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A TIC Domicílios 2016 estima que 36,7 milhões de domicílios brasileiros tinham acesso à Internet, número que representa 54% dos domicílios do país. Essa proporção foi estável em relação a 2015 (51%), revelando a manutenção da desigualdade existente entre os domicílios localizados em áreas urbanas e em áreas rurais.

Nas áreas urbanas, mais da metade dos domicílios tinham acesso à Internet (59%), ao passo que o acesso à rede estava presente em um quarto (26%) dos domicílios localizados em áreas rurais. Essa diferença permaneceu em um patamar semelhante ao observado em anos anteriores, mesmo com as variações positivas neste indicador observadas em 2016, tanto na área urbana quanto na rural (Gráfico 3).

GRÁFICO 3

DOMICÍLIOS COM ACESSO À INTERNET, POR ÁREA (2008 – 2016) Total de domicílios (%)

0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

TOTAL URBANA RURAL

PORTUGUÊS

A pesquisa também revela a manutenção das desigualdades regionais: enquanto a maior parte dos domicílios do Sudeste (64%) e Centro-Oeste (56%) possuíam acesso à Internet, apenas 40% dos domicílios do Nordeste contavam com essa tecnologia. Em um patamar intermediário, as regiões Sul (52%) e Norte (46%) tinham aproximadamente metade dos seus domicílios conectados à Internet. Em números absolutos, a região Sudeste permanece com a maior quantidade de domicílios sem Internet, estimada em 10,6 milhões de domicílios, seguida pelo Nordeste (10,5 milhões).

A proporção de domicílios com acesso à Internet continua sendo maior quanto mais alta a classe socioeconômica. Entre domicílios das classes mais altas, o acesso à Internet estava praticamente universalizado (98% na classe A e 91% na classe B, percentuais estáveis em relação a 2015), enquanto nas classes mais baixas o patamar de acesso à Internet era menor:

60% dos domicílios da classe C e apenas 23% das classes DE. No entanto, vale destacar que, enquanto nas classes A e B permaneceram estáveis as proporções de domicílios conectados entre 2015 e 2016, houve um aumento nos de classes C e DE no mesmo período.

A evolução do acesso à Internet no Brasil apresenta tendências semelhantes às observadas em outras regiões do mundo (Gráfico 4). Em comparação com os dados fornecidos pela UIT, o Brasil encontra-se em posição intermediária em relação às outras regiões, quando se trata da proporção de domicílios com Internet: abaixo de Europa, Comunidade de Estados Independentes (CEI) e Américas, e acima de Ásia e Pacífico, Estados Árabes e África.

Entre os domicílios sem conexão à Internet, a pesquisa TIC Domicílios também mapeia os motivos para a ausência dessa tecnologia. O mais citado foi o alto custo do serviço, mencionado por 57% dos entrevistados, seguido da falta de interesse (49%) e falta de necessidade (45%). Outros motivos foram a falta de computador no domicílio (44%), a preocupação com segurança e privacidade (40%), o fato de os moradores não saberem usar a Internet (39%) e a intenção de os moradores evitarem o contato com conteúdo perigoso (37%).

Pela primeira vez, a pesquisa também investiga o principal motivo para os domicílios sem Internet estarem nessa situação. Um em cada quatro domicílios relataram que o principal motivo era o fato de o serviço ser muito caro (26%), e também se destacaram a falta de interesse (18%) e o fato de os moradores não saberem usar a Internet (14%). O preço do serviço só não foi o motivo mais citado como principal entre domicílios de classe socioeconômica e renda familiar mais elevadas.

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GRÁFICO 4

DOMICÍLIOS COM ACESSO À INTERNET EM REGIÕES DO MUNDO E NO BRASIL (2008 – 2016) Total de domicílios (%)

0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

EUROPA

Fonte: União Internacional de Telecomunicações – UIT (dados regionais do mundo) e Cetic.br (dados sobre o Brasil).

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ACESSO DOMICILIAR À INTERNET E ACESSO AO COMPUTADOR

Para além da redução na proporção de domicílios com computador, a TIC Domicílios 2016 também evidencia o aumento do percentual de domicílios brasileiros com acesso à Internet e que não possuem computador – conforme mostra o Gráfico 5. A estimativa é que, em 2016, 9,8 milhões de domicílios brasileiros estavam nessa situação (eram 6,3 milhões em 2015).

Essa variação é convergente com o aumento do uso de Internet por meio de dispositivos móveis, principalmente o telefone celular, em detrimento do acesso à rede pelo computador.

GRÁFICO 5

DOMICÍLIOS, POR PRESENÇA DE COMPUTADOR E INTERNET (2014 – 2016) Total de domicílios (%)

2016

2015

2014

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

AMBOS

APENAS COMPUTADOR APENAS INTERNET

NEM COMPUTADOR, NEM INTERNET

43 8 7 43

41

8 9

41

40

7 14

39

A proporção de domicílios sem computador e com acesso à Internet era maior entre aqueles de classes C (18%) e DE (17%) e nas regiões Norte (22%) e Centro-Oeste (16%). Por outro lado, domicílios nessa situação eram bastante raros nas classes A (1%) e B (4%) e entre aqueles com renda familiar de mais de 5 até 10 salários (5%) e acima de 10 salários mínimos (2%).

PRESENÇA DE WiFi, COMPARTILHAMENTO DE REDE, VELOCIDADE, PREÇO E TIPO DA CONEXÃO

Entre os domicílios com acesso à Internet, a TIC Domicílios 2016 também investiga o principal tipo de conexão contratado. A presença de banda larga fixa ocorre em cerca de dois a cada três domicílios conectados (64%), proporção que diminuiu em relação ao verificado em 2015 (68%). Em contrapartida, o percentual de domicílios com acesso à Internet que utilizavam banda larga móvel via modem ou chip 3G ou 4G passou de 22%, em 2015, para 25%, em 2016.

A banda larga fixa estava mais presente que banda larga móvel em domicílios de quase todos os estratos analisados, com destaque para domicílios de áreas urbanas (65%), das regiões Sudeste (68%) e Sul (71%) e entre aqueles de classes e rendas mais elevadas, como a classe A (89%). A conexão móvel, por sua vez, era mais utilizada na região Norte (47%) – e com esse

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uso aumentando à medida que diminui a classe socioeconômica, sendo o tipo de conexão utilizado por metade (49%) dos domicílios com acesso à Internet das classes DE (Gráfico 6).3

GRÁFICO 6

DOMICÍLIOS COM ACESSO À INTERNET COM BANDA LARGA MÓVEL, POR ÁREA, REGIÃO, RENDA FAMILIAR E CLASSE SOCIAL (2016) Total de domicílios com acesso à Internet (%)

60

Centro-Oeste Mais de 3 SM até 5 SM

Sudeste proporção que era de 26%, em 2015. Já a conexão via cabo de TV ou fibra ótica foi citada em 28% dos domicílios com Internet, quatro pontos percentuais a mais do que em 2015 (24%).

Outros tipos de conexão de banda larga fixa apresentaram estabilidade em relação à edição anterior do estudo, como a via rádio (10%) e a via satélite (7%), enquanto a conexão discada foi utilizada, em 2016, por apenas 1% dos domicílios com Internet.

A proporção de domicílios com acesso à Internet que possuem WiFi segue estável, atingindo 80% em 2016. A presença de WiFi era menos comum justamente nos estratos em que havia maior proporção de domicílios utilizando conexão móvel, como nas áreas rurais (59%), na região Norte (58%) e em domicílios das classes DE (51%). Por outro lado, os percentuais são maiores em áreas urbanas (81%), nas regiões Sudeste (82%), Sul (85%), Nordeste e Centro-Oeste (ambas com 77%) e também entre domicílios da classe A (98%).

3 O aumento no acesso à Internet por conexão de banda larga móvel no Brasil está alinhado ao comportamento do acesso à banda larga móvel em países em desenvolvimento. Em ambos os contextos, houve altas taxas de crescimento no período de 2012 a 2017. UIT (2017). ICT facts and figures 2017. Recuperado em 20 setembro, 2017, de http://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Pages/facts/default.aspx

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Outro fenômeno verificado é o compartilhamento do acesso à Internet. Em 2016, de acordo com a pesquisa, isso acontecia em 18% dos domicílios conectados à rede no Brasil – proporção estável em relação a 2015 (16%), mas que cresceu desde 2014 (13%), primeiro ano em que a medição foi realizada. O compartilhamento do acesso à Internet é mais comum quanto mais baixa a classe (27% nas classes DE), além de ser mais frequente na área rural (30%) e nas regiões Nordeste (28%) e Norte (23%). Entre domicílios das classes A e B, por outro lado, o compartilhamento da rede era feito apenas em um a cada dez domicílios com acesso à Internet.

A velocidade da conexão contratada no domicílio também está relacionada a diferenças socioeconômicas, sendo maior em domicílios de classe mais alta e de áreas urbanas. Enquanto mais da metade (55%) dos domicílios com Internet da classe A e 25% daqueles localizados em áreas urbanas afirmavam que possuíam conexão de Internet com velocidade superior a 8 Mbps, o mesmo ocorria em 6% dos domicílios das classes DE e em 2% de área rural. Tais diferenças de velocidade vêm acompanhadas por variações nos valores pagos pela conexão. Na classe A, metade (50%) dos domicílios com Internet pagava mais de R$ 80 pela conexão e apenas 3%

pagavam até R$ 40. Já nas classes DE, 44% pagavam até R$ 40 e 14% pagavam mais de R$ 80.