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Apresentação e Discussão dos Resultados da Análise de Conteúdo das

II. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

5.4. Apresentação e Discussão dos Resultados da Análise de Conteúdo das

Como referido anteriormente os dados recolhidos através das entrevistas foi sujeito a análise de conteúdo. A entrevista é composta por nove questões, que abordam essencialmente as atividades realizadas no Centro Social, Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia, bem como para quem são direcionadas, o seu planeamento e a importância da Animação Desportiva no contexto da educação Intergeracional, no âmbito comunitário.

Assim, primeiramente é solicitado aos entrevistados para caracterizarem a população de Vilarelho da Raia no que concerne às características etárias. Os três entrevistados são unânimes a referir que se trata de uma população idosa ou “ (…) envelhecida.” (Q.2) já que “A mocidade está toda emigrada (…) ou noutros pontos do país” (Q.1). O terceiro entrevistado reforça esta opinião alegando que a localidade de Vilarelho da Raia acompanha a tendência de muitas outras aldeias do interior, que se vão desertificando com as migrações, e que devido a todos os fatores associados à diminuição da população ativa e jovem na Freguesia torna a população alvo “ (…) homogénea, partilham as mesmas origens, os mesmos percursos e a mesma idade.” (Q.3).

Relativamente às atividades culturais, recreativas e desportivas que são promovidas pela Instituição que os entrevistados representam, verifica-se que são mencionadas variadas atividades, desde as atividades de ocupação de tempos

livres direcionadas para as crianças onde “ (…) se desenvolvem atividades lúdicas e desportivas e de âmbito social.”, às atividades onde podem participar pessoas de todas as idades e ambos os sexos como, por exemplo, “ (…) o grupo de ginástica de manutenção (…)” (Q.1). De facto, é referido que o Centro, desde a sua fundação, “ (…) tem levado a cabo atividades de diversa índole (…) ” (Q.3), passando pelas atividades decorrentes das festividades como “ (…) o S. Martinho, o fim de ano, o carnaval, o 4 de Julho, entre outras, que são abertas a toda a comunidade.” (Q.1), à organização de eventos como “ (…) cursos de verão, congressos, palestras, colóquios, conferências, exposições formação de adultos, etc. (…)” (Q.3).

Outras atividades que o Centro vem a promover de longa data são a organização do “ mês cultural (…) ” que decorre de finais de Julho a meados de Agosto, a “atividade dos caminheiros (…) ” em princípios de Setembro, cuja participação é portuguesa e espanhola, o “grupo de cantares de Vilarelho (…) ”, denominado de “O Raiano”. Outras atividades prendem-se com a apresentação de “ (…) peças de teatro amador, pela ligação que o Centro tem com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, especialmente naquelas fases cruciais dos cursos de Animação Sociocultural” (Q.1).

Ao nível recreativo e desportivo as atividades mencionadas são variadas, “ (…) desde a escola de ténis, de atletismo, torneios de futebol de 5 e 11 (…), jogos de mesa, espetáculos de folclore e conjuntos musicais.” (Q.1).

Deste modo, verifica-se que o Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia desenvolve atividades de vários âmbitos, não só culturais mas também desportivas e sociais, com carácter permanente ou pontual e algumas delas destinadas à ocupação dos tempos livres. É ainda importante referir que, muitas das atividades e eventos levados a cabo pelo Centro, são realizadas em conjunto com entidades parceiras como, por exemplo, a Junta de Freguesia pois como refere Q.2: “Todas as atividades da Junta de Freguesia são em associação e parceria com o Centro Social, Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia”, mas destaca-se igualmente a UTAD, INATEL, IPJ, IEFP, entre outras (Q.3).

Verifica-se através das respostas dadas que há preocupações em estabelecer diálogos e parcerias tendo por base a cooperação interinstitucional.

Ao ser questionado para que grupos etários as atividades mencionadas anteriormente são dirigidas as respostas são unânimes a referir que as atividades são para todos os grupos etários já que “As atividades desenvolvidas e promovidas (…) são sempre destinadas a quem queira participar, ou seja, abertas a toda a comunidade independentemente da idade e do sexo.” (Q.1).

Como se pode constatar existe uma preocupação em promover a participação das pessoas e da comunidade e, segundo Peres (2004) citado por Lopes (2008:149) a ASC é “(…) Um processo fundamental centrado na promoção da participação consciente e critica de pessoas e grupos na vida sociopolítica e cultural em que estão inseridos, criando espaços para a comunicação interpessoal.”

O entrevistado Q.3 refere ainda que o aspeto demográfico da região foi alterando consideravelmente, e se inicialmente a maioria dos participantes das atividades eram jovens, atualmente os participantes acompanham a tendência do envelhecimento populacional. Assim, as atividades desenvolvidas tiveram que sofrer um ajustamento ao tipo de população a quem são dirigidas e, neste sentido, “ (…) a Direção da Associação tem organizado atividades relacionadas com os seniores”. Devido ao envelhecimento da população algumas atividades terminaram como, por exemplo, o Grupo de Dança, a Equipa de atletismo e a Equipa de Futebol Federado.

Na sequência das respostas dadas verifica-se que devido à maior longevidade da população mundial e o alucinante avanço dos índices de indivíduos maiores de 65 anos, segundo Palmeirão (2009) é imperativo que se introduzam renovados desafios à sociedade e, nomeadamente, à Educação Intergeracional. Para Giddens (1999:106) “ Ser velho «dura» mais tempo do que antigamente” e, por isso, a Educação Intergeracional terá de ser um desafio de maior interesse na sociedade atual.

Dois dos entrevistados consideram que a população de Vilarelho da Raia “contribui e participa” para o planeamento das atividades (Q.1.e Q.2). Aliás, é referido que muitas vezes “ As atividades são propostas e organizadas por grupos de pessoas da aldeia que sentem necessidade de organizar um determinado evento e o Centro dá sempre apoio (…) ” (Q.1).

Perante as respostas dadas, constata-se que, nesta comunidade, se valorizam os processos de participação, através de atitudes participantes e de partilha levando a comunidade a ser ela própria como protagonista da sua própria história.

Por outro lado, o terceiro entrevistado considera que a Associação em causa está sujeita a ciclos de Voluntariado mas que, na maioria das vezes, o planeamento das atividades é realizado pela Direção da Associação. Refere, ainda, que por vezes surgem iniciativas, primordialmente desportivas, organizadas por jovens e menos jovens o que demonstra o enraizamento no meio. Este entrevistado considera que estas iniciativas deviam ser aproveitadas pelas lideranças, já que por vezes existem ruturas com as lideranças anteriores e nem sempre se mantêm as boas práticas. De facto, devido à falta de participação cívica e à crise de voluntariado “ (…) é difícil dirigir coletividades, muito mais criar espaços e instrumentos que motivem as pessoas, que as levem a planear atividades de interesse comum.” (Q.3).

Uma vez que, as respostas anteriormente obtidas apontam para um envolvimento da população no planeamento das atividades, a próxima questão abordou a caracterização de quem participa no processo de planeamento. Desta forma, verifica-se que um dos entrevistados considera que todas as pessoas participam e colaboram “ (…) desde que sejam chamadas para tal.” (Q.2), contudo outro elemento considera que participa a população mais jovem e de meia-idade (Q.1). Por sua vez, o terceiro entrevistado refere que, inicialmente, o planeamento era elaborado pelos elementos mais jovens da Direção da Associação que davam, habitualmente, apoio administrativo. Porém, face às características demográficas atuais “ (…) e ao facto da maioria dos elementos da Direção serem adultos, é elaborado por estes.” (Q.3).

A questão seguinte pergunta se os entrevistados consideram a Animação Desportiva importante no contexto da educação comunitária. A totalidade de elementos atribui importância à Animação Desportiva, porque “ (…) envolve as pessoas em atividades que se tornam necessárias, não só ao nível individual, mas também a nível comunitário.” (Q.2), ou seja, o entrevistado considera que a atividade desportiva contribui para uma melhoria do estado de saúde, e se uma pessoa estiver bem física e psicologicamente contribui mais eficazmente para a comunidade.

Da mesma forma, o Q.1 refere que é importante porque reforça a convivência entre as pessoas, e o facto delas se sentirem felizes contribui para que “ (…) melhoram o seu estado físico e consequentemente a sua saúde e qualidade de vida.”.

Assim, denota-se que a Animação Desportiva é vista como um fator muito importante para a comunidade rural, ideia que é igualmente reforçada pelo Q.3. Este entrevistado menciona que a Animação Desportiva é crucial na classe etária dos seniores, visto “ (…) o exercício físico diminuir com o declínio fisiológico.”, já que existe a tendência para o sedentarismo nas sociedades modernas e o abandono da atividade física agrava o aparecimento de doenças coronárias e contribuiu para a obesidade. Este entrevistado acrescenta ainda que “ O Desporto é uma disciplina indispensável à educação. Além de desenvolver qualidades de relacionamento interpessoais e lúdicas desenvolve faculdades motoras, contribuindo para a qualidade de vida dos praticantes.” (Q.3). Este elemento acresce também que a educação está intrínseca às sociedades e que sem ela não há desenvolvimento comunitário. Para este entrevistado a educação é um processo de crescimento a vários níveis, mas a educação formal nem sempre tem em atenção aspetos como a educação emocional, a ética, o civismo, a vertente artística, o desenvolvimento e o bem-estar físico, e neste contexto considera que o desporto surge como parte integrante da realização das pessoas. Para o entrevistado “ (…) o modelo educativo escolar intelectual (…) nem sempre é suficiente (…) não se preocupa com atividades de natureza cultural e desportiva, deixando espaço ao modelo informal e não formal que também desenvolve competências intelectuais, afetivas e comportamentais mais

dependentes das iniciativas da comunidade (…). Neste sentido, a animação é crucial para desenvolver todas estas forças conducentes à mobilização.” (Q.3).

Desta forma, verifica-se que todos os entrevistados consideram que a Animação Desportiva desempenha um papel importante na educação comunitária, reforçando não só a sua componente física, mas reforçando também a animação como instrumento para reunir os meios e converter as intenções em ação, contribuindo para o desenvolvimento comunitário, apoiado numa pedagogia participativa.

Perante a questão se os entrevistados consideram importante o intercâmbio desportivo entre as várias gerações também a totalidade de entrevistados respondeu afirmativamente. De facto, o intercâmbio geracional é visto como uma oportunidade para o convívio e a amizade, e para o treino da Língua Portuguesa já que muitas das pessoas da região estiveram emigradas (Q.1). Outro aspeto referido, para além do convivo, é a oportunidade de dar continuidade à realização das atividades e passagem da história e cultura às novas gerações (Q.2).

O terceiro entrevistado reforça a importância da transmissão de saberes e, do facto do intercâmbio geracional permitir a manutenção de interesses comuns, pois para ele: “Os intercâmbios desportivos entre as várias gerações são importantes e de extrema riqueza. (…) É urgente inverter e contrariar as imagens e estereótipos negativos existentes em relação às gerações mais velhas, elas são fontes de saberes muito úteis e, por vezes, a alavanca para solucionar muitos dos problemas e erros cometidos no presente pelas gerações mais novas.” (Q.3).

No prosseguimento das respostas dadas pelos entrevistados, Galindo, A. (2009:49) refere que “Através das atividades procura-se romper o isolamento (…) ” e Afonso, R. (2009:57) atesta que “ (…) as atividades devem promover a aproximação entre os participantes das diferentes gerações através do desenvolvimento de atividades conjuntas que favoreçam o desenvolvimento de relações interpessoais tolerantes.”

Assim, o intercâmbio intergeracional é visto como uma oportunidade de convívio, de partilha, de crescimento pessoal e de aquisição de novas experiências. A partilha de experiências, segundo os entrevistados, permite a renovação de opiniões acerca das pessoas e do mundo, tal como o ditado que refere Q.3: “ninguém é tão rico que não tenha nada para aprender e ninguém é tão pobre que não tenha nada para ensinar”. Para este elemento, o intercâmbio desportivo entre as várias gerações contribui para que as diferentes gerações, com as suas diferenças e semelhanças, acrescentem à sua bagagem várias aprendizagens a partir de uma troca mútua, num diálogo tolerante e com base numa pedagogia participativa.

Quanto ao tipo de atividades que são promovidas pela Instituição, com o propósito de fomentar o intercâmbio geracional, são apontadas a ginástica de manutenção, que é destinada a todas as pessoas que queiram participar, bem como o pingue-pongue, o futebol de cinco e de onze onde “ (…) todos os interessados se juntam e organizam torneios independentemente da idade.” (Q.1).

O segundo entrevistado descreve igualmente os jogos de futebol em que os elementos das equipas são das mais variadas idades. Menciona ainda que “Tem havido ainda outras atividades, no parque de lazer, que vão surgindo das ideias de certos grupos de pessoas (…) ”, que pretendem fomentar o convívio entre a comunidade e se direcionam a todas as idades. Segundo este, a Junta de Freguesia vem a desenvolver esforços para criar condições mais favoráveis à realização de atividades geracionais como, por exemplo, reparações no polivalente onde são levados a cabo os jogos de futebol, e refere que a entidade apoia as iniciativas propostas pela população.

Embora o terceiro entrevistado não tenha referido, concretamente, que atividades a Instituição realiza para promover o desporto intergeracional, o mesmo reforça que as atividades desportivas nos clubes e Associações proporcionam momentos de relacionamento interpessoal, de trabalho e de aprendizagem, pelo que devem ser promovidas. Para ele “Os utentes percecionam as atividades como geradoras de convívio, de participação,

responsabilização e partilha. Sem dúvida, um contributo para a cidadania, para a convivência e a tolerância” (Q.3).

Para terminar a entrevista, foi questionado se existia algum aspeto que não tivesse sido abordado e que os mesmos considerassem relevante acrescentar. Para finalizar a sua intervenção o Q.1 mencionou que lamenta o facto de os jovensterem de se ausentar da aldeia à procura de melhores condições de vida, o que contribui para o aumento da desertificação da localidade.

O segundo entrevistado reafirma o esforço da Junta de Freguesia que investe nas questões sociais e desportivas, não só através da disponibilização dos espaços para a realização de atividades, mas também através do estabelecimento de contactos com outras entidades como, por exemplo, com a Escola de Enfermagem de Chaves “ (…) no sentido de trazer técnicos de saúde para fazerem rastreios (…)” e com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte com vista à rentabilização da agricultura, pois considera que o investimento nesta área poderia fixar a população evitando as migrações.

Em termo de conclusão, o terceiro entrevistado menciona que “ (…) é necessário educar com o objetivo de estimular e incentivar gerações para a abertura de novas experiencias e hábitos saudáveis, quebrar barreiras geracionais (…) caminhar para novas ideias, manutenção da autonomia e aumento da autoestima, ou seja, na capacidade de fazer escolhas voltadas para o bem-estar físico, social e psicológico.”.

Face ao exposto, verifica-se que existe vontade em dinamizar e promover o diálogo, a participação e o envolvimento da comunidade rompendo com as barreiras setoriais que possam existir entre os vários níveis geracionais.

CONCLUSÃO

O caminho percorrido até aqui nem sempre foi fácil de conseguir, mas o que é por vezes difícil de trilhar mais gozo nos dá saborear.

A atitude respeitosa para com os pais e os mais velhos, é em geral, já claramente definida no Velho Testamento: “Honra teu pai e tua Mãe e terás longa vida”; “Não desonres um homem na velhice pois algum de nós lá chegará” ou “Que bela a sabedoria da velhice”.

As estatísticas de longevidade, tomadas à letra do Génesis, atribuem vida extremamente longa a Adão e seus descendentes, contudo também já na Bíblia existiam regras de higiene estabelecendo um dia de repouso, horário de trabalho, preceitos dietéticos e a prevenção e tratamento das doenças.

Na juventude ou na velhice, o importante é ser saudável e feliz.

Refletindo sobre tudo isto, iniciámos todo um trabalho com a justificação do estudo de caso que pretendíamos investigar. Procedemos ao levantamento de questões e à formulação de objetivos de pesquisa, onde enunciámos, quer os objetivos específicos da investigação quer os objetivos específicos da intervenção, assim como à formulação de hipóteses.

Seguiu-se a pesquisa bibliográfica, tarefa árdua e simultaneamente delicada, dificultada pela parca existência de estudos científicos no domínio da área da Animação Desportiva em interação com a Educação Intergeracional. Posteriormente identificámos o objeto de estudo, tal como o contexto da investigação e, após delinearmos a metodologia a utilizar e foi definida a apresentação e discussão dos resultados.

Chegados a esta etapa cumpre-nos apresentar as conclusões que retiramos do presente estudo.

Neste estudo de caso, que se centrou no Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia – Chaves, verificámos que a grande percentagem dos participantes eram do sexo feminino 73,1% (n=19), sendo o valor de 26,9% (n=7) representada pelo género masculino. Relativamente à idade verificou-se que os

participantes apresentam idades bastantes distintas nas várias faixas etárias, encontrando-se elementos abaixo dos 20 anos até indivíduos com mais de 80 anos sendo que, a maior incidência percentual está situada entre os 60 e os 69 anos e somente 30,8% dos casos (n=8) tem idade inferior a 45 anos.

Os entrevistados foram unânimes a referir que esta população é essencialmente idosa ou “envelhecida”, alegando que a localidade de Vilarelho da Raia acompanha a tendência de muitas outras aldeias do interior, que se vão desertificando com a emigração e as migrações, e que devido a todos os fatores associados à diminuição da população ativa e jovem na Freguesia torna a população alvo homogénea, partilhando as mesmas origens, os mesmos percursos e a mesma idade.

Todos os inquiridos usados na amostra deste estudo (100%; n=26) referem praticar atividade desportiva, sendo que metade dos indagados afirma realizar há menos de um ano (50%; n=13) e o equivalente a 23,1% (n=6) refere que pratica exercício há aproximadamente um ano. É de referir que o estudo por nós levado a efeito teve a duração de sensivelmente um ano e é neste espaço de tempo que a maior parte dos inquiridos se insere. Todos os investigados consideraram que o seu estado de saúde geral está melhor comparativamente com o que acontecia antes do estudo ter sido iniciado.

Segundo os inquiridos, as atividades desportivas mais praticadas eram a ginástica de manutenção e a caminhada, sendo estas as mais promovidas pela investigadora.

Todos os participantes (100%; n=26) consideraram importante a prática do exercício físico regular, pelo que concluímos que a importância atribuída à atividade desportiva é transversal a todos os inquiridos independentemente do sexo, da idade, habilitações académicas ou regularidade da prática desportiva.

Os motivos que levaram os inquiridos a praticarem atividade desportiva foram essencialmente a melhoria da saúde, a melhoria da condição física e o convívio com os outros. Com bastante relevância surgem também a promoção do bem-estar, a qualidade de vida e a promoção de relações interpessoais.

Constatou-se ainda que, a maioria dos inquiridos considera que a prática desportiva no meio rural é boa, mas existe quem tenha considerado apenas suficiente (30,8%) ou até mesmo fraca (11,5%).

Relativamente ao local onde os inquiridos desenvolvem a prática desportiva, todos os inquiridos são unânimes em referirem o Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia, sendo que esta Associação é referida por todos como a entidade que promove, na freguesia, as atividades desportivas classificando-as como bem organizada. Conclui-se que o Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia é uma instituição, por excelência, preocupada em promover a participação de todos os seus cidadãos não só em atividades de caracter cultural, mas também de ordem social e desportivo.

Constatou-se que a Animação Desportiva pode ser uma

estratégia/método de intervenção na educação comunitária, reforçando não só a sua componente física-motora, mas também reforçando a animação como instrumento para reunir os meios e converter as intenções em ações e participações, com intercâmbios desportivos contribuindo para uma educação intergeracional com repercussões no desenvolvimento comunitário.

Concluiu-se que todos os inquiridos realçaram a importância que a Animação Sociocultural tem como estratégia de promoção para a participação, para o convívio, para as práticas, para o envolvimento, partilha, ocupação dos tempos livres e transformação comunitária e social, no meio rural. Realçaram ainda, a grandeza e a importância que o convívio desportivo tem nas suas práticas desportivas quando ele é proporcionado em simultâneo com indivíduos de várias idades e com a presença de ambos os sexos.

Verificou-se que existe uma estreita ligação entre a junta de freguesia e o Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia na promoção de atividades de diversa índole, mas também que estas duas instituições são cooperantes sempre que os seus cidadãos tomam iniciativa, quer na apresentação de novas propostas de atividades, quer no seu processo de planeamento e organização. Ambas as instituições estão sempre de braços abertos às ideias dos seus cidadãos e abraçam as suas iniciativas.

Posto isto, despretensiosamente, consideramos ter contribuído para o envolvimento de várias gerações neste projeto que, teve como efeitos benéficos,

os atrás referidos pelos intervenientes. A saúde e a qualidade de vida tanto no aspeto físico como psicológico foi certamente melhorada.

Estamos seguros de ter sido promotores de novos conceitos e, agentes na implementação de normas e saberes no âmbito da Educação não Formal.

Sentimos que esta experiência foi em tudo uma escola. Tivemos a grata satisfação do contacto com as gentes tão hospitaleiras de Vilarelho da Raia onde os montes nos envolveram; os cheiros, tão variados, quanto as estações do ano nos inebriaram e o calor humano nos aqueceu.

Em suma, neste processo de interação, mais do que ensinar, fomos bafejados com a partilha de saberes e conhecimentos, aprendendo…

Assim, deixamos a todos quantos quiseram ser personagens deste estudo, a nossa homenagem sentida e um caloroso muito obrigado.