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Análise da População de Agualva-Cacém

No documento O impacte do programa polis (páginas 135-141)

Capítulo 6|Caso de Estudo Agualva-Cacém

2. Análise da População de Agualva-Cacém

No séc. XVIII, como já referido anteriormente, em Agualva-Cacém, viviam 450 habitantes. Contudo, nos anos 40 do séc. XX, conforme o quadro 16, nesta cidade já viviam aproximadamente 2 651 habitantes. Ao fim de dez anos a população cresceu cerca de 57,7% correspondente a 1 529 habitantes. Nas décadas de 60, 70 e 80 o crescimento foi sempre superior a 75% tendo sido o seu apogeu na década de 80 em que se verificou um crescimento de aproximadamente 195% (32697 habitantes). Nos anos 90 o crescimento foi bastante inferior, apenas 19,7% correspondente a 9 737 habitantes.

Quadro 16| Evolução da População, No Séc. Xx

(Fonte: Elaboração da Autora)

Figura 22| Evolução da População de 1940 até 2011 (Elaboração da Autora)

Anos População Variação Absoluta Variação Percentual

1940 2 651 1950 4 180 1 529 57,7% 1960 7 464 3 284 78,6% 1970 16 748 9 284 124,4% 1981 49 445 32 697 195,2% 1991 59 182 9 737 19,7% 2001 81 845 22 663 38,3% 2011 79 805 -2 040 -2,5% 0 18 000 36 000 54 000 72 000 90 000 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

No que diz respeito à cidade de Agualva-Cacém, no período de 2001 a 2011, período de implementação do Programa Polis, a população residente tinha a seguinte estrutura etária:

No ano 2001, Agualva-Cacém passa a ter o estatuto de cidade e a população residente ascendia a 81 845 indivíduos. Ainda em 2001 é aplicada uma reorganização administrativa de freguesias, nas quais Agualva, Cacém, Mira-Sintra e São Marcos passam a ser freguesias independentes (Lei n.º 18-C/2001 de 3 de Julho). Na figura 23 relativa à estrutura da população residente por grupos etários, anterior a reorganização administrativa, verificamos que o maior grupo etário presente era o dos adultos (25-64 anos) aproximadamente 60% (49 006) do total da população residente e que o grupo menos populoso era o dos idosos representando apenas 8% (6 406) da população residente na freguesia nesta época. Importa referir, também, que os jovens e crianças representavam, à data, também uma fatia importante, cerca de 32% da população residente, respectivamente 11 143 e 15 290.

Na última década (2001-2011) a população residente decresceu cerca de 2,5% (2 040).

Figura 23| Estrutura da População Agualva-Cacém em Percentagem, 2001

(Fontes: INE, Censos 2011) 7,8%

59,9% 13,6%

18,7%

Como se pode observar nas figuras 24 e 25 embora tenha existido uma redução de 2,5% da população residente, no ano de 2011 face ao ano de 2001, o grupo etário dos idosos sofreu uma variação positiva de 55,8% (3 576). Realça-se que qualquer um dos outros grupos etários apresentaram variações negativas superiores ao registado pelo total da população residente. O grupo etário que registou uma maior variação percentual negativa foi o dos jovens (15-24 anos) com aproximadamente uma redução de 1 602 indivíduos. Relativamente as crianças e adultos a redução percentual foi idêntica, cerca de 6% respectivamente.

Figura 26| Grupos Etários da Cidade de Agualva-Cacém, percentagem - 2011 (Fontes: INE, Censos 2011)

55,8% -6,3% -14,4% -6,1% 0-14 15-24 25-64 65 ou mais

Figura 25| Evolução Percentual da Estrutura

Populacional por Grupos Etários (Fonte: INE, Censos 2011)

Agualva Cacém Mira Sintra S. Marcos

4% 30% 13% 14% 61% 47% 57% 58% 11% 10% 12% 13% 25% 13% 18% 16% 0-14 15-24 25-64 65 ou mais 0-14 15-24 25-64 65 ou mais 9 982 45 921 9 541 14 361 6 406 49 006 11 143 15 290 2001 2011

Figura 24| Evolução Estrutura Populacional por

Analisando a figura 26 podemos aferir que o grupo etário mais populoso em qualquer destas freguesias é o grupo dos adultos (25-64 anos), seguindo-se o grupo etário das crianças (0-14 anos), com excepção da freguesia de Mira Sintra em que o segundo grupo mais populoso é o dos idosos (65 ou mais anos). Importa referir que a percentagem de jovens e idosos nas freguesias de Agualva e Cacém é idêntica (inferior a 14%) mas relativamente a Mira Sintra e São Marcos as realidades são diferentes, já que em Mira Sintra os indivíduos idosos (1 582) são, sensivelmente, o triplo dos jovens (531) enquanto que em S. Marcos os indivíduos jovens (1 858) são o triplo dos indivíduos idosos (671).

A freguesia mais populosa da Cidade de Agualva-Cacém é a freguesia de Agualva (35 824; 45%) e a menos populosa é a freguesia de Mira Sintra (5 280; 7%). Refere-se ainda que aproximadamente 72% da população residente encontra-se instalada nas freguesias de Agualva e Cacém.

Relativamente a alguns índices relacionados com a população, tais como:

• Dependência total, que nos permite uma percepção sobre o esforço que a sociedade exerce sobre a população activa;

• Dependência de idosos que permite uma melhor percepção da população idosa;

• Dependência de jovens que melhora a percepção da população jovens na nossa sociedade;

Quadro 17| Evolução dos Índices de Dependência Total, Dependência de Jovens e Dependência de Idosos (Fonte: Elaboração da

Autora)

Em Agualva-Cacém, o índice de dependência total sobre a população activa agravou-se, neste decénio, aproximadamente 8 %, e que caso não exista um aumento da população activa, este indicador tenderá a agravar-se, isto é, o índice de dependência total aumentou de 36,1% em 2001 para 43,9% em 2011 (Quadro 17). O agravamento deste índice é consequência do aumento do índice de dependência de idosos que, neste período, aumentou cerca de 7,3% (10,7% em 2001 e 18% em 2011). O índice de dependência de jovens teve um comportamento semelhante, 25,4% em 2001 e cerca de 25,9% em 2011.

Dependência Total Dependência dos

Jovens

Dependência dos idosos

2001 36,1% 25,4% 10,7%

Quadro 18| Índices Dependência Total, Dependência de Jovens e Dependência de Idosos por freguesias (Fonte: Elaboração da

Autora)

Analisando a quadro 18, verificou-se que as freguesias de Agualva e Cacém mantiveram o comportamento idêntico ao acima referido, a nível dos índices de população, enquanto que Mira- Sintra e São Marcos apresentam índices mais atípicos. Mira-Sintra regista um índice de dependência total de aproximadamente 76% enquanto que as restantes freguesias pautam-se pelos 45% (aproximadamente). No que respeita à dependência dos jovens, a freguesia de São Marcos registava um índice de 34,8% enquanto que as restantes freguesias ascendiam a valores próximos dos 25%. Em contrapartida, o índice de dependência de idosos apresentava um valor mais acentuado na freguesia de Mira-Sintra (52,8%) e em São Marcos a dependência de idosos é significativamente inferior (5,4%). Os índices de população mais atípicos das freguesias de Mira- Sintra e São Marcos são consequência da estrutura etária da população, já que o segundo grupo mais populoso, em cada uma das freguesias citadas, são respectivamente idosos e crianças.

Um factor importante para a existência de mais população idosa em Mira-Sintra face ás outras freguesias estudadas (Agualva, Cacém e São Marcos) poderá ser o facto de ter sido habitada a partir de 1975 com casais jovens que actualmente pertencem ao grupo etário dos 65 ou mais anos de idade.

A freguesia de Mira Sintra é criada em 2001, com a publicação da Lei n.º 18-C/2001 de 4 de Julho. A origem da sua designação decorre devido a sua situação geográfica em função da vista panorâmica que toda a urbanização tem sobre a Serra de Sintra.

Mira Sintra é fruto de um plano urbanístico desenvolvido em 1965 pela antiga Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais/Serviços de Habitações Económicas, para a concretização do agrupamento de casas económicas de Agualva e Cacém. Habitado a partir de 1975, este bairro sempre demonstrou um grande espírito comunitário, que acabou por reflectir na criação de diversas associações e coletividade ao abrigo do trabalho de muito moradores que marcaram a vida social, nas últimas três décadas. Nos últimos anos este bairro tem vindo a ser um

2011

Dependência Total Dependência dos

Jovens Dependência dos idosos Agualva 41,5% 22,1% 19,4% Cacém 44,5% 25,4% 19,1% Mira-Sintra 76,3% 23,5% 52,8% S. Marcos 40,2% 34,8% 5,4%

alvo de um processo de requalificação urbana, com o intuito de projectar e construir diversos equipamentos e infraestruturas de utilidade pública. Alguns dos equipamentos que se destacam são: a nova estação ferroviária Mira Sintra-Meleças, centro de dia para idosos, a requalificação do parque urbano e dos espaços verdes, a reconstrução do Moinho da Pedra, a construção da Casa da Cultura, entre outros.

3. Análise da Construção e Estado de Conservação dos Edifícios

No documento O impacte do programa polis (páginas 135-141)