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TRABALHO DE PROJECTO

21. Vamos defender a floresta da nossa região

Os participantes desenham e concretizam uma campanha de sensibilização para prevenir a ocorrência de incêndios florestais na sua região.

TRABALHO DE PROJECTO

Duração | Ao longo do ano

Idades | A partir dos 10 anos

N.º participantes | Uma turma

Tipo de Actividade

Pesquisa, entrevistas, análise de informação.

Objectivos

Promover a intervenção activa dos alunos nas suas comunidades para prevenir a ocorrência de incêndios florestais. Aprender a procurar infor- mação que permita fazer “a leitura” dum problema ambiental. Perceber que o cidadão anónimo pode colaborar com as entidades responsáveis no sentido de encontrar soluções.

Preparação

O educador apresenta aos seus alunos uma síntese sobre as conse- quências ambientais, económicas e sociais dos incêndios florestais em Portugal, com o objectivo de motivar o grupo a trabalhar o tema da prevenção dos incêndios florestais na sua região.

Descrição

Após o planeamento do trabalho a desenvolver em grandes fases, a

primeira etapa a realizar é um levantamento da informação dispo- nível no site da Autoridade Florestal Nacional e que permita fazer um diagnóstico sobre a problemática dos incêndios na região. Poderá incluir:

• Evolução dos incêndios florestais na região em termos de: área ardida e n.º de incêndios ao longo do ano, causas dos incêndios.

• Área ocupada por cada tipo de povoamento florestal1.

• Nível de risco estrutural da região.

Para além desta pesquisa é conveniente realizar algumas entrevistas a agentes locais envolvidos na área florestal, para se obter um conheci- mento mais próximo do terreno. Sugestões:

• Câmara Municipal: Gabinete de Protecção Civil e Gabinete Florestal (se existir)

• Associações de Produtores Florestais (contactos disponíveis no site da Autoridade Florestal Nacional)

• O Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR • Serviços Regionais da Autoridade Florestal Nacional

• Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade se na região existe uma Área Protegida

• Bombeiros

Mãos à obra: ideias a explorar

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No final desta etapa será possível saber quais os principais factores de risco de incêndio da região e o que já está a ser feito para o reduzir. De acordo com o resultado obtido, o grupo desenha e concretiza uma campanha de sensibilização junto dos agentes que pretendem alertar. Por exemplo:

1 – Se o problema diagnosticado for a falta de ordenamento florestal, ou a falta de manutenção das áreas florestais existentes, a campanha pode- rá ter por objectivo promover a constituição de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) na região, ou a adesão dos proprietários florestais às ZIF já existentes.

Neste caso, o grupo alvo a sensibilizar são os proprietários florestais. O maior desafio poderá ser como os convencer sobre as vantagens da constituição das ZIF, não só para a prevenção dos incêndios florestais mas também em termos de rentabilidade económica das florestas existentes. Promover uma apresentação pública de casos bem sucedidos, com a participação dos respectivos promotores, poderá ser uma via a explo- rar. Será certamente vantajoso estabelecer parcerias com a Câmara Municipal, a Autoridade Florestal Nacional e associações de produtores já constituídas.

2 – Se o problema que o grupo considera prioritário na região for a realização de queimadas para renovação das pastagens ou de queima de sobrantes agrícolas que, acidentalmente, geram incêndios florestais, a campanha de sensibilização poderá dirigir -se aos pastores e/ou agricul- tores. Esta situação não é fácil de obviar porque as pessoas usam o fogo acreditando que o conseguem controlar.

Poder -se -á actuar em diferentes níveis e por etapas. A tarefa mais aces- sível é informar sobre as épocas do ano e as condições em que é permitido fazer queimadas no nosso país2. Um pouco mais complexo

poderá ser convencer as pessoas de que quando o clima está seco e ventoso é demasiado arriscado fazer queimadas, mesmo que se res- peite o período legal. Se a queimada não puder ser adiada, então o

2. Ver DL n.º 124/2006 de 28 de Junho. No site da Autoridade Florestal Nacional encontra ‑se infor‑ mação sobre os períodos críticos em que é proibido realizar queimadas e queimas.

pastor/agricultor deverá pedir ajuda às autoridades locais, à comuni- dade e aos bombeiros para garantir que não provoca acidentalmente um incêndio.

3 – Se o grupo decidir trabalhar sobre o problema da falta de vigi- lância, a campanha de sensibilização poderá ter como principal ob- jectivo angariar voluntários para desempenharem esta função. Neste caso, o primeiro passo é contactar a Câmara Municipal e o Instituto Português da Juventude. Depois, de se inteirarem sobre onde e como as pessoas podem colaborar, há que usar de criatividade para seduzir os colegas para se envolverem neste importante serviço de preven- ção dos incêndios florestais, pois quanto mais rápida é a detecção dum fogo, menor é a probabilidade de ele se tornar num incêndio de grandes proporções.

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4 – Se o problema sobre o qual pretendem trabalhar tem a ver com os comportamentos negligentes de turistas que visitam a região, então a campanha de sensibilização deverá ter essa população como alvo. A sua concepção e concretização dependerão dos locais onde é possível che- gar a estas pessoas. Postos de turismo, igrejas ou mercados poderão ser locais interessantes a utilizar. Mais uma vez convém usar de criatividade e de bom gosto para surpreender pela positiva as pessoas e, assim, atrair a sua atenção interessada.

A campanha poderá concentrar -se numa só área – por exemplo, um parque de campismo ou um parque de merendas onde é frequente a realização de pic ‑nics. Neste caso, a campanha pode centrar -se na criação de cartazes, feitos com sentido de humor, que promovam comportamen- tos correctos.

5 – Se a questão pela qual o grupo se interessa é a das medidas de pro- tecção das aldeias que se localizam em meio rural, a campanha poderá ter por foco sensibilizar as populações locais para procederem à limpeza duma faixa de protecção das casa. Para isso, poderá ser criado um fo- lheto com conselhos para ajudar as pessoas a prevenir que as suas casas sejam atingidas por incêndios florestais ou que lhes indique o que devem fazer em caso de incêndio florestal. A consulta do Plano Municipal de Emergência e do site da Autoridade Florestal Nacional são importantes para a realização deste trabalho.

A campanha poderá centrar -se na promoção dum sentimento de respon- sabilização comum pelo património edificado e pelos espaços florestais adjacentes. Se existir um ambiente de solidariedade, entreajuda e coopera- ção entre as pessoas será mais fácil garantir a limpeza das faixas protectoras das propriedades, incluindo o caso de habitantes que não tenham condições para o fazerem.

6 – Embora seja proibido o uso de pirotecnia em determinadas alturas do ano, poderá haver essa tentação nas festas estivais que reúnem “os filhos da terra”. Se houver esse historial na região, a campanha pode objectivar a criação de sugestões alternativas para promover um ambiente de festa sem passar pelo uso de foguetes. Essa campanha poderá assumir a forma dum concurso de ideias a apresentar à comissão organizadora das festividades.

As ideias podem passar por fazer vistosos papagaios de papel com ma- teriais brilhantes ou por criar instrumentos musicais originais com ma- teriais locais, para convocar a população, entre outras. O mais impor- tante é marcar a diferença pela criatividade e que as pessoas se divirtam de forma saudável.