decorrentes de obras, implantação de serviços urbanos e
equipamentos comunitários e recuperação para a coletividade da valorização imobiliária decorrente da ação do Poder Público, pela
utilização de instrumentos jurídicos e tributários da política urbana;
- ampliação da oferta de habitação a todos os segmentos sociais e prioritariamente às faixas de renda média e baixa;
- a distribuição de atividades e a definição de
intensidades de ocupação do solo de forma equilibrada em relação à infra-estrutura disponível, aos transportes e ao meio ambiente;
- a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais
em harmonia com a implantação e expansão dos assentamentos humanos e das atividades econômicas;
- a orientação do parcelamento, uso e ocupação do solo; - a orientação do desenvolvimento físico-territorial, no sentido de compatibilizá-lo com o desenvolvimento econômico e social.
Cada um desses preceitos, sem exceção, tem conseqüências fundamentais para o planejamento local, devendo ser interpretado e desdobrado para o caso específico de ocupação do Campus Universitário. Por sua relativa extensão e pela importância da instituição
universitária, o Campus é fração territorial à qual se devem aplicar as diretrizes de desenvolvimento e integração urbana de modo exemplar. A acessibilidade ao Campus, a utilização racional da infra-estrutura urbana, a preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico da cidade de Brasília, de seu Plano Piloto, entre outros aspectos, são dimensões de planejamento e gestão que devem dirigir seu processo de ocupação. Diretrizes fundamentais serão estabelecidas pelo Plano Diretor Local (PDL) de Brasília, para o qual o Plano Diretor Físico do Campus Universitário Darcy Ribeiro contribui. Veja-se um pouco da estrutura de um PDL.
Os Planos Diretores Locais (PDLs) subordinam-se aos princípios estabelecidos no Plano Diretor de Ordenamento Territorial, complementando a legislação urbanística e constituindo instrumentos básicos do planejamento das cidades do Distrito Federal. Os PDLs têm o objetivo de:
• regulamentar ou detalhar o uso, a ocupação e o parcelamento do solo em cada Região Administrativa;
• permitir intervenções urbanas por meio da adoção de
procedimentos que considerem a qualidade de vida da população;
• garantir a participação e o acompanhamento da
comunidade no processo de planejamento.
É forçoso considerar que, neste momento, a proposta do Plano Diretor Físico do Campus Universitário Darcy Ribeiro será insumo fundamental para o Plano Diretor Local (PDL) relativo à Administração Regional I. Esse PDL está em fase de elaboração há mais de dois anos e apresenta dificuldades para a conciliação de muitos aspectos – sobretudo os relacionados à preservação do patrimônio urbanístico e ambiental nas áreas do Plano Piloto e da Bacia do Paranoá. Não existindo um PDL para a Região Administrativa I, a proposta de ocupação do Campus busca construir as relações entre a cidade e o Campus de modo coerente com as diretrizes gerais do planejamento urbano e territorial do Distrito Federal, explicitando, tanto quanto necessário, o seu desdobramento e conseqüências como modelo de ocupação de área local, de fração urbana definida desde o início da construção da cidade.
Deve-se considerar que a UnB tem assento (permanente, de indiscutível responsabilidade institucional) no Conselho de
Planejamento Territorial e Urbano - CONPLAN, órgão superior do
Sistema de Planejamento Territoral e Urbano - SISPLAN. Já no nível do
Conselho Local de Planejamento – CLP, a UnB não tem a garantia de assento de conselheiro institucional. Esses conselhos foram criados e
Regionais. No caso da RA-1, ou Administração Regional de Brasília, a inexistência de seu PDL torna precária a instalação do respectivo Conselho Local de Planejamento. De qualquer modo, a Universidade de Brasília pode ser mencionada como ativo interlocutor do processo de planejamento tanto no nível distrital como no nível local. Isso aceito, deve- se considerar que o processo de planejamento urbano e territorial do
DF tem duas vias, retroalimenta-se de propostas e avaliações:
“a contribuição de cada interlocutor no processo dar-se-á, portanto, na explicitação das diretrizes, objetivos e orientações que
subsidiem a elaboração do Plano no âmbito dos seus respectivos
programas de ação: explicitando as ênfases, justificando as proposições, alertando possíveis sobreposições com ações de outros órgãos. Essas constribuições deverão vir direcionadas à problemática de uso e
ocupação do território e às suas repercussões em cada setor”
(Documento técnico do PDOT, p. 21).
O Campus Universitário Darcy Ribeiro está situado em Zona Urbana de Consolidação segundo a proposta de Macrozoneamento do PDOT (Figura 6.1).
Nesta categoria de zona urbana,
“deverá ser promovida a ocupação considerando-se as restrições estabelecidas para as áreas de proteção ao conjunto urbanístico do Plano Piloto de Brasília, as restrições ambientais peculiares às Áreas de Proteção Ambiental do Lago Paranoá e das Bacias Gama e Cabeça de Veado e as restrições de saneamento para as áreas de Sobradinho e Planaltina. Compreende as localidades de Brasília, do Cruzeiro, de Candangolândia, parte do Núcleo Bandeirante, trecho do Park Way, do Lago Sul, do Lago Norte, do Paranoá, de Planaltina e de Sobradinho” (PDOT, 1996).
O PDOT estabelece que nessa Zona Urbana de Consolidação deverá ser:
a) consolidado o Plano Piloto como centro de caráter
regional e nacional;
b) implementado um projeto concebido em parceria entre os setores público e privado, criando um pólo de atração para o
turismo, lazer, cultura e educação;
c) respeitada a capacidade de suporte do Lago Paranoá como corpo receptor de efluentes;
d) reforçadas a autonomia e revitalização da centralidade própria de cada cidade;
e) consideradas a flexibilização e a diversificação de
usos, na consolidação das funções urbanas;
f) induzida a ocupação das áreas ociosas e com
disponibilidade de infra-estrutura;
g) considerada a limitação de abastecimento de água nas localidades de Planaltina e Sobradinho.
O PDOT estabelece que
“o Poder Executivo (do DF) deverá implementar ações no sentido de induzir a ocupação de áreas ociosas e com disponibilidade de infra- estrutura, nos setores Noroeste e Estrada Parque Indústria e Abastecimento, nas áreas do Centro de atividades do Lago Norte, na Orla
do Lago Paranoá e nos lotes e projeções não ocupados desta Zona”.
O PDOT apresenta ainda diversas estratégias de ordenamento territorial, entre as quais destacamos:
• “ocupar e adensar as áreas já urbanizadas do Distrito
Federal, preferencialmente à criação de novas áreas”;
• “considerar como critérios para a flexibilização de usos os níveis de incomodidade gerados pelas atividades urbanas”;
• “consolidar a vocação de cultura e lazer do Lago
Paranoá, com a implantação de atividades em sua orla e a criação de espaços adequados à atividade turística”;
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA / GABINETE DO REITOR / PREFEITURA DO CAMPUS
PLANO DIRETOR FÍSICO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DARCY RIBEIRO
PARTE I - DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO FÍSICO E INSTITUCIONAL / ASPECTOS URBANÍSTICOS