• Nenhum resultado encontrado

2.4. Sistemas de Gestão em Qualidade, Meio Ambiente e SST

2.4.1. Sobre SGA – Sistema de Gestão Ambiental

De acordo com Schenini e Benedet (2004) existe uma maior preocupação com o meio ambiente a cada dia que passa, além de sua evolução natural, está sujeito a constantes alterações causadas por fenômenos naturais ou provocadas pelo homem. As alterações naturais se processam mais ou menos lentamente, em escalas temporais que variam desde centenas de anos a poucos dias, como no caso das catástrofes naturais. As diversas alterações resultantes da ação do homem são usualmente denominadas de efeitos ambientais, e a maioria dos autores associa o termo impacto ambiental à inclusão, na definição de um efeito ambiental, de um julgamento de valor. Dessa forma tem-se o impacto ambiental como uma alteração, qualquer que seja ela, significativa no meio ambiente em um ou mais de seus componentes provocada pela ação humana. Os fatores que conduzem o pensamento a qualificar um efeito ambiental como significativo são subjetivos, envolvendo escolhas de natureza técnica, política ou social as quais comumente não se está acostumado a ter.

Em todo o mundo se apresentam normas e diretrizes que trabalham o tema da gestão ambiental como algo que vem a somar o know-how das empresas. A consciência ambiental muitas vezes é utilizada apenas como meio de fazer uma empresa crescer perante um mercado. Mas o que se sabe é que uma empresa que trabalha com um sistema de gestão ambiental adequado tem muito mais proventos do que mera publicidade positiva. A série de normas ISO 14000, a exemplo, possuem o objetivo de criação de um sistema de gestão ambiental que auxilie as organizações no cumprimento de seus compromissos assumidos com o ambiente natural. Além disso, em função do processo de certificação ser reconhecido mundialmente, tanto das organizações como de seus produtos e serviços, possibilitam às organizações possuírem uma distinção daquelas que somente atendem à legislação ambiental pertinente.

Dessa forma, essas normas podem estabelecer as diretrizes para as auditorias ambientais tão conhecidas, rotulagem ambiental, avaliação de desempenho ambiental e até mesmo análise do ciclo de vida dos produtos, possibilitando a transparência da organização e de seus produtos em relação aos aspectos ambientais, com o intuito de harmonizar os procedimentos e diretrizes aceitos internacionalmente com a política ambiental adotada pela empresa. Por um Sistema de Gestão Ambiental adequado tem-se este como sendo um conjunto de procedimentos que propiciam uma organização a entender, controlar e diminuir os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços.

Donaire (1999) disserta sobre as normas ISO 14000 como sendo uma norma que provê às organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz, passível de integração com os demais objetivos da organização, trazendo a luz da implementação prática um sistema de gestão ambiental eficaz e adequado à realidade das empresas. Ainda segundo o autor, a implantação de sistemas baseados nestas séries de normas significa um detalhado estudo das prerrogativas e dos conceitos que formulam e determinam o ambiente e mesmo a cultura de uma empresa. O processo de adaptação de uma empresa a um sistema que se baseia no respeito ao ambiente, pode exigir mudanças de paradigmas instituídos na organização desde a sua fundação, e que comumente não são aceitos com tanta facilidade pelos seus funcionários, especialmente os mais antigos. De nada adianta a imposição de um modelo inapropriado ao ambiente empresarial ou a opção de se instaurar um clima de mudanças sem a devida preparação e informação para todos na empresa.

É necessária uma comunicação eficiente e eficaz em todos os níveis. Como sendo uma norma que segue padrões internacionais, como já mencionado anteriormente, se faz necessário que todos os requisitos sejam preservados e cumpridos sob pena do fracasso no intento, porém, devem ser respeitados a partir do ambiente empresarial e não instituídos como determinações rígidas e inalteráveis. Alguns modelos externos que são estudados fora do ambiente empresarial e não adaptados para a organização tendem ao fracasso em virtude das particularidades espelhadas na cultura organizacional presente antes de qualquer modelo de gestão, seja de segurança, qualidade ou ambiental.

Segundo a interpretação da ABNT (2001) sobre a ISO 14001, pode-se ter uma estratégia de gestão ambiental que pode:

• Determinar os impactos ambientais de produtos, atividades e serviços; • Planificar objetivos ambientais e metas mensuráveis;

• Implementar e colocar em prática programas para atingir os objetivos definidos; • Atuar em prol da verificação e correção dos sistemas;

• Revisar os sistema de gestão implementado.

A política de gestão ambiental e de estratégia ambiental deve ser bem definida através de um documento e registradas, bem como toda a documentação na qual se indiquem os planos, objetivos e metas de forma que estes possam ser alcançados de maneira menos burocratizada. De acordo com o SENAI (2000) aos elementos de um SGA se incluem:

• A criação de uma política ambiental; • O estabelecimento de objetivos e alvos;

• A implementação de um programa para alcançar esses objetivos; • A monitoração e medição de sua eficácia;

• A correção de problemas; e

• A análise e revisão do sistema com o objetivo de aperfeiçoá-lo e melhorar o desempenho ambiental geral.

Um SGA deve possibilitar às organizações uma melhoria das condições de gerenciamento de seus aspectos ligados aos impactos ambientais, além de interagir na mudança de atitudes e de cultura da empresa. Desta forma, vai muito além do cumprimento de normas, mas afeta toda uma sociedade e seu comportamento, inclusive, o próprio comportamento de consumo.