A LINGUAGEM EM MOVIMENTO NO TEXTO: DISCURSO IDEOLÓGICO,

Se Ricoeur considera que a narratologia, apesar de abordar o texto como um todo em seu formato final, desloca o interesse da mensagem para o código, consideramos que a análise do discurso faz o caminho inverso. Ela se preocupa com a significação da linguagem e a forma como ela se dá. Aqui, resolvemos colocar em diálogo dois autores de escolas diferentes que falam sobre a análise de discurso. Trata-se da professora brasileira Eni Orlandi e do pensador russo Mikhail Mikhailovich Bakhtin, pois consideramos que seus estudos são complementares. Ambos focam na origem ideológica e dialógica do discurso. Observamos, porém, que, enquanto Bakhtin problematiza o dialogismo, a polifonia e a completude do discurso, Orlandi problematiza a polissemia e a posição social do autor.

Segundo Eni Orlandi, o discurso é a linguagem em movimento, a mediação necessária entre a humanidade e a realidade natural e social que a cerca. Ele torna possível a continuidade, permanência ou o deslocamento e a transformação de sujeitos. Ou seja, é o trabalho simbólico que faz o ser humano significar ou significar-se. A análise do discurso estuda as maneiras de significar de sujeitos enquanto membros de uma sociedade. É uma disciplina que analisa a relação entre os sujeitos, a língua e as situações onde se produz o dizer, relacionando a língua e a sua exterioridade. Visa pensar o sentido dimensionado no tempo e no espaço das práticas (ORLANDI, 2001, p. 15-17).

Para isso, considera os processos e as condições de produção da linguagem. Estas são condições materiais (a língua), institucionais (formação e ordem social) e o mecanismo imaginário. As condições de produção de uma enunciação dependem não apenas do seu contexto imediato, mas também da

memória discursiva e da formação ideológica6 do sujeito. Ou seja, derivam de um

contexto sócio-histórico e ideológico em que o que já foi dito baseia o que pode ser dito e afeta a forma como o sujeito confere significado em uma determinada situação. Isso inclui o lugar de fala do sujeito, pois a posição que um sujeito ocupa na escala hierarquizada da sociedade é parte constituinte do que ele diz e do que é significado em suas palavras. Juntamente com essa noção, importa aqui entender que o discurso opera em um jogo de imagens. Isto é, na significação, é necessário considerar a imagem que se faz do locutor, do interlocutor e do objeto do discurso (ORLANDI, 2001, p. 30-40).

Para Orlandi (2001, p. 39), os discursos têm relação com outros realizados, imaginados ou possíveis. Eles apontam para discursos anteriores que os sustentam e também para discursos futuros, pelo uso da antecipação, o colocar-se no lugar daquele que receberá a mensagem para, a partir daí, elaborar um discurso esperando um efeito. Esse mecanismo é que regula o processo de argumentação.

Tal processo de argumentação se baseia em dois movimentos, a paráfrase, ou repetição, como condição para a existência de discursos, e a polissemia, que é a condição em que múltiplos significados são dados, simultaneamente, a um mesmo objeto simbólico.

Este jogo entre paráfrase e polissemia atesta o confronto entre o simbólico e o político. Todo dizer é ideologicamente marcado. É na língua que a ideologia se materializa. Nas palavras dos sujeitos. [...] O discurso é o lugar do trabalho da ideologia (ORLANDI, 2001, p. 37 e 38).

Bakhtin (2006) também afirma que a palavra é arena de disputa ideológica. Isso significa que o significado conferido a uma determinada palavra depende da ideologia do sujeito que a usa em seu discurso. Ideologia seria o sistema de ideias historicamente construído. Ela envolve uma troca concreta de signos na sociedade e história. Para Bakhtin, todo discurso ou palavra em uso revela a ideologia do seu autor. Assim, todo autor é um ideólogo e toda elocução é como componente mínimo de uma ideologia e induz a ela.

Um produto ideológico faz parte de uma realidade (natural ou social) como todo corpo físico, instrumento de produção ou produto de consumo; mas, ao contrário destes, ele também reflete e refrata uma outra realidade, que lhe é

6 Para Orlandi (2011, p.48), a ideologia não é o mero conjunto de representações ou uma visão de

exterior. Tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Em outros termos, tudo que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia (BAKHTIN, 2006, p. 29).

Para Bakhtin (2006), compreender um signo é aproximá-lo de outros signos anteriores. Esse processo forma uma cadeia que não penetra a existência interior, ou seja, ela não abandona sua existência material. A cadeia liga consciências individuais, por isso, os signos só emergem desse processo de interação de consciências individuais e a própria consciência individual está repleta de signos. “A consciência só se torna consciência quando se impregna de conteúdo ideológico (semiótico) e, consequentemente, somente no processo de interação social” (BAKHTIN, 2006, p.32). A ideologia dá, então, uma orientação acumulada presente nas estruturas linguísticas da produção dos discursos e neles mesmos. Ela está presente nas práticas sociais da sociedade, em suas normas, convenções, eventos cotidianos e suas condições, alimentando as naturalizações ou desnaturalizações dos eventos discursivos.

A linguagem, portanto, é uma prática social. A língua está sempre em formação e transformação em um processo de evolução contínuo que se constitui na interação verbal realizada na enunciação, discurso interior (diálogo consigo mesmo) ou exterior, onde articulam-se processos ideológicos e fenômenos linguísticos. Por isso, a linguagem dispõe de intencionalidade e não se apresenta neutra. Ela é de natureza social e manifesta a ideologia.

A enunciação é um processo dialógico, pois ela está sempre ou respondendo ou vinculada a um discurso anterior. Ela depende de sujeitos socialmente organizados e do contexto sociocultural e ideológico complexo em que interagem. Em um determinado contexto, o significado na linguagem é atingido como resultado de palavras, frases e outras unidades em diálogo contínuo, e é essa natureza dialógica mesma que cria possibilidades de novos significados.

Um discurso é parte integrante da discussão ideológica de larga escala em um determinado contexto. Ele responde a outros discursos, refutando ou confirmando, antecipando as respostas positivas e as possíveis objeções dentro da sua própria formação. Por isso, o sentido não é apenas dependente do momento da enunciação, mas do processo contínuo de interação social. O dialogismo é esse princípio de relação com a alteridade que conduz as atividades discursivas, constitui- se das relações de sentido estabelecidas entre enunciados.

Justamente porque o discurso é uma resposta, inclui os discursos anteriores das diversas vozes, ou seja, de muitas consciências falantes, com pontos de vista diversos, que compõem a linguagem. Seu sentido, portanto, se forma na reverberação dos significados dos outros discursos na enunciação, transmissão e recepção feita nesse diálogo. Isto implica que muitas vozes são componentes de um discurso. O discurso se forma a partir da apreensão responsiva a essas vozes. Estas vozes estão expressas no discurso e polemizam suas posições sociais e ideológicas, permitindo o cruzamento e o diálogo de pontos de vista. A esse processo, Bakhtin chama de polifonia7: “a essência da polifonia consiste

precisamente em que suas vozes permaneçam independentes e como tais se combinem em uma unidade de ordem superior” (BAKHTIN, 2003, p. 38).

Outro conceito também se apega a essa presença de vozes: a heteroglossia. Enquanto a polifonia se relaciona com a multiplicidade de vozes que constitui o discurso, a heteroglossia se relaciona com a quantidade de linguagens diversas presentes nesse discurso. Seria a utilização em um discurso ou romance ou narrativa de

qualquer estratificação interna de uma língua nacional, seja em dialetos sociais, comportamentos de grupo, jargão profissional, linguagem de gerações e grupos etários, linguagens tendenciosas, linguagens de autoridade, de vários círculos e de modas passageiras, linguagens que servem aos propósitos sociopolíticos do dia ou até da hora. [...] Discurso autoral, discursos de narradores, inserção de gêneros, o discurso de personagens são meramente aquelas unidades composicionais fundamentais com a ajuda das quais a heteroglossia entra em um romance, cada uma permite uma multiplicidade de vozes sociais e uma grande variedade de suas ligações e inter-relações (sempre mais ou menos dialogizadas). Essas ligações distintivas e inter-relações entre as enunciações e linguagens, esse movimento do tema através das diferentes linguagens e tipos de discurso, suas dispersões nos riachos e gotas da heteroglossia social, sua dialogização, isso é a característica distintiva básica do estilo de um romance (BAKHTIN, 1981, p. 262 e 263).

Uma vez incorporada em um romance, ou em uma narrativa, seja de que forma for, a heteroglossia é o discurso de outra pessoa na sua língua (seja idioma

7 Ao desenvolver o conceito de polifonia, Bakhtin vai trabalhar a análise dos romances de

Dostoievski, como o único autor, até ali, que conseguiu dar plena polifonia às vozes dentro do discurso interno dos romances, gerando uma inovação literária. De acordo com Bakhtin (2003) são características de um romance plenamente polifônico: 1) a polifonia não é a mera presença de vozes no texto, mas o fato de que elas não se misturam e são tão potentes como a voz do autor, ou seja, a plenivalência e imiscibilidade das vozes; 2) a inconclusibilidade dos personagens; 3) a independência do herói com relação ao autor no diálogo da autoconsciência do personagem com relação aos discursos externos e à realidade que o cerca; 4) além da fragmentação do enredo em vários pontos de vista.

ou língua sociocultural). No entanto, esse discurso serve à intenção do autor do romance, apenas o faz de forma refratada, por meio de uma outra voz. Esse tipo de discurso é de duas vozes e consegue servir tanto à intenção direta do personagem que fala internamente à obra, como a do autor (BAKHTIN, 1981, p. 324).

Com relação ao discurso de outrem, quando citado, Bakhtin (2006, p. 147) afirma:

o discurso citado é o discurso no discurso, a enunciação na enunciação, mas é ao mesmo tempo, um discurso sobre o discurso, uma enunciação sobre a enunciação. [...] Para penetrar completamente no seu conteúdo, é indispensável integrá-lo na construção do discurso. [...] Quando passa a unidade estrutural do discurso narrativo, no qual se integra por si, a enunciação citada passa a constituir ao mesmo tempo um tema do discurso narrativo. Faz parte integrante de sua unicidade temática, na qualidade de enunciação citada, uma enunciação com seu próprio tema: o tema autônomo então torna-se o tema de um tema.

A unidade estrutural do discurso narrativo evoca a noção de gênero do discurso. A utilização dos gêneros de discurso é uma preocupação da obra de Bakhtin. O autor entende que as esferas da atividade humana se relacionam com a utilização da língua. Como as primeiras são imensamente variadas, assim também é a utilização da língua. Essa utilização dentro de uma esfera de atividade se efetua em enunciados orais e escritos que são concretos e únicos. Os enunciados refletem as condições e finalidades de cada esfera em três elementos que se fundem no todo do enunciado: conteúdo temático, estilo (seleção operada nos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais) e construção composicional.

Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente

estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 1997, p. 279, grifo do autor)

Diante da quantidade de esferas de atuação e da possibilidade infinita de formação de gêneros do discurso e da sua heterogeneidade, existe a dificuldade de definir qual é o caráter genérico de um enunciado. Importa, então, considerar ao menos a diferença e a conexão entre os gêneros de discurso primários e secundários. Os gêneros primários são aqueles mais simples, que se constituíram nas comunicações verbais mais espontâneas e cotidianas. Os gêneros secundários são complexos, derivam de uma comunicação cultural mais evoluída e

principalmente escrita, como a artística, a científica, a sociopolítica. São, por exemplo, o romance, o teatro, o discurso científico, o discurso ideológico (BAKHTIN, 2003, p.281).

Durante o processo de sua formação, esses gêneros secundários absorvem e transmutam os gêneros primários (simples) de todas as espécies, que se constituíram em circunstâncias de uma comunicação verbal espontânea. Os gêneros primários, ao se tornarem componentes dos gêneros secundários, transformam-se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e com a realidade dos enunciados alheios - por exemplo, inseridas no romance, a réplica do diálogo cotidiano ou a carta, conservando sua forma e seu significado cotidiano apenas no plano do conteúdo do romance, só se integram à realidade existente através do romance considerado como um todo, ou seja, do romance concebido como fenômeno da vida literário-artística e não da vida cotidiana. O romance em seu todo é um enunciado, da mesma forma que a réplica do diálogo cotidiano ou a carta pessoal (são fenômenos da mesma natureza); o que diferencia o romance é ser um enunciado secundário (complexo) (BAKHTIN, 2003, p.281).

Frente a essa dificuldade, de ter dentro de uma obra literária a heteroglossia em uma diversidade de gêneros, a proposta de Bakhtin (1981) é focar na unidade do discurso da obra. Assim, discerne-se a voz do autor e a sua intenção criativa na elaboração do mundo da narrativa, que se forma a partir da sua ideologia, fazendo um amálgama de temas e perspectivas, assim como de tempos e ambientes. Esse mundo pode ser completamente criado para testar o herói da narrativa e revelar suas características possibilitando as suas ações. No interior da narrativa, os diversos gêneros têm a função de criar o contexto do conteúdo substancial da obra com a qual o autor expressa seu ponto de vista. Externamente, o uso dos gêneros coloca o autor em um diálogo sobre a vida, uma vez que o trabalho literário é uma elocução e, portanto, inerentemente dialógico. A importância do dialogismo e da polifonia na obra se dão de acordo com a consciência do autor a respeito do diálogo que trava e da cultura polifônica que o cerca. Sua narrativa pode ser mais ou menos dialógica de acordo com o grau em que pontos de vista diversos e competitivos são permitidos no texto (VINES, 2007, p. 110-112).

Se um trabalho literário não apresenta ou manipula ou ignora a diversidade de pontos de vista, é considerado monológico internamente, enquanto os que permitem essa presença são dialógicos e serão polifônicos se o autor orquestra o seu ponto de vista e os demais em igualdade. Os trabalhos literários antigos, desde a tragédia grega, o romance helenista e romano, e também o Evangelho de Marcos

e outros textos bíblicos, são geralmente monológicos em seu interior, embora reflitam a heteroglossia cultural (BAKHTIN, 1981, p. 50-65). Sendo assim, exploram o dialogismo dos discursos sociais através da criação/reprodução de diálogos dentro da narrativa, do uso de várias línguas (latinismos e hebraísmos) e referências linguísticas e de diversos subgêneros literários. Como tudo isso fica coordenado sob a voz do autor e submetido aos seus valores, a presença dessas vozes é deturpada e esses trabalhos permanecem monológicos.

Com relação ao exterior, no entanto, esses textos permanecem dialógicos. As suas motivações externas estão nos discursos e nas condições históricas em que vivem seus autores e receptores. Sua construção se baseia em transmitir um conjunto ideológico a alguém usando linguagens e gêneros que são culturais, e levam ao diálogo com outros que usam dos mesmos recursos, sejam da mesma posição ideológica ou não.

Percebe-se a análise do discurso como uma disciplina que, ao estudar as formações de sentido, promove a discussão da característica monológica ou dialógica dos discursos e da sua formação polifônica e da heteroglossia utilizada como material, apresentando sempre novas possibilidades de sentido. Nesse processo, trata de relações interpessoais, e entre as pessoas e coisas, que atravessam fronteiras religiosas, políticas, estéticas para dialeticamente formar a sociedade. Justamente porque as pessoas e seus universos ideológicos estão envolvidos na construção constante e contínua de sentidos, que nunca estará terminada, a teoria da análise de discurso é libertadora.

Isto significa que a língua que falamos todos os dias [...] é, não apenas palavras, e, especialmente, não palavras que representam coisas já dadas, mas o discurso, um princípio simultaneamente dialético e gerador, que se refere a uma rede de relações de poder que são historicamente e culturalmente específicas, construídas e, em consequência, sujeitas a mudanças. Seu status não é, portanto, inerente, mas fundamentalmente político. Neste sentido, a minha tese é que o feminismo é teoria do discurso, e que fazer o feminismo é fazer teoria do discurso, porque é uma tomada de consciência do caráter discursivo, [...] histórico-político, do que chamamos realidade, de seu caráter de construção e produto e, ao mesmo tempo, um intento consciente de participar do jogo político e do debate epistemológico para determinar uma transformação das estruturas sociais e culturais sociedade, em direção à utopia – a utopia indispensável a um mundo onde a exclusão, exploração e opressão não seja o paradigma normativo (COLAIZZI, 1990, p. 20).

A análise do discurso é uma operação fundamental para estudos feministas sobre qualquer tipo de elocução, escrita ou falada. Em especial, quando realizada em textos da literatura sagrada, abre um diálogo que considera o mundo cultural antigo da origem do texto e o mundo da ou do analista, questionando seus valores ideológicos androcêntricos e patriarcais, suas estratégias literárias e seu caráter monológico de ordenamento da vida humana e ocultação da atividade produtiva das mulheres. Esses passos mostram que um texto não precisa ser unívoco em sua estrutura composicional, nem em seus discursos formativos e nem em sua interpretação. E esta pode ser libertadora e manter-se sempre em construção dialogal.

Quando se aborda uma narrativa bíblica, parte do seu sentido discursivo pode ser analisado a partir dos resultados obtidos do estudo narratológico e da narratividade em relação ao contexto histórico do surgimento do texto. A compreensão mais madura do funcionamento da trama, das relações entre os personagens, cenário, narrador, estilo e retórica e a percepção da temporalidade, dos jogos de inversão, peripécias, efeitos surpresas, a verossimilhança e catarse, em relação com a situação vivencial dos receptores, traz à tona a mensagem da narrativa. Percebe-se o padrão societal e religioso que é construído no mundo da narrativa, pela valorização ou não de determinadas características dos componentes narrativos. Pode-se relacionar esse padrão com outros discursos circulantes, para entender tanto a participação dos outros discursos na formação da narrativa, como suas respostas a eles. Tudo isso pode ser feito ainda sob a perspectiva da análise de gênero, tentando perceber qual é a construção ideológica com respeito às relações entre homens e mulheres que forma a narrativa. Assim, neste trabalho, ao utilizar esse ferramental teórico, são enfatizadas as relações de gênero presentes nas cenas em que as mulheres são personagens. No conjunto das análises, pretende-se discernir qual o discurso da narrativa com respeito às relações de gênero.

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