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Transformação do Solo em Agualva-Cacém

No documento O impacte do programa polis (páginas 69-73)

Capítulo 4|Instrumentos de Planeamento Concelho de Sintra

1. Tipos de Planos

1.2. Planos de Âmbito Municipal

1.2.1. PDM Sintra

1.2.1.4. Transformação do Solo em Agualva-Cacém

Relativamente aos objectivos do PDM de Sintra pode-se constatar que a área do caso de estudo, o Cacém, a nível da ocupação, uso ou transformação do solo abrange cinco das classes do solo, sendo essas a classe agrícola nível 1, a classe cultural nível 1, a classe natural nível 1, a classe urbanizável de uso habitacional e por último a classe urbana. Embora seja importante mencionar que as classes que têm uma maior área são a classe urbanizável de uso habitacional e a classe urbana, através deste facto é possível concluir-se que neste freguesia existe uma grande abundância de construção de edificado e tendo menos destaque os factores naturais e agrícolas.

No que diz respeito ao perímetro urbano estabelecido no PDM, onde são visíveis as áreas dominantes correspondentes ao uso existente, as potencialidades e as próprias limitações, no caso do Cacém verifica-se que se encontram presente os espaços urbanizáveis de uso habitacional e os espaços urbanos. O facto de enquadrar este dois tipos de espaços pode-se constatar que devido a existir uma grande densidade populacional fez com que existisse uma predominância de edificado que permitiu haver um elevado nível de infra-estruturação, a linha ferroviária e o IC 19, e para além disto os espaços urbanizáveis permitem que o crescimento se desenvolva.

Em relação aos níveis de execução dos objectivos estratégicos nota-se que existem algumas problemáticas na zona de Agualva-Cacém, como a mobilidade e a acessibilidade, a falta de estacionamento e a pouca articulação existente com os transportes públicos, a necessidade de salvaguardar os recursos naturais e estabilizar a estrutura verde e para finalizar exigisse a qualificação do planeamento urbanístico. Para a resolução destas problemáticas procurou-se implementar diversas soluções como promover a execução circular nascente e poente a Agualva- Cacém, que pretendesse que facilite no tráfego; a reestruturação e requalificação da rede ferroviária, para estabelecer uma ligação forte com a Área Metropolitana (quadruplicação da via até Campolide e a electrificação e duplicação da linha oeste); a renovação da estação do Cacém; os projectos de parques urbanos e a criação de zonas verdes; a elaboração de Plano de Pormenor (Plano de Pormenor da Área Central do Cacém) e por fim a reabilitação de habitação.


1.2.2. AUGI’s

As áreas urbanas de génese ilegal implantam-se nas várias classes do PDM, excepto nas classes de equipamentos, turismo e recreio e de indústria extractiva. De acordo com o n.º 2 do artigo 1º do diploma, e sem prejuízo do estabelecido no artigo 5º (áreas parcialmente classificadas como urbanas ou urbanizáveis), consideram-se AUGI :

“ (…) os prédios contíguos que, sem a competente licença de loteamento, quando legalmente exigida, tenham sido objecto de operações físicas de parcelamento destinadas à construção até à data da entrada em vigor Decreto Lei n.º 400/84, de 31 de Dezembro e que, nos respectivos planos municipais de ordenamento do território (PMOT), estejam classificados como espaço urbano ou urbanizáveis (…)”

Também são consideradas AUGI “os prédios ou conjuntos de prédios parcelados anteriormente à entrada em vigor no Decreto Lei n.º46.673, de 29 de Novembro de 1965 desde que ocupados maioritariamente por construções sem licença” ( Artigo 4º).

Figura 10| Área das AUGI por freguesias Figura 11| Delimitação das AUGI do concelho

(Fonte: Relatório Fundamentado de Avaliação

da Execução do PDM de Sintra, 2011 )

(Fonte: Relatório Fundamentado de Avaliação da Execução do PDM de Sintra, 2011 )

Analisando a figura 10, verifica-se que na zona norte as áreas das AUGI enquadra-se na área de 1225 - 83104 m2. Relativamente, a zona oeste averigua-se que não foram implementadas áreas de génese ilegal. Mas na zona este verifica-se totalmente o oposto da área a oeste. Nesta área é notório as grandes áreas de génese ilegal, tendo três áreas entre 382803 - 676807 m2 e uma entre 676808 - 2032284 m2. No que diz respeito à zona a sul é possível examinar áreas de 1225 - 83107 m2, 83108 - 382802 m2 e 382803 - 676807 m2. Ainda nesse mapa é possível constatar que existe uma maior predominância na zona a este, sendo que segunda área maior de génese ilegal situa-se na zona a sul.

Em relação ao caso de estudo Agualva-Cacém verifica-se que contém algumas áreas de génese ilegal, aproximadamente 6, contudo estas áreas não ultrapassam a área de 83107m2.

Observando, a figura 11 visualizamos as delimitações destas AUGI’s, sendo mais uma vez possível ver a abundância de AUGI’s no concelho de Sintra.

O processo de reconversão das géneses ilegais pode ser organizado por operações de loteamento de iniciativa do proprietário ou como uma operação de loteamento mediante o plano de pormenor da iniciativa da Câmara Municipal. Segundo a carta temática das AUGI’s do concelho de Sintra as AUGI’s são classificadas da seguinte forma:

• AUGI’s que necessita do título de reconversão, em que este título abrange a totalidade da área classificada;

• AUGI’s que dispõe parcialmente de título de reconversão, em que não considera a totalidade da área classificada;

• AUGI’s que não precisa do título de reconversão, não precisa de qualquer título de reconversão concluído relativamente à totalidade ou parte das AUGI’s.

Neste período registou-se um aumento em torno dos 2% das AUGI’s que dispõem do título de reconversão e assim existe uma redução em igual percentagem das AUGI’s que não têm este título. Porém, é importante mencionar que as cartas temáticas não referem a operação de reconversão em curso, o que significa que a classe “não dispõe” poderá englobar as AUGI’s com processo de reconversão em curso. A implementação dos planos de reconversão, na maioria dos casos, está a ser concretizada com operações de loteamento, seguindo a carta temática das AUGI’s do concelho de Sintra.

No que diz respeito ao estado geral de execução das infra-estruturas é agrupado em três classes, estando de acordo com os níveis de execução existentes, designadamente:

• Classe A - percentagem de conclusão entre 76% a 100% • Classe B - percentagem de conclusão de 51% a 75%

• Classe C - percentagem de conclusão até 50%

Pode-se constatar a diminuição do número de AUGI ’s no concelho de 104 em 2003 para 100 em 2008. Todavia é evidente o aumento de percentagem de AUGI’s na classe A na maioria das freguesias, o que permite verificar que existem mais áreas urbanas de génese ilegal com o nível de infra-estruturação superior. O desenvolvimento da classe B é idêntico à classe A relativamente ao seu aumento. Em relação à classe C (até 50%) regista-se um acréscimo em 4 das freguesias.

Quadro 3| Infra-estruturação das AUGI’s ( Fonte: Relatório Fundamentado de Avaliação

da Execução do PDM de Sintra, 2011)

Para o caso de estudo é importante fazer uma breve análise da freguesia de Agualva-Cacém. Atendendo ao quadro 3 averigua-se que do ano 2003 até ao ano 2008, a classe A sofreu de um aumento de 0,12%. Já a classe B teve um desenvolvimento totalmente idêntico ao da classe A, crescendo 1,03%. A classe C teve um desenvolvimento totalmente oposto às duas outras classes, onde acabou por diminuir cerca de 0,95%.

Freguesias 2003(%) 2008(%) A B C A B C Agualva 2,97 0,00 1,98 3,09 1,03 1,03 Algueirão Mem- Martins 1,98 0,00 0,99 2,06 0,00 1,03 Almargem do Bispo 1,98 0,99 22,77 2,06 1,03 23,71 Belas 4,95 0,00 2,97 4,12 1,03 3,09 Casal de Cambra 1,98 0,00 0,00 2,06 0,00 0,00 Montelavar 0,00 0,00 0,99 0,00 0,00 1,03 Pêro Pinheiro 0,00 1,98 1,98 2,06 1,03 1,03 Rio de Mouro 4,95 3,86 10,89 5,15 6,19 8,25 S.Marcos 1,98 1,98 0,00 3,09 1,03 0,00 S. João das Lampas 2,97 0,99 11,88 3,09 1,03 10,31 S. Pedro de Penaferim 2,97 1,98 3,96 3,09 2,06 3,09 Terrugem 1,98 0,00 0,99 2,06 0,00 1,03 Total 28,71 11,78 59,4 31,93 14,43 53,6

1.2.3. Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional

No documento O impacte do programa polis (páginas 69-73)