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Análise de ST sobre uma ótica de Gestão Sistemática em Segurança

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.3. A aprendizagem sob a ótica de modelos de SGSST

3.3.2. Análise de ST sobre uma ótica de Gestão Sistemática em Segurança

Frick, Jensen, Quinlan e Wilthagen (2000) ponderam acerca de SGST através de uma visão mais sistemática, onde apresentam as características de um modelo de gestão de uma companhia com foco em três características principais onde os perigos e o risco expostos são conduzidos através de um regime regulatório, das partes interessadas do mercado e do sistema industrial. A finalidade do modelo é melhorar a compreensão de como uma empresa, como parte de um contexto industrial, desenvolve barreiras e controle através do uso de um gabarito dos acidentes e incidentes. A grande questão que se relaciona com estes é como identificar elementos críticos no contexto industrial e as suas relações ligadas à segurança. O modelo foi testado junto à indústria de óleo e de pesca onde foi possível fazer todas as observações sobre

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Os modelos instrumentais de regulamentação de uma forma geral vêm perdendo sua posição na busca por melhores sistemas de gestão de segurança para autores e trabalhos que consagram-se através de melhores desempenhos do que estes. Conceitos baseados na gerência de regulamentação de segurança e de riscos definidos como “auto-regulação forçada”, “auto- regulação exigida”, “meta-regulação”, “controle interno” florescem cada vez mais dentro das organizações em detrimento de leis e normas impostas pelo mercado.

Dentro da estrutura de auto-regulação, onde parte do processo exigido é delegada das autoridades às partes interessadas, a empresa é obrigada a identificar e avaliar os riscos e os perigos encaixados em suas operações. Conseqüentemente, há uma grande necessidade de se melhorar a estrutura de solução do problema onde as informações dos incidentes são conduzidas para a empresa através de um eficiente feedback. Desta forma, a aprendizagem organizacional e o projeto institucional irão permanecer centrais no desenvolvimento de uma cultura de segurança e de sistemas de gestão mais práticos.e que atuem pró-ativamente como em sua concepção.

De acordo com os mesmos autores, a estrutura teórica constrói-se sobre duas perspectivas, onde a primeira aponta que a empresa é vista como um sistema técnico-social com elementos físicos de interação, e as intenções individuais e coletivas objetivando alcançar as propostas dirigidas. A segunda consiste em que o local de trabalho e seu contexto são vistos como comunidades (de funcionários) da prática que consiste de uma parte ativa na construção da segurança como mostrada por Frick et al (2000). Segundo os autores, as empresas constroem a segurança de materiais heterogêneos de culturas referentes, dos artefatos, componente, das regras e dos limites culturais que se originam dentro e fora dos limites formais da organização.

A organização é um agente e um objeto na promoção da segurança. A informação vinda de fora das paredes físicas tem que ser assegurada como uma entrada (ou input) em um processo de aprendizagem mútuo dentro da prática entre os funcionários. A proposta foca o envolvimento de três fatores: a influência dos atores de mercado, a gestão de segurança e os agentes reguladores, como meio de se avaliar e mesmo incluir um sistema de gestão. Os agentes reguladores referem-se às normas e regulamentações específicas de cada país.

de influência no direcionamento das ações em prol do controle e da redução doa acidentes dentro da indústria.

Figura 3 5 - Estrutura analítica para avaliação de sistemas de gestão Fonte: Frick et al (2000)

Deve ser ressaltado que em momento algum a proposta feita pelos autores demonstra um caráter flexível e que possa ser adotado por outros tipos de organizações, pois fora levado em consideração apenas às características inerentes às atividades dos tipos de empresas com o qual a metodologia estava associada enquanto proposta.

Os mecanismos que conduzem a uma gestão eficaz de SST abrem caminho para uma grande variedade de implementações práticas. Se os mecanismos envolvendo os três aspectos (f-1, f-2 e f-3) atuam em conjunto, os princípios de auto-regulação conduzem a um processo de aprendizagem organizacional que demanda mais tempo, porém, apresenta-se como mais eficaz, como fora percebido na aplicação dentro da indústria de óleo. Entretanto, quando as partes interessadas externas e internas são desorganizadas e sem poder ou incentivos para explorar a informação sobre circunstâncias inseguras, os princípios de “auto-regulação” pelo uso das informações resgatadas parecem ser ineficiente ou inúteis como percebido no caso da industria de pesca. A metodologia usada pelos autores demonstra que os princípios de auto- regulação podem permanecer muito vago ou mesmo vazio a menos que sejam preenchidos com os padrões industriais, procedimentos e a “melhor prática” ajustada pelos agentes

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autorizados e responsáveis dentro da equipe. Se não houver nenhum parceiro industrial os sistemas de gestão em SST irão se degenerar de um processo dinâmico para uma ferramenta de gerenciamento burocratizada.

As posições específicas e os papéis atribuídos ao setor de segurança do trabalho e os representantes da área podem ser negligenciados e sua legitimidade destruída. A metodologia afirma ainda que o papel das autoridades não deve ser subestimado, pois as práticas de SST nos países geralmente demonstram que estes agentes estão recebendo capacitações que os estão permitindo fazer uma avaliação muito mais rigorosa e severa, aponto de ter-se ocasiões em que sistemas são totalmente desacreditados em decorrência de estarem em desacordo com as exigências legais e/ou características de riscos da organização.