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Animação desportiva - educação intergeracional em contexto rural: estudo de caso

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO. Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural Estudo de caso. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIENCIAS DA EDUCAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO EM ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL. GINA MARIA ALVES MATOS CARVALHO. Chaves, 2011. UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO.

(2) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural Estudo de caso. Dissertação de Mestrado para a obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação –. Especialização. em. Animação. Sociocultural na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro pela candidata Gina Maria Alves Matos Carvalho, sob a orientação do Professor Doutor Marcelino de Sousa Lopes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 2.

(3) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Agradecimentos A elaboração do presente trabalho foi o culminar de mais uma fase da minha vida, tanto pessoal como profissional e, não teria sido possível sem a colaboração, o apoio e o carinho de várias pessoas. Assim, de forma humilde e singela quero aqui deixar a minha gratidão a todos aqueles que de uma ou outra forma contribuíram para a realização do presente estudo. Ao Professor Doutor Marcelino de Sousa Lopes, meu orientador, pelo seu saber, apoio, compreensão, disponibilidade e paciência com que sempre me tratou. Ao Professor Doutor Américo Nunes Peres pelo incentivo e carinho demonstrado. Ao Professor Doutor Agostinho Gomes pela simpatia e incentivo na realização deste trabalho. A todos os funcionários da UTAD, Pólo de Chaves, pelo respeito e carinho com que sempre fui tratada. À Presidente do Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia pela disponibilidade, ajuda e colaboração sempre dispensadas. Ao Presidente da Junta de Freguesia de Vilarelho da Raia pela contribuição e esclarecimentos prestados. Ao Carlos Silva, fundador do Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia, pela disponibilidade, carinho e apoio incondicional no desenvolvimento e concretização deste projeto. A todas os sócios do Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia que participaram neste trabalho, pelo carinho, simpatia e disponibilidade com que sempre me trataram e que sem eles, este trabalho não teria sido possível. À Ezequiel, à Lena, à Carla, à Anita, ao Bruno, ao Roberto e ao Heitor, meus amigos e colegas pela ajuda e orientação prestada. A todos os meus familiares, pelo apoio e incentivo demonstrados.. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. I.

(4) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Aos meus filhos Zé Pedro e Zé Miguel Ao meu marido Zé Manuel. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. II.

(5) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Resumo O presente estudo tem por objetivo fundamental demonstrar se a Animação Desportiva, como técnica/ recurso da Animação Sociocultural, pode ser promotora de relações intergeracionais no contexto rural. Pretendemos através da prática da atividade desportiva promover processos de participação, interação e cooperação nas relações entre as diferentes gerações e de analisar a sua importância e implicações no contexto e âmbito sociocultural. A nossa investigação decorreu em contexto rural, com indivíduos de várias faixas etárias, para a qual foi utilizada uma amostra constituída por 26 inquiridos, sendo que a percentagem mais expressiva de elementos pertence ao sexo feminino, mais concretamente 73,1% (n=19), e o valor de 26,9% (n=7) representada pelo género masculino. Para a realização deste estudo procedemos ao levantamento da problemática e respetiva fundamentação, seguindo-se o Enquadramento Teórico onde foram tratados aspetos de importância fulcral para a nossa investigação. Realizámos uma investigação com recurso a uma metodologia plural onde utilizámos uma investigação qualitativa e uma investigação quantitativa, para a qual foram utilizados os seguintes instrumentos de recolha de dados: Inquéritos por questionário aplicados aos intervenientes e participantes na Animação Desportiva e entrevistas a pessoas com responsabilidades no meio rural onde foi desenvolvido o estudo. Da análise dos resultados constatámos que todo o trabalho desenvolvido foi muito gratificante e enriquecedor, quer no plano pessoal, quer no plano grupal. Os resultados apontam para a importância fulcral da Animação Sociocultural como veículo de aproximação e de socialização entre indivíduos de diferentes idades em ambientes rurais.. Palavras-chave:. Animação. Sociocultural;. Animação. Desportiva;. Educação. Intergeracional; Contexto Rural. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. III.

(6) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Abstract This study aims to demonstrate if Sports Animation, as technical/Sociocultural animation feature, can be a promoter of intergenerational relations in a rural context. Through the practice of sporting activity, we intend to promote processes of participation, interaction and cooperation in the relationship between different generations and to analyze its importance and implications in a Sociocultural context and scope. Our research took place in a rural context, with individuals of various age groups, with a sample of 26 respondents, being the most expressive percentage of elements of the female sex, more specifically 73.1% (n = 19), and the value of 26.9% (n = 7) represented by the male gender. To complete this study, we have proceeded to the problematic survey and its basis, then the theoretical framing where aspects of central importance for our research have been dealt with. We have conducted an investigation with a plural methodology where we used a qualitative and quantitative research, for which the following data collection instruments were used: surveys by questionnaire applied to actors and participants in Sports Animation and interviews to people with responsibilities in the rural life, where the study was developed. From the analysis of the results we have realized that the entire work was very rewarding and enriching, both in the personal and group plan. The results point to the central importance of Sociocultural Animation as a vehicle for approach and socialization between individuals of different age in rural environments.. Keywords: Sociocultural Animation; Sports Animation; Intergenerational Education; Rural Context.. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. IV.

(7) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Resumen El objetivo principal de este estudio es demostrar si la Animación Deportiva, como. herramienta. de. la. Animación. Sociocultural,. puede. crear. relaciones. intergeneracionales en contexto rural. A partir de la práctica de la actividad deportiva se pretende promover la participación, interacción y cooperación entre generaciones distintas y analizar su importancia e implicaciones en el contexto y en el ámbito Sociocultural. Nuestra investigación se ha desarrollado en contexto rural, con individuos de varias edades. El grupo de estudio está formado por 26 personas, en el que la participación del sexo femenino ha sido más expresiva, 73,1% (n=19) y el valor de 26,9% (n=7) representada por el género masculino. Para la elaboración de este estudio hemos procedido al análisis de la problemática y su fundamentación, después hemos hecho el encuadramiento teórico donde se han tratado aspectos de importancia fundamental para nuestra investigación. El estudio ha sido elaborado recurriendo a dos tipos de metodologías. Hemos utilizado una investigación cualitativa y una investigación cuantitativa, en las que se han utilizado recursos para recoger informaciones: cuestionarios aplicados a los intervinientes y participantes en la animación deportiva y entrevistas a personas con responsabilidad en el medio rural en el que se ha desarrollado el estudio. Del análisis que hemos hecho a los resultados obtenidos, hemos comprobado que el trabajo desarrollado ha sido muy gratificante y enriquecedor, tanto en el plan personal como en el plan de grupo. Los resultados revelan la importancia crucial de la animación sociocultural como medio para acercar y socializar individuos de edades distintas en ambientes rurales. Palavras-clave:. Animación. Sociocultural;. Animación. Deportiva;. Educación. Intergeneracional; Contexto Rural.. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. V.

(8) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Índice Geral Agradecimentos---------------------------------------------------------------- I Resumo --------------------------------------------------------------------- III Abstract -------------------------------------------------------------------- IV Resumen --------------------------------------------------------------------- V Índice Geral ----------------------------------------------------------------- VI Índice de Figuras ------------------------------------------------------------- IX Índice de Gráficos ------------------------------------------------------------- X Índice de Quadros------------------------------------------------------------ XI Anexos e Apêndices -------------------------------------------------------- XII Índice de Siglas e Abreviaturas ---------------------------------------------- XIII INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------2 I.. PROBLEMÁTICA E RESPETIVA FUNDAMENTAÇÃO ----------------5. 1.1. Justificação do estudo ------------------------------------------------------------ 6 1.2. Questões de Partida--------------------------------------------------------------- 7 1.3. Objetivos da Pesquisa ------------------------------------------------------------ 8 1.4. Definição de Hipóteses ------------------------------------------------------------ 9. II.. ENQUADRAMENTO TEÓRICO -------------------------------------- 10. 2.1. Conceitos e Âmbitos de Animação Sociocultural -------------------------------11 2.2. Conceitos de Animação Desportiva ---------------------------------------------17. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. VI.

(9) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. 2.3. A Animação Desportiva e Animação Sociocultural: dinâmicas de proximidade ------------------------------------------------------------------------------------21 2.3.1. A Animação Desportiva como meio de Animação Sociocultural -----------21 2.3.2. A Animação Desportiva no contexto da Educação Não Formal ------------27 2.3.3. A Animação Desportiva como estratégia para o tempo livre e tempo de ócio ----------------------------------------------------------------------------32 2.3.4. Animação Desportiva e Educação para a saúde e bem-estar--------------35 2.4. Animação Sociocultural e Educação Intergeracional ---------------------------38 2.4.1. Educação Intergeracional----------------------------------------------------38 2.4.2. Práticas de Educação Intergeracional – sua importância ------------------42 2.4.3. Animação Sociocultural/Animação Desportiva e Práticas de Educação Intergeracional em Contexto Rural ------------------------------------------47. III - CONTEXTO DA INVESTIGAÇÃO ----------------------------------- 52 3.1. Caracterização de Vilarelho da Raia - Chaves ----------------------------------53 3.2. Caracterização do Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia – Chaves ---------------------------------------------------------------------------58. IV - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E PROCEDIMENTOS-------- 61 4.1. Natureza da Metodologia --------------------------------------------------------62 4.1.1. Investigação Qualitativa e Investigação Quantitativa ----------------------63 4.1.2. Estudo de Caso --------------------------------------------------------------67 4.2. Instrumentos de Recolha de Dados ---------------------------------------------70 4.2.1. Inquérito por Questionário --------------------------------------------------70 4.2.2. Entrevista --------------------------------------------------------------------73 4.2.3. Trajetória da Pesquisa -------------------------------------------------------75 4.2.4. Amostra e Critérios de Inclusão – Inquéritos por Questionário -----------77 4.2.5. Amostra e Critérios de Inclusão – Entrevistas -----------------------------78. V - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS --------------- 80 5.1. Caracterização da Amostra – Inquéritos por Questionário ---------------------81 _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. VII.

(10) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. 5.2. Apresentação e Discussão dos Resultados dos Inquéritos por Questionário --83 5.3. Caracterização da Amostra – Entrevistas ---------------------------------------91 5.4. Apresentação e Discussão dos Resultados da Análise de Conteúdo das Entrevistas -----------------------------------------------------------------------92. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------- 100 PROPOSTA DE NOVOS ESTUDOS -------------------------------------- 105 BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------- 107 ANEXOS ------------------------------------------------------------------- XV. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. VIII.

(11) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Índice de Figuras FIGURA 1 – DIMENSÕES DA ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL .................................................................................... 15 FIGURA 2 – CAMPO GERAL DE AÇÃO DA ANIMAÇÃO DESPORTIVA ......................................................................... 18 FIGURA 3 – O EQUILÍBRIO DA ATIVIDADE FÍSICA ............................................................................................... 37 FIGURA 4 - LOCALIZAÇÃO DE VILARELHO DA RAIA - CHAVES ................................................................................. 53 FIGURA 5 – CENTRO SOCIAL CULTURAL E DESPORTIVO DE VILARELHO DA RAIA - CHAVES ............................................ 59. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. IX.

(12) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Índice de Gráficos GRÁFICO 1 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO O GÉNERO .............................................................................................. 81 GRÁFICO 2 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO A IDADE ................................................................................................. 82 GRÁFICO 3 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO A PROFISSÃO........................................................................................... 82 GRÁFICO 4 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO AS HABILITAÇÕES ACADÉMICAS ................................................................... 83. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. X.

(13) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Índice de Quadros QUADRO 1 - SÍNTESE DAS PALAVRAS-CHAVE DE DIVERSOS AUTORES QUE DEFINEM A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL ............ 12 QUADRO 2 - SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DA ANIMAÇÃO DESPORTIVA ................................................................ 20 QUADRO 3 - SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DA TRÍADE EDUCACIONAL: EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL ... 28 QUADRO 4 - REGULARIDADE DA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO ............................................................................. 84 QUADRO 5 - ATIVIDADES FÍSICAS PRATICADAS ................................................................................................. 84 QUADRO 6 - IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DESPORTIVA E AVALIAÇÃO DO E XERCÍCIO FÍSICO NO MEIO RURAL ..................... 85 QUADRO 7 - LOCAIS DE PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................................................ 86 QUADRO 8 - AVALIAÇÃO DA DINAMIZAÇÃO DA PRÁTICA DESPORTIVA .................................................................... 86 QUADRO 9 - IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO DESPORTIVO COMO PROMOTOR DE ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E REALIZAÇÃO DE PRÁTICA DESPORTIVA INTERGERACIONAL E COM AMBOS OS SEXOS ............................................................... 87 QUADRO 10 - RELEVÂNCIA DO CONTACTO INTERGERACIONAL E IMPORTÂNCIA DA ANIMAÇÃO DESPORTIVA NA EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA ................................................................................................................................. 88 QUADRO 11 - COMPARAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE GERAL................................................................................. 89 QUADRO 12 - MOTIVOS PARA A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE DESPORTIVA ............................................................... 89 QUADRO 13 - TEMPO DEDICADO À PRÁTICA DESPORTIVA ................................................................................... 90 QUADRO 14 - PRÁTICAS DESPORTIVAS QUE GOSTARIA DE DESENVOLVER ................................................................ 91 QUADRO 15 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DAS ENTREVISTAS.......................................................................... 92. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. XI.

(14) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Anexos e Apêndices. Anexos ANEXO I - ESTATUTOS DO CENTRO SOCIAL CULTURAL E DESPORTIVO DE VILARELHO DA RAIA .......................................XV ANEXO II - PLANO DE ATIVIDADES PARA O BIÉNIO 2011/12 DO CENTRO SOCIAL CULTURAL E DESPORTIVO DE VILARELHO DA RAIA .........................................................................................................................................XXXV. Apêndices APÊNDICE I - INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO ................................................................................................. LXII APÊNDICE II - GUIÃO DE ENTREVISTA ......................................................................................................... LXVII APÊNDICE III - ENTREVISTAS ..................................................................................................................... LXIX. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. XII.

(15) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. Índice de Siglas e Abreviaturas AD – Animação Desportiva AF – Atividade Física ANASC – Associação Nacional de Animadores Socioculturais ASC – Animação Sociocultural AVC – Acidente Vascular Cerebral CADA – Cadernos de Apoio para o Dirigente/Animador Associativo CEDI – Centro de Estudos e Documentos da Intervenção EI – Educação Intergeracional IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional INATEL – Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores IPJ – Instituto Português da Juventude OMS – Organização Mundial de Saúde PI – Programas Intergeracionais QV – Qualidade de Vida S/D – Sem data SPSS – Statistical Package for the Social Sciences WLRA – World leisure & Recreation Association UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. XIII.

(16) Animação Desportiva - Educação Intergeracional em Contexto Rural. UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro WLRA – World leisure & Recreation Association. _______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. XIV.

(17) Introdução. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 1.

(18) Introdução. INTRODUÇÃO O presente estudo surge da necessidade de descobrir em que medida a Animação Desportiva, no âmbito da Animação Sociocultural, pode ser usada como técnica, como recurso para aproximar pessoas de várias idades e gerações num contexto rural. Esta investigação deve-se essencialmente a duas preocupações por nós sentidas e, até aqui não respondidas: por um lado, a ausência ou inexistência de práticas intergeracionais, que envolvam a participação em projetos comuns; por outro a crescente obesidade que se vem instalando de forma galopante e silenciosa, não se verificando uma cultura desportiva regular, conducentes a uma saúde com qualidade e, consequentemente a uma melhor qualidade de vida. Assim, pretendemos que, através da atividade desportiva, se promovam processos de participação, interação e cooperação nas relações entre as diferentes gerações bem como analisar a sua importância e as suas implicações no contexto sociocultural. Atualmente, verificamos uma maior longevidade e esperança de vida na população sénior, símbolo do saber culto, da voz da razão. No entanto, constatamos que os mais jovens, carentes desta sabedoria e, motivados pelas novas tecnologias e pelas redes sociais, se mantêm passivos e até distantes em relação a esta geração, que com eles tanto têm que aprender. Disto resulta uma fragmentação e por consequência um afastamento nas relações de partilha e de participação social entre as diferentes gerações. Partilhamos da opinião de Lança (2009:12) quando nos diz que: “ (…) o acto de animar desportivamente confronta-se cada vez mais com adversários visíveis e conscientes: sedentarismo, obesidade, piores hábitos alimentares e sociais”. Neste contexto de enormes mudanças sociais, Lança (2009:16) afirma que: “A Animação Sociocultural surge como um método de intervenção social, centrado na dinamização de conjuntos de pessoas em prol das suas necessidades e interesses.” Referindo ainda que a Animação Sociocultural se ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 2.

(19) Introdução. assume como um método de promoção de atividades destinadas a preencher de forma criativa o tempo livre, evitando o aprofundamento de hiatos culturais existentes entre os vários setores sociais. Com este projeto de investigação e, tendo por base este estudo de caso, pretendemos aproximar os cidadãos de Vilarelho da Raia, não só a um diálogo desportivo, mas também à participação ativa de todos e de cada um, para que unidos se consiga alcançar uma maior e melhor felicidade e, por consequência, qualidade de vida. Para a realização deste estudo: Animação Desportiva – Educação Intergeracional em Contexto Rural, preconizamos cinco capítulos. No. Capítulo. I,. Problemática. e. Respetiva. Fundamentação. apresentamos a justificação do estudo, as questões de partida, os objetivos da pesquisa e da investigação e a definição de hipóteses; No Capítulo II, Enquadramento Teórico abordamos os conceitos e âmbitos de Animação Sociocultural e de Animação Desportiva, bem como as dinâmicas de proximidade entre ambos os conceitos. Apresentamos, ainda, a Animação Desportiva no contexto da Educação Não Formal e, ainda, como estratégia para a ocupação do tempo livre e tempo de ócio. Neste capítulo, referimos também a importância da Animação Desportiva e a relação para uma melhor educação para a saúde e bem-estar. Por fim, apresentamos a relação entre Animação sociocultural, Animação Desportiva e Educação Intergeracional em contexto rural; O Capítulo III, Contexto da Investigação apresenta a caraterização de Vilarelho da Raia-Chaves, bem como do Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia, locais onde se desenvolveu o nosso estudo de caso; No Capítulo IV, Metodologia de Investigação e Procedimentos apresentamos a natureza da investigação, a metodologia, a amostra, a trajetória da pesquisa e os instrumentos de recolha de dados utilizados nesta investigação.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 3.

(20) Introdução. No Capítulo V, Apresentação e Discussão dos Resultados procedemos à apresentação dos resultados, quer dos inquéritos por questionário, quer das entrevistas bem como a análise e discussão dos resultados. Por fim, apresentamos as principais conclusões do estudo efetuado, tendo por base a referência bibliográfica e as reflexões que foram sendo construídas no decurso da nossa investigação. Por motivos de entrada em vigor do novo acordo ortográfico, o texto da autora segue a nova ortografia, mas as citações respeitam o original.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 4.

(21) Problemática E Respetiva Fundamentação. I. PROBLEMÁTICA E RESPETIVA FUNDAMENTAÇÃO. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 5.

(22) Problemática E Respetiva Fundamentação. 1.1.Justificação do estudo A pertinência deste estudo é justificada pela incomunicabilidade intergeracional manifestada pela ausência de participações dialogantes, de interações e de práticas conjuntas que envolvam indivíduos de diferentes faixas etárias em projetos comuns, independentemente do género e da condição social. Por um lado, assistimos, hoje em dia, a uma maior esperança de vida e, consequentemente, a uma maior longevidade, como é referido por Palmeirão e Menezes (2009) e ainda por Ander-Egg (2009:242), quando nos diz que: “ (…) com os avanços da medicina e com as investigações científicas relacionadas com a saúde, e as melhores condições de vida e higiene, existem dois factores de caracter demográfico que têm configurado o que se denomina de processo de envelhecimento da população, (…) por um lado, a diminuição da taxa de natalidade e, por outro, o aumento da esperança média de vida em todas as idades”.. Por outro lado, assistimos também, a uma geração jovem, muito ocupada com as novas tecnologias e redes sociais, como nos é referido por Morais (2011) 1. , fundador do projeto MiudosSegurosNa.Net. ao afirmar que: “ As redes sociais, são um dos principais destinos dos utilizadores de internet. São o tipo de sites com maior número de utilizadores regulares, maior número de visualizações e onde se despende mais tempo. As redes sociais são um fenómeno de popularidade entre os utilizadores da internet. E as crianças e jovens não são excepção.”. Nós acrescentaríamos ainda que esta grande adesão de jovens fisicamente inativos pode ser um potencial responsável pelo crescimento dos índices de. 1. www.slideshare.net/.../redes-sociais-crianças-e-jovens-u... Acesso em 21-10-2011. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 6.

(23) Problemática E Respetiva Fundamentação. obesidade e sedentarismo que se verificam um pouco por todos os países desenvolvidos. Verifica-se, além disso, um isolamento e distanciamento cada vez maior entre os interesses, as motivações e as práticas dos indivíduos como seres sociais e participantes nas suas comunidades. Cada vez mais, as gerações se isolam no seu grupo etário, não havendo grandes oportunidades de interatividade e aprendizagens mútuas. Assim, revela-se necessário e urgente, a criação de lugares onde jovens e adultos de todas as idades desenvolvam oportunidades consistentes e expressivas de interação com responsabilidades intergeracionais partilhadas e, se possível, no âmbito desportivo. Carrageta (2010:29) diz-nos que os portugueses são: “ (…) o povo da União Europeia que se destaca em todos os inquéritos por ser aquele que menos actividade física pratica, talvez porque ainda não se assumiu verdadeiramente a forte relação que existe entre o exercício, a saúde e o bem-estar”. O mesmo autor (2010) refere ainda que passamos os dias fisicamente inativos, quer durante o trabalho, quer nos períodos de lazer, geralmente junto à televisão ou ao computador. No sentido de uma procura de respostas para esta problemática, entendemos ser urgente saber, atingir um nível de conhecimento que nos permita ser, de algum modo, um elo da engrenagem que se encontra já em movimento e conduzirá à mudança de atitudes e nos possibilitará promover práticas desportivas consistentes, num diálogo. intergeracional junto da nossa. comunidade. Assim, propomo-nos levar a efeito uma investigação sobre o tema: Animação Desportiva – Educação Intergeracional em Contexto Rural.. 1.2.Questões de Partida Face à problemática do sedentarismo instalado na nossa população, e à quase inexistência de relações intergeracionais, somos levados a levantar as seguintes questões:. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 7.

(24) Problemática E Respetiva Fundamentação. . Poderá a Animação Sociocultural ser um recurso, uma metodologia de intervenção no meio rural capaz de fazer relacionar a população em relações intergeracionais?. . Qual o contributo que a Animação Desportiva, enquanto método da ASC, pode dar com base numa Educação Intergeracional?. . Poderá a prática desportiva ser um motivo de participação social entre as várias gerações, no meio rural?. . Em que medida a Animação Desportiva é promotora de animação social, cultural, educativa na comunidade?. . A Animação Desportiva desenvolvida em meios rurais aproxima os cidadãos?. 1.3.Objetivos da Pesquisa Como referido anteriormente, o objetivo geral deste trabalho é investigar a importância e a influência que a Animação Desportiva pode ter numa educação intergeracional em contexto rural, assim, como objetivos específicos da investigação propomos: . Conhecer. a. opinião. dos. inquiridos. relativamente. à. prática. desportiva. intergeracional no meio rural; . Conhecer a importância atribuída à prática desportiva enquanto promotora da Animação Sociocultural no meio rural;. . Identificar os hábitos e a frequência da prática do exercício físico;. . Conhecer os motivos que conduzem à prática de atividade desportiva. Como objetivos específicos da intervenção desportiva levada a efeito no Centro. Social Cultural e Desportivo de Vilarelho pretendemos: . Demonstrar que a Animação Desportiva pode ser um recurso/técnica da Animação Sociocultural para a prática da atividade desportiva;. . Aproximar as pessoas dentro da sua comunidade e promover o convívio intergeracional;. . Identificar as necessidades físicas e desportivas de cada um e de todos;. . Elevar a condição física dos cidadãos;. . Contribuir para o desenvolvimento e valorização pessoal e social;. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 8.

(25) Problemática E Respetiva Fundamentação. . Contribuir para a valorização dos tempos livres dos vários estratos sociais e diferentes faixas etárias;. . Potenciar uma melhor qualidade de vida e de saúde;. . Promover atitudes de partilha e de participação das várias gerações;. . Dinamizar desportivamente o meio rural.. 1.4.Definição de Hipóteses Para a realização deste estudo foram formuladas as seguintes hipóteses:  A Animação Desportiva contribui para a aproximação das pessoas dentro da comunidade e promove o convívio entre gerações.  A prática desportiva é promotora de atitude participante, de envolvimento, de partilha, de transformação comunitária e social.  A Animação Desportiva em contexto não formal é geradora de socialização em meios rurais.  O Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia é potenciador de práticas desportivas e encontros intergeracionais.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 9.

(26) Enquadramento Teórico. II. ENQUADRAMENTO TEÓRICO. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 10.

(27) Enquadramento Teórico. 2.1.Conceitos e Âmbitos de Animação Sociocultural Os princípios que norteiam o conceito e o âmbito de Animação Sociocultural (ASC) só começaram a ter algum eco em Portugal, no século XX, com a revolução do 25 de Abril de 1974. Até então, apenas se verificavam ações, atividades e programas isolados que, apesar de revelarem alguma motivação de carácter político, social, económico, cultural e educativo ainda eram participações tímidas que implicavam a transformação da sociedade de carácter mais geral. Para a UNESCO (1982) a Animação Sociocultural é: “A Animação Sociocultural é um conjunto de práticas sociais que tem como finalidade estimular a iniciativa, bem como a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integradas”.. O conceito de Animação Sociocultural (ASC) teve a sua origem em França. Em Portugal, ganha alguma força nos meados dos anos 70 com o fim da ditadura, assumindo uma nova forma de intervenção. Neste sentido, corroboramos da ideia de Lopes (2008: 136-137) quando defende que, a Animação surge: “(…) motivada pela necessidade histórica e social da vivência corresponder à convivência, (…) a uma prática comprometida com o desenvolvimento rumo à autonomia das pessoas e à auto-organização, (…) de se privilegiar a comunicação interpessoal, de se favorecer a partilha de saberes, de se estimular o actor/pessoa em vez do espectador/pessoa, bem como de se valorizar as práticas e as experiências (…)”.. O conceito da expressão Animação Sociocultural não é unívoco (Quadro 1 - Síntese das Palavras-Chave de diversos autores que definem a Animação Sociocultural). As definições existentes são muitas e tão díspares que. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 11.

(28) Enquadramento Teórico. apresentamos,. em retrospetiva,. as. palavras-chave. de. alguns. autores,. relativamente a este conceito:. Quadro 1 - Síntese das Palavras-Chave de diversos autores que definem a. Intervenção - Revista de ASC - 1977 Teresa Clara Gomes 1979 - Intervenção Silva-1985 CEDI (cit.Lopes2008) Caderno cada1992(cit.Lopes 2008) ANASC -1999. X. X. X. X. X. X. X. Instrumento da Democracia Cultural. Transformação. Atitude Participante. Consciencialização do indivíduo Estratégia politica /Educativa e cultural Autonomia/Desenvolvimen to pessoal Indivíduo como protagonista social Metodologia de Intervenção X. X. X X. X. X. X X. Ander-Egg 2000. X. X. X X X. X. X. Peres – 2004. X. Trilla – 2004. X. X. X. X. X X. X X. Ander-Egg 2008 Lopes; Galinha e Loureiro 2010 Totais. X X. Ana Calvo 2000. Ventosa 2002 Dinis 2003(cit.Lopes 2008) Araújo 2003(cit.Lopes 2008). Partilha de saberes. Desenvolvimento multidisciplinar Participação social/comunitária. Conjunto de práticas. Estímulo/Motivação. Mudança. Participação. Animação Sociocultural. Animação Sociocultural. X. X X 5. 1. 2. 4. 3. 2. 2. 1. 6. 1. 1. 1. 3. 3. 1. Fonte – AA.VV. Adaptação própria.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 12.

(29) Enquadramento Teórico. Não é fácil definir o conceito de Animação Sociocultural. São várias as noções e os autores a dar voz à sua definição, no entanto com base no quadro exposto podemos constatar que as palavras-chave: Atitude Participante, Estratégia Política/Educativa e Cultural, Autonomia e Desenvolvimento pessoal, Mudança, Indivíduo como protagonista social e Instrumento da Democracia Cultural obtêm 1 menção; Estímulo/Motivação, Participação Social/Comunitária e Partilha de saberes obtêm 2 menções; Desenvolvimento multidisciplinar, Metodologia de Intervenção e Transformação obtêm 3 menções; Conjunto de Práticas obtém 4 menções; Participação obtém 5 menções e Consciencialização do Indivíduo obtém 6 menções. Podemos assim concluir que a Animação Sociocultural (ASC) está vinculada à noção de consciencialização do indivíduo, à participação e ao conjunto de práticas por ele desenvolvidas. A essência da ASC e a sua prioridade é sempre o indivíduo como o agente vital do seu próprio desenvolvimento e da comunidade em que se insere, passando por processos conscientes de participação. Participar significa intervir, agir, envolver-se numa base de motivação participante de um projeto, de uma ação ou mesmo de uma simples atividade. A. animação. só. existe. se. existir. um. processo. participativo. (Ventosa:2002). Da revisão efetuada verificamos que a Animação Sociocultural é um processo que visa a consciencialização participante e criadora das populações, sendo através dela que o individuo toma consciência dos seus problemas e necessidades promovendo um conjunto de práticas e diálogos entre todas as culturas e todos os grupos sociais. Só através do desenvolvimento da pessoa, enquanto ser social, se poderá desencadear um desenvolvimento da sociedade. Segundo Trilla (2004) a “cultura” associada à Animação Sociocultural é a informação que se transfere socialmente e não genericamente. É o que se herda e se gera na vida social e não o que se transmite e se desenvolve no plano da ciência, própria da «cultura académica». A Animação Sociocultural será, assim, o instrumento da «democracia cultural» mais do que apenas a «democratização da cultura». Numa fase inicial, dir-se-ia que a cultura ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 13.

(30) Enquadramento Teórico. “era para todos”, no entanto e com a aplicação dos princípios em que emerge a ASC, a cultura deve ser democratizada “com todos”. Não é tanto um meio para a difundir mas mais uma forma de transformar a potencialidade das comunidades ao proporcionar/promover o processo mais que o produto, dinamizando a participação. Contudo, recorrendo a Caride citado por Trilla (2004:59) «(…) A Animação Sociocultural não se entende como um meio para atingir um fim, mas um fim em si mesmo, capaz de melhorar os significados e o alcance de qualquer cultura incluindo a sua criação, difusão e avaliação públicas (…)». Nesta perspetiva, Gomes (2008) refere que todo o processo culminará num determinado produto que levará a uma certa autorrealização dos indivíduos e das comunidades. Poderemos assim antever que se o processo participativo for bem elaborado e bem conseguido poderá culminar e resultar num bom produto, quer para o indivíduo enquanto ser individual, quer para o grupo social ou comunidade em que se insere. Neste contexto, a ASC surge da ação, de um “saber prático” que se deverá prolongar até um “saber ser”. Valoriza-se a pessoa como protagonista, plena de direitos de igualdade e de liberdade, visando o reforço do grupo ou comunidade. Assim, é importante ligar a Animação ao processo educativo, na medida em que não se pode separar a dimensão social e cultural, da educativa no desenvolvimento do ser humano e consequente transformação da sociedade. (Figura 1-Dimensões da Animação Sociocultural). As pessoas não são somente um produto das situações sociais, mas também criadoras delas, carecendo de aprendizagens múltiplas para que efetivem todas as dinâmicas. Também Peres comunga desta opinião, como referido em Peres e Lopes (2007: 21) «(…) não podemos olhar para a árvore, esquecendo a floresta, isto é, a animação para ser sociocultural deverá incorporar as suas dimensões intrínsecas – Educativa, Social e Cultural, num projeto mais amplo de ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 14.

(31) Enquadramento Teórico. desenvolvimento social». Nesta medida, é importante ter em conta o conjunto de práticas não só de carácter individual mas também social, que implique ativamente o sujeito como criador de cultura e não como mero objeto de ação cultural. O ser humano deve ser um ser participativo, autónomo e livre. Assim e, ainda segundo Peres (2007:21), a Animação deve ser “ entendida como uma estratégia para o desenvolvimento pessoal e comunitário” Figura 1-Dimensões da Animação Sociocultural. Educativa. es. Dim. Sociocultural. ensõ. Animação. Social. Cultural. Desenvolvimento Social Transformação da sociedade. Fonte: Lopes (2008) - Adaptação Própria. Os. indivíduos. desenvolvem-se. enquanto. contribuem. para. o. desenvolvimento da comunidade e vice-versa, de tal forma que pessoas e comunidades. se. transformam. em. destinatários. inseparáveis. da. ação. sociocultural. A ASC é a ação que remete para uma conceção que faz da cultura e da sociedade aspetos inseparáveis de uma mesma realidade. Independentemente do âmbito da ASC, o método de intervenção assenta em técnicas que têm de possuir uma dimensão social, cultural e educativa, ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 15.

(32) Enquadramento Teórico. interligadas entre si que a partir de Trilla (2004); Lopes (2008); Pereira, Vieites e Lopes (2008) & Lopes, Loureiro e Galinha (2010), nós estruturamos da seguinte forma:  Social – esta modalidade de animação pretende desencadear processos auto organizativos a nível individual ou coletivo, com uma metodologia centrada no grupo ou na comunidade através do desenvolvimento do associativismo e cooperativismo;  Cultural – direcionada para o desenvolvimento da criatividade, expressão e criação cultural ou artística. Metodologicamente centrado na atividade e/ou no produto;  Educativa – direcionada para o desenvolvimento da motivação para a aprendizagem e a formação permanente, quer para a dinâmica e otimização de recursos pessoais, quer como educação nos tempos livres. Metodologicamente a animação educativa centra a sua intervenção na pessoa, com todas as suas peculiaridades específicas. Desta forma, poderemos inferir, tal como Lopes (2008), que a ASC vai “beber” a sua génese à necessidade de valorizar a tríade: Social, Cultural e Educativa. Assim, quando falamos em âmbitos ligados a atividades, estamos a falar em instrumentos, métodos de intervenção, que assentam em técnicas, que, independentemente do âmbito da ASC, têm de possuir uma dimensão social, cultural e educativa. Se não houver um enlace entre estes domínios e a tríade não for contemplada e articulada não poderemos, de forma alguma, falar em Animação. É neste contexto que surge o conceito de Animação Desportiva como técnica/metodológica inscrita no código genético da ASC que visa dar resposta às necessidades do indivíduo numa perspetiva intergeracional. A humanidade tem necessidade de dar resposta ao envelhecimento; ao crescente sedentarismo; ao sobejo crescimento da obesidade; ao excesso consumo das drogas psicoativas; ao demasiado tempo gasto com as novas tecnologias, etc. Motivada por estes problemas sociais e, partilhando da opinião de Lança (2003), a ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 16.

(33) Enquadramento Teórico. Animação Desportiva pode ser encarada como uma metodologia de intervenção capaz de tornar mais prazerosos e mais saudáveis os cidadãos através de outras práticas.. 2.2. Conceitos de Animação Desportiva Numa sociedade cada vez mais industrializada, em que os computadores e os brinquedos eletrónicos passaram a ocupar um espaço marcante na vida das pessoas e o indivíduo a ser cada vez mais um ser individualizado, a Animação Desportiva, segundo Lança (2003) surge como uma intervenção sócio desportiva, com o objetivo de promover a participação social e a extensão da atividade física como hábito de saúde, de formação e de diversão. (Figura 2Campo Geral de Ação da Animação Desportiva). ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 17.

(34) Enquadramento Teórico Figura 2-Campo Geral de Ação da Animação Desportiva. Intervenções Sociocultura is. Projetos. ANIMAÇÃO. Sistema de. Especiais. DESPORTIVA. Ensino. Sistema Desportivo Fonte: Lança, R. (2003:48). A Animação Desportiva (AD) surge como uma necessidade de responder a uma procura cada vez maior de práticas desportivas, bem como a uma maior oferta de políticas desportivas e ao surgimento de um maior número de instalações desportivas. Contudo, ela também está associada ao lazer, que segundo Lima, A. (1997:23) “ A Animação Desportiva tem inerente o objectivo de descontrair, (…) através de actividades selecionadas livremente e praticadas de acordo com as motivações e necessidades do sujeito ou grupo, de forma desinteressada, não lucrativa.” Lança (2003) diz-nos ainda que a Animação Desportiva é um modo de intervenção com o objetivo de melhorar a utilização de um determinado espaço e tempo onde se insere o indivíduo e a sociedade. Visa transformar uma situação puramente normal numa situação agradável e lúdica, fomentando a criatividade e o prazer pela participação. Também Lima (1997:25) parece concordar ao afirmar. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 18.

(35) Enquadramento Teórico. que: “ A animação para ser desportiva, integra necessariamente, os valores lúdicos”. Também para Soria e Cañellas, citados por Ramos, Oliveira & Carvoeira (2001), a AD integrada na Animação Sociocultural caracteriza-se por proporcionar aos intervenientes a participação social, o bem-estar físicocorporal, formação e diversão sempre numa perspetiva de participação voluntária. Conforme poderemos verificar no Quadro 2 - Síntese das Características da Animação Desportiva, também Lança (2003) valida os anteriores autores ao afirmar que a AD “Incide no bem-estar físico, mental e social, na criatividade, na diversão e no prazer de participar”,. Deste modo surge a recreação, que consiste em atividades que ocorrem no tempo de lazer, tendo por objetivo a satisfação de um grande número de necessidades da sociedade, como por exemplo uma melhoria da qualidade de vida, fortalecimento das relações humanas e de grupo e promoção da saúde. A AD (Lança:2003) surge muitas vezes associada a programas para preenchimento dos tempos livres, das férias escolares, integrada no desporto escolar, no desporto para todos e em programas desportivos para a população sénior nas autarquias. Quer isto dizer que a AD pode afetar um vasto leque de potenciais interesses e interessados mais extenso do que a mera aplicação do ato de permitir passar algum tipo de divertimento. Em jeito de síntese, Lima, A. (1997:23) refere que se deve procurar que as atividades físico - desportivas inerentes à AD, para além de pressuporem a manutenção e o desenvolvimento da condição física, no sentido de eliminarem os efeitos do sedentarismo, deverão induzir à integração social dos participantes, ser motivantes e recreativas.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 19.

(36) Enquadramento Teórico. Quadro 2 - Síntese das Características da Animação Desportiva Caraterísticas  Intervenção desportiva  Resposta a uma maior prática desportiva  Maior oferta de políticas desportivas  Maior número de instalações  Promover a motivação dos participantes  Promover a participação social  Promover a mudança social Animação Desportiva.  Fomenta a criatividade e o prazer  Participação lúdica e voluntária  Fomenta o lazer e a recreação  Com características de lazer  Inserção e utilização da motricidade humana  Ocupação dos tempos livres  Potenciadora de uma melhor saúde  Induz ao movimento. Fonte: Lança (2003:49-50) - Adaptação Própria. Já no século passado e escrevendo um artigo sobre Animação Desportiva, na revista Intervenção, Horta (1979) alerta que ao iniciar-se uma experiência de Animação Desportiva seja fundamental estar-se consciente do escalão etário com que se vai trabalhar e a partir daí estabelecer os objetivos específicos a alcançar, bem como as técnicas a utilizar. Adverte ainda para a consciencialização, por parte do animador desportivo, do tipo de atividades e esforço, que vai propor, pois no caso desportivo pode surgir o desencorajamento ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 20.

(37) Enquadramento Teórico. da criança, jovem ou adulto, por não conseguir acompanhar a atividade em causa. Horta (1979) avisa que o “ponto sensível” da Animação Desportiva pode ser o fator competição. Qualquer animador desportivo deve saber utilizar, sem que isso se torne numa verdadeira obsessão para os praticantes, devendo esta ser encarada como um meio educativo e não como um fim em si. A Animação desportiva deve ser uma técnica que valorize o processo de envolvimento, de acordo com as motivações e necessidades do indivíduo ou grupo, de forma desinteressada sem que o fator competitivo, ou o produto tenha um real significado. Se por um lado, pudemos verificar que existem imensos autores e muita bibliografia que definem Animação Sociocultural, por outro verificamos que sobre Animação Desportiva ainda há muito poucos estudos e investigações, bem como pouca bibliografia disponível. No entanto, podemos constatar que os paradigmas em que assenta a ASC podem perfeitamente dar o seu contributo e servir como modelo de intervenção numa Animação Desportiva.. 2.3.A Animação Desportiva e Animação Sociocultural: dinâmicas de proximidade 2.3.1. A Animação Desportiva como meio de Animação Sociocultural Tal como referido no capítulo anterior a Animação Desportiva pode ser entendida como um recurso e um método de intervenção desportiva, uma vez que a Animação Sociocultural, como refere Lopes, (2008) assenta em técnicas que visam combinar o domínio social, cultural e educativo. Neste contexto, é necessário que se promova uma relação interdisciplinar e transversal entre a Animação Desportiva e a Animação Sociocultural de forma a impulsionar uma dinamização e intervenção de práticas, fomentando os vários domínios em que assenta a tríade.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 21.

(38) Enquadramento Teórico. A comunidade, quando envolvida, põe em prática os seus saberes, a sua criatividade. O indivíduo instrui e é instruído, recebe e dá e, é neste processo de partilha, consciencialização e envolvimento que se processa o desenvolvimento e a transformação social. Nesta perspetiva, Carvalho (1979) diz que o desporto pode desempenhar um papel fundamental, na medida em que poderá constituir uma das condições do aperfeiçoamento do homem e do desenvolvimento da sociedade. Também no século passado, Gomes, T. (1979:7) escrevia na Revista Intervenção que a ASC é “ um elemento dinamizador de todas as formas de participação social, podendo assumir um papel determinante na mobilização dos dinamismos potenciais de uma sociedade para objectivos comuns”. Diz ainda, que dado o seu carácter instrumental, a ASC não tem um domínio de atuação específico: pode ser posta ao serviço de qualquer aspeto ou sector do desenvolvimento global, depreendendo-se daqui uma possível mudança, transformação da sociedade a partir de processos de participação. Face ao enunciado por Gomes, T. (1979) também entendemos que a Animação Desportiva pode ser um instrumento de desenvolvimento social, em que, por exemplo os programas e os encontros desportivos poderão ser representativos de intercâmbio comunitário; já os culturais, como os jogos tradicionais, poderão ressuscitar atividades perdidas no tempo, se bem que imortalizadas de geração em geração, tornando-se intemporais e educativos, tendo como mote principal a união entre a cultura, a sociedade e a educação, contribuindo para a construção do saber absoluto. Certos de que com isto nos tornamos mais preenchidos e humanizados. Inicialmente, a prática desportiva, segundo Carvalho (1979) estava centrada numa classe elitista, com um perfil extremamente regulamentado, enquanto atividade específica de competição. Era seletiva. Com o 25 de Abril e a liberdade de participação gerou-se uma profunda transformação das necessidades das populações originando o direito do chamado “desporto para todos”, com base na difusão da prática desportiva ao serviço da ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 22.

(39) Enquadramento Teórico. melhoria da “ qualidade de vida” de todos os cidadãos. A partir de então, quase podemos dizer que da mesma maneira que “ o sol nasce para todos”, também o desporto é e deve ser para todos, independentemente da idade, condição, raça ou etnia. O desporto foi transformado na procura duma educação dos tempos livres e de lazer e a par do desenvolvimento da animação, segundo Lança (2003), com o aparecimento do chamado “ desporto para todos”, em que os valores da competição foram substituídos pelos valores inerentes à participação e à recreação física. Brito (1977) sustentava que a Animação Desportiva deveria incidir, em particular, fora da especialização e do desporto de elite. Já nesta altura, as formas recreativas e de manutenção adquirem uma grande importância face às práticas em clubes, em associações e em empresas, dando preferência a uma determinada modalidade. A AD tinha como missão motivar os restantes, os que abandonaram e ainda aqueles que nunca passaram por nenhuma prática desportiva. Segundo Soria e Cañellas, (1998) consideram a Animação Sociocultural como uma forma de intervenção na população de acordo com os seus interesses e necessidades e, ainda, com o objetivo de promover a sua participação voluntária em diversas atividades, como por exemplo, o desporto, a música e a pintura. A Animação Desportiva para Lança (2003) herda muitas das suas características do denominado desporto para todos. A sua programação e orientação abrangem grupos heterogéneos relativamente ao sexo, à faixa etária, às vivências a nível desportivo e cultural num contexto de pedagogia que pressupõe a manutenção dos efeitos da atividade de forma continuada.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 23.

(40) Enquadramento Teórico. Também Silva & Moinhos (2010:85) referem que: “A ASC na área do Desporto surgiu quando o conceito de desporto se alterou, ou seja, quando o desporto deixou de ser apenas encarado na óptica da competição para passar a ser encarado também na óptica da participação, ou seja, quando o desporto passou a ser considerado um “ desporto para todos” – todos têm direito a praticar desporto.”. Tal como refere Yde, citado por Lança (2003), A Animação Desportiva, longe de ser elitista e seletiva pretende abranger o máximo da população, por isso, a atividade deve respeitar os seguintes princípios: Acessibilidade física, prazer na participação, facilidade de compreensão, adaptabilidade, bem-estar nos participantes, ilusão, segurança, cooperação, boa relação e simplicidade do material. Reforçamos a ideia que a Animação Desportiva, criou a sua própria identidade dentro do quadro do desporto em Portugal. Com base no exposto podemos afirmar que a referida Animação Desportiva se apresenta como recurso metodológico já que promove a participação, a interação, a partilha e ainda a perspetiva de tornar a pessoa autónoma e protagonista do seu próprio desenvolvimento. Ainda segundo Lança (2003), cada vez menos as atividades desportivas e de exercícios físicos dispensam a dimensão de animação, com o intuito de aumentar a motivação dos participantes nas atividades. A prioridade não é proporcionar ou aperfeiçoar técnicas de modalidades específicas, mas sim promover práticas de atividades destinadas a gerar no maior número de pessoas participações desportivas. Estas participações promovem dinâmica social e são uma ferramenta privilegiada para a mudança social e para o desenvolvimento e democratização cultural. Trilla (2004:156) diz-nos que a agência das Nações Unidas para o desenvolvimento (UNDP) na informação “Human Development Report” refere que uma das dimensões chave para o desenvolvimento humano é o “ uso que as ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 24.

(41) Enquadramento Teórico. pessoas fazem das suas qualidades adquiridas para utilizarem os tempos livres… ou para a actividade cultural, social e política.” Neste sentido, Delgado citado por Trilla, (2004) constata que a validade das práticas socioculturais, como motor da consciência dos cidadãos e do exercício dos direitos humanos, é uma dimensão que aumenta ao longo dos anos. Perante esta consciencialização, a Animação Sociocultural adota um papel primordial, sendo que a Animação Desportiva pode ser assumida como uma metodologia de intervenção no campo desportivo, de forma a dar resposta aos vários problemas com que os cidadãos nos dias de hoje se debatem e na procura de uma melhor qualidade de vida. Também Garcia, citado por Trilla (2004), nos diz que o ser humano necessita de se sentir útil, de se autorrealizar através da ação e intervenções participativas conducentes a uma maior felicidade e, segundo Lança (2003) a animação emerge com o objetivo de descontrair e de superar as dificuldades criadas pelos problemas quotidianos, através de atividades praticadas de acordo com os princípios inerentes à motivação e à recreação. Concordamos com Lança (2003:53), quando projeta uma visão social e estimulativa, todavia perspetivamos uma outra dimensão assente no cultural e no educativo e daí rejeitarmos a visão redutora de ocupação do tempo, pois de acordo com os nossos pressupostos apresenta-se nos antípodas daquilo que deve ser a AD como âmbito da ASC. “(…) uma parte da animação social, entendida como um instrumento suscetível de ser utilizado por todos os componentes do sistema desportivo, cujos objetivos seriam: animar e estimular os diferentes sectores da sociedade (crianças, jovens, idosos, pessoas com deficiência, etc.) promovendo uma ocupação positiva do seu tempo livre, mediante as atividades físico – desportivas, entendidas como fator lúdico – recreativo, que potencializem a relação social e de saúde.” Lança, R. (2003:53).. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 25.

(42) Enquadramento Teórico. Horta (1979:10) refere na Revista Intervenção, que a Animação Desportiva, como parte integrante da ASC é: “(…) um sector muito importante, sendo um campo muito privilegiado pela facilidade com que as populações aceitam as iniciativas de Animação, devido não só às necessidades por elas sentidas, mas também pelo impacto que o desporto tem junto das massas.”. As populações, por natureza, aderem com alguma facilidade a atividades que ligam e envolvem o indivíduo com a sociedade. As atividades desportivas não são exceção, elas são geradoras de adeptos. A AD não pretende ser encarada sob o ponto de vista da competição, mas antes pelo contrário, sob o ponto de vista da satisfação, do prazer, da participação, da diversão. Em vez de um elevado rendimento desportivo, a AD, segundo Silva & Moinhos (2010) prevê que a atividade física se transforme num meio em que cada pessoa tenta alcançar os seus próprios objetivos (saúde, relaxamento, socialização, prazer, diversão entre outros) e a ausência de grandes regras ou obrigações leva o indivíduo a organizar o seu próprio programa desportivo. Para Brito (1977:7), “ A Animação Desportiva passa por uma correcta conceptualização da Animação Sociocultural e integra-se nesta contribuindo com a especificidade dos seus processos e técnicas.” Estamos de acordo com Brito (1977) quando refere que a AD pode contribuir decisivamente para as relações interpessoais, para a compreensão e desenvolvimento das relações intragrupais e intergrupais, pela via de um conjunto de situações em que o individuo é colocado e que vão desde o “reconhecimento do outro” até à “consciência de grupo”, passando pelo exercício e compreensão das diversas funções e papeis assumidos no grupo. Resumindo podemos dizer que a Animação Desportiva, como técnica da ASC, visa a participação de todos os cidadãos, com vista à promoção do bemestar e melhorar a qualidade de vida dos participantes. A AD além de contribuir para o desenvolvimento físico do indivíduo, também contribui para o seu ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 26.

(43) Enquadramento Teórico. desenvolvimento psíquico, promovendo e fomentando a participação social e a partilha e adoção de comportamentos ativos e saudáveis. 2.3.2. A Animação Desportiva no contexto da Educação Não Formal A Animação Desportiva (AD) não pode ser entendida num contexto unilateral. Ela pode ser multiplicada em vários contextos socioculturais e educativos. A AD pode ser promovida em vários espaços: educativos, culturais e sociais, conforme o espaço de intervenção e dirigida a vários públicos-alvo. Lopes (2008) diz-nos que a ASC assenta numa tríade educacional formada a partir da educação formal, educação informal e educação não formal, dependendo da área onde intervém. Apesar do nosso estudo se centrar numa perspetiva de educação não formal, apresentamos de seguida, (Quadro 3 - Síntese das Características da Tríade Educacional: Educação Formal, Não Formal e Informal) de forma breve e sucinta, as caraterísticas das diferentes áreas de intervenção na educação, do ponto de vista do espaço, da intencionalidade e do reconhecimento, segundo alguns autores. De uma maneira geral a educação formal está associada a uma ação educativa que é regida por um sistema formal de administração competente e é ministrada numa instituição/escola. A educação formal é institucional onde se obtêm títulos oficiais, tais como diplomas credenciados. A administração de conteúdos/matérias obedece a toda uma legislação que é orientada e regulada por critérios estabelecidos pelo sistema educativo. A educação formal é estruturada, tem um plano de estudos (currículo) e papéis definidos para quem ensina e para quem aprende.. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 27.

(44) Enquadramento Teórico. Quadro 3 - Síntese das Características da Tríade Educacional: Educação Formal, Não Formal e Informal.  Sistema educativo/ação educativa  Institucional/escola Educação formal.  Educação estruturada  Obtenção de títulos/diplomas credenciados  Dotar competências  Tendência educativa  Pluralismo e partilha de vivências  Complementa a educação formal. Educação Não Formal.  Gera afetos/relações humanas  Abrange. toda. a. população. promovendo. aprendizagens intergeracionais  Certificados de participação  Processo de aprendizagem livre  Práticas comunitárias (saberes/tradições culturais) Educação Informal.  Aprendizagens não institucionalizadas  Informação/formação veiculadas pelos meios de comunicação  Durante toda a vida/processo permanente. Fonte: Lopes (2008) e Ventosa (2005) - Adaptação Própria. ______________________________________________________________________________ UTAD – Vila Real. 28.

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Figura 1-Dimensões da Animação Sociocultural
Figura 2-Campo Geral de Ação da Animação Desportiva
Figura 4 - Localização de Vilarelho da Raia - Chaves 9
Figura 5 – Centro Social Cultural e Desportivo de Vilarelho da Raia - Chaves
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Referências

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