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18. Os incêndios florestais em Portugal

Os alunos adquirem uma visão sistémica da problemática dos incêndios florestais, do que está a ser feito para minimizar a sua extensão e dos factores que impedem o alcance de melhores resultados.

Duração | variável

Idades | A partir dos 12 anos N.º participantes | Até 25 Tipo de Actividade

Resolução de problemas: pesquisa, síntese, discussão, proposta de soluções. Objectivos

Perceber a importância dos diferentes componentes naturais, económicos e sociais que estão presentes na problemática dos incêndios florestais em Portugal. Tomar conhecimento das medidas que estão a ser implementadas para minimizar o problema. Compreender como os cidadãos intervêm ou podem participar (tanto os que habitam em meios rurais como urbanos). Descrição

Após uma apresentação sumária sobre a dimensão do problema dos incên- dios florestais em Portugal, realizada pelo educador ou pelos alunos organi- zados em pequenos grupos, lançar a pergunta:

1 – Porque ocorrem grandes incêndios florestais em Portugal? Naturalmente os alunos irão referir alguns aspectos, como as condições meteorológicas que resultam das alterações climáticas em curso; a falta de limpeza dos matos (sub coberto arbustivo); a monocultura de espécies

florestais que favorecem a rápida progressão do fogo; a falta de ordena- mento do espaço florestal (falta de descontinuidades, de pontos de água, de acessos, etc. para facilitar o combate ao fogo); a escassez de meios de combate (quando ocorrem muito fogos em simultâneo é impossível dis- por de meios para atender a todas as situações); o tipo de estrutura fundi- ária (onde a pequena propriedade constitui um obstáculo à rentabilização do espaço florestal, conduzindo consequentemente ao seu abandono por parte dos proprietários).

Depois de identificadas as principais causas dos incêndios com as contri- buições do grupo, surge naturalmente a próxima pergunta:

2 – Como se poderão resolver ou minorar estes problemas? As alterações climáticas e os comportamentos criminosos são duas componentes difíceis de prever e de controlar. No entanto, podemos criar condições que ajudem a minorar a possibilidade dum fogo em meio florestal se transformar num grande incêndio com consequên- cias devastadoras. Convém salientar que os grandes incêndios florestais ocorrem geralmente em situações onde o fogo não é combatido na pri- meira hora do seu desenvolvimento e as condições meteorológicas são adversas (temperatura acima dos 30º C, humidade relativa abaixo dos 30% e velocidade do vento superior a 30 km/h). Nestas circunstâncias o fogo atinge uma dimensão e intensidade que torna quase impossível o seu controlo.

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Para poderem responder à pergunta duma forma informada, os alunos procuram inteirar -se sobre a problemática dos incêndios florestais em Portugal. A sua pesquisa em grupo pode incluir os seguintes aspectos:

• Os efeitos previsíveis das alterações climáticas sobre as florestas por- tuguesas (fontes: site da Naturlink, entre outras);

• Sobre limpeza dos matos, investigar a questão do aproveitamento energético da biomassa proveniente de resíduos florestais: será este um processo rentável e que impacte ecológico poderia resultar se a prática de retirar os matos se generalizasse a grandes áreas florestais? (sugestão de fontes: ICNB, Gabinetes Técnicos Municipais da região (consultar a carta estratégica de matos), contacto de Universidades e Institutos Politécnicos da região que leccionem cursos de Biologia,

Ecologia, Eng.ª Florestal, Eng.ª do Ambiente, ou outros na área das ciências do ambiente);

• Sobre ordenamento do espaço florestal, poderá ser interessante pesquisar sobre o que é a Rede de Salvaguarda do Território Florestal e em que ponto se encontra a sua implementação;

• Relativamente à necessidade de obviar à questão da reduzida di- mensão da propriedade florestal, pode ser proveitoso pesquisar sobre as associações e cooperativas constituídas e sobre as ZIF (Zonas de Intervenção Florestal); que vantagens decorrem da sua criação e como estão a funcionar?

• Acerca dos meios de combate a incêndios: em que meios de com- bate se tem investido nos últimos anos? Diferenciar o combate de 1ª intervenção – feito por brigadas heliotransportadas, sapadores, GNR e bombeiros voluntários, – e o ataque ampliado – feito por aviões, helicópteros e colunas de combate (sugestão de fonte: servi- ço de protecção civil);

• Pesquisar também sobre outras formas de combater o fogo recor- rendo, por exemplo, ao fogo táctico e ao contra -fogo. O que está a ser feito a este nível em Portugal? Que vantagens tem esta estratégia de combate? Em que situações pode ser utilizada?

Fontes de informação privilegiadas para esta fase: o site do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas; o site da Autoridade Florestal Nacional.

3 – A esta pesquisa segue -se a elaboração duma síntese da infor‑ mação recolhida, que é apresentada à turma por cada grupo. Neste ponto os alunos podem verificar de que modo a pesquisa realizada al- terou ou não a percepção que tinham à partida sobre a problemática (a qual provavelmente decorre da forma como ela tem sido trabalhada pela comunicação social).

4 – Agora podem discutir sobre os aspectos que lhes parecem estar a ser bem encaminhados e sobre aqueles que ainda não estão a ser cabalmente respondidos. O que deveria ser feito para os melhorar?

É importante ter em conta que os sistemas ecológicos levam tempo a mudar e, portanto, é necessário pensar em medidas de médio e longo prazo.

Mãos à obra: ideias a explorar

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Se surgirem como resultados da discussão soluções criativas para resolver algum aspecto que o grupo diagnosticou como “elo mais fraco” na problemática estudada, deverão fazê‑la chegar às en- tidades competentes.

5 – Para concluir, é importante que o grupo discuta sobre como cada um de nós pode contribuir para a prevenção dos incên- dios florestais.

Pistas sobre formas de participação do cidadão: financiamento da plantação de árvores de crescimento lento; comportamento responsável quando está em espaços florestais; respeito pelas regras de segurança quando faz queima de restantes agrícolas ou quando faz queimadas para renovação dos pastos.

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