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49 com a gestão da cidade Para o sistema de planejamento urbano e

territorial do Distrito Federal, o Plano Diretor Físico do Campus Universitário Darcy Ribeiro é documento de referência para o estabelecimento dos protocolos de regularização do processo de ocupação local. O Plano Diretor Físico, assim, também deve ser

submetido à apreciação das instâncias distritais de gestão urbana e territorial, bem como à instância federal responsável pela preservação do plano urbanístico da cidade.

Deve-se considerar, por outro ângulo, que o Plano Diretor Físico do Campus Universitário Darcy Ribeiro representa contribuição ao planejamento da cidade, dado que está em elaboração o Plano Diretor Local de Brasília – mais especificamente, da fração de território sob a responsabilidade da Região Administrativa de Brasília (RA-1). O Plano Diretor Local de Brasília (suspenso, desde 1996) necessitará do conhecimento da proposta de organização espacial do Campus, em benefício de sua precisão. No âmbito do Plano Diretor Local de Brasília, o Plano Diretor Físico do Campus Universitário Darcy Ribeiro reveste-se da seguinte singularidade: é referência única sobre setor urbano da cidade no qual há a gestão autônoma de uma só instituição pública federal.

Se considerarmos que essa singularidade incide sobre uma organização universitária em que as premissas de zoneamento são baseadas em uma grande variedade de usos e atividades e que a sua proposta de zoneamento segue critérios de projeto e de ordenamento próprios, temos estabelecida a outra distinção relatada, entre os conceitos e as definições relacionados aos aspectos de zoneamento. Mais uma vez: assim como a proposta de setorização, os conceitos e definições de zoneamento do Campus somente têm validade administrativa para a instituição universitária. Servem para orientar o processo decisório da instituição quanto à ocupação do território de sua propriedade. Do ponto de vista do Plano Diretor Local de Brasília, o conjunto do Campus Universitário Darcy Ribeiro (com exceção do Hospital Universitário) deve ser integrado à categoria de zoneamento urbano única que permita a adequada organização das atividades e dos serviços definidos pelas finalidades universitárias no âmbito de sua autonomia – por sua vez assegurada na Constituição Federal. Como setor urbano, o conjunto do

Campus é singular, devendo ser objeto de normatização em que se estabeleça o necessário compromisso entre a diversidade de suas atividades e a qualidade dos espaços urbanos e edificados da cidade.

6.1 – ELEMENTOS DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA DO DISTRITO FEDERAL

O citado Plano Diretor Local (PDL) de Brasília submete-se a uma outra hierarquia de documentos legais – todos aprovados como Lei distrital. Os PDLs submetem-se às premissas do Plano Diretor de

Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT), que é o principal

instrumento da política urbana e do desenvolvimento físico-espacial do DF e tem como um dos seus principais objetivos a orientação “dos agentes públicos e privados que atuam na produção e gestão do território” (Documento Técnico do PDOT, 1996).

A hierarquia de diplomas legais que incidem sobre o ordenamento urbano e territorial inicia-se com a Constituição Federal e tem seu termo, no nível local, na gestão dos espaços construídos sob a responsabilidade dos órgãos públicos e das organizações privadas competentes.

• A Constituição Federal de 1988 define que a política de desenvolvimento urbano tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes; os Planos Diretores das cidades brasileiras, que abrangem especialmente as áreas dos municípios e do Distrito Federal, e ainda as aglomerações metropolitanas, são o instrumento básico dessas políticas; para a Constituição Federal, o atendimento, pelos agentes públicos e privados, das exigências contidas no Plano Diretor de cada cidade é condição para o cumprimento da função social da propriedade urbana, do domínio exercido sobre parcela do território nacional.

• No Distrito Federal, a sua Lei Orgânica apresenta princípios norteadores da política de desenvolvimento urbano no artigo 314, parágrafo único:

- O uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado do seu território;

- O acesso de todos a condições adequadas de moradia, saneamento básico, transporte, saúde, segurança pública, educação, cultura e lazer;

- A justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

- A manutenção, segurança e preservação do patrimônio paisagístico, histórico, urbanístico, arquitetônico, artístico, cultural, considerada a condição de Brasília como Capital Federal e Patrimônio Cultural da Humanidade;

- A prevalência do interesse coletivo sobre o individual e do interesse público sobre o privado;

- O incentivo ao cooperativismo e ao associativismo, com apoio a sua iniciativa, na forma da Lei;

- O planejamento para a correta expansão das áreas

urbanas, quer pela formação de novos núcleos, quer pelo adensamento dos já existentes;

- A adoção de padrões de equipamentos urbanos,

comunitários e de estruturas viárias compatíveis com as condições socioeconômicas do Distrito Federal;

- A adequação do direito de construir ao interesses sociais e públicos, bem como às normas urbanísticas e ambientais previstas em Lei;

- O combate a todas as formas de poluição;

- O controle do uso e da ocupação do solo urbano, de modo a evitar: a) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; b) o parcelamento do solo e a edificação vertical e horizontal excessivos com relação aos equipamentos urbanos e comunitários existentes; c) a não-edificação, subutilização ou não-utilização do solo urbano edificável.

Deve-se considerar que a Lei Orgânica do Distrito Federal considera dois níveis de abrangência para as diretrizes de planejamento físico da cidade e de seu território circunjacente:

a) o nível do Plano Diretor de Ordenamento Territorial, que abrange todo o espaço físico-territorial do Distrito Federal (elaborado para um período de doze anos, passível de revisão a cada quatro anos); e

b) o nível dos Planos Diretores Locais, que abrange as áreas urbanas e de expansão urbana (elaborado para um período de oito anos, passíveis de revisão a cada quatro anos).

O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT), em sua forma revisada no ano de 1996, apresenta como objetivos:

- a obtenção do pleno desenvolvimento da função social

da cidade e a garantia do bem-estar da população, o que compreende o acesso à moradia, ao trabalho, ao transporte público, ao lazer, ao saneamento, à energia, à cultura, à educação, à saúde e à segurança;

- contribuir para a implementação de fato do Sistema de

Planejamento Territorial e Urbano, de modo a torná-lo operante,

integrado e eficaz;

- buscar minimizar as disparidades socioculturais e econômicas existentes entre as Regiões Administrativas em que foi repartido o Distrito Federal – sendo a Região Administrativa I a que abrange o Plano Piloto e, neste, o Campus Universitário da UnB;

- preservar e buscar a valorização da condição de Brasília como Capital da República e Patrimônio Cultural da Humanidade;

- contribuir para a implantação de um processo de planejamento permanente e participativo, no sentido da

democratização da gestão territorial;

- buscar equilíbrio na distribuição de serviços urbanos e equipamentos comunitários, de forma compatível com a preservação

ambiental e cultural, e no sentido de minimizar a segregação

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA / GABINETE DO REITOR / PREFEITURA DO CAMPUS

PLANO DIRETOR FÍSICO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DARCY RIBEIRO

PARTE I - DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO FÍSICO E INSTITUCIONAL / ASPECTOS URBANÍSTICOS

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