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CAPÍTULO 4 – QUANTO AO LUGAR DO JOVEM NOS CÍRCULOS

1. O acordo forçado

Iniciamos pelo acordo feito no Círculo 4, continuando a discussão que vínhamos fazendo, pois esta cena ocorre na seqüência da que trabalhamos anteriormente. É uma cena longa, porém essencial para a problematização que propomos: a do lugar do jovem no círculo restaurativo, em especial na resolução do conflito e realização do acordo. No seu transcorrer destacamos algumas passagens e fazemos pequenos comentários, que serão aprofundados ao final.

F1 – Então, como é que você acha que pode ser resolvido? Ad – Ah, não sei. (silêncio) (está acuado)

Av – Fala A (jovem)! Tá esperando!

Ad – Ah se ele quiser continuar, ele que sabe. (eu não sei) F1 – Continuar o quê?

Ad – O processo.

F1 – Por quê? Você sabe a conseqüência de um processo?

Ad – Porque, que nem, ele tá falando de arrastão e tudo, eu não tô envolvido em nenhum, que a diretora sabe.

Av – Isso nós vamos saber depois, isso é outra coisa, tamo falando agora. Ad – O negócio da grade também não

F1 – Tudo bem. Então vamos por partes.

Prof – Posso dar uma sugestão? A (jovem), que você, a partir de agora, seja respeitoso com todos que estão lá na escola que ninguém tá lá pra ser desrespeitado, com os professores, com os inspetores, com o pessoal da limpeza, que limpa a sala pra você ter uma escola decente pra você estudar. Primeira coisa, o respeito que você terá que ter, a sugestão que eu to dando pra você: (1)

ser respeitoso com todo mundo lá. A segunda sugestão: (2) que você vá pra sala de aula pra estudar, não ficar lá no pátio, nu da cintura pra cima, que eu vejo, ali não é o espaço pra isso, ali não

é espaço pra isso, a escola é espaço de estudo. Então você vai pra escola, pra sala de aula, fazer as lições que os professores propõem pra você fazer, sair da sala quando você precisa realmente e não na hora você bem quer e entende, nem pede licença e sai. Isso é o seu papel como aluno, se você se compromete com isso, da minha parte, eu... morre por aqui. Agora, precisa respeitar os outros, assim como você quer ser respeitado, você precisa aprender a respeitar os outros. Os funcionários que estão lá estão lá pra fazer um trabalho de educação, educativo, pra ajudar você a aprender, e estudar, não é pra ser desrespeitado por você, nem pra ser xingado, então essa é a segunda sugestão. A terceira é (3) que você não agrida mais o patrimônio que está lá, ou seja, na hora da Educação Física, você vai, na hora que não é, você vai ficar na sala de aula, não precisa ficar cortando nada, subindo em muro, etc., danificando o que tem lá na escola. Só isso, (4) sai desses

grupos que não vão te ajudar a crescer. Esses grupos que tem lá na escola, porque a gente vai

resolver esse problema, porque a partir daqui abre-se um espaço pra gente resolver esses problemas que estão acontecendo na escola. A gente quer uma escola alegre, uma escola que seja acolhedora pro aluno, agora do jeito que está lá o ensino fundamental, os alunos, eles mesmo saem da escola por causa do que está acontecendo. Então você tem que se comprometer a isso.

Av – Aliás, eles nem saem, né, eles fazem tudo que não presta na escola mesmo, então tem que ver tudo isso, né.

Prof – Depois da audiência com o Juiz ele já aprontou, ontem com o professor, jogando as bolas, pra que isso A (jovem)?

Ad – Ontem eu não joguei bola nenhuma. Prof – Tá aqui o relatório do professor. Ad – Jogar vôlei forte, a bola vai. Prof – Você jogou propositalmente. F1- E essa bola não é devolvida? Prof- Não.

Ad – Tem a sala de aula e a quadra do meio, então se alguém chuta a bola ela fica em cima do telhado. Quando o professor vê que tá faltando muita bola, ele manda o cara que mora lá subir e pegar as bolas, normal.

Prof – Só que essas bolas, propositadamente, segundo professor, é a quarta bola, são caras, são jogadas pra fora da escola. Quem está do outro lado pra pegar essas bolas a gente não sabe, a gente suspeita.

Av – Suspeita não, tem que, quando a gente fala tem que ir atrás. (pela primeira vez a avó se posiciona ao lado do jovem)

Prof – A gente suspeita que tem alguém lá pra receber. Mas por que que ele joga propositadamente essas bolas?

Av – Quem falou isso, foi o professor? Então eu quero ir lá falar com ele. Ad - Só que como que o professor que falou...

Prof – (interrompe) Só estou citando um dos casos, só estou pedindo pra você se comprometer. (repete as sugestões anteriores) Tô sugerindo que você assuma essas responsabilidades que na verdade são suas, como aluno, como você não tá cumprindo, então você cumpra daqui pra frente. (não está fazendo uma citação, mas uma acusação)

Ad – Só como o professor viu eu jogando... Se são dois professores, um fica na sala e o outro fica dentro da sala de aula.

Prof – Mas você vai se comprometer daqui pra frente? (repete as sugestões novamente) Ad – Vou.

Prof – É isso que eu estou sugerindo que você faça, que, aliás, é seu papel como aluno em sala de aula.

Ad – Mas no mesmo dia que aconteceu esse negócio da lâmpada, vi o senhor regando, não foi? Peguei a mangueira reguei e o senhor foi lá e perguntou meu nome, não foi? Aquele dia lá eu faltei com o respeito com o senhor?

Prof – (interrompe a fala) Não tô falando aquele dia.

Pesq – Mas é importante ele falar um pouco também. (tento manter um espaço para a voz do jovem)

Prof – Sim , sim.

Ad – Aí sendo que quarta-feira eu não desrespeitei ninguém, peguei um monte de florzinha, dei pra fulana, dei pra todos os tios, elas deram beijinho em mim tudo. Mas só que como o professor falou, sendo que não dá pra ver se sou eu que jogo a bola, se o menino joga a bola aí o professor fala que é eu? Aí fica colocando meu nome no meio aí? Joga... eu só joguei uma, eu ia até pegar, mas o professor falou: “Não, deixa que depois o fulano vai lá e pega”. Aí eu falei: Tá bom professor, mas se o senhor quiser que eu pague outra, eu pago. O professor tá até de prova...

F1 – O que aconteceu não dá pra voltar atrás, mas daqui pra frente você acha que dá pra melhorar, que dá pra não se envolver? Às vezes também os outros tão no meio e aí entra junto? Então quando perceber que tem alguém depredando, fazendo alguma coisa, procura não tá junto. Porque às vezes tem casos que acontece, a pessoa entra, não sabe nem porque tá entrando, mas tá no meio.

Ad – Uhum.

F1 – Então evitar, porque a escola é de vocês mesmo, é um patrimônio de vocês, vocês tão lá pra aproveitar, fazer as coisas. Então tudo que acontece, quebrar uma porta, escrever na parede, tudo é prejuízo pra vocês mesmo. Os funcionários tão lá pra limpar, merecem respeito, porque não é um trabalho fácil, os professores também, da mesma maneira que respeita o pai, a mãe, tem que respeitar lá também, como você é como aluno também merece respeito. (silêncio) E você acha que

dá pra fazer o que o professor sugeriu? (toma a versão dos professores como verdadeira,

desconsidera as negativas do jovem) Ad – Dá.

F1 – Mas da boca pra fora ou porque eu acho que deve ser feito?

Ad – Eu vou fazer porque eu acho que tem que ser feito. (não parece estar comprometido) F1 – Eu vou tá acompanhando tá bom, eu vou tá em contato com a escola, em contato com a sua família, pra saber como é que tá as coisas, se você tá fazendo, se não vai tá mais seu nome envolvido na direção, procurar assistir as aulas mesmo não gostando de um ou outro professor que

às vezes fica pega no pé, mas procurar freqüentar as aulas, entrar na sala de aula, evitar ficar no pátio. Dá pra fazer isso?

Ad – Uhum

Profa – Me permite uma perguntinha? Que aquele passeio do Play Center, eu não sei, eu não fui, mas parece que houve alguma coisa lá que você também tava envolvido. (outra acusação ao jovem, novamente de furto, nos momentos finais do círculo)

Ad – Não, já foi esclarecido já. Profa- Ah tá.

Av - O que foi? O que aconteceu? (novamente avó não foi informada)

Ad – É que tinha um menino lá que tinha roubado um discplay, aí falaram que tava 4, 5 moleques junto, aí nisso eles chamaram tudo, conversaram, mas ninguém sabia que menino que tinha roubado. Aí eu cheguei perto pra perguntar, aí perguntaram se eu era da mesma escola, aí conversaram com nós, chegou na escola, a diretora conversou com nós e falou que não deu nada.

Av – Engraçado, isso a gente não fica sabendo nada, é inacreditável! Eu vou atrás dessas coisas tudo, (bate na mesa) porque é inadmissível uma coisa dessas. As coisas que acontece com ele dentro da escola, no passeio... ah, isso é inadmissível! (bate na mesa) Vai A (jovem) decide logo, que eu tenho que trabalhar, fala logo.

Ad – Tá bom.

F1 – Você acha que tem que pedir desculpas? Você se arrepende de alguma coisa que você fez, ou você acha que tudo que você fez foi correto?

Ad – Não, desculpa. F1 – Desculpa pra quem? Ad – Pro professor.

F1 – Mas você pede desculpa é de dentro pra fora? Desculpa do que? Do que você realmente acha que tem que pedir desculpa?

Ad – Do que eu fiz com ele. F1 - E o que você fez com ele?

Ad – O negócio da lâmpada. (conflito não está claro) F1 – Então fala pra ele, não pra mim.

Ad – Desculpa professor.

Prof – Tudo bem, eu só quero que daqui pra frente seja o que eu acabei de falar: respeito com os professores, funcionários, não deprede mais o patrimônio, freqüente as aulas, faça as lições...(silêncio)

F1 – Você se compromete a fazer tudo isso que o professor falou? (acordo unilateral que desconsidera o pouco que o jovem conseguiu falar)

Ad – Comprometo. (quase não se entende o que diz) F1- Compromete? (jovem confirma com a cabeça) Pesq – E vai dar pra fazer?

Ad – Dá. Pesq - Dá?

F1 – Mas vai fazer com convicção, ou vai fazer porque tá todo mundo aqui perguntando a mesma coisa pra você? Porque é bem isso, fala que vai fazer porque tão falando tanto.

Ad – Não, eu vou fazer. (solilóquio: Não vai fazer. Busca apenas sair desta situação do círculo, ninguém parece acreditar que ele cumprirá o “acordo”)

Pesq – É. A importância você sabe, o professor sabe, tá todo mundo dizendo né. (silêncio) F1 – Vou pôr que você se compromete a freqüentar as aulas, respeitar os professores, os funcionários, evitar qualquer tipo de arruaça na escola, tá bom? (silêncio) Quando tiver algum problema A (jovem), procurar esclarecer, ir no coordenador pedagógico. É que a escola também tá deixando uma falha porque ela teria que chamar os responsáveis.

Av – Agora, quando o pai dele vir, porque o pai dele é caminhoneiro, quando ele vim ele vai resolver tudo isso, porque tem que resolver, eu acho errado, a escola tem que comunicar, seja lá o que for, ou é bom, ou é ruim, ou não presta não vale nada, ela tem que comunicar, é obrigação dela!

Prof – Mas por parte da escola, deve ter... porque... ela tem relatório de cada ocorrência... Av – Não, não foi nada...

Prof – Eu também não sei... Deve ter as ocorrências, assim como essa que o professor entregou, deve ter outras. Eu aceito a acareação tranquilamente, quando ele disse que a diretora disse que eu tinha xingado um aluno. Pode chamar, que a gente pode fazer a acareação.

Pesq – É que é importante também a família ficar sabendo, porque parece que não tá sabendo...

Pesq – Mas tem coisas talvez que você não tá contando o que acontece, quando você é chamado na diretoria...

Av – Quando foi que ele comentou a mãe dele foi lá. É a única coisa, do resto nada, tem telefone, tem tudo, manda uma comunicação, dá uma suspensão. Tem que ter. Vamos supor que ele não deu, que ele não desse então, não compareceu, a mãe não veio (bate na mesa), qual a obrigação da escola? Não vai entrar na escola, eu quero sua mãe e seu pai aqui. (bate várias vezes

na mesa) Não tem nada disso. (família disponível)

Ad – Mas esse ano eu não tomei nenhuma suspensão não, nem advertência.

Av – Bom, você pediu desculpa pra ele não pediu? E vai fazer o que ele falou não vai? Ad – Uhum. (quase não se ouve)

Av – Então o resto você deixa. (duplo: chega!)

F1 – Eu vou aparecer lá na escola, aí provavelmente eu vou chamar todos vocês. Av – Pode chamar, qualquer hora, qualquer minuto.

F1 – Só tem uma coisinha que eu queria te falar: Cuidado pra não tá no meio de depredação, pichação, porque eu já atendi alunos de outra escola, que coordenador, inspetor abriu o BOLETIM DE OCORRÊNCIA e o adolescente fica enrolado, toma cuidado, tá? Evita, se você ver tumulto, sai do outro lado, porque aí a coisa pode complicar pra vocês também. É o que eu falei no começo, você já tem um Boletim de Ocorrência, toma muito cuidado pra não se envolver em outro, porque o Juiz pediu pra vir pra cá, é uma Justiça informal, não é que não tem valor, tem valor sim, porque tudo isso vai ser documentado lá e vai ser juntado no processo que tá no Fórum. Mas evita se envolver

num outro boletim, porque aí o Juiz puxa a ficha, vê que já tem um processo lá, aí ele vai entender

se é caso de você vir de novo pra Justiça Restaurativa ou se é uma pena legal, uma coisa que você tem que fazer um trabalho voluntário, ou a família pagar uma cesta, aí fica a critério do Juiz. E pra você mesmo, porque a experiência não deve ter sido boa, você ter ido na frente do Juiz, no Fórum, desgasta a família inteira, você é menor de idade, tem que ser seu responsável. Então daqui pra frente tenta seguir com responsabilidade, sempre procurando fazer as coisas da maneira mais certa tá? Aí pra semana a gente vai ver o que faz esse outro problema da escola tá bom? Eu vou pedir pra vocês assinarem aqui. Eu vou pedir pra vocês voltarem mais uma vez aqui tá? Daqui uns 20 dias, pra ver como ele tá se portando.

Av – Aí o pai dele vem.

F1 – Ou senhora também, um responsável... fica a critério. Vou marcar pro dia 14, tá? (conversas paralelas)

Av – Se ele não vir eu venho... Só que independentemente disso... meu filho pode ir lá e tomar as providências. (buscar a parte do acordo que cabe ao professor e não é feito no círculo)

F1 – Pode.

Prof – Ver se tem relatório, se não tem...

Av – Ah, porque é isso que eu quero, é isso que eu queria saber.

F1 – A senhora tem todo direito, de ver o histórico dele, relatórios dele, as notas. Olha vão te perguntar o que aconteceu aqui dentro, então o que aconteceu aqui dentro A (jovem), você não precisa falar o que foi falado, o que não foi, você só conta a experiência e fala: vamos procurar não fazer isso. Tá tudo bem, a gente já acertou. Evita escutar muito buchicho que isso é a melhor coisa, tá? Aí eu vou lá depois pra gente conversar com o restante, tá bom?

Ad – Tá bom. (Círculo 4)

Percebe-se, no início desta cena, que o jovem não consegue fazer uma sugestão de acordo, está acuado, pois lhe fizeram tantas acusações que acredita que o processo possa ter que dar continuidade no Sistema de Justiça Tradicional. Quem sugere o acordo é o professor, que o repete diversas vezes e que posteriormente é confirmado pela facilitadora. Não há, em nenhum momento a participação do jovem ou de sua avó. É um acordo unilateral, não se refere à relação professor-aluno, mas sim às atitudes do jovem. São feitas quatro sugestões pelo professor que visam mudar os comportamentos do jovem, que deve aceitá-las.

Podemos entender a colocação da avó, ao final do círculo, em relação à ida dela e do pai à escola, para além do fato de confirmar os comportamentos do jovem. Parece-nos que a avó busca também uma comunicação com a escola e informações quanto às acusações de furto feitas ao jovem ao final do círculo. Além disso, confirmar se o professor xingou ou não o jovem, visto que o professor negou o xingamento e é tomado, no contexto do círculo, como uma verdade, pois novamente o jovem é silenciado, suas afirmações a este respeito foram desconsideradas.

Além disso, para além dessas confirmações dos fatos, podemos perceber no movimento da avó, uma busca, de certa forma, pela outra parte do acordo, uma discussão, também, dos comportamentos do professor em relação ao aluno. Além do jovem, apenas a avó o questionou, mesmo assim com muito cuidado para não fazer acusações.

As falas do jovem, em que nega todas as acusações feitas, são desconsideradas e ele é tomado pelos Personagens que não aceita, do aluno “problema” e “violento”. Os elementos levados pelos professores evidenciam, para todos, e para a surpresa da avó, que ele os desempenha. Suas tentativas de justificar as acusações, ao contrário, parecem confirmar o Personagem.

As novas acusações, feitas ao final do círculo, deixam no imaginário dos participantes, a possibilidade de envolvimento do jovem com aqueles atos, com os furtos/roubos. A avó, que até então aparentava imparcialidade, pela primeira vez se posiciona e passa a defender o jovem, que até esse momento estava sozinho. Fica indignada com o fato da família não saber o que acontece, mesmo estando sempre disponível e presente na escola.

O círculo não ocorre como um espaço onde se privilegiou o diálogo livre de pré-conceitos e julgamentos, onde o foco é a relação que está em conflito e não os comportamentos de um ou outro. Podemos perceber que, nos momentos em que o jovem começa a “aceitar” o acordo que lhe está sendo imposto, não há de fato um comprometimento, mesmo porque, fica muito evidente a sua intenção de fugir daquela situação do círculo. Depois das acusações feitas ao jovem, sua avó também se posiciona dessa maneira. O que lhes cabe, naquele contexto, é aceitar as imposições e sugestões; e ao jovem: pedir desculpas.

Parece que no imaginário dos professores e da escola as ações atribuídas ao jovem, para além dos Personagens aluno “problema” e “violento”, aproximam-se do Personagem jovem “infrator”. Isso parece influir no fato de, no contexto escolar, as

ações da direção da escola e dos professores aparentemente não incluírem o diálogo com o jovem e sua família. Supomos que se trate de outro nível de resolução dos conflitos/infrações: com imposições ao jovem de mudança do comportamento e, se ineficazes, com a alternativa de acionar a polícia e encaminhar para o Sistema de Justiça Tradicional.