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Capítulo 1: Oito anos de funcionamento do Plano de Desenvolvimento Regional

2. Resultados do PDRSX

2.1 Análise dos projetos aprovados

Entre 2011 e 2018, 362 (trezentos e sessenta e dois) projetos foram aprovados16; uma média de aproximadamente quarenta e cinco projetos aprovados anualmente. Os anos com maiores quantidades de projetos foram 2015 e 2017, com 78 e 85 projetos aprovados, respectivamente17. No anexo V da tese o gráfico 1 apresenta esses dados.

O número de projetos aprovados variou bastante em relação às câmaras técnicas (CTs) dos proponentes. Cinco CTs (Atividades Produtivas, Inclusão Social, Povos Tradicionais, Saúde e Educação) aprovaram números relativamente altos de projetos, entre cinquenta e dois e setenta e dois projetos cada uma, e são responsáveis por mais de 85% do número total de projetos aprovados no PDRSX. A CT 05 – Monitoramento foi a CT que aprovou menor número de projetos, seis, o que representa 2% do total de projetos do PDRSX. As CTs 01 – Ordenamento territorial e 02 – Infraestrutura aprovaram números relativamente baixos de projetos, vinte e quatro e vinte e um, respectivamente. Juntas elas são responsáveis por 12% dos projetos aprovados pelo PDRSX. A coordenação geral (CG) aprovou três projetos, valor que corresponde a 1% do total de projetos do PDRSX. No anexo V da tese o gráfico 2 apresenta essa situação.

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Esse cálculo não inclui os cinco projetos do CGDEX – sobre os quais não se tem informação online –, contabiliza os dois projetos do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura, que foram cancelados, e os dois projetos da CT07 - Saúde, aprovados em 2018.

17 O ano de 2016 apresentou apenas um projeto aprovado. Nesse ano membros do PDRSX e da Norte Energia S. A. optaram por não lançar edital de seleção de projetos, uma vez que a secretaria executiva estava sobrecarregada de trabalho com processos de monitoramento e auditoria dos projetos existentes. Nesse ano foi aprovado um projeto em caráter excepcional, emergencial, para fornecimento de combustível para as prefeituras da região utilizarem na recuperação das estradas vicinais. A instituição proponente é o Consórcio Belo Monte (CBM) de Municípios e o valor do projeto é de R$8.244.000,00. No ano de 2017 foram lançados dois editais.

Em relação às categorias de proponente que mais tiveram projetos aprovados, verifica-se que os órgãos públicos e as entidades da sociedade civil (Organizações Não Governamentais e Cooperativas) foram responsáveis por trezentos e doze projetos aprovados ou 87% do total de projetos aprovados, como pode ser visto no gráfico 3 do anexo V da tese.

Do total de projetos aprovados no PDRSX cento e vinte e quatro, 34%, foram aprovados pelo poder público municipal e cento e trinta e sete, 38%, foram aprovados por Organizações Não Governamentais (ONGs). O gráfico 4 do anexo V da tese apresenta a distribuição dos projetos por setores. Verifica-se que, com exceção do Governo Municipal, do Governo Estadual do Pará e das ONGs, todos os demais setores tiveram menos de 20 projetos aprovados no total, o que está abaixo da média de trinta projetos aprovados por setor, considerando os doze setores identificados.

Em relação aos proponentes, verifica-se que cento e vinte e cinco atores sociais tiveram pelos menos um projeto aprovado (considerando que todas as secretarias e fundos de um mesmo município representam somente um ator, assim como os diferentes departamentos da Universidade Federal do Pará, representam somente um proponente). Desses, a Prefeitura Municipal de Altamira foi a entidade que mais teve projetos aprovados, com o total de vinte e cinco, seguida da Prefeitura de Uruará, com dezoito. Entre as dez entidades com mais projetos aprovados no PDRSX figuram duas organizações não governamentais (ONGs), a Fundação Viver Produzir e Preservar (FVPP), em terceiro lugar, com dezessete projetos, e a Associação de Moradores da Resex do Riozinho do Anfrísio (AMORA), com nove projetos. A Universidade Federal do Pará também está nessa lista, com nove projetos aprovados. A tabela 1 do anexo V da tese apresenta esses dados.

2.1.2 Valores aprovados

O valor total aprovado pelo PDRSX para investimento em projetos em agosto de 2018 era de aproximadamente R$254.000.000,00 (duzentos e cinquenta e quatro milhões de reais); uma média de aproximadamente R$32.000.000,00 (trinta e dois milhões de reais) aprovados por ano. Essa quantia corresponde a 51% do total de R$500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais) disponibilizados pela Norte Energia S. A. para ser gasto pelo PDRSX ao longo de vinte anos. Os anos de 2013 e 2015 foram os anos em que mais se aprovou recursos financeiros, aproximadamente R$51.000.000,00 (cinquenta e um milhões de reais) e R$58.000.000,00 (cinquenta e oito milhões de

reais), respectivamente. O valor médio por projeto é de aproximadamente R$700.000,00 (setecentos mil reais). No anexo V da tese o gráfico 5 apresenta esses dados

A média de recursos aprovados por CT foi de aproximadamente R$31.000.000,00 (trinta e um milhões de reais). A CT 02 – Infraestrutura foi a CT que mais aprovou recursos, mais de R$58.000.000,00 (cinquenta e oito milhões de reais), o que equivale a 23% do total de recursos aprovados no PDRSX. Esse fato pode estar associado à natureza dos projetos dessa CT, que envolvem obras, construções e reformas que demandam investimentos mais elevados e, sobretudo, à demanda das prefeituras por investimento de recursos do PDRSX para recuperação das estradas vicinais dos doze municípios abrangidos pelo PDRSX. O gráfico 6 no anexo V da tese mostra a distribuição dos recursos aprovados por CT.

As diferenças observadas demonstram que os projetos de cada CT possuem natureza distinta. As análises dos valores médios dos projetos de cada CT fornecem indícios dessas diferenças. O valor médio de um projeto da CT 02 – Infraestrutura, aproximadamente R$2.700.000,00 (dois milhões e setecentos mil reais), por exemplo, é mais de sete vezes maior que o valor médio de um projeto da CT 06 – Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, aproximadamente R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). O gráfico 7 do anexo V da tese demonstra essas diferenças.

Outra consideração deve ser feita a respeito dos valores médios dos projetos. Por exemplo, apesar das ONGs aprovarem grande quantidade de projetos e elevado valor total de recursos, os valores médios dos projetos das ONGs são inferiores, por exemplo, aos valores médios dos projetos das cooperativas e universidades. O gráfico 10 do anexo V da tese apresenta o valor médio dos projetos por setor. Verifica- se ainda que os projetos mais caros, do ponto de vista do valor médio, são aqueles cujos proponentes são as próprias câmaras técnicas (CTs), seguidos dos projetos do Governo Estadual do Pará e dos governos municipais.

O poder público e organizações da sociedade civil (Cooperativas e ONGs) são as categorias que aprovaram a maior quantidade de recursos para seus projetos, 88% do total de recursos aprovados. O poder público aprovou quase o dobro do valor aprovado pela sociedade civil. O gráfico 8 do anexo V da tese apresenta essa distribuição.

Quando se especifica os setores, verifica-se que os governos municipais são os que mais captam recursos, 44% do total, seguidos das ONGs, 28% do total, e do governo do Estado do Pará, 11% do total de recursos aprovados. Esses três setores são

responsáveis por mais de 80% do valor total aprovado, como se pode perceber pelo gráfico 9 do anexo V da tese.

A partir dos dados disponíveis também é possível analisar informações referentes ao percentual de projetos aprovados por faixa de valor. A tabela 2 do anexo V da tese apresenta algumas informações relevantes. Vemos, assim, que mais de 80% dos projetos aprovados possuem valor menor do que um milhão de reais e que a maior parte dos projetos do PDRSX são de até R$500.000,00 (quinhentos mil reais).

Por fim, as instituições que mais aprovaram recursos no PDRSX são apresentadas na tabela 3 do anexo V da tese. O Consórcio Belo Monte (CBM) de municípios é o proponente que mais aprovou recursos no PDRSX, mas de R$32.000.000,00 (trinta e dois milhões de reais). Em segundo lugar está a prefeitura de Altamira com mais de R$17.000.000,00 (dezessete milhões de reais) aprovados e, em terceiro lugar, está a organização não governamental (ONG) Fundação Viver Produzir e Preservar (FVPP), com mais de R$16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais aprovados). Na lista dos dez proponentes que mais aprovaram recursos dentro do PDRSX também figuram a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (PRODEPA), a Universidade Federal do Pará (UFPA) a Associação de Moradores da Resex do Riozinho do Anfrísio (AMORA) e outras prefeituras da região (Uruará, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Medicilândia).

2.1.3 Status dos projetos18

O gráfico 11 do anexo V da tese ilustra os status dos projetos do PDRSX apresentados no relatório gerencial do Instituto Avaliação de setembro de 2017. O número total de projetos paralisados era de quarenta e quatro, 14% do total de trezentos e vinte e dois projetos que haviam sido aprovados naquele momento.

Como pode ser visto no gráfico 12 do anexo V da tese, em agosto de 2018 eram sessenta e sete projetos paralisados, 18% do total de projetos aprovados até aquele momento19.

Observa-se, assim, que houve um aumento no percentual de projetos paralisados entre setembro de 2017 e agosto de 2018. Esse aumento indica que nesse período o Instituto Avaliação identificou pendências na execução, prestação de contas e

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A análise do status dos projetos levou em consideração dois relatórios do Instituto Avaliação (consultoria contratada pelo comitê gestor (CGDEX) para realizar as funções da secretaria executiva do PDRSX), publicados em setembro de 2017 e agosto de 2018.

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Trezentos e sessenta e dois projetos aprovados, incluindo os projetos aprovados no Edital nº2 de 2017 e os dois projetos da CT07 - Saúde que foram aprovados em 2018.

relatório de atividades de projetos antigos e que, por falta de resposta ou de uma solução viável para a repactuação dos mesmos, ele suspendeu os repasses a esses projetos e optou por classificá-los como paralisado. Esse aumento também possibilita a análise de que não se estão tomando medidas eficientes para diminuir esse número.