De forma geral, uma cadeia produtiva de base agropecuária é composta por elos que englobam as organizações supridoras de insumos básicos para a produção agrícola ou agropecuária, as fazendas e as agroindústrias, as unidades de comercialização atacadista e varejista e os consumidores finais. Todos conectados por fluxos de capitais materiais e de informação. Os componentes que determinam a especificidade da cadeia produtiva para a
agricultura são a propriedade agrícola e a agroindústria. Depois vêm os produtos que são comercializados e consumidos, no caso específico desta pesquisa, a borracha natural. Muito embora, para Castro et al. (2002, p. 8), o conceito, e o consequente desenvolvimento conceitual e metodológico em discussão, “pode ser aplicado para atividades produtivas de outra natureza que não a agrícola, como a produção de produtos industriais”. Para tanto, basta eliminar o elo propriedade agrícola, para representar a atividade produtiva de produtos oriundos da indústria, sem relação direta com a agricultura, o que não é o caso da cadeia produtiva da borracha natural que tem forte ligação com a atividade agrícola. Além do mais, a borracha natural, produto derivado da seringueira, continua como matéria-prima, necessitando da industrialização para ser consumida, diferentemente de outros produtos derivados da agricultura, caso do leite, da soja, do café etc. A figura a Figura 3, sintetiza um modelo geral de cadeia produtiva.
Ambiente organizacional
Ambiente institucional
fornecedores propriedade agroindústria Comércio
atacadista
Comércio varejista
Consumidor final
Fluxos de material fluxo de capital fluxo de informações elos
T= transações T 1 T 2 T 3 T 4 T 5 Sistema Produtivo 1,2,3...
Figura 1 – modelo geral de uma cadeia produtiva
Adaptado de (CASTRO et al, 2002, p. 8).
Figura 3 – Modelo geral de uma cadeia produtivaFonte: Adaptado de Castro et al. (2002, p. 8).
Nesse modelo de cadeia produtiva observa-se que alguns elementos são característicos dos sistemas, como os componentes interconectados, neste caso as organizações dedicadas a alguma função produtiva direta, ou a processo conexo à produção, como a comercialização; os fluxos de materiais (setas brancas); de capital (setas pretas); ou de informação (setas ponteadas).
A Figura 4, ilustra, de forma simplificada, o modelo de uma cadeia produtiva de borracha natural.
Figura 4 – Modelo de uma cadeia produtiva de borracha natural
Fonte: Modelo desenvolvido pelo autor, com base no referencial teórico.
Conforme ilustrado nesse modelo, a cadeia produtiva da borracha natural tem os mesmos componentes de uma cadeia produtiva agrícola e de uma cadeia produtiva industrial, quais sejam, fornecedores de insumos para as propriedades agrícolas (seringueira), indústria, comercialização atacadista, varejista e consumidores finais. Além dos fluxos de capitais, materiais e informação e as transações no interior da cadeia, quais sejam, os processos produtivos, os fatores de produtividade e competitividade e as respectivas implicações espaciais, ao longo da cadeia.
Com base nesses pressupostos, a cadeia produtiva da borracha natural será analisada nesta pesquisa de forma sistêmica, associando os fenômenos sociais, econômicos, físicos e biológicos às configurações territoriais. Isso para se compreender as implicações positivas ou negativas socioespaciais e a respectiva produção do espaço geográfico, fortemente influenciado por essa cadeia produtiva, conforme os argumentos já apresentados. Isso com base na universalização do enfoque sistêmico do conceito de cadeia produtiva e da interdisciplinaridade das ciências.
No modelo apresentado, foram considerados todos os elos da cadeia, da produção agrícola (seringueira), passando pela produção de pneus, até o consumo final. O ideal para o aumento da produtividade e da competitividade da cadeia depende da interconexão das políticas de governo com as políticas das empresas e do setor produtivo. Dessa forma, políticas governamentais estruturadas e não imediatistas, dedicada à essa cadeia, começarão a produzir seus efeitos positivos a partir do setor produtivo de borracha natural e, já nesse setor, resultaria em melhorias socioespaciais, uma vez que aumentaria a área cultivada com seringais e a respectiva produção de borracha natural, gerando emprego e renda tanto no setor agroindustrial quanto na agricultura familiar, além de viabilizar a meta de tornar o país autossuficiente na produção de borracha natural.
Nesse contexto, é importante ressaltar o papel fundamental da ciência, tecnologia e inovação, desde o manejo da cultura da seringueira até a produção dos derivados da borracha natural, inclusive da logística reversa, para superar os gargalos da cadeia, aproveitando melhor as oportunidades de cada setor da cadeia. O que implica o aumento da produtividade e da competitividade de cada setor individualmente e da cadeia como um todo, resultando em significativos benefícios socioespaciais, com a melhoria na qualidade de vida em escalas local, regional e nacional.
As políticas de governo são determinantes para a cadeia, uma vez que são elas que vão facilitar ou dificultar, ou até mesmo inviabilizar, o fornecimento de insumos, capital e tecnologia e o preço do produto final. As políticas positivas nesse sentido criarão oportunidades em cadeia, envolvendo fornecedores de insumo e técnica, a agricultura familiar e a agroindústria que, ao serem beneficiadas por esses meios, aumentarão o cultivo da seringueira e a produção de borracha natural, com garantia de preço justo. A partir desse elo ocorrerão vantagens competitivas das usinas, que, geralmente ociosas: terão matéria-prima para suprirem suas demandas; a indústria de pneumáticos, que passará a ter maior garantia interna de matéria- prima para sua produção de pneus; assim como a indústria de artefatos. O melhor desempenho do setor industrial da cadeia alimentará diretamente a exportação, o fornecimento de pneus para a indústria automobilística e o setor atacadista brasileiros. O setor atacadista aumentará as oportunidades do setor varejista de pneus, cujos postos de vendas estão distribuídos por todo o território nacional. Finalmente, o consumidor final retroalimenta o fluxo de capital da cadeia, o que trará benefícios a todo o sistema econômico brasileiro, uma vez que a comunicação e circulação, especialmente no Brasil, são predominantemente rodoviárias, o que subsidia a ideia
de se considerar os produtos derivados da borracha natural, especialmente o pneu, como produto estratégico para o país, mesmo que o ideário nacional não se dê conta disso.
A seguir será apresentado um quadro (Quadro 1) com a síntese do presente referencial teórico.
Quadro 1 – Síntese das categorias e autores que sustentam a discussão teórica apresentada Categorias,
autores e obras
Discussão teórica Aplicação na pesquisa
Espaço Geográfico
SANTOS, Santos. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção, 2004.
O espaço é um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações. A partir dessa conceituação pode- se reconhecer as categorias internas ao conceito de espaço
e os recortes espaciais.
Categorias: a paisagem, a
configuração territorial, a
divisão territorial do trabalho,
o espaço produzido ou
produtivo, as rugosidades e as
formas-conteúdo. Recortes
espaciais: a região, o lugar, as redes e as escalas.
O espaço se impõe como
condicionante da produção, da circulação, dada comunicação, do exercício da política, das crenças, da moradia e do lazer. O espaço é formado, ao mesmo tempo, por um conjunto indissociável, solidário e contraditório de sistemas de objetos e sistema de ações, em um quadro único no qual a história se dá. Portanto o espaço é tratado nessa pesquisa como conceito maior, do qual dependem os demais, uma vez que não há nada fora do espaço.
Técnica ou tecnologia
BENAKOUCHE, Tâmara. Tecnologia é Sociedade: Contra a Noção de Impacto Tecnológico, 2005.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção, 2004.
Os termos técnica e tecnologia se equivalem, pois ambos têm os mesmos três níveis de significado: 1) objetos técnicos ou artefatos; 2) atividades ou processos; e 3) conhecimento ou saber fazer.
A técnica não tem autonomia, ela tem sempre um conteúdo social; enquanto a sociedade possui sempre um conteúdo técnico ou tecnológico. Não há
como a técnica causar
impactos sociais, nem mesmo positivos. Pois, antes de tudo, ela é construída no contexto da própria sociedade, formando um sistema de relações em
permanente processo de
inovação, motivado por
aspectos técnicos, econômicos, sociais e políticos.
Como parte integrante dos
espaços, das regiões, dos
territórios e das redes, como elemento de sua constituição e transformação, a discussão da técnica nessa pesquisa objetiva
subsidiar as discussões
envolvendo as cadeias produtivas da borracha natural em toda sua dimensão.
Redes
CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, 2003.
Para imprimir suas ações
espaciais, os atores, invariavelmente, criam representações, depois repartem a superfície representada, implantam os nós e constroem as redes. A
Considerando-as uma realidade material e um fator social no atual
período técnico-científico-
informacional, ou era da
informação, as redes são toda a
infraestrutura que, além de
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do Poder, 1993.
SANTOS, Milton. Santos (2004). A Natureza do Espaço, 2004.
redes, com suas malhas e nós podem simplesmente estar
invisíveis pois podem
simplesmente estar ligados a decisões.
Por isso, não se pode prescindir desses elementos nas análises territoriais, uma vez que eles intervêm nas estratégias.
seres (matéria, objetos, energia, informação), define os pontos de atração e difusão dos territórios. As redes por ultrapassarem os limites dos territórios e das fronteiras, tornando-se globais,
são fundamentais para a
mobilização de novas forças
naturais e de poder,
principalmente nos sistemas
produtivos, envolvendo setores, cadeias produtivas e empresas locais, regionais e globais.
Região
CASTRO, Iná Elias de. O mito da necessidade: discurso e prática do regionalismo nordestino. 1992. COSTA, Rogério Haesbaert. Dilemas da regionalização na geografia contemporâneal. 2010.
CORRÊA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. 1990.
HASRTCHORNE, Richard. Propósitos e natureza da geografia. 1978.
LANCIONI, Sandra. Região e
Geografia. São Paulo. 1999.
Embora se reconheça a
dificuldade que há para se chegar ao conceito de região, sabe-se que o termo sempre se refere a recortes do espaço
geográfico e, também, à
diferenciação de áreas
geográficas.
Portanto, como conceito, a região pode ser tomada como um meio para se conhecer a realidade geográfica de um aspecto ou vários aspectos espaciais, dentro de um quadro territorial adequado ao que se propõe.
O termo é referido nesta pesquisa com o objetivo de identificar as áreas produtivas e consumidoras de borracha natural em escalas distintas, nacional e internacional, portanto no sentido de regiões funcionais, no caso a função é produzir borracha natural.
O conceito de cadeia produtiva utilizado nesta tese delimita o objeto de pesquisa e sustenta as
análises da organização dos
processos produtivos da borracha natural brasileira, determinando gargalos e ameaças na exploração das oportunidades, por um lado, e, por outro, expõe formas de se aproveitar as oportunidades e as fortalezas inerentes a essa cadeia produtiva.
Cadeia produtiva
ARROYO, Maria Mónica. Dinâmica territorial, circulação e cidades médias, 2006.
CASTILLO, Ricardo; FREDERICO, Samuel. Espaço geográfico, produção e movimento: uma reflexão sobre o conceito de circuito espacial produtivo, 2010.
CASTRO, Antônio Maria Gomes de et al. Cadeia Produtiva: Marco Conceitual para Apoiar a Prospecção Tecnológica, 2002.
DALL'ACQUA, Clarisse Torrens Borges. Competitividade e participação: cadeias produtivas e definição dos espaços geoeconômico, local e global, 2003.
O conceito de cadeia produtiva é considerado um instrumento sistêmico para representar a
produção de determinado
produto. De forma que os diversos agentes da produção
aparecem inter-relacionados
por fluxos de materiais, de
capital e informação,
abrangendo da matéria-prima à fabricação de objetos, ou produtos derivados até o consumidor final. O que
envolve mobilização de matérias-primas, aporte tecnológico, na forma de máquinas e equipamentos, produtos intermediários, distribuição e comercialização; evolução da divisão do trabalho e da especialização,
nas distintas etapas do
Cadeia produtiva (cont.)
HAGUENAUER, Lia et al. Evolução das Cadeias Produtivas Brasileiras na Década de 90, 2001.
HANSEN, Peter Bent. Um Modelo
meso-analítico de medição de
desempenho competitivo de cadeias produtivas, 2004.
LA BLACHE; Paul Vidal de. Princípios de geografia humana, 1921.
HARVEY, David. A produção
capitalista do espaço, 2005.
local, regional, nacional e global, sempre preservando a
interdependência entre os
agentes econômicos.
Produtividade
SOUZA, Ivan Sérgio Freire de; et al. Competitividade agrícola brasileira. 1991.
Para se obter os níveis mais altos de produção e de qualidade do produto imprescindíveis investimentos seguros em ciência e tecnologia. Apenas a abundância de recursos
naturais e mão de obra
perderam importância
estratégica para o
conhecimento científico. De forma que as empresas e nações que não efetivarem uma
base científico-tecnológica
perderão competitividade e bem-estar social, uma vez que
o domínio científico-
tecnológico, e só ele, garante a planificação, a execução, o controle e a eficiência da produção.
O simples o aumento da
produtividade ou crescimento
vertical não se restringe à
quantidade produzida de borracha natural por área plantada. Outros fatores, tais como o retorno econômico por área plantada e a produção por unidade de mão de
obra utilizada no processo
produtivo, foram considerados. Isso significa que não basta suprir a demanda brasileira de borracha natural e recuperar o crescimento. Os incrementos de produtividade e qualidade da produção desafiarão, constantemente, a capacidade de resposta dos centros de pesquisa públicos e privados.
Competitividade
DURSKI, Gislene Regina.Avaliação do desempenho em cadeias de suprimentos, 2003
FARINA, Elizabeth M.M.Q. Competitividade e Coordenação de Sistemas Agroindustriais: um Ensaio Conceitual, 1999.
LIMA, Suzana Maria Valle et al. Desempenho da cadeia produtiva do dendê na Amazônia legal, 2002. PORTER, Michael E. Competição: Estratégias Competitivas Essenciais, 1999.
Competitividade (cont.)
A competitividade é um fator constante de pressão entre os agentes da produção, entre as cadeias produtivas, entre as redes de empresas e entre as configurações territoriais, caso dos territórios e das regiões produtivas.
O aumento da competitividade de setores específicos no mercado global ocorre em
função do acúmulo de
conhecimento. Isso porque a vantagem competitiva é gerada e sustentada localmente. As
diferenças nos valores
nacionais, a cultura, as
estruturas econômicas, as
instituições e a história são
O tema é aqui tratado em virtude da concentração espacial, em escala global, da produção e oferta de borracha natural e seus derivados e da respectiva demanda
pelas redes de indústrias
pneumáticas mundiais. Embora ainda não havendo uma definição
consagrada do termo
competitividade, no que se refere a um país, a história mostra que países com escassez de recursos naturais se tornaram muito mais competitivos do que outros países
onde esses recursos são
fatores que contribuem para o êxito competitivo.
Ciência, tecnologia e inovação
CASSIOLATO, José Eduardo; LASTRES, Helena Maria Martins. Sistemas de Inovação e
Desenvolvimento, 2005. PROCHNIK, Victor. Cadeias Produtivas na Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, 2001.
Sendo a técnica a força motriz
da produção espacial, a
inovação dessa técnica é um
elemento essencial dessa
produção. Como parte da dinâmica evolutiva da técnica, ou como a conectividade que
une as ciências e as
tecnologias, a inovação
também faz parte dos sistemas territoriais, ou socioespaciais. Ou seja, vinculada a uma estrutura de suporte, ela se vincula também ao setor de negócios, a regras e interações com a cultura e a estrutura
social. Mas, como as
instituições nacionais são
altamente específicas para
setores particulares e sistemas setoriais, a inovação, embora sistêmica, torna-se seletiva.
A inovação, aqui, é tratada como elemento inerente ao sistema produtivo, organizado em termos das cadeias produtivas e sistemas de redes empresariais e seus
agentes, para explicar a
complexidade da cadeia produtiva da borracha natural em suas diversas regiões produtivas e escalas geográficas.
Agricultura familiar
FARINA, Elizabeth M.M.Q. Competitividade e Coordenação de Sistemas Agroindustriais: um Ensaio Conceitual, 1999.
LOCATEL, Celso Donizete e HESPANHOL, Antônio Nivaldo. A Nova Concepção de Desenvolvimento Rural na União Européia e no Brasil. In: Caderno Prudentino de Geografia, 2006.
NEVES, Delma Pessanha. Agricultura Familiar: quantos ancoradouros? 2007. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo Capitalista de produção e Agricultura, 1986.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Geografia Agrária: Perspectivas no Início do Século XXI, 2004
A história tem demonstrado que a agricultura familiar, na maioria dos casos, foi alvo de ações específicas das políticas
públicas e empresariais,
articuladas com vistas a
implantar mudanças
programadas para a atividade agropecuária brasileira. Porém, nem sempre essas políticas foram bem-sucedidas, não por culpa desses agricultores, mas devido às deficiências nessas políticas, principalmente no tocante aos financiamentos públicos.
No período atual, a agricultura familiar pode ser a fórmula ideal para se aumentar a produtividade e a competitividade da cadeia produtiva da borracha natural
brasileira, com vantagens
agregadas para todos os agentes envolvidos no processo produtivo e para a sociedade como um todo.
CAPÍTULO III
3 RETROSPECTIVA DA CADEIA PRODUTIVA DA BORRACHA NATURAL EM ESCALA MUNDIAL E OS GARGALOS E POSSIBILIDADES DA CADEIA BRASILEIRA
Neste capítulo faz-se uma retrospectiva da cadeia produtiva da borracha natural. Aborda-se, também, sua origem e uso por povos primitivos das regiões tropicais úmidas da América Central e do Sul, onde, a princípio, a semente da seringueira era utilizada como fonte de alimento, depois na fabricação de objetos utilizados em jogos, diversões e oferendas religiosas. Até que as sucessivas descobertas da utilização do látex na fabricação de objetos cada vez mais úteis, sofisticados e estratégicos levou a Inglaterra, de forma épica, a transplantar a seringueira, endêmica da região amazônica, para suas ex-colônias no Sudeste da Ásia, região onde prosperou de forma extraordinária, tornando-se o polo de produção mundial da borracha natural. Nesse contexto, faz-se uma breve discussão sobre os projetos fracassados de expansão do cultivo da seringueira e produção de borracha natural no Brasil, caso da Fordlândia, na região Amazônica, um contraponto aos projetos bem-sucedidos da Ásia.
Em seguida aborda-se, por um lado, os principais gargalos históricos que têm determinado a produtividade e a competitividade da produção de borracha natural nas regiões produtivas do Brasil, o que levou o país a perder a hegemonia absoluta na produção mundial de borracha natural, caindo de 100% para os atuais 1% da produção mundial.
Por outro lado, os avanços da ciência, tecnologia e inovação aplicados ao melhoramento genético da seringueira e outros mecanismos capazes de transformar as dificuldades e ameaças da cadeia produtiva da borracha natural em oportunidades, em termos de expansão, aumento de produtividade e competitividade.
Destaca-se, além disso, o fator preço da borracha natural, que tem sido historicamente um dos maiores gargalos da cadeia produtiva da borracha natural no Brasil.
Finalmente, retoma-se a discussão sobre as principais estratégias dos elos e setores da cadeia que, sempre por meio da ciência, tecnologia e inovação, continuam avançando, apesar dos enormes gargalos, em busca do aumento da produtividade e competitividade da cadeia produtiva brasileira, cuja meta principal é tornar o Brasil autossuficiente na produção de borracha natural e o setor de pneumáticos competitivo no mercado nacional e internacional.