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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.5. Uso de escalas de avaliação

Durante todo o processo de desenvolvimento desta tese, as assunções acerca de modos de avaliação, metodologias e processos analíticos para validação do que esta se propunha eram levantados e questionados, buscando-se os melhores caminhos que conduzissem a uma leitura correta acerca dos aspectos ligados a ST de uma dada organização quando em análise. O uso de escalas de avaliação não fugiu á regra e tornou possível o presente trabalho.

Zocchio (2000) apresenta em seu livro tabelas de classificação para avaliação de sistemas de gestão em SST, nas quais existem checklists (listas de checagem, vide anexo 01) nos quais para cada resposta existe um peso em específico (conforme anexo 02) e que ao final demonstra o grau de pontuação que varia de 1 (um) a 100 (cem) demonstrando a posição das atividades prevencionistas acerca de políticas de SST dentro da organização. Ao final, cada tabela apresenta uma pontuação que somadas entre si e divididas por um fator de valor igual 10 (dez), classificará as atividades como um todo, demonstrando como andam as atividades de prevenção. Um grande problema para este tipo de avaliação reside no fato de que as perguntas comumente se confundem entre si ou não priorizam como deveriam alguns setores, como por exemplo, quando se pergunta sobre o SESMT e seu entrosamento dentro da

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empresa com o setor de CIPA esta última só é citada e referendada poucas vezes nas tabelas. Se existe uma política ou não de prevenção de acidentes, a CIPA deveria ser constantemente questionada a respeito de suas atribuições e deveres dentro da empresa.

As tabelas em si podem causar maior disparidade ainda com relação às suas respostas quando deixam uma linha muito tênue entre as respostas, como por exemplo, quando se questiona na Tabela I (vide anexo 01) das tabelas de classificação sobre o Assunto (1) - Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, têm-se as seguintes possíveis respostas:

A - (_) A composição e a atuação do SESMT atendem plenamente aos dispositivos da

Norma Regulamentadora - NR-4

B - (_) Atendem apenas satisfatoriamente C - (_) Atendem precariamente

D - (_) Não atendem em absoluto

De acordo com esses questionamentos e através de uma análise mais aprofundada percebe-se que a mensuração de tais valores fica a desejar, pois não se pode ter uma resposta com plena certeza acerca do item ora analisado (assim como em outros), no sentido de que não se consegue diferenciar claramente as alternativas de respostas “C” e “D”. Tal duvida na tabela classificaria e resultaria em um erro de oito pontos. Somados a cada uma das dez tabelas esse tipo de erro resultaria em uma disparidade muito grande que poderia conduzir às ações prevencionistas a outros rumos não necessariamente adequados. Deveriam ser feitos melhores assunções acerca de tais questionamentos.

Uma escala baseada em sentimento pode ser defendida por alguns autores como sendo um meio adequado de se mensurar tais questões abordadas por Zocchio. Isto por que tal tipo de escala pode mensurar mais adequadamente os valores que muitas vezes se tornam difíceis de serem decididos em situações adversas ou de estresse.

Tal tipo de escala, presente em Corlet e Bishop (1976), em Schwartz (2005) e similarmente em Alves (2006), apresenta-se como uma ferramenta adequada em diversas situações, como se citar as tabelas proposta por Zocchio (2000), onde atenderiam possivelmente de forma mais adequada. A figura 3.9 a seguir exemplifica esse tipo de escala de maneira sucinta:

Figura 3.8 - Exemplo de escala a sentimento não numérica

Fonte: O Autor (2007)

O que ocorre com esse tipo de escala é que não existe um direcionamento prévio a respeito de que numeração ou marcação o inquirido irá responder. Desta forma fica mais livre para responder. A marcação ao meio indica apenas a metade da escala, para que, caso haja a necessidade de se marcar o conhecido “mais ou menos”, este ponto seria bastante procurado.

Figura 3.9 - Exemplo de escala a sentimento não numérica com um marcação

Fonte: O Autor (2007)

Figura 3.10 - Exemplo de leitura de resposta sobre uma escala a sentimento não numérica

Fonte: O Autor (2007)

As figuras 3.10 e 3.11 demonstram como deve ser feita a marcação e como pode ser checado, em termos quantitativos a opinião dos usuários. Entende-se que, para a ultima figura foi colocada uma grade de avaliação, onde pode ser constatado que a marcação dada pelo usuário foi alocada entre a pontuação de 2 e 3. na opinião de um especialista que estivesse a analisar a situação acima (a exemplo de uma pergunta como “Qual a sua opinião com relação a afirmação de que no Brasil os acidentes de trabalho diminuem a cada dia que passa?”. Considerando o “0” (zero) como a discordância total e o “9” (nove) como sendo a plena concordância com o fato, poderia ser dito que o usuário discorda um pouco com essa afirmação.

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Quanto maior for a grade quan

o esta deveria ser feita de diversas formas por profissionais de áreas

endo assim, não se comp

de seu trabalho apresenta os indicadores de desempenho para

ntes, a sua manutenção irá ser avaliada como 50%, mesmo não podendo se reduzir essa taxa.

A criação de índices para cada intervalo (ou para cada ponto, como o “0” e o “9”) irão definir o universo de respostas que se pretende adquirir.

tificada, maior poderá será o universo de resposta obtidas.

É correto dizer que é um grande passo a aplicação de tais tabelas no âmbito de se ter uma idéia de como anda as ações prevencionistas dentro da organização, porém, se não houver um correto acompanhamento na aplicação destas, todo e qualquer esforço pode ser em vão. Falta ser dito que uma ação com

análogas.

A tabela de classificação que se encontra em anexo é apenas a primeira de uma série de dez tabelas, a intenção é de apenas indicar que estas deveriam sofrer alguma alteração para que seu caráter tão subjetivo seja mais bem trabalhado e desenvolvido em prol de uma política prevencionista mais eficaz, porém devem ser levados em consideração os aspectos positivos destas, onde atuarão em conjunto para o desenvolvimento do modelo, e s

õe como objetivo desta tese suas alterações, mas sim, sua indicação.

O modelo ora proposto nesta tese obteve uma base conceitual baseada ainda na aplicação de questionários com uma certa ponderação, e como tal, estes devem ter uma atenção mais elevada como será visto mais adiante. Medeiros (2003) apresenta em sua dissertação, indicadores para avaliação de desempenho nas áreas de gestão ambiental, qualidade e segurança e saúde no trabalho que chamam atenção e merecem um destaque. A figura na página a seguir (figura 3.12), retirada

segurança e saúde ocupacional.

A avaliação dar-se através de uma avaliação sobre os resultados obtidos com a gestão do sistema em questão. Porém, percebe-se uma falha durante o processo de avaliação que não é notificado dentro do trabalho, onde quando uma taxa, como por exemplo, do primeiro item, “Taxa de freqüência de acidentes” permanece igual, ou seja, se manteve, a ponderação acusa 50%. Se a taxa de acidentes se manteve igual, nada mais justo do que associar a uma ponderação de 50% considerando-se a tricotomia redução, manutenção e não redução, porém, se a taxa anterior tiver sido de “0” (zero) acide

Figura 3.11 - Indicadores de desempenho para segurança e saúde ocupacional

Fonte: Medeiros (2003)

Uma outra falha, mais voltada a semântica, e que se não for levada em consideração pode levar a falhas simbólicas é com relação as avaliações dos 50 e 0%, onde o fato de “Não reduziu” pode ser igualado ao “Manteve”. Tais observações, ao final da avaliação pode ser expandido as demais tabelas de avaliação dos sistemas de indicadores e que podem conduzir a erros.Tais aspectos podem ser levados em consideração para evitar-se erros futuros perante as avaliações do modelo proposto e alcançar os objetivos proposto ao inicio da tese. Deve ser ressaltado que o uso de questionários com respostas ponderadas, preferencialmente não devem apresentar a ponderação enquanto estes forem auto-administrados, para que não haja tendência de melhorar os indicadores de acordo com a ponderação apresentada, ficando esta a cargo dos avaliadores dos questionários enquanto em fase posterior de análise dos mesmos.