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13. A Teia da Vida

Forma lúdica de abordar conceitos como, cadeia trófica, equilíbrio de populações num ecossistema e transferência de energia entre níveis tróficos. Os participantes formam uma teia alimentar, usando um fio para estabelecer as relações de transferência de energia entre espécies.

Duração | 0:45 H

Idades | Dos 8 aos 12 anos N.º participantes | De 5 a 20 Tipo de Actividade

Abordagem conceptual Objectivos

Compreender o conceito de teia alimentar, de transferência de energia e de equilíbrio entre populações num ecossistema.

Material

• três novelos de fio colorido ou cordão;

• cartolinas / cartões impressas(os) com ilustrações (ou desenhos feitos pelos alunos) dos diferentes elementos que integram uma teia alimentar, de preferência com espécies existentes na região.

Para além do Sol, considerar três elementos diferentes para cada nível trófico. Ex.:

– produtores: aveia, esteva, pinheiro;

– consumidores de 1ª ordem: (mamíferos) veado, rato, coelho, (insectos) abelha, lagarta processionária, gafanhoto, (aves) par- dal, estorninho;

– consumidores de 2ª e de 3ª ordem: (aves) abelharuco, poupa, milha- fre, mocho, águia,; (mamíferos) lobo, raposa, lince, (répteis e anfíbios) cobra rateira, sardão, sapo; (artrópode) aranha;

– decompositores: mosca, escaravelho, térmita, minhoca, fungo, bo- lor, bactéria;

• alfinetes de dama para afixar as cartolinas na roupa dos participantes ou fio para pendurar o cartão no pescoço, como se fosse um colar. O educador pode adaptar esta actividade a diferentes níveis etários. Basta que com os mais pequenos aborde de forma simples uma cadeia alimentar com espécies bem conhecidas pelas crianças.

Nota: há elementos na teia alimentar que podem estar em vários níveis tróficos. Por exem- plo, o pardal tanto se pode alimentar de sementes como de insectos; a mosca tanto é de- compositora (na fase larvar), como consumidora de 1ª ordem na fase adulta.

Preparação

O educador conversa com o grupo sobre o facto de todos os seres vivos precisarem de energia para se manterem vivos, crescerem e transformarem -se ao longo do seu desenvolvimento. A energia é algo que permite às diferentes formas de vida criar e manter uma organização que lhes é própria, diferenciando -se do meio envolvente.

Mãos à obra: ideias a explorar

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As plantas captam a energia luminosa do Sol e com ela produzem alimento – compostos orgânicos (açúcares). As plantas usam a ener- gia acumulada nestes compostos para crescerem e desenvolverem -se (florir, criar sementes, etc.). Os animais obtêm a sua energia comendo plantas (frutos, sementes, folhas, raízes, seiva, rebentos), outros animais ou organismos. Apenas uma parte da energia dum nível trófico passa para o seguinte (cerca de 10%) porque a maior parte da energia é usa- da por cada organismo para crescer, mover -se (no caso dos animais) e reproduzir -se.

Para que as plantas possam usar a energia do Sol para fazerem ali- mentos, necessitam também de água e de minerais, que retiram do solo, e de dióxido de carbono que retiram do ar.

Descrição

Os jogadores afixam a respectiva cartolina / cartão à roupa e dispõem- -se em roda, com os elementos do mesmo nível trófico juntos. O edu- cador coloca ‑se no centro da circunferência. Ele é o “Sol”, a fonte de energia para todos os seres vivos. Pega num dos novelos de fio e per- gunta em voz alta: quem pode aproveitar a minha energia? Olha em volta, fixa a ponta do fio a um dedo e envia o novelo a uma criança que seja consumidor de 1ª ordem. Dá uma volta ao dedo com o fio, de modo a que fique bem esticado, e pergunta em voz alta: quem pode aproveitar a minha energia? Envia o novelo de fio a um elemento da teia que se ali- mente do organismo que representa. Assim sucessivamente até chegar aos decompositores.

Repete -se o processo com mais dois novelos de fio, mostrando a complexidade de relações possíveis entre os elementos presentes nesta teia alimentar.

Extensão

Chegados a este ponto o educador pode colocar desafios. Pode pergun- tar o que resulta da acção dos decompositores e qual a importância do húmus para todo o ecossistema. E se a população dum dos elementos representados sofresse um grande decréscimo, que alterações se obser- variam na teia? O educador solicita ao participante que representa essa espécie para se baixar e colocar o fio ao nível do solo. Isso obrigará ou- tros colegas a baixarem -se também mostrando a repercussão ao longo da teia alimentar.

Variante A

Outra forma de evidenciar que todos os elementos duma comunidade biótica são afectados pela alteração do “peso” dum dos elementos da teia: coloca -se uma corda grossa (mín. 9 mm de espessura) à volta do cír- culo formado pelos participantes e fecha -se com um nó duplo. A corda é colocada pela altura da cintura ou a meio das costas e lentamente os participantes deixam que o seu peso seja apoiado pela corda esticada en- tre todos. Atingem assim uma posição em que conseguem estar apoiados

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na corda de forma confortável e relaxada. Representam a comunidade em equilíbrio. Um dos participantes inclina -se para a frente provocando um movimento em todo o sistema. Todos se desequilibram e precisam de encontrar nova posição onde estão novamente relaxados e confortá- veis. Simboliza -se assim a dependência entre todos os elementos duma comunidade viva.

Variante B | Bolinhas de energia

Através deste jogo representa -se a transferência de energia entre níveis tróficos, salientando que apenas uma parte da energia consumida num nível trófico passa ao seguinte.

Material: cem berlindes pequenos, uma meia de vidro velha, tesoura e um pouco de fio.

Primeiro formam -se as bolas de energia. No pé duma meia de vidro velha, colocam -se dez berlindes. Fecham -se com um laço feito de fio, de modo a ficar uma bola bem apertada. A uns 4 cm do primeiro laço faz -se um segundo laço. Colocam -se mais dez berlindes e repete -se o procedi- mento até se criarem dez conjuntos de berlindes – cinco em cada perna da meia. Corta -se a meia entre dois laços consecutivos com uma tesoura, ficando cada conjunto de dez berlindes fechado em ambas as extremi- dades. Obtêm -se assim dez conjuntos de berlindes. Agora aproveita -se a parte mais larga da meia de vidro. Fecha -se uma das extremidades com fio. Colocam -se dentro as dez bolas de berlindes e fecha -se a outra ex- tremidade, formando uma bola grande com um laço fácil de abrir. Descrição: o educador explica que a maior parte da energia absorvida por um nível trófico é gasta nos diferentes processos biológicos do orga- nismo: digestão, reparação de tecidos, reprodução, deslocação, etc.

Assim, o “Sol” envia a grande bola de energia a uma “planta”. Esta abre um dos laços, retira as dez bolas que estão no interior da bola e envia só uma delas a um “herbívoro”. Este abre a bola e retira todos os berlindes que estão no seu interior; envia só um a um “carnívoro”.

Exploração: o educador pode perguntar por exemplo: se um animal é car- nívoro precisa de maior ou de menor área de terreno para poder sobreviver?

Se as plantas desaparecessem o que acontecia nesta cadeia alimentar? Ou, se existirem demasiados herbívoros num ecossistema, que consumam as plantas a um ritmo superior ao que elas regeneram, o que acontece aos diferentes níveis tróficos ao longo do tempo? Se não existirem carnívoros o que acontece? Esta perda de energia cada vez que se sobe no nível trófico torna ne- cessária uma maior área de cultivo para alimentar as pessoas, caso estas consumam carne. Que impactos sofrem as áreas florestais pelo facto de o consumo de carne per capita estar a aumentar a nível mundial?

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