• Nenhum resultado encontrado

A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE À FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR

O coordenador pedagógico e a formação continuada dos docentes do Colégio

A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE À FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR

A sociedade atual vem passando por uma série de acontecimentos de ordem po- lítica, econômica e social, acelerada por inovações tecnológicas e pela rapidez

nas comunicações. E com a Educação não poderia ser diferente, pois as institui- ções de ensino são partes dessa sociedade.

Consequentemente, todos os profi ssionais ligados à Educação tam- bém passam por atualizações. No caso desse projeto vivencial, cujo tema é “o coordenador pedagógico e sua atuação na formação continuada do pro- fessor”, sendo essa atribuição cada vez mais exigida na sua prática, vamos analisar como acontece esse processo formativo durante as Atividades Complementares (AC).

Indiscutivelmente, quando falamos em escola, não podemos esquecer o importante papel que desempenha o coordenador pedagógico. Ele é o articu- lador pedagógico da escola e dialoga com todos os setores desta.

O coordenador pedagógico articula-se com toda comunidade escolar, porém o seu direcionamento especial está no professor. Pois, desde a jornada pedagógica, no início do ano letivo (coordenando o planejamento por área do conhecimento, por componente curricular, calendário letivo da escola etc.), durante o ano participa ativamente das reuniões semanais de atividade complementar e dos conselhos de classe por bimestre. Além de coordenar os projetos da escola, ainda implementa e atua nos projetos educacionais do Ministério da Educação e Cultura, da Secretaria Estadual da Educação, do Núcleo Regional – 25 e de outros parceiros educacionais, como as universi- dades. Até no conselho de classe fi nal, que acontece após as avaliações de re- cuperação, no fi m do ano letivo, o coordenador trabalha em parceria com o corpo docente da escola.

Então, o coordenador pedagógico é um profi ssional relevante para que o professor planeje melhor as suas ações e melhore sua prática de sala de aula, visto que o acompanha em todas as etapas do seu planejamento.

Todavia, o coordenador pedagógico da escola muitas vezes esbarra em inúmeras difi culdades, como ser desviado de suas funções, ou ser mal enten- dido pelos professores, como se fosse um fi scal do desempenho dos mesmos.

Diante dessa situação, Vasconcelos (2006, p. 86-87) discorre sobre a defi nição negativa do papel do coordenador:

Não é fi scal de professor, não é dedo – duro (que entrega os pro- fessores para a direção ou mantenedora), não é pombo correio (que leva recado da direção para os professores e dos professo- res para a direção), não é coringa (tarefeiro, quebra- galho, salva vidas, ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.) não é tapa buraco (que fi ca ‘toureando’ os alunos em sala de aula no caso de falta de professor), não é burocrata (que fi ca às voltas com relatórios, gráfi cos, estatísti- cas sem sentido, mandando um monte de papéis para os pro- fessores preencherem escola de ‘papel’), não é de gabie (que está longe da prática e dos desafi os efetivos dos educadores), não é diário (que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é genera- lista (que entende quase nada de quase tudo).

Faz-se necessário uma valorização do trabalho pedagógico do coordena- dor, pois ele é um profi ssional transformador que atua nas questões educa- cionais, como currículo escolar, planejamento, projeto político-pedagógico, avaliação e nas relações interpessoais. É o agente que, de posse do conheci- mento das teorias educacionais, vivencia a realidade de sua escola e nela atua de maneira mediadora, objetivando sempre o sucesso dos alunos. Trabalha especialmente com o corpo docente, em um planejamento que segue as orientações dos órgãos educacionais aos quais está subordinado, respeitan- do as diferenças culturais, raciais, sexuais e religiosas da comunidade esco- lar. E, como afi rma Vasconcellos (2006, p. 87):

É importante lembrar que, antes de mais nada, a coordenação é exercida por um educador, e como tal deve estar no combate a tudo aquilo que desumaniza a escola: a reprodução da ideologia dominante, o autoritarismo, o conhecimento desvinculado da realidade, a evasão, a lógica classifi catória e excludente (repe- tência ou aprovação sem apropriação do saber), a discrimina- ção social na e através da escola, etc.

O coordenador pedagógico desenvolve vários projetos educacionais dentro da escola e junto aos pais dos alunos do ensino fundamental II, rea- lizando reuniões e atendimento individual para solucionar as difi culdades pedagógicas destes estudantes.

O trabalho pedagógico do coordenador, como já foi citado, está dire- tamente ligado ao planejamento dos professores. Uma das funções do co- ordenador é a participação na formação continuada dos docentes. Segundo Garrido (2015, p. 9):

O trabalho do professor – coordenador é fundamentalmente um trabalho de formação continuada em serviço. Ao subsidiar e organizar a refl exão dos professores sobre as razões que justifi - cam suas opções pedagógicas e sobre as difi culdades que encon- tram para desenvolver seu trabalho, o professor – coordenador está favorecendo a tomada de consciência dos professores sobre suas ações e o conhecimento sobre o contexto escolar em que atuam.

A coordenação pedagógica deve exercer uma ação dinamizadora nos espaços da escola, oportunizando a formação continuada dos professores, sobretudo nas atividades complementares. Durante essas reuniões, acontece o planejamento semanal por área de conhecimento, momento determinante também para a formação continuada, sendo esta, requisito no processo edu- cativo; é papel do coordenador promover ações que favoreçam aos professo- res esta formação. Dessa maneira, afi rma Candau (2013, p. 84-85):

Partir do reconhecimento da escola como lócus privilegiado da formação continuada tem várias implicações. Trata-se de tra- balhar com o corpo docente de uma determinada instituição, favorecendo processos coletivos de refl exão e intervenção na prática pedagógica concreta, de oferecer espaços e tempos ins- titucionais de encontro, de criar sistemas de estímulos à siste- matização das práticas pedagógicas dos professores(as) e a sua socialização de tessitura o trabalho de supervisão/orientação pedagógica nessa perspectiva.

Imediatamente, o coordenador pedagógico surge como parceiro essen- cial do professor no sentido de promover ações/cursos, debates, seminários temáticos, orientações técnicas e pedagógicas que oportunizem, durante os horários das atividades complementares, estudos e refl exões que auxiliem na formação continuada, sendo que esse trabalho do coordenador deve ser pen- sado com a participação coletiva. Assim, as reuniões pedagógicas ganham mais signifi cados, além de não focarem somente no planejamento semanal. A esse respeito, Suzana Torres (2001, p. 45) coloca:

No bojo das discussões sobre formação de professores, as reu- niões pedagógicas vêm sendo apontadas como espaço privile- giado nas ações partilhadas do coordenador pedagógico com os professores, nos quais ambos se debruçam sobre as questões que emergem da prática, refl etindo sobre elas, buscando – lhes novas respostas e novos saberes, ao mesmo tempo.

As atividades complementares na rede pública estadual da Bahia são entendidas como um direito adquirido do corpo docente e, segundo o site ofi cial da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, tem por objetivos: de- senvolver planejamento, avaliação, formação continuada do professor/a e o acompanhamento pedagógico da escola, com foco na (re)elaboração, atuali- zação e implementação do Projeto Político Pedagógico, dos planos de curso, planos de aula e dos planos de intervenção da unidade de ensino, constituin- do-se em um momento singular para o diálogo, as vivências, a refl exão e a socialização das práticas pedagógicas e curriculares. As atividades comple- mentares na rede pública estadual acontecem por área do conhecimento, conforme quadro abaixo:

Quadro 1 - Distribuição das atividades complementares na rede pública estadual no Município pesquisado

Dia Área do Conhecimento

Componentes Curriculares

Terça-Feira CiênciasHumanas História, Geografi a, Filo- sofi a e Sociologia.

Quarta-Feira Linguagens

Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Mo- derna, Arte e Educação Física.

Quinta-Feira Matemática e Ciências da Natureza.

Matemática, Ciências, Biologia, Química e Fí- sica.

Fonte: Elaboração do autor.

Para o professor que tem 20 horas/aula semanais, cinco são destina- das para as atividades complementares na escola, 13em exercício na sala de aula e duas horas em atividades em casa (como, por exemplo, correção de avaliações). Diante dessa organização dos horários do professor, as horas direcionadas para as atividades complementares são estruturadas a partir da “agenda de subsídios”, que é um instrumento didático-pedagógico que contribui na organização e execução das reuniões pedagógicas. E esta agen- da já dispõe sobre os temas para a formação continuada dos professores.

Enfi m, é preciso valorizar o trabalho do coordenador pedagógico, que atualmente é tão cobrado, tendo entre tantas atribuições, a de coordenar a formação continuada dos professores da sua escola, uma função por vezes incompreendida pela equipe escolar e desvalorizada em relação a outras demandas consideradas, muitas vezes, mais urgentes, mas que é de suma importância para o sucesso pedagógico da escola e, consequentemente, para o sucesso da aprendizagem dos educandos.

PROPOSTADEINTERVENÇÃO

:

FORTALECIMENTODAFORMAÇÃOCONTINUADA