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1 ROTA TURÍSTICA INTERNACIONAL AMAZÔNIA – ANDES –

1.2 A pesquisa de campo nas cidades do Vale do Acre na área de

1.2.3 Análise da pesquisa sobre a percepção do visitante de Rio Branco

Na intenção de saber como o visitante percebe a cidade de Rio Branco, realizou-se uma pesquisa no período de 5 a 8 de fevereiro de 2009. Foram realizadas 20 entrevistas com pessoas que se encontravam próximas aos monumentos do Primeiro e Segundo Distritos da capital acreana. Os entrevistados, em sua maioria, 75%, consideraram o acesso a Rio Branco “Bom”, 10% opinaram como sendo “Ótimo”, 10% “Regular” e 5% o acharam “Ruim”. Concernentes às rotas e roteiros turísticos que Rio Branco integra, 45%, a maior porcentagem, opinaram como “Bom” e “Regular”. Quanto à infraestrutura da cidade, a maioria, 55% dos turistas, disse que é “Boa” esomente 2% opinaram como sendo “Ótima” e “Regular”. Além disso, 65% dos entrevistados consideraram o acesso aos atrativos turísticos

“Regular”, demonstrando que o fator acessibilidade aos monumentos históricos e aos atrativos turísticos precisa melhorar.

No tocante à limpeza nos atrativos 45% disseram que é “Boa”, 40% “Regular”, 5% disseram ser “Ótimo”, 5% “Ruim” e 5% “Não opinaram”. Considera-se um percentual baixo para a cidade que é porta de entrada da Rota Turística Internacional Amazônia-Andes-Pacífico e das outras rotas turísticas do Estado. Quanto à sinalização para os atrativos turísticos, a pesquisa aponta que apenas 5% a consideraram “Ótima” (menor percentual) e 35% (maior percentual) como “Regular”. Vale destacar que 30% dos entrevistados consideraram as informações turísticas “Ruim”, e os que disseram ser “Péssimo” e “Bom” somaram 25% cada e 20% acham “Regular”. O item Hospitalidade, que diz respeito à receptividade da população residente, foi considerado “Bom” por 60% dos entrevistados e a hospedagem, lugar onde o turista pernoita, foi destacada como sendo “Boa” por 65%, enquanto 5% consideraram “Péssima”.

Nos itens que se referem à identidade, cultura e serviços turísticos, os quais podem ser identificados no Quadro 1, a alimentação foi considerada “Boa” por 60% dos entrevistados, o entretenimento 45% opinaram como sendo “Regular” e 10% acharam “ruim”, o artesanato recebeu 55% dos avaliados como “Bom” e 35% disseram que ele é “Ótimo”, isso significa que o artesanato acreano teve 90% de aprovação. Já os preços foram considerados como “Regular” por 45%, “Bom” para 34%, “Não opinaram” 10%, “Ruim 5% e “Ótimo” 5%.

Itens Pesquisados Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Não Opinou

História, Cultura e Identidade Local. 5% 50% 30% 10% 5% x Diversidade de Produtos Turísticos 5% 25% 60% 5% 5% x Artesanato 35% 55% 5% 5% x x Entretenimento 10% 30% 45% 10% x 5% Alimentação 20% 60% 10% x x 10%

Preços dos Serviços

Turísticos 5% 35% 45% 5% x 10%

Quadro 1: Avaliação dos elementos de identidade cultural e dos serviços turísticos conforme a percepção do visitante de Rio Branco

Quanto à diversidade de produtos turísticos, apenas 5% opinaram dizendo ser “Ótimo”, enquanto 60% disseram ser “Regular”, 25% consideraram “Boa”, 5% opinaram como “Péssimo” e 5% afirmaram ser “Ruim”. E sobre a história, cultura e identidade local, descrita no Gráfico 4, pôde-se perceber que 50% dos entrevistados opinaram dizendo ser “Boa” e 5% a consideraram “Ótima”.

50% 30% 10% 5%0%5% Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Não opinou

Gráfico 4. História, cultura e identidade local. Fonte: Dados da Pesquisa.

Para as respostas livres dos entrevistados fez-se a citação das mais freqüentes em ordem decrescente até a 5ª mais citada. Na pergunta: O que mais o (a) impressionou quando visitou a região? As respostas mais freqüentes foram: (a) Que era desenvolvido, pois pensei que só tinha índio; (b) O acolhimento das pessoas; (c) História do desmatamento; (d) História da região; (e) Limpeza da cidade. Sendo que a mais citada foi a primeira e a com menor incidência foi a última. Para a segunda questão: O que mais gostaria de aprender a respeito do local visitado? Em 1º lugar foi citada a história do Acre; em 2º a cultura tradicional local, a história do seringueiro e de Chico Mendes, bem como a história do Santo Daime/misticismo; em 3º Floresta (fauna e flora); 4º Geoglifos e em 5º Lugar a interação do homem com a floresta. Diante das respostas, percebeu-se que apenas uma se refere às atividades que são do segmento de ecoturismo, ao passo que as demais apontam para as atividades realizadas no segmento histórico-cultural.

Já com relação a pergunta “Como gostaria de obter mais informações sobre o local visitado?”, em primeiro lugar foi citado pelos entrevistados a internet, seguido do guia turístico, do calendário de eventos, de documentários e de eventos programados. Quanto à aceitabilidade de Rio Branco como destino turístico a cidade recebeu 100% de aceitação uma vez que todos os entrevistados desejam voltar à

região e ainda recomendariam o destino a parentes e amigos. Os guias de turismo foram avaliados como ótimos em 15%, um índice bom, considerando que apenas 15% dos entrevistados tiveram serviços de guiamento. Portanto, infere-se que os serviços de guiamento são ótimos, quando executados.

A última pergunta da entrevista foi direcionada a comentários livres. Por meio das respostas observou-se que todos os entrevistados gostariam de obter mais informações utilizando a internet e outros materiais promocionais e que a cultura tradicional local e a história dos seringueiros juntamente com a de Chico Mendes e do Santo Daime, além de tudo que diz respeito à floresta, é o que mais atrai o turista para o Acre.

Este breve estudo possibilitou conhecer qual a percepção do turista em relação ao Estado e à capital acreana, trazendo o entendimento de que o turista quer e gosta de visitar a região e que os equipamentos turísticos e de apoio ao turismo e o setor de informações turísticas precisam melhorar, visto que receberam menor percentual de aceitação. Destaca-se ainda que a maioria dos entrevistados demonstrou surpresa ao perceber que o Acre é mais desenvolvido do que imaginavam e que os índios existem, mas habitam as reservas. Ficaram impressionados com a receptividade e acolhimento das pessoas, a habilidade dos contadores de histórias tanto dos saberes da floresta como da vida dos extrativistas e do prazer que os cidadãos têm de contar suas histórias de vida.

1.2.4 Avaliação das características fundamentais para o turismo da cidade de Rio Branco

Quando se fala em turismo, fala-se de coisas distintas sob um mesmo rótulo. O termo é conceituado como sendo o fluxo de pessoas para determinados lugares atraídos por variados motivos, frequentemente é utilizado para tratar do turismo em seus vários segmentos e também pode ser associado à imagem e à visão panorâmica no sentido de contemplação de uma paisagem ou cidade.

Sabendo disso, foi produzida uma avaliação da imagem visual, panorâmica para o turismo das cidades do Vale do Acre, nos seus variados aspectos, políticos, físicos, estruturais e visuais, pontuando-os como aspectos positivos e aspectos negativos. Neste estudo cada cidade, integrante da Rota turística internacional Amazônia-Andes-Pacífico, terá um quadro avaliativo da caracterização do município

para o turismo, seguindo alguns tópicos primordiais, como pode ser contemplado no Quadro 2 a seguir:

Aspectos Positivos Aspectos Negativos

Infra-estrutura turística compatível com a demanda turística existente e de boa qualidade.

Má qualidade na prestação dos serviços turísticos, principalmente nos restaurantes, comércios e eventos.

Existência de um Centro de Atendimento ao

Turista e material promocional do turismo. Inexperiência do “trade” com relação às negociações. Acesso gratuito aos atrativos turísticos e

museus. Poucas feiras e exposições culturais (produtos regionais, obras de artes, livros, sebos, etc.). Boa infra-estrutura da cidade (escolas e

prédios públicos limpos bem conservados; boa limpeza urbana).

Pouca sinalização básica e turística.

Crédito na política de governo. Pouca valorização da cultura material e imaterial

(faltam restauração e tombamentos da maioria dos patrimônios de identidade do povo acreano). Empregados dos hotéis e restaurantes

prestativos. Bom preço da hospedagem e alimentação.

Nenhum incentivo para a preservação da cultura imaterial (representações e manifestações culturais da população).

Bom aproveitamento do fator sazonal com a

realização de festivais fora de épocas. A Igrejinha de Ferro do Bom Destino de posse do 4º BIS não é apropriada pela população como bem cultural e turístico.

Comunidade local receptiva e festeira. Pouca valorização da história dos bairros

históricos de Rio Branco com criação de centros de memória na comunidade.

Excelência na qualidade do produto artesanal e significativa melhoria da qualidade de vida do artesão.

Pouca aplicabilidade do conteúdo dos cursos de capacitação.

Realizações de capacitações das atividades

econômicas da comunidade local

(artesanatos, qualidade na fabricação de produtos alimentícios típicos).

Pouca diversificação dos produtos artesanais.

Fábricas de transformação da matéria-prima em produtos de excelente qualidade (Pólo moveleiro de Rio Branco).

Pouco investimento e pouca conscientização da população quanto à educação ambiental.

Interesse econômico da comunidade local no

desenvolvimento de atividades turísticas. Limpeza das cidades forçadas por vontade do poder público, não por vontade da população Existência de parques e áreas de proteção

ambiental. Insuficiência no sistema de água e esgoto sanitário

Existência de agremiações civis. Inexistência de dados estatísticos do turismo

(estudo da demanda turística nacional e estrangeira, perfil do turista, percepção do visitante, etc.).

Demonstração de práticas tradicionais para o turismo no Parque Capitão Ciríaco (extração do látex).

Ausência de incentivo às obras literárias do turismo e cultura.

Bom uso da terra. Ausência de laboratório do turismo informatizado

para pesquisa da comunidade estudantil. Cultura da cidade bem assistida pelo poder

público estadual e municipal (criação de organismos de assistência, estrutura e proteção à cultura).

Ausência de um Plano Municipal do Turismo.

Quadro 2. Avaliação da caracterização do município de Rio Branco para o turismo. Fonte: Dados da pesquisa.

2. TURISMO E CULTURA REGIONALIZADOS NAS CIDADES DO VALE DO