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Agravo Regimental

No documento Apostila RECURSOS (páginas 60-62)

7.3 RECURSOS EM ESPÉCIE

7.3.6 Agravo Regimental

Como o próprio nome diz, o agravo regimental é um recurso previsto no Regimento Interno dos tribunais. A criação do agravo regimental é pretoriana, ou seja, foi feita pelos pretórios, pelos tribunais.

O agravo regimental tem, de certa forma, semelhança com o agravo de instrumento, pois, na prática, serve para destrancar o andamento de recurso ao qual foi negado seguimento. Têm, por conseguinte, a mesma finalidade. Distingue-se, porém, o agravo de instrumento do agravo regimental, pois aquele tem previsão na alínea b, do art. 897 da CLT, isto é, tem previsão legal, enquanto o agravo regimental tem disciplina nos regimentos internos dos tribunais.

O agravo regimental terá por objetivo obter o reexame de certa decisão. Pode ser julgado, dependendo do caso, pelo mesmo órgão que proferiu o despacho, mas também pode ser feito em grau imediatamente subsequente. O fato de no agravo regimental não haver sustentação oral ou contrarrazões é relativo para indicar que não teria natureza recursal. Não se pode negar, porém, que o agravo provoca o reexame e a revisão da decisão anterior, inclusive por outro juiz, tendo, portanto, natureza de recurso.

O § 1 º do art. 709 da CL T dispõe que cabe agravo regimental para o Tribunal Pleno do TST das decisões proferidas pelo Corregedor do TST.

Poderá o agravo regimental ser interposto contra o despacho do relatar no TST que negar prosseguimento ao recurso, desde que não se aplique a súmula citada pelo relator para denegar prosseguimento àquele remédio (parágrafo único do art. 9º da Lei nº 5.584/ 70).

A Lei nº 7.701/88 tratou do agravo regimental em vários de seus dispositivos. Os agravos regimentais pertinentes aos dissídios coletivos serão julgados em última instância pela SDC (art. 2º, II, d). As Turmas do TST podem julgar em última instância os agravos regimentais (art. 5º, c). Na SDI, os agravos regimentais serão julgados em única instância quando interpostos em dissídios individuais (art. 3º, II, a) e em última instância quando de despachos denegatórios dos Presidentes das Turmas, em matéria de embargos (art. 3º, III, c).

Ressalte-se que o remédio adequado contra o despacho do presidente da turma que denega seguimento aos embargos não é o agravo de instrumento, como à primeira vista poderia parecer. O recurso cabível é o agravo regimental, na forma como for previsto no Regimento Interno do TST (art. 3º, III,

c, da Lei nº 7.701/88). Do despacho do Presidente de Turma do TST que deferir em parte seguimento aos

embargos, não cabe o recurso de agravo regimental, pois o relator dos embargos não estará vinculado ao despacho do Presidente de Turma, podendo até mesmo adotar outro entendimento. O agravo regimental, portanto, servirá contra o despacho que denegar ou obstar o seguimento aos embargos e não quanto ao que o admitir em parte, pois o recurso de embargos irá ser processado e será analisado pelo relatar.

61 Quando a decisão recorrida estiver em consonância com enunciado da Súmula do TST, poderá o relator do processo, indicando-o, negar seguimento ao recurso de revista, aos embargos, ou ao agravo de instrumento. Desse despacho caberá o agravo regimental (§ 5º do art. 896 da CLT).

Não cabem embargos para a SDI contra decisão de turma proferida em agravo, salvo para reexame dos pressupostos extrínsecos do recurso a que se negou seguimento no TST (En. 353 do TST).

Nos Tribunais Regionais do Trabalho, costuma-se admitir o agravo regimental contra: a) as decisões proferidas pelo Presidente da Corte, quando exerce a função de corregedor; b) as decisões do Presidente do Tribunal, do Více-presidente, do Corregedor ou do Vice-

corregedor, dos Presidentes de Grupos de Turmas, dos Presidentes de Turmas ou dos relatares, desde que haja prejuízo às partes em relação à decisão praticada;

c) o despacho do relatar que indeferir petição de ação rescisória;

d) o despacho do relatar que indeferir de plano o pedido de mandado de segurança; e) o despacho do relatar que conceder ou denegar o pedido de medida liminar.

O mais correto seria falar que o recurso cabível do indeferimento da petição inicial de mandado de segurança e da ação rescisória seria o recurso ordinário (art., 895, b, da CLT), conforme a orientação dos Enunciados 158 e 201 do TST. Admitimos que cabe recurso ordinário do indeferimento de petição inicial. O mesmo deve ocorrer em relação ao indeferimento da petição inicial em mandado de segurança e de ação rescisória. A matéria versada é de natureza processual, tendo a União competência privativa para legislar sobre o tema (art. 22, I, da Constituição), que não pode ser delegada ao regimento interno dos tribunais.

O TST tem entendido que o recurso de agravo regimental é o competente se houver indeferimento liminar de mandado de segurança, mediante despacho do relatar. Da decisão colegiada em agravo regimental é que será cabível o recurso ordinário.

No TST, o agravo regimental, também chamado de agravinho, é utilizado contra:

a) despacho do Presidente do Tribunal que denegar seguimento a embargos infringentes; b) despacho do Presidente do Tribunal que suspende execução de liminares ou de decisão

concessiva de mandado de segurança;

c) despacho do Presidente do Tribunal que concede ou nega suspensão da execução de liminar ou da sentença em cautelar;

d) despacho do Presidente do Tribunal concessivo de liminar em mandado de segurança ou em ação cautelar;

e) decisões e despachos proferidos pelo Corregedor Geral; f) despacho do relatar que negar prosseguimento a recurso;

g) despacho do relator que indeferir inicial de ação de competência originária do Tribunal, como mandado de segurança e ação rescisória;

h) despacho do presidente do Tribunal concedendo efeito suspensivo em dissídio coletivo; i) despacho ou decisão do Presidente do Tribunal, do Presidente de Turma, do Corregedor-Geral ou relatar que causar prejuízo ao direito da parte, ressalvados aqueles contra os quais haja recursos próprios previstos na legislação ou no Regimento Interno do TST (art. 243 do Regimento Interno do TST).

O efeito do agravo regimental é devolutivo, num primeiro momento, pois devolve à apreciação do juiz competente a análise do despacho que negou seguimento ao recurso anterior. Num segundo plano, é modificativo e devolutivo, sendo mais amplo, como no caso da decisão do Corregedor, que pode ser modificada pela turma, grupo de turmas, seção especializada ou pleno do tribunal.

62 O agravo regimental no TST será concluso ao prolator do despacho, que poderá reconsiderá-lo ou determinar sua inclusão em pauta para a apreciação do colegiado competente para o julgamento da ação ou recurso em que foi exarado o despacho.

Não havendo remédio legal contra determinada decisão nos tribunais, o recurso cabível é o agravo regimental.

O prazo do agravo regimental é previsto nos Regimentos Internos dos Tribunais.

No TST, o prazo do agravo regimental é de oito dias (art. 243 do Regimento Interno). Será dirigido ao Pleno, Seções Especializadas e Turmas, conforme a respectiva competência.

Conta-se o prazo a partir da publicação do despacho no órgão oficial. No STF, o prazo é de cinco dias. Nos tribunais regionais, normalmente o prazo é fixado em cinco dias.

Inexiste necessidade de ser feito depósito recursal para admissibilidade do agravo regimental, pois não há previsão legal nesse sentido.

É o agravo regimental processado sem a apresentação de contrarrazões. Também não há sustentação oral. Na sessão em que for posto em julgamento o agravo, o juiz prolator do despacho agravado não irá votar. Sua finalidade é complementar o julgamento da decisão do juiz que causou prejuízo à parte. Havendo empate na votação, subsistirá o despacho agravado.

O juiz prol ator da decisão ou despacho poderá revê-los e determinar o processamento do recurso ou modificar sua decisão.

No TST, os agravos regimentais interpostos contra atos ou decisão do Presidente do Tribunal, do Corregedor-Geral e dos Presidentes de Turmas, desde que manifestados no período do respectivo mandato, serão por eles relatados. Nos casos em que o afastamento temporário do presidente de Turma for superior a 15 dias úteis e até 30 dias, o substituto irá relatar os agravos regimentais opostos durante o período de substituição, ainda que não tenha prolatado o despacho agravado, permanecendo a eles vinculado mesmo após o retorno do substituído. Os agravos opostos após o término da investidura no cargo serão conclusos ao Ministro sucessor, embora não prolator do despacho ou decisão agravada.

Os agravos regimentais interpostos contra despacho do relator, na hipótese de seu afastamento temporário ou definitivo, serão conclusos, conforme o caso, ao juiz convocado ou ministro nomeado para a vaga.

Ocorrendo interposição de mais de um recurso de embargos e sendo apenas um deles admitido pelo Presidente de Turma, relatará o agravo regimental, eventualmente manifestado, o Ministro sorteado como relator do recurso recebido. Nas demais hipóteses, prevalece a regra anteriormente descrita.

Lavrará o acórdão do agravo regimental o Ministro relato r, ainda que vencido.

Se houver previsão no regimento interno do tribunal, da decisão que julgar improvido o agravo de instrumento, caberia agravo regimental.

Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre 1 e 10% do valor corrigido da causa e não do valor da condenação, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor C§ 2º do art. 557 do CPC).

No documento Apostila RECURSOS (páginas 60-62)