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O coordenador pedagógico e a formação continuada dos docentes do Colégio

ANÁLISE DOS DADOS

Os questionários aplicados com os professores confi rmam o que já foi exposto na análise das atas e também acrescentam outros dados interessantes sobre o processo de formação.

Foi possível confi rmar que realmente os professores participam dessas atividades complementares semanalmente, com a orientação do coordenador pedagógico. Desta maneira, as cinco primeiras perguntas do questionário se referiram às atividades complementares daquele colégio: se aconteciam, quan- do e qual a frequência dos participantes, então foram respondidas de maneira unânime pelos docentes, pois o fato de todos serem efetivos e terem 40 horas semanais, favorece consideravelmente a organização e execução dessas ativida- des complementares.

Quando perguntados sobre quais as ações desenvolvidas durante as ACs na escola, a maioria das respostas, 60%, relataram que a ação mais desenvolvida é o planejamento das aulas, 15% disseram que é a elaboração de projetos e 10% afi rmaram formação continuada. As outras categorias que aparecem podem ser observadas na Figura 1.

Planejamento das aulas

Elaboração de projetos Formação continuada Leitura e discussão de textos Organização de eventos

Preparação da jornada pedagógica Figura 1 - Ações desenvolvidas nas atividades complementares

F onte: Elaboração do autor.

Ainda sobre essa questão, por se tratar de uma pergunta aberta, os pro- fessores se posicionam mais à vontade nas respostas, e sem dúvida o planeja- mento das aulas durante as atividades complementares é a ação que mais se destaca entre os professores.

Em outra questão referente à importância das ações, o planejamento das aulas continua como a ação principal dos professores nas atividades comple- mentares, com 50% das respostas. Para 23% dos entrevistados, todas as ações são importantes; 20% elegeram a formação continuada, 3% optaram pelas dis- cussões e busca de soluções pedagógicas, 2% estudos educacionais e 2% orga- nização de eventos escolares. É importante observar que a formação continu- ada aparece com um percentual signifi cativo, dado que nos permite apontar uma boa aceitação dos professores para essa ação, que, no nosso caso, é o obje- to principal desse projeto de intervenção, como podemos observar na Figura 2.

Figura 2 - ações mais importantes durante as atividades complementares

F onte: E laboração do autor.

Também, do total de professores entrevistados, na sua maioria, 97%, responderam que o coordenador pedagógico promove ações para o desen- volvimento das atividadescomplementares, e apenas 3% dos professores disseram que não. Esses dados mostram que o coordenador é atuante e se preocupa com a qualidade dessas formações. E quando questionados sobre quais seriam estas ações, responderam: leitura e discussão de textos sobre a área pedagógica, orientação sobre o projeto político pedagógico, formação sobre a Base Nacional Comum Curricular, estudos sobre currículo escolar. Todavia, as leituras e discussões de textos educacionais se destacam, pois são momentos essenciais para a formação continuada. Dessa forma, a atua- ção do coordenador pedagógico no desenvolvimento dessas ações de forma- ção continuada teve uma resposta bastante positiva por parte dos docentes, quando 51% relataram ótima a atuação do coordenador, e 49% afi rmam ser boa. Percebemos assim, uma consonância nas respostas como um todo.

Outra questão de suma relevância para essa proposta de intervenção é o questionamento se a formação continuada oferecida no colégio possibilita

Planejamento das aulas

Todas as ações

Formação continuada

Discussões e busca de soluções pedagógicas Estudos educacionais

refl exões sobre a prática em sala de aula. A esse respeito, 81% dos professores responderam “sim”, e 19%,“às vezes”. Complementando a questão anterior, foi solicitada a justifi cativa, e eles assim responderam: porque proporciona orientações pedagógicas, troca de experiências entre os docentes, aguça o senso crítico, interação dos acontecimentos, debate de temas transversais, aquisição de conhecimentos e capacitação profi ssional. Isso demonstra como esses momentos são importantes para esses professores que, apesar de um número relativamente alto considerar a opção “às vezes”, com 19%, esses momentos têm mais vantagens que desvantagens no espaço escolar. Realmente este índice positivo de professores que refl etem sobre sua prá- tica em sala de aula oferecem condições à coordenação de continuar seu trabalho, sabendo que está na direção correta, pois é a construção coletiva de ideias que fortalece a unidade escolar. O trabalho do coordenador não é isolado, e de maneira alguma queremos colocá-lo como o único responsável para que tudo funcione bem na formação continuada dos docentes, como se o professor devesse somente assistir tudo passivamente. Ao contrário, os professores devem ser atuantes na formação continuada, repensando sua prática, exercendo sua profi ssão com mais qualidade e assim contribuindo com uma educação melhor.

Mas nem tudo “são fl ores”, e esse resultado tem muito a nos dizer. Os entraves para a realização da formação continuada foi outra pergunta feita no questionário, e os docentes consideraram: 46% dos professores dis- seram que nunca têm entraves, contra 47% que responderam que aconte- cem às vezes, e apenas 5% disseram que sempre ocorrem entraves. Os do- centes que responderam afi rmativamente justifi caram que as difi culdades existem, principalmente devido à falta de recursos tecnológicos, tempo es- casso, imprevistos no calendário que atrasam toda a programação (eventos de última hora, feriados), espaço físico inadequado (sala da coordenação).

Os professores foram unânimes ao considerarem a formação continu- ada como importante para a escola, pois ela permite uma constante refl exão

sobre a teoria e a prática de sala de aula. E assim eles justifi caram: durante a reunião por área do conhecimento, os professores e o coordenador deba- tem as questões pedagógicas, buscam soluções para as difi culdades, fi cam conectados com as mudanças na educação, trocam experiências, são ajuda- dos na prática do seu trabalho, são orientados no seu planejamento e parti- cipam ativamente da formação continuada, tendo afi rmado também que a reunião pedagógica estimula a pesquisa na escola. Esse trabalho enriquece o setor pedagógico da escola e fornece elementos para que a escola repense seu currículo e sua função social.

Finalizando as questões, os docentes sugeriram ações para a melhoria no processo de formação continuada. Essas ações foram desde reforma na sala da coordenação (lugar onde acontecem as atividades complementa- res) a ofi cinas específi cas para cada disciplina, por exemplo: ofi cina sobre questões da Língua Portuguesa, na área de linguagens, formação com todos os professores ao mesmo tempo, uma vez por bimestre, além da formação semanal por área, pois os professores têm a necessidade de discutir tam- bém, todos juntos, sobre alguns temas que são colocados durante a forma- ção continuada, aumentar o tempo para a formação continuada durante as atividades complementares, melhorar o uso dos recursos tecnológicos na coordenação, até diminuição das interrupções no momento de forma- ção. Sugeriram temas para as futuras formações continuadas: leis atuais da educação, temas transversais (ética, cidadania, trabalho e consumo, meio ambiente, orientação sexual), bullying na escola, importância da família na vida escolar do fi lho, perspectivas para a educação básica, conselho de clas- se participativo e avaliações externas (Prova Brasil, Avalie).

Observamos que algumas dessas ações são viáveis, como melhorar a organização da própria escola, enquanto outras não, especialmente as que envolvem recursos fi nanceiros, pois, em muitos casos, isso depende da Secretária da Educação Estadual, que já possui organização própria. Diante deste quadro e baseado nas constatações e sugestões oriundas da pesquisa,

proponho algumas ações de intervenção para a melhoria desses momentos de formação, conforme cronograma:

Quadro 2 - Cronograma de ações