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PRÁTICAS DOCENTES

3.5. Lugar da Literatura na EPaP.

O texto literário está presente nas aulas através do livro didáctico. O trabalho feito com o mesmo segue as sugestões do manual.

A escola não tem uma biblioteca para o Primeiro Ciclo, mas todas as salas possuem Biblioteca de Turma, com livros trazidos pelas professoras e também pelos alunos. Em alguns momentos, quando terminam as actividades, alguns alunos pegam livros para ler.

Quando surgem oportunidades, a escola programa idas ao teatro e outras actividades extra-escolares.

Enquanto estivemos desenvolvendo a pesquisa nesta escola, não acompanhamos a leitura de nenhuma história com livros de Literatura Infantil

4. Escola Pública Portugal (EPuP).

4.1.PPuP 1.

4.1.a. Metodologia das aulas.

Durante o período em que estivemos assistindo às aulas, a professora trabalhou com o livro didáctico adoptado e também levou muitas histórias inventadas por ela para apresentar alguns casos de leituras (ar, er, ir, or, ur, as, es, is, os us) ou letras novas.

Quanto ao uso do livro, a PPuP1 normalmente seguia suas sugestões de actividade e também de produção de texto. O trabalho começava com a leitura silenciosa do texto e em seguida a professora cobrava a leitura dos alunos (todos os alunos liam todos os textos, algumas vezes uma parte, outras o texto todo, já que as histórias eram pequenas). Antes da leitura, a professora sempre perguntava quem já tinha lido o texto em casa (no caso do trabalho com o livro

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didáctico) e dizia: “quero uma leitura bonita, direitinha, olhem bem as palavras e leiam primeiro na cabeça pra não engasgar”.

Depois da leitura, a docente, algumas vezes, fazia perguntas que, segundo ela, ajudavam a: “puxar pela cabecinha o que o texto quer dizer pra gente”.

A cópia foi usada constantemente como estratégia, assim como o ditado. Algumas vezes o ditado não se refere ao texto trabalhado, mas trazia palavras do mesmo caso de leitura do texto trabalhado.

4.1.b. Aula.

O trabalho começou com a leitura silenciosa do texto “A cerejeira do pomar”.

Figura 12. Bambi ano páginas 22-23.

Depois pediu para que lessem em voz alta (individualmente) e todos os alunos leram.

A professora leu o texto e fez algumas perguntas que os alunos responderam oralmente.

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1- De que cor é o passarito?

2- O que ele fazia de manha logo cedinho? 3- O que ele faz de noite?

4- De que cor são as cerejas? 5- Como estava o ramo da cerejeira? 6- Como eram as cerejas?

7- O passarito acordava quando?

8- Como ele ficava depois de comer as cerejas? 9- O que fazia o amigo do passarito?

10- Porque ele picava muito?

11- Voltou ao primeiro parágrafo e perguntou qual a pontuação usada em “Que carregado!”

12- Pediu para que colocassem na negativa a frase: “Cada cereja é bonita e doce” 13- A palavra “ramo” tem quantas sílabas? (depois perguntou a quantidade de sílabas de algumas palavras do texto: carregado, cada, bonita, passarito, pica, deliciado, amarelo, comilão)

14- Depois perguntou: eu digo pão quando é um e se tenho muitos como falo? (fez isso com a palavra melão também)

15- Quando falo uma pergunta, qual o sinal de pontuação que uso?

A professora escreveu na lousa as letras Ce e Ci e depois fez um ditado: A casota do cão da Rita é bonita e é pintada de cor-de-rosa.

A Rosália tem uma cadela que o tio José levou para casa. À noite a Rosália vai à cidade e vê o policia na mota. O passarito pousou no ramo da cerejeira

A Cecília comeu doce de cereja e o seu amigo cão comeu um osso. A Dália vai à missa e leva uma panela com massa.

Após o ditado, fizeram as actividades do livro. A professora disse que a ficha não vale nada e os alunos nem quiseram ajuda.

Terminou as actividades pedindo para que fizessem no caderno frases com as palavras: cereja, cerejeira, circo, cidade, polícia, cinema, Cecília e Célia.

4.2. PPuP 2a e PPuP 2b.

4.2.a. Metodologia das aulas.

As aulas de língua portuguesa são dadas praticamente com as duas docentes em sala, pois desenvolvem projectos juntas. Só nas aulas em que é trabalhado o livro adoptado, ou um conteúdo de gramática mais específico é que a PPuP2 está sozinha.

As docentes fazem muitos jogos, elogiam muito os alunos quando fazem bons trabalhos e trabalham com muitos projectos para incentivar a leitura.

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O trabalho com o livro adoptado segue a sequência das actividades e sugestões do mesmo. Normalmente a professora deixa um tempo para a leitura silenciosa e depois ou lê o texto e vai fazendo algumas perguntas ou pede aos alunos que leiam por ordem de fila.

Quando traz textos, estes normalmente estão ligados a algum conteúdo (trouxe um texto sobre viagens e trabalhou com os meios de transporte, que estavam sendo discutidos em ciências) e também exercícios de gramática utilizando o tema ou palavras do texto.

As docentes têm um trabalho em conjunto, permanente, com a colaboração de uma mãe de aluno, que é o jornal da turma, com textos e actividades feitas pelas crianças. (Jornal Juvenil)

O Jornal traz as actividades desenvolvidas pelos alunos (passeios, actividades na escola), os aniversariantes do mês, jogos, adivinhas, passatempos, e muitos dos textos feitos por eles (carta ao jornal, actividades de escrita relacionadas a projectos com textos literários) entre outras actividades.

As professoras trabalham muito com histórias que dizem ser de tradição oral (mas que são clássicos universais). Trabalharam com a história do Pinóquio e da Galinha Ruiva, enquanto estivemos na escola.

O trabalho algumas vezes tem a participação dos pais (cada aluno fez com os pais um novo Pinóquio, de materiais diferentes), assim como envolve a escola (os alunos foram encenar a história da Galinha Ruiva para a turma do 1 ano).

A maioria das propostas de escrita está relacionada ao contexto desses dois projectos (o jornal e as histórias contadas).

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4.2.b. Aula.

A aula começou com a leitura silenciosa do texto Mestre Castor.

Figura 13. Pitágoras e a Leitura 2 página 93-94.

Após a leitura, a professora perguntou que tipo de texto era (“que só de olhar, sem lermos, já dava para saber). Depois fez cinco questões para serem respondidas oralmente, como uma conversa cobre o texto:

1-Quantos versos tem esse texto? (os alunos tiveram dificuldades em responder) 2- Quem escreveu essa poesia?

3- De que livro foi tirado?

4- Depois pediu que localizassem o verso em que um personagem falava

5- Pediu para que os alunos dissessem as diferenças entre um castor e um peixe. Os alunos realizaram a leitura do texto (o texto foi dividido em 4 partes), fizeram a cópia e ilustraram-no no caderno. Depois fizeram as actividades do livro e a professora acrescentou 3 actividades.

1- Coloca as seguintes frases no plural

a) O castor quer construir a sua toca à beira-rio b) O castor sentou-se e pôs-se a pensar

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2- Expande a frase: O castor construiu a sua toca. 3- Completa: Eu vi o castor Tu ……… o castor Ele ………… o castor Nós………… o castor Vós…………. o castor Eles………… o castor

Nota-se que o texto, conforme a estrutura que se encontra no livro didáctico, sugere que se trate de um poema, equívoco este confirmado pela docente ao elaborar suas perguntas.

Como actividade para casa, os alunos ficaram de pesquisar a comida preferida do castor, pois surgiram dúvidas ao realizar as actividades da página 95. (ao tentar ligar os animais aos seus alimentos preferidos)

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4.3. PPuP 3.

4.3.a. Metodologia das aulas.

O trabalho com o texto literário está, mais uma vez, presente através do livro adoptado.

A professora faz o trabalho seguindo o modelo do livro. Primeiro deixa um tempo para que os alunos realizem a leitura do texto que vai ser trabalhado e em seguida pede para que alguns alunos leiam.

A professora utiliza uma grande parte da aula para a leitura do texto. Diz que precisa pedir a leitura deles porque apesar de alguns pais, mais presentes em casa, efectuarem um acompanhamento de perto, a maioria não sabe como o filho está na escola. Muitas crianças chegam sem saber ler nada, por isso ela tem que puxar por ele e “perder” muitas vezes bastante tempo da aula com a leitura, pois acredita que se eles não lerem na escola, com a sua ajuda, não desenvolverão essa competência.

Depois da leitura do texto, a professora vai fazendo algumas perguntas e os alunos respondem oralmente. Em conjunto fazem as actividades do Livro de Fichas.

Muitas vezes, a professora utiliza algumas gramáticas para trabalhar com outros textos. E a parte de gramática e ortografia está sempre presente no trabalho dessa docente.

As propostas de produção de textos são normalmente as trazidas pelo manual. Enquanto estivemos presentes, não foram feitas muitas propostas de escrita.

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4.3.b. Aula.

A aula começou com a leitura silenciosa do texto “Carnaval”

Figura 15. Crescer ano página 84.

Depois a professora pediu para os alunos lerem o texto. Todos leram o texto completo, já que se trata de um texto muito curto. Alguns alunos encontraram muitas dificuldades para realizar a leitura.

Após a leitura, a professora fez algumas perguntas:

1-O Carnaval este ano é em Fevereiro ou em Março?

2-O que é caraça? (como não sabiam, a professora sugeriu que procurassem no dicionário).

Um aluno passou o significado de máscara na lousa, já que não havia significado no dicionário para caraça. A professora trabalhou o significado das palavras e os conceitos de sinónimo e antónimo. Explicou como utilizar o dicionário, já que muitos alunos não estavam conseguindo encontrar a palavra que tinha pedido. (uns acharam o significado e passavam a página para os outros).

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A professora pediu para escreverem frases sobre o Carnaval e que usassem os sinónimos encontrados sobre máscara no dicionário.

Como proposta de escrita, sugeriu que contassem uma história de Carnaval, algo que eles tivessem vivido ou que gostassem que acontecesse no Carnaval desse ano.

Neste texto não havia fichas de trabalho e as questões levantadas pela professora também não acrescentaram muito ao texto.

A única sugestão do livro é que o professor fale sobre máscaras, fantasias, circo, desfiles, bailes, serpentinas e que realize uma pesquisa para saber o significado dessa festa na cidade em que se vive.

4.4. PPuP 4.

4.4.a. Metodologia das aulas.

A professora trabalhou muito com o livro didáctico e no final das observações trouxe algumas actividades fotocopiadas de provas de aferição de anos anteriores. O trabalho seguia as propostas de actividade do manual, mas muitas vezes as propostas de escrita eram elaboradas pela docente.

Os alunos tinham um tempo para realizar a leitura do texto e depois a professora lia-o fazendo algumas considerações e perguntas. Poucas foram as vezes em que os alunos leram o texto em voz alta. As perguntas são feitas enquanto o texto é lido, como forma de chamar a atenção dos pontos principais de cada parágrafo. Depois respondiam às perguntas do Livro de Fichas, que eram corrigidas pela professora.

As propostas de escrita, assim como todas as aulas, enfatizavam muito o estudo da língua com actividades de gramática e ortografia.

A professora, após as provas de aferição, fez muitos trabalhos de escrita de texto (uma vez levou alguns objectos e os alunos construíram histórias a partir deles; fez também um trabalho em que cada criança começou a escrever um texto, com tema livre, e, dado o sinal, a folha era passada para trás e o outro continuava a história)

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Os alunos pegaram emprestado livros da docente, que deveriam ler, resumir, e apresentar aos alunos a história no dia combinado. Antes da apresentação da história, os alunos apresentavam a bibliografia do autor do livro. Durante a apresentação (efectuada através de imagens das histórias desenhadas pelas crianças) os alunos não poderiam contar a história toda, mas deveriam contá-la de forma a que os outros tivessem vontade de a ler.

Quando terminavam de apresentar as histórias, a professora perguntava se tinham gostado do livro e do que gostaram.

4.4.b. Aula.

A professora determinou um tempo (15 minutos) para que fosse realizada a leitura silenciosa do texto “Uma família de sapatos”

Figura 16. Giroflé.4º ano páginas 106-107.

Depois o texto foi lido pelos alunos (cada um leu uma parte e o texto foi lido três vezes) e em seguida pela PPuP4 que foi fazendo alguns comentários. Ao ler o primeiro parágrafo foi perguntando sobre algumas palavras (o que é: excêntrico;

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peripécias; tropelias). Como os alunos não conheciam seus significados, a professora parou a leitura e colocou no quadro algumas palavras para que procurassem no dicionário (excêntrico; peripécias; tropelias, negrume, empertigar, polimento, pachorrentos, balbúrdio, aconchego, feição)

Após esse trabalho, a professora pediu que sublinhassem no texto estas palavras e quando leu o texto parou nessas palavras e pediu que os alunos dissessem o significado que melhor encaixava no texto. Quando terminava de ler cada parágrafo fazia algumas perguntas:

1º parágrafo: Parecem uma família unida?

2º parágrafo: Então sempre estavam chateados uns com os outros? Moravam no mesmo sapateiro? Todos apertadinhos ou à vontade?

3º parágrafo: O que acontecia aqui? Quando está um dia feio de chuva o que as pessoas calçam?

4º parágrafo: Quem é que não estava contente com nada disso? 5º parágrafo: No meio disso tudo quem eram os galões?

6º parágrafo: Quem são essas personagens que fala agora o texto? E como eles eram? O que diziam para convencer os outros?

7º parágrafo: Já está tudo contado? (falou da curiosidade que fica para o final do filme, do livro…)

Depois fez mais algumas perguntas sobre o texto de forma geral:

1-Quem é o autor do texto? É um autor participante ou não participante? Encontre uma frase no texto que justifique sua resposta.

2- Nessa história aplica-se uma figura de estilo, que é personagem e figuras inanimadas possuindo características humanas. Se tivesse que caracterizar psicologicamente essas sandálias o que diria? E os chinelos de quarto?

3- “Querem ver como era?” – Que tipo de frase temos aqui? (reviu o conceito dos tipos de frases)

4- Procure e classifique os adjectivos do texto.

Resolveram juntos (primeiro oralmente e depois um aluno passava a resposta na lousa) os exercícios do livro.

Seguiu a sugestão de escrita do livro (Imagina, num texto, como seriam as noites de bailarico da família de sapatos e como poderia terminar a história), mas acrescentou algumas exigências (têm que aparecer seis substantivos acompanhados de adjectivos; características físicas e psicológicas; narrador participante; verbos no Imperfeito e no Infinitivo; frases do tipo interrogativas, exclamativas e declarativas).

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