• Nenhum resultado encontrado

PRÁTICAS DOCENTES

1.1. a Metodologia das aulas.

As aulas sempre começavam com a leitura de um texto religioso ou textos com mensagens optimistas de uma história “real” ou inventada por PPaB1, relacionando essas histórias com as que eles leram, que tratam do mesmo assunto. (Exemplo: Quem quer agradar sempre, acaba não agradando nunca, fez relação com a história “O menino, o velho e o burro”).

Durante o período de observações, acompanhámos uma parte do Projecto sobre Folclore, em paralelo com o trabalho da apostila, já que a data comemorativa estava próxima. Além da leitura de lendas, trava-línguas, ditos populares, os alunos receberam actividades fotocopiadas, com personagens para pintarem, preencher cruzadinhas entre outras actividades envolvendo o tema.

O trabalho com a apostila foi feito de maneira sequencial, com o acréscimo de algumas perguntas na interpretação do texto: quem é o autor do texto; o nome do livro e editora que o texto foi retirado; qual é o tipo de texto).

As actividades de “interpretação do texto” eram feitas em casa ou em sala de aula, mas sem a ajuda da professora. Ela dizia que eles tinham que pensar e depois fazia a correcção colectiva das actividades, em que escutava várias respostas e algumas vezes era passada na lousa a resposta preferida da maioria.

A mudança de trabalho só é modificada na estratégia de leitura dos textos, normalmente é pedida a leitura silenciosa, depois ou a professora realiza a leitura e vai explicando o texto, ou faz jogos de leituras (Exemplo: algumas vezes as crianças só lêem as partes com rimas; cada uma lê uma frase, parágrafo ou

Práticas Docentes

124

estrofe do texto; as meninas lêem uma parte e os meninos outra; a professora vai falando o nome dos alunos e eles têm que seguir a leitura; entre outras).

A professora sempre lembrava que para se ler bem tem que se ler com prazer e alegria e exigia uma leitura em voz alta, respeitando as pontuações.

Quando aparece o trabalho com produção de textos, algumas vezes são propostas inventadas pela professora sobre o texto lido, mas, na maioria, seguem- se as actividades da apostila e a PPaB1 sempre lembra aos alunos que quer um texto limpo, que eles devem pensar que não escrevem para eles e sim para os outros, que a letra deve ser bonita.

Dos assuntos trabalhados, em gramática e ortografia, destacamos: a ortografia dos casos de leitura (h,/ch,/nh,/ lh;), verbo, uso do masculino e feminino; aumentativo e diminutivo, e palavras no singular e plural.

1.1.b. Aula.

A professora pediu para que os alunos realizassem a leitura do texto “Crianças, Crocodilos, Crateras e outros tesouros escondidos”

Práticas Docentes

125

Após o tempo para a leitura silenciosa, aproximadamente 15 minutos, a professora fez a leitura do texto.

A PPaB 1 teve uma rápida conversa sobre o texto e fez perguntas, algumas consideradas óbvias por ela, outras de ordem pessoal, respondidas oralmente pelos alunos, tais como: Quem já experimentou a água do mar ?; Vocês sabem que o sal que a mamãe usa na cozinha vem do mar ? (explicou como acontece esse processo); Fez algumas perguntas e as crianças contaram sobre suas aventuras com o mar, as brincadeiras que gostam na praia e o que mais gostam. As perguntas relativas ao texto foram: O que as crianças estão pensando enquanto estão cavando na praia ? Elas parecem tristes ou felizes?

Depois foi sugerido pela professora que as crianças procurassem no dicionário as palavras crateras e crustáceos.

Na aula seguinte, a professora trouxe uma concha e um caranguejo e fez as actividades das páginas 60 a 66. Os alunos foram respondendo às questões realizadas como trabalho de casa e ela transcreveu as respostas correctas na lousa.

O texto está fragmentado e as perguntas realizadas sobre o mesmo são muito superficiais e não estimulam uma interpretação, mesmo porque o texto não tem um final e as ideias estão jogadas.

As actividades do livro acabam utilizando o texto para o estudo da língua. A professora buscou, com a concha e o caranguejo, tornar o trabalho com esse texto um pouco mais interessante, já que tem que trabalhar com a apostila e realizar as actividades propostas por ela.

1.2. PPaB 2

1.2.a. Metodologia das aulas.

Durante o período em que realizámos as observações, fora a apostila, a professora PPaB2 trouxe actividades relacionadas ao folclore, trabalhou com o livro “Anjo da água” e no final com o livro “Caio, o colecionador”.

A apostila é complementada com outros livros, no que se refere ao trabalho com a gramática e ortografia.

Práticas Docentes

126

Normalmente, a professora, quando trabalha com textos da apostila, acrescenta algumas perguntas sobre o mesmo, após sua leitura, depois segue a sequência das actividades que a apostila apresenta.

As actividades de interpretação são feitas, na maioria das vezes, individualmente e depois corrigidas de forma oral pela professora e algumas vezes o aluno que respondeu à questão a coloca na lousa. As questões não exigem muitas respostas pessoais e os alunos não encontram dificuldades em respondê- las.

A leitura é “cobrada” na maioria dos textos lidos, sendo lembrado que deve ser feita pausadamente, com calma, em voz alta e seguindo a pontuação. Quando um aluno não lê bem, a PPaB 2 diz que ele tem que ler o texto em casa muitas vezes e pedir para que alguém o escute a ler e o corrija

Em sala de aula é sempre dado um tempo para que os alunos realizem a leitura silenciosa, depois a professora pede que alguns alunos realizem a leitura de diferentes formas (leitura por ordem de fila; os meninos lêem uma parte e as meninas outro; chama alguns alunos para ler,entre outras formas). Os alunos apreciam muito quando têm a oportunidade de ler em voz alta e quando recebem elogios pela leitura realizada.

Quanto às actividades de produção de textos, na maioria das vezes são sugeridas pelas apostilas e a professora faz questão de chamar os alunos para “perceber” aquilo que eles queriam dizer e dar dicas para melhorarem a sua escrita. Muitas vezes ouvia-se as seguintes palavras: Não quero imaginação

“carochinha”, quero coisa séria, usem a imaginação.

Dos conteúdos de Língua Portuguesa trabalhados, muitos deles para revisão de prova, destacamos a ortografia do /ao/, /ado/, /ol/, /eiro/ (para trabalhar com rima), acentuação, ortografia do /q/ e /j/, transformação de frases de um tipo para o outro (transformar frases interrogativas em frases afirmativas).

1.2.b. Aula.

A aula começa com a leitura silenciosa e depois leitura colectiva (cada aluno leu uma pequena parte do texto) do texto “O Espantalho” de Alexandre Azevedo.

Práticas Docentes

127

Figura 2. Apostila COC 7-9 ano 2ª série página 101.

Depois a PPaB 2 disse que iriam realizar uma conversa sobre o texto. Fez algumas perguntas oralmente e pediu para alguns alunos responderem.

1-Em que lugar essa história aconteceu? 2- O que significa frágil?

3- Porque ele estava preocupado (agoniado) com o curupira? 4- O curupira não tinha direito de se alimentar?

5- O fazendeiro estava certo?

6- O fazendeiro conseguiu resolver o problema? 7- Deu certo o espantalho? Porquê?

8- Qual foi a solução?

9- Dando liberdade para o espantalho ele conseguiu resolver o problema?”

Após essa conversa sobre o texto, a professora pediu para os alunos responderem às actividades das páginas 106 e 107 da apostila. Antes dos alunos começarem ela foi lendo as perguntas de interpretação e respondendo oralmente com eles. A apostila trazia perguntas superficiais tais como: Como era o curupira ? Como ele vinha ? O que ele gostava de comer ? Como o dono da fazenda

Práticas Docentes

128

conseguiu espantar o curupira ?; entre outras, trazendo apenas uma pergunta de ordem pessoal (Você acredita que existe curupira ? Porquê ?).

As perguntas inventadas pela PPaB 2 procuraram factos e acontecimentos de momentos “problemáticos” do texto e exigiram que os alunos julgassem a atitude do personagem, fazendo com que eles relembrassem e recontassem a história.

Como vemos, as perguntas da apostila são muito menos profundas que as da professora e nada exploram do texto lido. Neste sentido, o trabalho de intervenção e acréscimo da professora foi essencial.

1.3.PPaB 3/4.

1.3.a. Metodologia das aulas.

O trabalho realizado em Língua Portuguesa nas duas séries é realizado pela mesma professora, e sua metodologia de trabalho não difere de uma série para outra.

O trabalho com a apostila é realizado em praticamente todas as aulas, já que o conteúdo da mesma é um pouco maior que nas séries anteriores. E actividades com gramática e ortografia ocupam espaço maior no material didáctico. A professora também traz algumas fotocópias de actividades e teorias sobre o assunto que está sendo trabalhado.

Nos dias em que estivemos acompanhando as aulas nessas séries, a maioria das aulas foi de revisão, pois estavam próximos de fazer provas.

A apostila é trabalhada na sequência que é apresentada. Os textos são lidos na maioria das vezes pelos alunos, (cada fila lê uma parte; cada aluno lê uma frase ou parágrafo; algumas vezes dramatizam a leitura), sempre antes realizando a leitura silenciosa do mesmo.

As actividades de interpretação são lidas e discutidas oralmente, depois os alunos preenchem a apostila, ou é dado um tempo para que respondam. Na sequência, a PPaB 3/4 pede para alguns alunos reponderem às questões e colocarem a resposta na lousa.

As propostas de redacção realizadas são na maioria das vezes as propostas trazidas na apostila. O trabalho com textos e escrita se diferencia quando se trata

Práticas Docentes

129

do livro de Literatura Infantil adoptado pela escola para todas as séries iniciais bimestralmente.

Nas aulas do 4º ano 3ª série, os conteúdos trabalhados foram os Verbos (Pretérito Perfeito e Presente), indicando acção, estado ou fenómeno da natureza e os porque, por quê, por que e porquê. E o livro lido do bimestre foi “Luas e Luas”. Nas aulas do 5º ano 4ª série foram trabalhados os Verbos (Pretérito Perfeito, Presente, Pretérito Imperfeito, Pretérito Mais que Perfeito, Futuro do Presente e Futuro do Pretérito), adjectivos (grau comparativo e superlativo), pronomes (classificação), classe gramatical das palavras e acentuação (oxítonas). O livro lido do bimestre foi “Sofá estampado” de Lygia Bojunga Nunes, autora brasileira premiada com o Hans Christian Andersen Award .