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7 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ESTUDOS DE CASO

3.3 ANÁLISE DOS ESTUDOS DE CASO

Definidos os projetos para os estudos de caso e de posse das informações coletadas nas construtoras e escritórios de engenharia e arquitetura, realizou-se a caracterização destes empreendimentos, levantando-se os seguintes dados:

•Endereço;

•Ano de lançamento; •Faixa do PMCMV;

•Quantidade de blocos, de pavimentos e de apartamentos; •Número de apartamentos por andar;

•Número de dormitórios por apartamento;

•Áreas dos apartamentos, do terreno e área total construída; •Sistema construtivo;

•Pé direito: neste trabalho, indica à distância vertical entre o piso e o teto, representando a altura útil dos apartamentos;

•Pé esquerdo: corresponde à distância vertical de piso a piso; •Circulação vertical;

•Reservatório;

•Áreas de uso comum; •Vagas de estacionamento.

Na sequência, os estudos de caso foram avaliados pelos 53 critérios que compõem o SCA, atendendo ao objetivo E estabelecido para este trabalho. Nesta avaliação, foram considerados o atendimento total, parcial ou não atendimento de cada um destes critérios. Sempre que necessário, foram realizados novos contatos com as construtoras e escritórios responsáveis pelos projetos, bem como visitas às obras e seus entornos. Em caso de impossibilidade de avaliação de algum critério, por ausência ou insuficiência de informações, foi dado parecer favorável ao empreendimento, considerando o critério como atendido, visto que este foi um caso isolado, observado apenas com o critério 4.2. Deste modo, não houve maiores interferências sobre o resultado.

Sabendo-se que estes empreendimentos não eram candidatos ao SCA, o atendimento dos critérios foi considerado independentemente da existência da documentação comprobatória necessária, tendo por base as análises dos projetos e informações obtidas com os construtores. Com esta avaliação, pode-se identificar um panorama da sustentabilidade socioambiental dos edifícios do PMCMV em Criciúma, tendo por referência estes estudos de caso e o SCA como método de avaliação.

Para as avaliações de qualidade do entorno, foram realizadas medições de ruído utilizando um Decibelímetro Digital Hikari Modelo HK-882A, fabricado em conformidade com as Normas IEC-651 Classe II e ANSI S1.4 Classe II. Foram realizadas quatro medições em cada empreendimento, nos dias 19, 20 e 26 de novembro de 2015 (dias de semana), nos horários especificados na Tabela 04. As medições foram realizadas nos centros das principais testadas dos empreendimentos e permitiram comparações com os valores limites indicados pelo SCA.

Tabela 04: Horários e valores limites para medições de ruído.

Medição Horário Permitido

01 08:00 55 dB

02 11:30 55 dB

03 16:30 55 dB

04 20:00 45 dB

Analisando os relatórios dos empreendimentos atualmente certificados pelo SCA, sintetizou-se estes critérios em um gráfico (Gráfico 12), permitindo uma comparação visual com o padrão de atendimento observado nos estudos de caso.

3.4 PROPOSIÇÕES

Contribuindo para a definição e aperfeiçoamento do método proposto para este trabalho, além de melhor identificar as demandas necessárias, foi realizado um projeto piloto. A definição do estudo de caso para este piloto teve por base a maior disponibilidade inicial das informações necessárias para a realização deste estudo.

O projeto piloto consistiu em propor adequações para que o empreendimento estivesse apto a receber cada um dos três níveis de certificação do SCA. Para o nível Bronze, foram propostas adequações para os critérios obrigatórios considerados como não atendidos ou atendidos parcialmente. Já para o nível Prata, foram verificados os critérios de livre escolha avaliados como atendidos parcialmente, a se somarem aos já atendidos. Observadas as adequações para os critérios obrigatórios não atendidos e, para os critérios de livre escolha avaliados inicialmente como atendidos parcialmente, foi possível chegar-se ao número de critérios necessários para a certificação nível Prata. Para auxiliar na seleção de outros critérios, de modo a tornar o projeto apto ao nível Ouro do SCA, foram verificados os percentuais dos critérios atendidos em cada uma das seis categorias. Entendendo que o princípio básico da sustentabilidade é o equilíbrio, foi proposta a seleção de critérios das categorias com o menor percentual de atendimento. Nesta etapa, foram utilizados os softwares: AutoCAD 2013, para edição de arquivos em formato .dwg; Corel Draw X3 e Photoshop CS2 para edição de imagens em formato .jpg; e MS Excel para elaboração e edição de planilhas.

De modo a auxiliar na definição dos critérios a serem trabalhados dentro das categorias estabelecidas, levou-se em consideração a melhor eficiência energética, a vocação do edifício e o menor impacto econômico das adequações necessárias.

Nas análises e proposições de alterações nas dimensões e tipologias das esquadrias, foram utilizados como referência os modelos disponíveis no mercado. Para os percentuais de ventilação e iluminação, teve-se por base os valores estabelecidos pelo Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R). Propuseram-se quadros comparativos entre os

valores permitidos pelo SCA e os valores apresentados pelos projetos avaliados, considerando as propriedades térmicas de paredes e coberturas, bem como os percentuais de ventilação e iluminação das esquadrias. Os valores de referências têm por base a NBR 15220 (2003) e NBR 15575 (2013), variando conforme o Zoneamento Bioclimático estabelecido pela NBR 15220-3 (2003).

Nesta etapa, foi realizada uma nova visita ao empreendimento, permitindo, por meio de levantamento fotográfico e percepções do local, uma reflexão sobre a adequabilidade das propostas.

Ao término do projeto piloto e, tendo-o como referência, propuseram-se também adequações aos demais estudos de caso, atendendo, assim, o objetivo F estabelecido para esta pesquisa.