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60 7– PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PROJETO FÍSICOS

O planejamento físico de grandes organizações, como é o caso da Universidade de Brasília, é condicionado pela organização, no espaço territorial e construído, das atividades atuais e pela previsão das atividades que se pretende (ou se necessita de) desenvolver.

Numa situação ideal, se cada órgão e setor, bem como cada membro da comunidade universitária, tivesse domínio completo de sua proposta de atividades, no presente e em qualquer horizonte de tempo, o planejamento físico apenas trabalharia no sentido de alocar (e manter) o “espaço adequado ao tempo adequado”, para cada grupo de usuários.

Também fazem parte da idealização que podemos traçar os seguintes princípios:

a) os espaços físicos devem ser dotados de instalações e equipamentos adequados a cada atividade, sendo mantidos com higiene e utilizados com total segurança (contra acidentes, roubos, infestações, etc.);

b) os espaços físicos devem ser utilizados sem desperdício de tempo, com plano de uso que elimine a sua ociosidade, compensando plenamente o investimento feito para criá-los e mantê- los;

c) os espaços físicos devem permitir alterações no padrão de atividades, caso sejam necessárias, dentro de limites claramente assinalados para o seu desempenho (por exemplo, deve-se poder utilizar a mesma sala para aulas expositivas, para a exibição de slides ou para trabalhos em grupo, em rotinas previsíveis).

Esses princípios (ao lado de outros, que buscam a máxima qualificação para os espaços construídos) enfatizam variáveis relacionadas às atividades programadas, ao tempo e recursos utilizados e ao desempenho dos espaços.

Quando se trabalha com recursos escassos – e esse é o caso de qualquer organização, pública ou privada –, deve-se eleger prioridades ao lado das políticas de desenvolvimento institucional, para que, ao longo do tempo, haja o melhor emprego possível dos recursos disponíveis, de modo compatível com os valores e as aspirações dessa comunidade de trabalho.

No caso da universidade pública, a excelência no emprego dos

recursos institucionais está fundamentalmente associada à excelência dos resultados acadêmicos (no ensino, na pesquisa e na extensão universitária) a que nos propomos.

Em outras palavras, o planejamento físico orienta-se essencialmente pelas políticas de gestão da instituição e reflete sua organização e capacidade decisória.

Para que possamos compreender melhor a relação entre a gestão institucional e acadêmica, por um lado, e a gestão de espaços físicos, por outro, é necessária a visão (ainda que esquemática) de todo o processo de planejamento e do projeto físico. Cada gestor acadêmico é, inexoravelmente, também gestor de espaços físicos e participa, de diversas formas, do planejamento institucional, da programação de projetos, de obras e da manutenção (como as “fases” mais importantes do processo de planejamento físico). (Diagrama 7.1).

O planejamento institucional rege-se, de modo geral, pelos objetivos básicos da instituição, sendo difícil não reconhecer a possibilidade de ser parte de extrema importância na aventura intelectual da própria instituição universitária. Podem-se distinguir duas instâncias decisórias, que traçarão metas a serem atingidas e estratégias a serem seguidas: a instância central (Órgãos Colegiados Ssuperiores, Decanatos e Reitoria), de coordenação e instâncias locais (Órgãos Colegiados das Unidades Acadêmicas).

A gestão democrática da universidade pública implica necessário compartilhamento de diretrizes de ação, associando os diversos níveis de coordenação.

PROGRAMAÇÃO ADMINISTRATIVA PROGRAMAÇÃO ACADÊMICA PROGRAMAÇÃO COMUNITÁRIA ENSINO EXTENSÃO PESQUISA PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL PROGRAMAÇÃO ARQUITETÔNICA PROGRAMAÇÃO DE PROJETOS DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES DA INSTITUIÇÃO COMPATIBILIZAÇÃO COM O PLANO DIRETOR FÍSICO, NORMAS E PROCEDIMENTOS EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO PROCESSO DE LICITAÇÃO: EMBASAMENTO LEGAL E TÉCNICO PROGRAMAÇÃO DE OBRAS EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO AGENDA PREVENTIVA E CORRETIVA PROGRAMAÇÃO DE MANUTENÇÃO

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA / GABINETE DO REITOR / PREFEITURA DO CAMPUS

PLANO DIRETOR FÍSICO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DARCY RIBEIRO

PARTE I - DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO FÍSICO E INSTITUCIONAL / PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PROJETO FÍSICOS

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ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DA UNIVERSIDADE UNIDADES ACADÊMICAS UNIDADES ACADÊMICAS UNIDADES ACADÊMICAS UNIDADES ACADÊMICAS UNIDADES ACADÊMICAS UNIDADES ACADÊMICAS

Para o planejamento institucional interessarão especialmente aquelas diretrizes que ordenem o conjunto de ações e que façam da universidade uma unidade coerente – ao mesmo tempo que diversa, plural, assegurada, sobretudo, a autonomia acadêmica. O cerne das diretrizes comuns é constituído pelos projetos institucionais e programas de ação associando o ensino, a pesquisa e a extensão a prazos que podem ser definidos como longos (além de uma gestão de 4 anos), médios e curtos. O desenho dos projetos institucionais vai depender, cada vez mais, das soluções dadas pelas fórmulas de autonomia financeira, relacionando, em especial, recursos da União e próprios. (Diagrama 7.2 e Diagrama 7.3)

ATIVIDADES DE ENSINO ATIVIDADES DE PESQUISA ATIVIDADES DE EXTENSÃO PROJETOS INSTITUCIONAIS POR ÁREA DE CONHECIMENTO / POR PROGRAMA DE AÇÃO ACADÊMICA / POR PROGRAMA DE AÇÃO ADMINISTRATIVA EM LONGO / MÉDIO / CURTO

PRAZO RECURSOS FINANCEIROS DA UNIÃO RECURSOS FINANCEIROS PRÓPRIOS

Diagrama 7.3: eixos dos recursos, das atividades e dos projetos institucionais Diagrama 7.2: coordenação das unidades acadêmicas

COLEGIADOS APOIO ADMINISTRATIVO UNIDADE ACADÊMICA EXTENSÃO PESQUISA ENSINO

Cada Unidade Acadêmica reproduz, de certo modo, a estrutura básica da organização universitária, com linhas de atividades de ensino, pesquisa e extensão, sendo dirigidas por colegiados com a representação do segmento docente, técnico-administrativo e discente, exigindo apoio administrativo às atividades como um todo.

As Unidades Acadêmicas coincidem, em conjunto, com uma divisão do saber universitário, em áreas de conhecimento. Deve-se ponderar que há diversas outras formas de ordenar esse saber, bem como de reordenar as grandes linhas de ação no ensino, na pesquisa e na extensão. Na realidade, cada Unidade Acadêmica tem fórmulas próprias, adequadas às suas necessidades, de organização de suas atividades, ainda que sigam regras gerais.

O planejamento físico de cada Unidade Acadêmica implicará a programação de espaços que abriguem suas atividades, atendendo a requisitos de projeto – que assegurem, por sua vez, um mínimo de qualidade construtiva, funcional, ambiental, etc.

O planejamento físico também está envolvido na coordenação de ações de manutenção e gestão dos espaços, no sentido de mantê-los nas melhores condições possíveis de utilização. Essa relação entre espaços e atividades é fundamental para que se possa observar a adequação das soluções físicas e das maneiras de utilização dos espaços da universidade. (Diagrama 7.4 e Diagrama 7.5). Diagrama 7.4: elementos das Unidades Acadêmicas

ƒ REQUISITOS DE ÁREA FÍSICA / LOCALIZAÇÃO / INSTALAÇÕES PREDIAIS / MOBILIÁRIO / EQUIPAMENTO / CONTROLE DE USO / SEGURANÇA / CONFORTO AMBIENTAL / HIGIENE;

ƒ AÇÕES DE MANUTENÇÃO

PREVENTIVA E CORRETIVA / LIMPEZA / VIGILÂNCIA / ADAPTAÇÃO A NOVOS USOS / AÇÃO DIRETA DE USO DO ESPAÇO. ESPAÇOS DE ENSINO ESPAÇOS DE APOIO ESPAÇOS DE EXTENSÃO ESPAÇOS DE PESQUISA PROGRAMAÇÃO

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA / GABINETE DO REITOR / PREFEITURA DO CAMPUS

PLANO DIRETOR FÍSICO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DARCY RIBEIRO

PARTE I - DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO FÍSICO E INSTITUCIONAL / PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PROJETO FÍSICOS

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AUMENTOS DAS VAGAS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

EXISTENTES

CONSOLIDAÇÃO E AMPLIAÇÃO DAS LINHAS DE PESQUISA

FORMAÇÃO DE ACERVOS PRÓPRIOS (BIBLIOTECAS SETORIAIS, MUSEUS, ESTANDES

PARA A VISITAÇÃO, ETC.) AMPLIAÇÃO DOS RECURSOS

DE APOIO AO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO (LABORATÓRIOS, OFICINAS,

ATELIÊS ESPECIALIZADOS, ESTÚDIOS, AUDITÓRIOS, ETC.)

CRIAÇÃO DE NOVOS CURSOS DE GRADUAÇÃO, PÓS- GRADUAÇÃO E EXTENSÃO ORGANIZAÇÃO E PROMOÇÃO DE EVENTOS (SEMINÁRIOS, PALESTRAS, CONGRESSOS, ENCONTROS, ETC.) CONSOLIDAÇÃO E AMPLIAÇÃO

DAS LINHAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

(CONSULTORIAS, CONSULTAS, PERÍCIAS, ASSISTÊNCIA TÉCNICA, ESTÁGIOS, ETC.) CONSOLIDAÇÃO E AMPLIAÇÃO

DAS ATIVIDADES ENTRE UNIDADES ACADÊMICAS E ENTIDADES EXTERNAS ESPAÇOS DE ENSINO ESPAÇOS DE APOIO ESPAÇOS DE EXTENSÃO ESPAÇOS DE PESQUISA

As Unidades Acadêmicas apresentam demandas e tomam iniciativas em tempos distintos. Suas atividades tanto são dados oferecidos ao planejamento institucional quanto ao planejamento físico – buscando uma visão do conjunto da universidade no que estimulam e orientam a criação de atividades ou proporcionam condições e estabelecem parâmetros para a organização da Unidade Acadêmica. Vários fatores incidem no processo de ininterrupta transformação das unidades acadêmicas, como sugere o Diagrama 7.6. Essas transformações são esperadas: a mudança é uma constante na universidade. A progressiva qualificação dos professores e servidores técnico-administrativos, em especial, torna cada Unidade Acadêmica mais exigente e sofisticada, em luta contra a obsolescência do conteúdo de conhecimento que detém, contra a degradação de suas condições de trabalho e por padrões de superior qualidade em todas as suas linhas de atuação. Há várias possibilidades, como soluções de ordem física, para a gestão dos espaços e das condições materiais necessárias. Desde a singela administração dos horários de uso dos espaços, evitando a ociosidade e a concentração desequilibrada de atividades em poucos dias da semana, até a decisão de se construir uma nova sede para a Unidade Acadêmica, deve-se considerar as necessidades de todo o conjunto dos órgãos universitários e as diretrizes de ocupação física do Campus Universitário.

UNIDADE ACADÊMICA

REORDENAMENTO NA ALOCAÇÃO DE USO DOS ESPAÇOS EXISTENTES, SEM OBRAS OU READAPTAÇÃO

(ADMINISTRAÇÃO DOS HORÁRIOS DE UTILIZAÇÃO, POR EXEMPLO)

READAPTAÇÃO DOS ESPAÇOS

EXISTENTES, SEM ACRÉSCIMO DE ÁREA (INCIDINDO APENAS SOBRE O

MOBILIÁRIO E AS INSTALAÇÕES, POR EXEMPLO)

REFORMA DOS ESPAÇOS EXISTENTES, COM OU SEM ACRÉSCIMO DE ÁREA (COM ALTERAÇÕES NA REPARTIÇÃO DE ESPAÇOS, EM INSTALAÇÕES E

EQUIPAMENTOS, POR EXEMPLO) CRIAÇÃO DE NOVAS EDIFICAÇÕES

Diagrama 7.6: fatores de transformação física ALGUMAS SOLUÇÕES

DADAS POR MEIO DO PLANEJAMENTO DO

ESPAÇO FÍSICO ALGUMAS AÇÕES QUE

DEMANDAM O PLANEJAMENTO DO

EXPANSÃO E DIVERSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES ACADÊMICAS EXPANSÃO E DIVERSIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES COMUNITÁRIAS EXPANSÃO E DIVERSIFICAÇÃO DOS APOIOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICOS Diagrama 7.7: universos internos em expansão