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História

No documento Apostila RECURSOS (páginas 50-59)

7.3 RECURSOS EM ESPÉCIE

7.3.5 Agravo de Instrumento

7.3.5.1 História

O agravo de instrumento tem origem em Portugal, nas querimas ou querimônias que aparecem para atenuar a rigidez da Lei de Afonso IV, que proibia apelação contra sentenças interlocutórias. Inicialmente, cabiam as querimônias e, posteriormente, o agravo contra tais decisões. Nas Ordenações

51 Manuelinas é que surgem os agravos de petição e de instrumento contra as decisões interlocutórias, as sentenças definitivas, as apelações e os agravos ordinários.

Em nosso sistema, no império, o agravo de instrumento foi abolido em 29/11/1832, tendo sido restabelecido por lei de 3 de dezembro de 1841.

O agravo de instrumento não era previsto no Decreto-lei nº 1.239/39, que mencionava as decisões proferidas em execução, o que implicava o entendimento doutrinário do cabimento do agravo de petição. Sendo a decisão prolatada por juiz do trabalho, a competência para o julgamento do recurso seria do próprio tribunal presidido pela autoridade recorrida. Na hipótese de a decisão ser proferida por juiz de direito investido na jurisdição trabalhista, o agravo seria julgado por outro juiz de direito da comarca mais próxima. Inexistia recurso suspensivo ao recurso em comentário.

O Decreto nº 6.596/40, que era o Regulamento da Justiça do Trabalho, determinou que se o juiz não atribuísse efeito suspensivo ao agravo deveria encaminhá-lo em instrumento em apartado, devendo ser acompanhado de informações minuciosas. Poderia, porém, o juiz entender ser conveniente a suspensão da execução sendo que, no caso, o agravo subiria nos próprios autos principais (art. 204, §§ 1 º e 2º).

Quando da edição da CLT (1943), era o recurso de competência do Conselho Regional do Trabalho.

A redação anterior do art. 897 era determinada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19- 1-46, encontrando-se o recurso em comentário na letra b. A redação atual é disciplinada pela Lei nº 8.432, de 11- 6-92, que repete o caput da redação anterior do art. 897 da CLT.

O prazo do agravo, que constava do § 1 º, passou a ser especificado no caput.

7.3.5.2 Conceito

O agravo de instrumento tem esse nome porque não vai para o tribunal com os próprios autos da decisão impugnada, mas há necessidade da formação de autos em apartado, de modo a não interromper o andamento do processo, daí sendo feito o instrumento para esse fim.

O conceito do agravo de instrumento é encontrado na alínea b do art. 897 da CLT:

é o recurso adequado para impugnar os despachos que denegarem seguimento a interposição de outro recurso.

7.3.5.3 Distinção

Distingue-se o agravo de instrumento previsto na alínea b do art. 897 da CLT do previsto no CPC. Este serve para impugnar qualquer despacho ou decisão no processo civil, inclusive decisão interlocutória. No processo do trabalho, não cabem recursos de decisões interlocutórias (§ 1 º do art. 893 c/ c § 2º do art. 799 da CLT e En. 214 do TST), somente da decisão definitiva.

Assim, o agravo de instrumento no processo do trabalho serve apenas para destrancar recurso ao qual foi negado seguimento e não para decisões interlocutórias.

Não se confunde o agravo de instrumento com o agravo de petição. Este serve para impugnar as decisões do juiz na execução (art. 897, a, da CLT). O agravo de instrumento é o remédio para atacar os despachos que denegarem a interposição de recursos.

7.3.5.4 Cabimento

Caberá agravo de instrumento no processo do trabalho contra despacho que denegar seguimento ao recurso ordinário, recurso de revista, agravo de petição e recurso extraordinário (art. 544

52 do CPC). Não caberá o agravo de instrumento de despacho que não admitir os embargos, pois, nesse caso, o remédio é o agravo regimental (art. 3º, III, c, da Lei nº 7.701/88).

A finalidade, portanto, do agravo de instrumento no processo do trabalho é destrancar os recursos anteriormente mencionados.

Será cabível, também, agravo de instrumento contra despacho que impede o pedido de revisão do valor da causa, pois no caso não é possível a interposição do mandado de segurança, nem da correição parcial, sendo o agravo de instrumento o meio adequado para a obtenção da reforma daquela decisão interlocutória.

7.3.5.5 Não-cabimento

Não caberá agravo de instrumento contra: indeferimento de prova, pois as decisões interlocutórias somente são recorríveis, quando da sentença final (§ 1 º do art. 893 da CLT); a admissão ou denegação da intervenção de terceiros, pois haverá a possibilidade da interposição do recurso ordinário quando da decisão definitiva.

Considera-se inadequada a interposição de agravo de instrumento de despacho que entende cabível o recurso de revista apenas quanto à parte das matérias veiculadas, pois o TST poderá apreciar integralmente o recurso (En. 285 do TST). Assim, se o tribunal regional entende, no juízo de admissibilidade, que o recurso de revista cabe quanto a divergência jurisprudencial e não quanto a violação literal de dispositivo de lei, ou vice-versa, não caberá o agravo de instrumento, pois o tribunal a quo não está denegando seguimento ao recurso de revista, podendo o TST entender cabível o recurso quanto à parte que não foi admitida pelo TRT, ou, ao contrário, não conhecer do recurso integralmente.

É incabível o agravo de instrumento quanto a despacho denegatório a embargos à execução, pois o remédio adequado é o agravo de petição, que é o recurso previsto para as decisões do juiz na execução (art. 897, a, da CLT). O mesmo pode-se dizer em relação ao despacho que não recebe embargos de terceiro.

A parte não poderá interpor agravo de instrumento contra despacho que não admite agravo de instrumento. O correto será a interposição de agravo regimental, desde que haja previsão nesse sentido no regimento interno do tribunal ou o mandado de segurança, se conseguir demonstrar a existência do direito líquido e certo.

São incabíveis embargos para a SDI contra decisões em agravo de instrumento oposto contra despacho denegatório de recurso de revista, inexistindo qualquer violação à Constituição. O STF já entendeu da mesma forma (Ag. 98.422-4-RJ, 15/05/84, ReI. Min. Aldir Passarinho, DJU, 04/06/84, p. 8.875). No caso, o acórdão do agravo de instrumento apenas vai examinar o cabimento do recurso que foi denegado seguimento (recurso de revista). O julgador não vai entrar no mérito da decisão da revista, apenas vai verificar os pressupostos para seu conhecimento, se o apelo pode ou não subir. Inexistentes estes, não há por que se ingressar com outro recurso (embargos para a SDI), protelando ainda mais a solução do processo.

O Enunciado 353 do TST esclareceu que não cabem embargos para a SDI contra decisão de turma proferida em agravo de instrumento, salvo para reexame dos pressupostos extrínsecos do agravo ou da revista respectiva, que dizem respeito ao próprio apelo.

Do acórdão do Tribunal Regional que julgar o agravo de instrumento também não caberá recurso de revista (En. 218 do TST), pelo motivo de que o agravo de instrumento não entra no mérito da questão da revista, apenas verifica se esta pode ou não subir.

No TST, o Ministro Relator do agravo de instrumento pode negar seguimento ao referido recurso caso a decisão recorrida esteja em consonância com o enunciado da Súmula da Jurisprudência do TST (§ 5Q do art. 896 da CLT). Dessa decisão caberá agravo regimental.

53 Da decisão do juiz que mantém o valor da causa ou que indefere o pedido de isenção de custas não cabe agravo de instrumento, pois são decisões interlocutórias. Caberá agravo de instrumento da decisão que denegar seguimento a recurso.

7.3.5.6 Prazo

O art. 522 do CPC, com a redação da Lei nº 9.139, estabelece que o agravo cabe no prazo de dez dias, que anteriormente era de cinco dias. Entretanto, no processo do trabalho, houve unificação de prazos recursais por intermédio do art. 6Q da Lei nº 5.584/70, que é de oito dias, além do que a Lei nº 8.432, ao dar nova redação ao caput do art. 897 da CLT, especificou que o prazo do agravo tanto de instrumento, como de petição, será de oito dias.

Logo, o prazo determinado no art. 522 do CPC não se aplica no processo do trabalho, pois há prazo próprio, que é de oito dias. O § 2º do art. 525 do CPC é aplicável no processo do trabalho quando determina o local onde deve ser apresentado. Logo, se a parte apresentar no correio a petição nos oito dias, mas a petição não chegar ao protocolo do tribunal nesse prazo, o recurso não será intempestivo, pois é a própria lei que permite que a petição seja apresentada no correio no prazo do recurso (art. 525, § 2º, do CPC).

O pedido de reconsideração do despacho do juiz a quo não implicará a suspensão ou interrupção do prazo para o recurso, que fluirá normalmente.

7.3.5.7 Procedimento

Dispõe o art. 524 do CPC que o "agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal

competente", por meio de petição. Da forma como está redigido o referido artigo poder-se-ia entender que

o agravo apenas será endereçado ao tribunal, mas apresentado no primeiro grau, daí porque incorreta a expressão "dirigido diretamente ao tribunal", que pode ensejar dúvidas. O § 2º do art. 525 do CPC mostra que a petição do recurso será protocolada no tribunal.

O art. 526 do CPC declara que o agravante deve, no prazo de três dias, juntar aos autos a cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, evidenciando que o agravo realmente é apresentado no próprio tribunal e não no juízo a quo. Assim, a petição inicial será apresentada ao juiz que seria competente para julgar o recurso que anteriormente foi interposto e foi denegado seguimento, isto é, no próprio juízo ad quem.

Em relação à decisão da Vara, o agravo de instrumento será protocolado no TRT da respectiva região; no que diz respeito à decisão do TRT que nega, por exemplo, seguimento a recurso de revista, o agravo de instrumento será protocolado diretamente no TST ou enviado pelo correio. A nova redação do art. 524 do CPC, ao mencionar que o agravo é dirigido ao próprio tribunal, modificou a orientação histórica que sempre foi seguida de que o agravo deve ingressar no juízo que proferiu a decisão impugnada. A CLT não dispõe onde deve ser interposto o agravo de instrumento, apenas menciona quem o julga, que é o tribunal.

Logo, deveria ser aplicado o CPC, que determina onde o agravo deve ser apresentado. O inciso II, da Instrução Normativa nº 16/99 do TST, entende, porém, que o agravo de instrumento será dirigido à autoridade judiciária prolatora do despacho agravado, sendo processado em autos em apartado. Logo, não será protocolado no tribunal, como determina o CPC. Trata-se, portanto, de procedimento contrário ao que está previsto no CPC, O agravo será apresentado por petição, como se verifica do art. 524 do CPC, indicando a exposição dos fatos e do direito e as razões para a reforma da decisão (art. 524, I e II). Não será possível esse recurso ser interposto por simples petição, como indica o art. 899 da CLT, pois, do contrário, não terá fundamento.

54 a) a exposição do fato e do direito;

b) as razões do pedido de reforma da decisão que denegou seguimento ao recurso anterior. Isso mostra que a regra do art. 899 da CLT que estabelece que os recursos trabalhistas são interpostos por simples petição não se aplica também ao agravo de instrumento, pois o agravante deverá apresentar a exposição do fato e do direito e as razões do pedido de reforma da decisão. As razões do agravo de instrumento devem ser dirigidas a atacar o despacho que nega seguimento ao recurso e não à decisão do acórdão ou da sentença;

c) o nome e o endereço completo dos advogados, constantes dos autos e não do processo, como consta do inciso III do art. 524 do CPC, Esse último requisito não era previsto na redação anterior do CPC, Irá compreender tanto o endereço dos advogados do agravante, como do agravado.

Deverão ser juntadas peças aos autos, de modo que o tribunal possa julgar de imediato o recurso ao qual foi negado seguimento, de maneira a haver maior celeridade. Essa hipótese já era prevista nos §§ 3º e 4º do art. 544 do CPC.

A parte deverá instruir a petição inicial do agravo de instrumento: obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, contestação, da decisão originária (poderá ser o recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista), da comprovação do depósito recursal e do recolhimento das custas.

Nada impede que o agravo de instrumento tenha procurador contratado especialmente para a sua interposição, razão pela qual deverá juntar a competente procuração. O comprovante do depósito recursal e custas refere-se a recurso anteriormente interposto, pois no momento não existem depósito recursal e custas no agravo de instrumento; facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida (§ 5º do art. 897 da CL T). Essas hipóteses já eram previstas nos incisos do art. 525 do CPC.

O agravo não será conhecido se o instrumento não contiver as peças necessárias para o julgamento do recurso denegado, incluindo a cópia do respectivo arrazoado e da comprovação de satisfação de todos os pressupostos extrínsecos do recurso principal.

O termo correto é não conhecimento e não nego seguimento, caso não sejam apresentadas as peças necessárias. Negar seguimento é negar o processamento do recurso, que é feito na instância a quo.

Na redação anterior do parágrafo único do art. 523 do CPC não havia menção expressa de peças que seriam juntadas facultativamente pelo agravante. Na redação do inciso I do art. 525 do CPC agora é necessário não só juntar a cópia da procuração do advogado do agravante, mas também do agravado, o que não constava anteriormente no parágrafo único do art. 523 do CPC, Entretanto, se o agravante juntar nova procuração, por óbvio não precisará juntar cópia da petição que está no processo principal.

O § 2º do art. 525 do CPC permite não só que a petição seja protocolada no tribunal no prazo do recurso, mas também postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local. O uso da expressão postagem no correio é pleonasmo, pois ao se falar em postagem, já se presume que seja feita no correio. Não se trata, porém, de lei local, pois o citado parágrafo tanto vai ser utilizado na Justiça Comum, na Federal e na do Trabalho, daí porque o mais certo seria usar o termo lei de organização judiciária.

No prazo de três dias, o agravante requererá a juntada aos autos do processo, da cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso (art. 526 do CPC). Tal providência não era prevista anteriormente, justamente pelo fato de que o agravo era apresentado ao próprio juiz a quo e não diretamente ao juízo ad

55 quem. Entretanto, propicia ao juiz a quo o juízo de retratação. Deve o agravante juntar as cópias no referido prazo ou o mais rápido possível para que não haja dúvidas a respeito do trânsito em julgado da decisão.

Não mais se aplica o antigo art. 525 do CPC que previa que no prazo de quinze dias seria feita a extração, a conferência e o concerto do traslado, prorrogável por mais dez dias, pois a atual redação dos arts. 522 a 529 do CPC não prevê tal orientação. Assim, competirá à própria parte tirar as cópias necessárias à formação do instrumento, bem como a sua conferência, eliminando trabalho burocrático nos órgãos judiciais.

O CPC não usa, inclusive, mais a palavra conferência do traslado, que era feita pelo serventuário, indicando que a parte deve responsabilizar-se pela juntada dos documentos necessários. O art. 525 do CPC declara que a petição inicial "será instruída", indicando que a petição do agravo deve incluir os documentos necessários, que serão juntados pela própria parte. Não mais se usa a expressão de que a parte deve indicar as peças.

Agora, deve ela instruir seu pedido com as peças pertinentes, o que deve ser feito pelo próprio interessado e não pelo serventuário. O inciso X, da Instrução Normativa nº 16 do TST, estabelece que cabe às partes velar pela correta formação do instrumento, não comportando a conversão do agravo em diligência para suprir a ausência de peças, ainda que essenciais. O advogado pode declarar autênticas as peças, sob sua responsabilidade (item IX da Instrução Normativa n2 16 do TST). Entretanto, a regra legal só diz respeito ao recurso extraordinário e não a outras hipóteses (§ 12 do art. 544 do CPC).

Juntado documento novo, deverá a parte contrária, quando das contrarrazões, sobre ele se manifestar.

O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considere necessárias ao julgamento de ambos os recursos (§ 62 do art. 897 da CLT). A hipótese mencionada diz respeito apenas ao agravo de instrumento e não ao agravo de petição, pois está complementando as disposições do § 52 do mesmo artigo. O agravado passa a ser intimado para oferecer resposta não só ao agravo de instrumento, mas também ao recurso principal (ordinário, revista, agravo de petição), em razão de que o tribunal poderá deliberar sobre o apelo principal. Serão juntadas peças de forma a haver o julgamento de ambos os recursos.

7.3.5.8 Preparo

O preparo abrange o pagamento de custas, do depósito recursal e outros emolumentos.

Não haverá depósito recursal. O art. 40 da Lei nº 8.177/91 não dispõe que haja necessidade de depósito para o agravo de instrumento, até porque pode haver depósito no recurso anteriormente interposto. Ainda que se entendesse cabível o depósito, não se saberia qual seria o seu valor, que não é especificado na referida norma.

Inexiste, também, pagamento de custas. A deserção, entretanto, somente poderá ser declarada pelo juiz relator do processo, não podendo ser feita pelo juízo a quo. Não haverá, portanto, preparo (item XI da IN nº 16/99 do TST). Haverá necessidade de pagar emolumentos por autenticação.

7.3.5.9 Efeito

O agravo de instrumento não possui efeito suspensivo. Podia o juiz sobrestar o andamento do processo sempre que julgasse aconselhável (§ 12 do art. 897 da CLT), de acordo com a redação do Decreto- lei nº 8.737, de 1946. Hoje, não é mais possível o sobrestamento do feito, pois não há mais essa previsão legal. A Lei nº 8.432, ao dar nova redação ao art. 897 da CLT, eliminou a hipótese de sobrestamento do feito. Logo, o efeito do recurso será apenas devolutivo, seguindo a regra geral do art. 899 da CLT.

56 O inciso II do art. 527 do CPC estabelece que o relatar poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso, comunicando ao juiz tal decisão. Essa disposição do CPC não é aplicável ao processo do trabalho, diante da orientação do art. 897 da CLT, com a redação da Lei nº 8.432, por não haver omissão na CLT, mas ao contrário orientação em sentido diverso (art. 769 da CLT), visto que a Lei nº 8.432 suprimiu o sobrestamento do processo, que era previsto anteriormente no § 1 º do art. 897 da CLT, e que tinha a mesma finalidade de atribuir efeito suspensivo ao recurso. O inciso II do art. 527 do CPC ainda faz remissão ao art. 558 do CPC.

Este reza que o relator poderá suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara quando houver prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos. A prisão civil pode ser reparada mediante habeas corpus; a decisão do juiz na adjudicação ou na remição de bens será interlocutória, pois somente poderá ser impugnada na decisão definitiva que julgar os embargos, o que poderá ser feito por agravo de petição e não de instrumento; a caução não se aplica no processo do trabalho ao empregado, diante do princípio da gratuidade. Logo, o inciso II do art. 527 do CPC e o art. 558 da mesma norma não se aplicam ao processo do trabalho, inexistindo efeito suspensivo no agravo de instrumento.

Interposto agravo de instrumento contra despacho que recebeu o agravo de petição, não há efeito suspensivo da execução da sentença (§ 2º do art. 897 da CLT). Não teria sentido dizer que o agravo de instrumento teria efeito suspensivo do feito em casos diversos do da denegação do agravo de petição. A regra geral do art. 899 da CL T deve ser respeitada (efeito devolutivo). Não poderia a Lei nº 8.432/92, que tem por objetivo agilizar o andamento do processo, retroceder ao ponto de permitir efeito suspensivo no agravo de instrumento.

7.3.5.10 Processamento

O agravo de instrumento, protocolizado e autuado, será concluso ao juiz prolator do despacho agravado, para reforma ou confirmação da decisão impugnada, observada a competência estabelecida nos arts. 659, VI, e 682, IX da CLT.

Mantida a decisão agravada, será intimado o agravado a apresentar contrarrazões relativas ao agravo e, simultaneamente, ao recurso principal, juntando as peças que entender necessárias para o julgamento de ambos, encaminhando-se, após, os autos do agravo ao juízo competente.

Serão certificadas nos autos principais a interposição do agravo de instrumento e a decisão que determina o processamento ou a decisão que reconsidera o despacho agravado.

O agravo de instrumento será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada (§ 4º do art. 897 da CLT). Assim, se se tratar de denegação de seguimento de recurso ordinário ou agravo de petição, quem irá julgar o agravo de instrumento será uma

No documento Apostila RECURSOS (páginas 50-59)