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Diagnóstico Ambiental

No documento O impacte do programa polis (páginas 76-79)

Capítulo 4|Instrumentos de Planeamento Concelho de Sintra

1. Tipos de Planos

1.2. Planos de Âmbito Municipal

1.2.4. Plano Municipal de Ambiente de Sintra

1.2.4.1. Diagnóstico Ambiental

O Concelho de Sintra é caracterizado por uma fisiografia e ocupação do seu território, que demarcam a grande diversidade de paisagens e as próprias condições ambientais.

De 1991 a 2001 houve uma grande crescimento populacional no concelho de Sintra cerca de 40%, embora atualmente seja o segundo maior a nível nacional, apontando as projecções para que continue a aumentar. Uma grande parte deste crescimento é reconhecido devido ao acolhimento de imigrantes. Com este crescimento surgiram alguns problemas sociais, geradores de desigualdades, exclusões, tensão social, marginalidade e insegurança.

Grande parte deste crescimento acompanha a linha de caminho de ferro e o IC 19, sendo uma grande zona urbana do concelho. Esta área é assinalada pelo domínio da habitação, tendo pouca integração de actividades dos sectores secundários e terciários, pela desqualificação urbanística, ambiental e social, carência de infra-estruturas, de equipamentos e de espaços verdes públicos. Em relação ao Rio Jamor, Ribeira das Jardas e a Ribeira da Laje, sendo recursos hídricos estes causam situações de edificação em leitos de cheias, de poluição e de elevada artificialização. Na área urbana há uma grande consumo de recursos e confirmam-se alguns aspectos negativos nos transportes, destacando-se no tráfego rodoviário e no ambiente sonoro. Para melhorar estas áreas já existem algumas intenções e investimentos para esta recuperação como o Cacém Polis.

O diagnóstico ambiental ao concelho de Sintra permitiu identificar um grupo de problemas que foram divididos em três níveis de importância, mas também torna-se necessário um conjunto que identifique os aspectos positivos. O primeiro nível dos problemas consiste em problemas estruturais, que de algum modo influenciam o conjunto de domínio ambiental, a dinâmica interna do concelho e a sua relação com o exterior. O segundo nível dos problemas classificam-se como urgentes e de complexa resolução, isto é, que exigem a articulação de esforços de diversas entidades, sejam públicas ou privadas, mas que se agravaram durante alguns anos e que não tiveram a oportunidade de sofrerem uma intervenção para minimizar estes agravamentos. O terceiro nível, sendo com uma menor importância, agrupa situações que continuam a ser importantes e que necessitam de intervenção, mantendo este ritmo de concretizar as acções planeadas verificar-se-á uma melhoria futura.

O problema principal identificado no concelho de Sintra relaciona-se com o planeamento e o ordenamento do território, no qual não promove a multifuncionalidade dos aglomerados e as relações dinâmicas entre as zonas urbanas, costeiras, rurais sendo visíveis os desequilíbrios funcionais e as segregações espaciais. As estratégias de ordenamento indicam a necessidade de recuperação física, social e funcional com o intuito de intervir no sentido da estruturação dos

aglomerados a norte e no litoral, que compacte e remate aos tecidos construídos e da sua requalificação interna na zona urbana, estabilização da estrutura verde e por último a implementação da estrutura viária.

Embora a concretização desta estratégia não tenha sido totalmente eficaz, com isto pretende-se reconhecer que os instrumentos de ordenamento em vigor não tem permitido controlar o abandono da agricultura e a ocupação por edificações dispersas tanto no litoral norte e como junto a serra de Sintra, a expansão urbana desarticulada e desestruturada, a renovação urbana direccionada para a excessiva densificação sem estruturação do suporte viário a sudeste, os conflitos com o funcionamento ecológico, a facilidade de valores de interesse para a protecção e degradação da qualidade de vida.

Continua a manter-se a tendência de a ocupação mais valorizada ser na zona litoral do concelho de Sintra, existindo a desvalorização da zona urbana perto dos eixos viários, que acabam por revelar-se insuficientes para o aumento das necessidades de mobilidade de uma população crescente.

O segundo nível demonstra o que afecta negativamente os recursos naturais e o património, a qualidade do ambiente e da paisagem que acabam por influenciar e por em risco as populações. Neste caso são mencionadas algumas situações como as actividades das indústrias extractivas e de transformação de pedra, que afectam a qualidade do ar e do ambiente sonoro, na produção de resíduos e ainda ajuda na degradação do solo e da paisagem; as ocupações abusivas e as utilizações desregradas da orla costeira em que desgasta a paisagem, o ambiente e os seus recursos, tendo uma grande influência na estabilidade das arribas, na qualidade das águas balneares e também afecta geomonumentos de elevado interesse; os resíduos em que existe a deposição ilegal em diversos pontos do concelho de sacas e entulhos e o atraso na implementação de infra-estruturas do sistema multimunicipal de gestão de resíduos da AMTRES.

Ainda neste nível menciona-se a falta da consciência ambiental como a carência a nível da educação e participação da população e a fraca participação da comunidade nestes processos decisivos.

No terceiro nível reflecte o nível das infra-estruturas básicas (água, saneamento ambiental e resíduos) em algumas situações como os constrangimentos a nível da estrutura, das ligações e da conservação das redes de abastecimento e de drenagem de águas residuais domésticas, pluviais e industriais. Para esta situação ainda existem algumas contribuições como as ligações clandestinas de águas residuais domésticas e indústrias para a rede pluvial, mas ainda se verifica as descargas clandestinas de águas residuais para as linhas de água e para os colectores domésticos municipais. Ainda neste nível menciona-se a insuficiência recuperação selectiva e a valorização de resíduos

perante os objectivos estabelecidos no Programa Especial de Realojamento (PER), as deficiências existentes nos equipamentos de recolha e a limpeza pública urbana.

Todavia este diagnóstico ambiental aponta alguns pontos positivos em diversos domínios como de água, saneamento ambiental, qualidade do ar, recursos naturais e energia, sendo esses: um bom nível de atendimento global na remoção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), abastecimento de água, drenagem e tratamento de águas residuais; a inexistência de problemas globais de qualidade de ar; mesmo fora de áreas protegidas, ainda se encontram ribeiras e matos bem conservados e com uma grande potencial para conservação, temos como exemplo a ribeira de Cabrela e Adrião. Embora algumas manchas florestais, tapadas e matas ainda apresentem um valor ecológico para a preservação (Mata do Cacém - Rio de Mouro, Matinha de Queluz, entre outras) e por último a aplicação de critérios de eficiência energética na gestão de compras e aproveitamento de energias renováveis em infra-estruturas municipais e sensibilização da comunidade para a eficiência da utilização da energia.

No documento O impacte do programa polis (páginas 76-79)