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Wright Mills sugere que é necessário que distingamos dois elementos fundamentais para o desenvolvimento da imaginação sociológica. São eles as

perturbações de caráter individual e as questões de caráter estrutural. As perturbações

ocorrem em áreas limitadas da vida social através do indivíduo em suas relações imediatas com os outros. Já as questões de caráter estrutural transcendem os "ambientes locais do indivíduo e o alcance de sua vida íntima" (1982, p. 14).

Os apontamentos de Mills nos estimulam a refletir sobre as relações emergentes na pesquisa sociológica, entre o universo empírico estudado e o arcabouço teórico mobilizado. As teorias são aqui compreendidas como um conjunto logicamente interconectado de hipóteses ao descrever fenômenos mundanos, sua fundação, estrutura, causas, efeitos e dinâmicas. O empirismo é tomado, em seu turno, como a observação e coleta de dados para construir conhecimento sistemático e refletido. As teorias estão sempre fundamentadas em observações empíricas e a pesquisa empírica pode, por sua vez, levantar suposições teóricas.

As teorias nos permitem que consigamos ler as perturbações, como sugeria Mills, em termos de questões estruturais. Mills exemplifica essa relação considerando o

desemprego, a guerra, o casamento e a vida na metrópole. Todos constituem problemas pessoais, mas também existem questões estruturais importantes relacionadas às instituições e outras entidades que os compõem. Em relação ao desemprego, por exemplo, quando apenas um indivíduo está desempregado em uma sociedade em que todos tem emprego, a solução para esse problema social residiria nas qualidades e oportunidades imediatas do sujeito. Entretanto, quando em uma nação de mais de 200 milhões falta trabalho para mais de 12 milhões, como é o caso do Brasil contemporâneo25, isso remonta

a uma questão pública e estrutural. Conforme Mills, isso indica que “a estrutura mesma das oportunidades entrou em colapso” (Ibid. p.15) e não podemos esperar encontrar a solução para este problema na escala individual.

Esse elemento mediador entre problemas pessoais e questões estruturais é um dos papeis centrais da teoria. Outra característica central, complementar ao seu papel de mediação, é sua capacidade de estimular reflexões para além dos contextos nas quais foi formulada. Sua presença é constante no processo de investigação. Como sugeriu Karl Popper, “a teoria domina o trabalho experimental desde sua concepção até as últimas manipulações de laboratório” (2004). Ela nos permite romper com o realismo ingênuo ao tomarmos relações conceituais entre problemas e não relações reais entre as coisas, como já advertia Max Weber.

Tomemos por exemplo as teorias da sociologia da opinião empreendida por Gabriel Tarde. Em sua teoria há uma percepção da vida social através de seus encadeamentos de seres se imitando entre si, a partir de uma comunicação interpsíquica ou de "alma a alma" como sugere. Isso implica um posicionamento epistemológico no qual a imitação constitui um fenômeno social. Sua posição é diametralmente oposta à de Émile Durkheim, uma vez que este buscava a separação entre sociologia e psicologia. Para Durkheim a explicação dos fenômenos sociais jamais poderia advir de um fenômeno psíquico, deveríamos explicar o social pelo social. Mas para além desta disputa de quadros teóricos, o que importa é sublinhar que a teoria tardeana, formulada há mais de um século, como a teoria durkheimiana, ainda estimulam importantes reflexões nos dias atuais.

O contexto empírico sob o qual nos debruçamos nesta tese possui expressivas diferenças com aqueles analisados na obra de Tarde. Entretanto, suas reflexões sobre a

25 A PNAD contínua divulgada em novembro de 2018 aponta uma taxa de desemprego de 11,7% da

força de trabalho total no país. Disponível em

https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pnad_continua/default.sht m. Acesso em 10/12/2018.

possibilidade de propagação de ideias através da persuasão fundamentam a compreensão sobre a disseminação de públicos de opinião, que acertadamente profetiza como os grupos do futuro em contraposição às multidões. Seu conjunto lógico de hipóteses interconectadas, que auxiliam na descrição e compreensão de seu universo empírico, possibilitam que percebamos problemas contemporâneos precisamente pela capacidade de transcendência histórica de certas formulações teóricas. Ao analisarmos o fenômeno da formação de públicos a partir do universo empírico de canais de YT, podemos nos amparar na teoria tardeana para descobrirmos elementos sobre a formação de públicos de "indivíduos fisicamente separados e cuja coesão é inteiramente mental" (TARDE, 2005, p. 5).

As condições sociais da produção científica somam-se à relação dialética entre empiria e teoria na determinação dos conhecimentos resultantes do processo de investigação, em especial nas pesquisas qualitativas. Estas condições dizem respeito ao contexto em que as entrevistas foram aplicadas, a quem as perguntas foram dirigidas e quais os significados emergentes da aplicação das entrevistas. A explicitação das mesmas é importante para que possamos refletir sobre o que os dados dizem e podem nos dizer e dentro de quais limites e sob quais condições.

Depois de conduzida a observação online (descrita na seção 2.1), começamos a contatar por e-mail alguns dos criadores de conteúdo da amostra inicial de 1000 canais. Primeiramente enviamos um e-mail para 30 pessoas. O e-mail consistia numa apresentação breve do pesquisador e da pesquisa, convidando para uma entrevista por Skype ou WhatsApp. Obtivemos respostas de 3 pessoas. Depois, enviamos 50 e-mails, recebendo resposta de 2. Isso demonstrou uma dificuldade inicial para contatar os informantes. Entretanto, eram informantes importantes para iniciar a pesquisa e marcamos 5 entrevistas, das quais 2 se realizaram. Para estas, utilizamos um roteiro semiestruturado com as seguintes perguntas:

1. Gostaria de ouvir sobre sua trajetória até aqui, quais atividades profissionais você exerceu e como surge a produção de vídeos.

2. A partir do aumento do número de visualizações, como você passou a conciliar as atividades do canal com suas atividades profissionais?

3. A repercussão dos vídeos fez com que você mudasse sua carreira? 4. Você encara a produção de vídeos como um trabalho?

5. Você percebe o YT como um empregador?

6. Se sim: Você avalia que essas relações deveriam ser regidas pelas mesmas leis de trabalho que as de outros empregadores-empregados (como por exemplo CLT ou Regime de Servidores Públicos)? Ou deveriam existir leis novas? Por quê?

7. Se não: Por quê? Qual a diferença entre o YT e um empregador “normal”? 8. Quantas pessoas participam na produção dos vídeos?

9. Quantas horas por semana você dedica para o planejamento, filmagem e edição? Você tem uma rotina rígida ou flexível?

10. Quantas horas outras pessoas se dedicam?

11. Entre outras mídias sociais (além do YT), quais você destacaria como importantes para divulgação do seu trabalho?

12. Como você avalia o impacto destas outras mídias no seu canal? Elas são fundamentais ou não fazem muita diferença?

13. Quantas horas por semana você dedica a essas mídias em questões relacionadas ao canal?

14. A flexibilidade no horário de trabalho é importante para você?

15. Você prefere uma jornada rígida e com garantias jurídicas ou uma jornada flexível, mas sem tantas garantias?

16. Você possui outra atividade de trabalho que não envolva o canal? Qual é a importância do canal para o desenvolvimento desta atividade?

17. O Google utiliza um sistema bastante complexo para calcular o quanto cada vídeo receberá. Qual sua opinião sobre isso?

18. Para você seria importante o Google ser mais transparente em relação a isso ou não tem muita importância?

19. Quanto (aproximadamente) você investiu em equipamentos para melhorar seus vídeos? (câmeras e acessórios, cenário, figurino, computador para edição etc.). 20. Qual é a sua concepção de um bom vídeo no YT?

21. O que seria necessário para aprimorar os seus vídeos?

22. Você acredita que a produção de vídeos ganhará mais espaço na sua vida profissional? Você deseja isso?

23. Quais Youtubers ou canais você acompanha? Quais elementos destes canais você incorporou nos seus vídeos?

24. Como você avalia o interesse do público em canais de YT? É algo passageiro ou veio para ficar? Por quê?

A partir das entrevistas exploratórias, com um YouTuber pernambucano de 27 anos, que produz vídeos sobre política e com um YouTuber gaúcho de 38 anos que produz conteúdo educacional, percebemos duas questões: 1) seria impossível responder a todas estas perguntas em apenas uma entrevista e 2) muitas das respostas a estas perguntas já haviam sido abordadas em algum vídeo dos entrevistados. Foram diversas as respostas que eram iniciadas com: “eu falei um pouco disso em um vídeo” ou “clica nesse vídeo que vou enviar que falo um pouco sobre isso”26. De fato, assistimos os vídeos indicados e havia

uma enorme quantidade de informações reveladas.

Isso implicou que, previamente à condução de uma entrevista, nos preparássemos melhor assistindo diversos vídeos do entrevistado. Havíamos assistido nos meses anteriores centenas de horas de vídeos de diferentes canais, mas isso não trazia informações suficientes sobre cada pessoa que seria entrevistada, até porque não sabíamos nesse momento quem estaria disponível para entrevista.

Depois deste momento de teste do roteiro, optamos pela utilização de um roteiro personalizado para cada entrevistado. Também percebemos, através de uma terceira entrevista, que a melhor forma de indagar produtores de conteúdo para o YT é comentando algum vídeo produzido, algo que estimula o diálogo mais que perguntas fixas de um roteiro. Nossa terceira entrevista, por exemplo, foi com um criador de vídeos de construção civil do interior de São Paulo. Assistimos dezenas dos mais de 1000 vídeos do entrevistado e notamos que, partindo da observação online, poderíamos utilizar a entrevista como um complemento, para detalhar questões abordadas de maneira não tão profunda durante um vídeo. Iniciamos a entrevista falando de um vídeo, no qual ele ensinava a colocar cerâmica no box de um banheiro em construção. Perguntamos qual foi o contexto em que o vídeo fora gravado, quem havia contratado o trabalho e quanto tempo ele havia se dedicado. De forma indireta, respondemos muitas das perguntas trazidas no roteiro (e de uma forma que parecia fazer mais sentido para o entrevistado do que uma chuva de questões, que muitas vezes ele sequer havia refletido sobre anteriormente).

26 Como as entrevistas foram realizadas por Skype os entrevistados frequentemente enviavam links

Os significados emergentes da aplicação das entrevistas dizem respeito a sinteticamente dois questionamentos: Quem é essa pessoa entrevistada para além da informação veiculada nos vídeos? Em quais contextos os vídeos foram produzidos e como eles podem ser relacionados com a problemática levantada pela investigação?

Os entrevistados eram muitas vezes, durante a entrevista, a persona construída em seus canais. Durante a aplicação das entrevistas (média em torno de 1 hora), percebemos que emerge um sujeito performático típico das entrevistas, cujas informações fornecidas estão relacionadas ao seu contexto interativo. Nesse sentido, ainda que tenhamos obtidos informações relevantes durante as entrevistas, é necessário que conheçamos seus limites, especialmente quando elas não são repetidas diversas vezes com o mesmo entrevistado - como no caso das entrevistas sucessivas no método disposicionalista empreendido por Bernard Lahire (2004).

As entrevistas forneceram dados complementares, pois lidamos com um objeto que não apenas fala, mas fala gravando e transmitindo pela Internet, repetidas e sucessivas vezes, por meio de centenas de vídeos. O grupo dos entrevistados apresenta diferenças internas quanto a características pessoais (6 homens e 4 mulheres, entre 21 e 38 anos de idade) e algumas semelhanças (ensino médio 2, cursando faculdade ou com curso superior 8). Moradores de capitais (6), grandes centros urbanos (3) e 1 morador de uma cidade do interior de médio porte. Os rendimentos mensais variavam entre R$3.000,00 e R$12.000,00 e percebemos esses números como resultado de pertencimento de classe e não como critério de renda como princípio vinculante a uma classe social (SOUZA, 2009). Sete entrevistados pertenciam à classe de batalhadores, 3 à classe média tradicional (aporte de heranças e bens e capitais educacionais dos pais). Seis brancos, três pardos, um negro.

Realizamos entrevistas através do Skype27 com durações oscilando entre 54

minutos e 1 hora e 43 minutos. As entrevistas eram iniciadas comentando alguma frase que os entrevistados falaram em algum de seus vídeos. Previamente à entrevista selecionamos falas que estimulariam reflexões críticas de temas como: a) o contexto da produção dos vídeos, b) avaliações sobre fazer vídeos para o YouTube, c) implicações pessoais e familiares, d) exposição da imagem e ganhos financeiros com a atividade, e)

27 Entrevistas presenciais e observação participante durante a criação dos vídeos abrem

perspectivas promissoras em pesquisas futuras, com a possibilidade de realização de recortes regionais, de classe, gênero, raça, atividade ocupacional, orientação sexual e quanto ao posicionamento político dos criadores de conteúdo.

perspectivas de presente e futuro em relação à carreira, f) senso de justiça em relação ao YT e seu algoritmo, g) relacionamento com a comunidade de YouTubers e usuários, h) quais sentidos da produção, i) estímulos pessoais e profissionais e estratégias para atrair o público.

Buscamos tensionar alguns pontos que pensamos problemáticos das entrevistas semiestruturadas, com o aporte de ampla quantidade de material disponibilizado online, não apenas extenso como de boa qualidade em diversos aspectos. Se na entrevista semiestruturada é esperada uma performance do interlocutor que se coloca no papel de entrevistado em relação com o entrevistador, a observação online possibilita a assimilação de uma multiplicidade de performances ao longo da trajetória que jamais estaria disponível ao entrevistador senão por vídeos ou por pesquisas individuais de extensiva duração e contato com poucos indivíduos.

3 A FORMAÇÃO DOS PÚBLICOS: A EXPANSÃO DO ACESSO À INTERNET NO BRASIL

A possibilidade de acessar a Internet está relacionada com a divisão desigual de recursos básicos no Brasil. Ela diz respeito a questões de propriedade de bens materiais (infraestrutura, tecnologia, dispositivos etc.) e ao processo de aquisição de competências digitais (como usar os softwares e hardwares, além de uma série de comportamentos incorporados sobre como agir nos meios de interação online). Organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), associam o uso da Internet com as liberdades de expressão e opinião, levando a considerar a variável das pessoas conectadas em determinado local como mais um indicador de qualidade de vida. Esse indicador é tratado com especial atenção, pois o acesso à informação estaria, por sua vez, associado a um direito humano e social. A expansão da Internet é legitimada como uma necessidade humana fundamental na era digital, por ter se tornado “um meio chave pelo qual os indivíduos podem exercer seu direito à liberdade de opinião e expressão" (ONU, 2011, p. 7).

Esse movimento, por seu turno, repercute no Brasil. No ano de 2011 um projeto de emenda constitucional propôs incluir a Internet como um direito social, que se somaria aos demais direitos assegurados pelo artigo 6º da Constituição Federal (BRASIL, 2011). Alguns anos mais tarde, a lei 12.965 de 2014, conhecida como o Marco Civil da Internet, indica em seu artigo 7º que o acesso à Internet seria “essencial ao exercício da cidadania” (BRASIL, 2014)28.

Cumpre destacar que estes textos e normativas, tanto em nível nacional como internacional, possuem força de mobilização através de uma narrativa do potencial transformador que o acesso à rede traria consigo. Uma faceta que se abre aos novos públicos e sujeitos conectados, é a potência política disruptiva que a Internet carregaria concomitante à transmissão dos bits. Essa potência levou, desde os primórdios da rede, a um crescente interesse em compreender quais relações se estabelecem entre a ampliação dos canais comunicativos com a participação e engajamento na vida cívica. Uma das razões que explica esse interesse é que a comunicação marca todos os níveis da política, fazendo com que as alterações nas TICs sejam consideradas como elementos decisivos em suas reconfigurações (EMMER, 2018, p. 2193).

As redes proporcionariam o alargamento dos ambientes de atuação dos atores políticos, como no caso do ciberativismo e da cultura hacker (SILVEIRA, 2010). No entanto, apesar desta separação entre atuação física e virtual, é cada vez mais difundida a ideia de que as ações online possuem repercussões na “vida real”. Isso sugere uma dissolução das fronteiras entre realidade e virtualidade (uma noção bastante comum em décadas passadas), nos direcionando à compreensão dos sujeitos e suas ações inseridas em um contínuo on-offline (MISKOLCI, 2016).

A Internet é um meio que incide sobre as capacidades expressivas dos atores na contemporaneidade. Como no advento do rádio e da televisão, que também incidiram sobre a expressão, seu nascimento foi envolto por uma mística de mudança social, componente que frequentemente acompanha as inovações tecnológicas. Estas, segundo Zizi Papacharissi (2010, p. 3), “tendem a desencadear narrativas de emancipação, autonomia e liberdade na imaginação do público”, pois trariam consigo novas possibilidades em relação aos atos cívicos. No caso da Internet estas narrativas possuem força ao passo que ela potencializaria o ecoar dos lugares de enunciação que até então vinham sendo desconsiderados pelos meios de comunicação tradicionais29.

Que o acesso à Internet tenha realmente uma potência disruptiva e de ampliação do acesso à informação, isso é inegável. O que não podemos desconsiderar são as estruturas vinculantes das desigualdades sociais, o que nos convida à reflexão sobre seus usos a partir de uma “noção reatualizada de classe” (FUCHS; FISHER, 2015). Neste contexto as diferenças internas podem ser percebidas através dos indicadores relativos à idade, gênero, renda, localização geográfica, escolarização e meios de acesso dos usuários brasileiros. A partir de uma descrição destes elementos e percebendo as tendências no período entre 2005 e 2016, somos convidados a ler esse período como permeado por lutas sociais, por poder e por controle dos recursos escassos. Perceber estes processos como conformadores da paisagem política da Internet nos auxiliam a contextualizar os números e gráficos apresentados a seguir.

Traremos neste capítulo uma descrição quantitativa do acesso à Internet no Brasil nos anos entre 2005 e 2016, através dos dados oriundos da PNAD. O detalhamento e

29 Um dos casos mais interessantes no contexto do YT são os YouTubers indigenas. Na nossa tese

não entrevistamos estes produtores de conteúdo, pois não atingiam o ponto de corte de 50.000 inscritos estabelecido na metodologia. São promissoras as perspectivas de pesquisas enfocando estes grupos e esperamos que elas possam estar vinculadas à agenda de pesquisa que propomos nesta tese. Ver “Quem são os youtubers indígenas do Brasil “, disponível em: https://www.vice.com/pt_br/article/qvqjw7/quem-sao- os-youtubers-indigenas-do-brasil. Acesso em 30/11/2018.

descrição numérica de como se efetivou esse processo, pelo qual os brasileiros passaram a acessar cada vez mais a Internet, é importante pois nos indica algumas características do público online no Brasil e, de maneira indireta, do público que acessa o YouTube30.