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Duração | 0:45 a 1 H Idades | A partir dos 5 anos N.º participantes | Até 25 Tipo de Actividade

Abordagem sensorial / lúdica / concentração Objectivos

Promover a ligação com o mundo natural através do desenvolvimento da sensibilidade; usar essa ligação como caminho de auto -descoberta. Preparação

Fazer um percurso em silêncio, ou permanecer pacientemente num re- canto da floresta, pode trazer -nos um prazenteiro sentimento de liga- ção e de descoberta. O que descobrimos pode ser uma minúscula flor, uma vista ou uma criatura selvagem que temos a grata oportunidade de observar, mas o que de mais valioso descobrimos é o sentimento que esses momentos fazem brotar do nosso interior e que vem muitas vezes imbuído dum sentido de inspiração.

O nosso corpo é, na verdade, um instrumento privilegiado para criar- mos e nutrirmos uma ligação significativa com o mundo natural. E estar- mos conscientes do que um lugar nos faz sentir, do que significa para nós,

é um caminho para aprendermos também sobre nós mesmos. Essa cons- ciencialização do corpo decorre da escuta atenta dos sentimentos, das sensações, das imagens e das energias colocadas em movimento quando estamos em contacto com o mundo natural. Uma mente aberta, relaxada e alerta é muito sensitiva ao que a rodeia, muito pronta a perceber uma alteração subtil ou uma nova forma.

Existem muitos caminhos para nos ajudar a centrar, ou seja, para en- trarmos num estado de alerta relaxado, onde estamos plenamente cien- tes das sensações corporais, dos sentimentos e dos pensamentos. Um é focalizar a atenção na respiração, que se torna calma e profunda, como é exemplo a preparação da actividade n.º 7. Para crianças mais irrequietas pode resultar melhor algo mais dinâmico. Por exemplo, solicitar para todos se colocarem em posturas que requerem uma grande tensão muscular (de pé, com as pernas abertas flectidas, colocar os braços esti- cados e contrair ao máximo os punhos) e aguentarem ao máximo. Logo a seguir respirarem profundamente e relaxarem os músculos. Outra alternativa, que pode ser muito divertida, é solicitar para repetirem os movimentos que o educador fizer e este improvisa uma coreografia que executa muito lentamente, tão lentamente que os participantes precisa- rão de estar plenamente presentes para controlarem os músculos.

Assim centrados, os participantes estão mais capazes de se envolverem por inteiro na actividade. O educador atribui então uma tarefa para reali-

5. Animar a sensibilidade

Actividades para ajudar a desenvolver uma maior sensibilidade e, consequentemente, uma ligação mais profunda e íntima, com o mundo natural.

Mãos à obra: ideias a explorar

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zarem em 15 a 20 minutos. Pode dar a todos a mesma tarefa ou dife- rentes. Os participantes podem escolher objectos encontrado no chão, seres vivos, um aspecto da paisagem, etc. A tarefa pode ser escolher:

• no espaço natural algo que seja parecido consigo • algo para dar a alguém querido

• algo que represente o que quer vir a ser

• algo que se encontre na envolvente duma árvore e que seja uma peça de arte

• a coisa mais bela que se encontre na envolvente • a árvore de que gosta mais

• algo que lhe faça sentir (ou que associe a) alegria / tristeza / amor • um objecto que represente como me estou a sentir neste momento. Findo o tempo definido, os participantes retornam ao ponto de partida. Em grupo, revelam o resultado da sua actividade, justificando -a.

A avaliação deste tipo de actividade pode basear -se na forma como os participantes agem ao executarem a tarefa, comparando (ou não) com o seu comportamento quando se levam para a natureza e se deixam livre- mente por um tempo determinado. Outras formas de avaliar envolvem a escrita sobre a experiência (por exemplo, estar na natureza faz -me sen- tir…; o que mais gosto quando estou num espaço natural é…). Também a criação de imagens podem constituir instrumentos de avaliação.

Variante A | Círculo de observação

Dispor os participantes em roda, sentados no chão da floresta com as costas viradas para o centro. Cada um tem um campo de visão ligeiramen- te diferente dos outros. Escreve uma frase sobre um aspecto diferente do que observa. No final juntam -se todas as frases criando um poema. Algumas frases podem ser repetidas ou uma abertura pode ser acres- centada para dar o tom (por exemplo, “olhamos para fora e vemos …”). Também se pode fazer o exercício de ler todas as frases relativas a uma direcção e pedir para os participantes adivinharem qual é.

Variante B | Espírito do lugar

Aproveitando o facto do grupo estar sentado no chão em roda, pode -se

contar a pequena história descrita na actividade n.º 1. Os povos nativos da América do Norte viviam em comunhão com a Natureza, a qual reve- renciavam. Reconheciam nos seres vivos e nos factores abióticos, como o Sol, o vento, o rio, o solo ou a chuva, a expressão de forças espirituais, que tratavam com o maior respeito. No seu entendimento, o desrespei- to, como o matar demasiados animais ou matar com propósitos levianos, zangava os espíritos e, como consequência, os alimentos escasseariam.

Partindo desta perspectiva dos nativos americanos, de que a vida de cada lugar é regida por um espírito, solicita -se aos participantes para procurarem traduzir numa escultura modelada em argila ou feita com materiais colhidos no local, algo que traduza uma qualidade do espírito do lugar – a energia que sentem ali. O exercício convida à criatividade,

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mas esta deverá radicar nas sensações e imagens obtidas a partir da preparação realizada no início.

Para encerrar a actividade, os participantes sugerem o tipo de com- portamentos que o espírito do lugar apreciará nas pessoas e aqueles que lhe desagradam. Certamente aceitará com apreço a oferta das esculturas criadas. Essa oferta poderá ser realizada através dum ritual onde cada um formula um desejo para o local e o expressa através dum gesto, repetido pelo grupo.

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