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da Arquidiocese foi possível ver a sua história contada em cinco fases

No documento apostaram em mim; a todos os leitores que (páginas 133-136)

A primeira: - 1745-1824: período marcado pelas “lutas pela independência da coroa

portuguesa e a teologia liberal que impregnara os padres e bispos da época”. Idealizava-se por

uma “Igreja nacional e o ideal de liberdade” onde nãos mais tivesse que estar debaixo do

99Desde 1745, São Paulo teve 11 bispos e 7 arcebispos.

poder da coroa portuguesa. O trabalho escravo fazia ainda parte desse cenário com os

trabalhos em torno dos engenhos cana de açúcar. Termos como africanos massacrados e

navios negreiros nos remetem a uma memória da crueldade humana justificada pelo trabalho

escravo desse período.

São Paulo teve como bispos neste período Dom Bernardo Rodrigues Nogueira (15.07.1746 - 07.11.1748), Dom Frei Antonio da Madre de Deus Galvão, ofm (28.06.1751 - 19.03.1764), Dom Frei Manuel da Ressurreição (07.12.1771 - 21.10.1789), Dom Mateus de Abreu Pereira (04.11.1795 - 05.05.1824), todos de origem portuguesa (Site Oficial da Arquidiocese de São Paulo: Disponível in: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/historia/da-arquidiocese. Acesso em: 28/3/2017).

A segunda fase -1824-1938:período marcado pela “revolução industrial” e pela

“reforma católica da Igreja”. Eram os sinais da Reforma de Trento (1545-1563), chagando ao

Brasil. O tema negro e escravidão já não são mais temas tão importantes nessa fase, mas o

“fenômeno migratório: alemães, espanhóis e italianos”. Evidencia-se ainda a “crise da

formação do Estado liberal e o final do império”. Os “movimentos de cristandade” se

deparam com a “luta abolicionista e a maçonaria”. Aumenta-se nesse período as “diferentes

línguas, costumes e etnias religiosas”.

Olhando para o material de pesquisa do Jubileu de Prata da Diocese de Santo Amaro

(Erguendo altares - 2014, p. 27), o poder do catolicismo na sociedade imperial era grande, e já

eram muitas as paróquias existem na Arquidiocese de São Paulo: “Nossa Senhora de

Assumpção da Sé, Nossa Senhora da Conceição de Santa Ephigenia, Nossa Senhora da

Consolação de São João Baptista, Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Braz, Nossa Senhora

da Conceição dos Guarulhos, Nossa Senhora da Expectação do Ó, Nossa Senhora da Penha de

França, Nossa Senhora da Conceição de São Bernardo, e Nossa Senhora do Desterro de

Juquery”.

Terceira fase – 1920-1964:o tema que entra em evidência nesse período é a “teologia

da restauração católica”. No Rio de Janeiro está em evidência o Cardeal D. Sebastião Leme.

Como visto anteriormente nesse trabalho, o dito cardeal Leme teve forte incentivo do Papa

Pio XII para implantação da “Ação Católica” no Brasil. Ponto marco ainda desse período da

história foi a ditadura militar de Getúlio Vargas de 1937-1945. Esse é um tempo em que a

ICAR já está mais “acomodada”. Foram arcebispos desta fase: Dom José Gaspar D'Afonseca

e Silva (17/09/1939 – 27/08/1943), Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota (30/8/1944 –

25/4/1964).

O período populista e desenvolvimentista gerara a Democracia Cristã e uma teologia da neocristandade, seguida da teologia da recristianização da sociedade pela força do laicato organizado. Ao período das revoluções na década de 20, seguem-se as lutas por reformas sociais dos anos 30 e 40 até chegarmos ao golpe militar perpetrado em 1964. O fenômeno da urbanização marca a cidade de São Paulo que busca atender e responder de maneira tímida aos imensos desafios do urbano e da cultura emergentes. Em 1940 a cidade possui 1.330.000 habitantes e segundo o censo, o Estado de São Paulo detinha 43 % da produção industrial e 35 % dos operários de todo país (Site Oficial da

Arquidiocese de São Paulo: Disponível in:

http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/historia/da-arquidiocese. Acesso em 28/3/2017.

Quarta fase – 1964-1998: período marcado pela “TL, CEBs e o tão estigmatizado

tema opção preferencial pelos pobres”. Na Igreja de São Paulo evidencia-se Dom Paulo

Evaristo Arns, e o momento ainda vai se constituir pela valorização dos movimentos sociais

que buscam suporte para resistência e superação frente à ditadura militar. Deste período temos

como pastores: Dom Agnelo Rossi (1/11/1964 – 22/10/1970) e Dom Frei Paulo Evaristo

Arns, ofm (01/11/1970 – 14/04/1998).

Quinta fase – 1998-2017:período marcado pelas fortes mudanças no mundo já pós

moderno. São Paulo conquistou seu posto de grande metrópole, a porta para o mundo e a

ICAR tem nela uma grande representação como arquidiocese, liderada por dois grandes

expoentes em tempos diferentes: Dom Claudio Hummes (1998/2006) e Dom Odilon Scherer

(2007/ até data atual).

Por muito tempo a ICAR no Brasil esteve atrelada ao poder de Portugal. Mais

especificamente nos de 1822, D. Pedro I, regente no Brasil, mostrava-se “pouco afeiçoada à

religião” (Câmara, 1975, p. 302). Leão XII, com a bula Praeclare Portugalliae, quis estender

ao Brasil direitos que antes eram dados aos reis de Portugal. A bula “não foi aceita pela

Câmara e pelo Senado”. Em 1831, D. Pedro I “abdica em favor de seu filho D. Pedro II, de 5

anos de idade”, tendo como um de seus “regentes o Pe. Diogo Antônio Feijó, político

enérgico, porém ultrajensenista

101

e perseguidor da Igreja”. Nesse período foi indico para ser

bispo Moura, um senador do Rio. A Santa Sé (ICAR), não aprovou tal indicação e isso,

depois de muitas lutas, quase gera um cisma. A Santa Sé, de certa forma exigiu que Moura

fizesse uma declaração de fé, e isso acirrou ainda mais o governo de Portugal que ameaçou

separar a ICAR e o Brasil.

101Segundo Câmara (1975, p. 282), Cornélio Jansênio (professor em Loivaina e depois Bispo de Ypres) e João Verfério de Hauranne (abade de São Cyran), que se colocaram a combater os jesuítas.

Terminado o período do Império, o Brasil passa para o regime de republicano. A

ICAR que tinha “privilégio de religião oficial do Estado”, veio a perder sua “autoridade

moral” e sua assistência material. Mas por outro lado, “reconquista a liberdade”, pois fica

livre o dito padroado (opressão regalista). De acordo com Câmara (1957, p. 306), a ICAR

agora tem liberdade para exercer legitimamente suas faculdades na escolha de bispos e eles se

tornam livres para administrar a vida da ICAR em todos os campos, seminários e paróquias.

Enquanto isso, temos acontecimentos outros no Brasil que aos poucos vem preparando

No documento apostaram em mim; a todos os leitores que (páginas 133-136)