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As etapas específicas impostas pelos órgãos ambientais competentes

5 AS LICENÇAS AMBIENTAIS E AS ETAPAS DO PROCEDIMENTO DE

5.5 As Etapas do Procedimento de Licenciamento Ambiental

5.5.1 As etapas específicas impostas pelos órgãos ambientais competentes

Como visto, a Res. CONAMA 237/97 estabelece as diretrizes gerais das etapas a serem seguidas no processo de licenciamento ambiental, podendo cada órgão, integrante do SISNAMA, competente para licenciar (nas esferas federal, estadual e municipal), estabelecer etapas específicas para o procedimento, as quais deverão ser atendidas pelo empreendedor e pelos setores responsáveis que compõem o órgão.

No caso de competência do IBAMA (órgão federal de fiscalização ambiental), por exemplo, os empreendedores que desejarem solicitar abertura de processo objetivando licenciar ou regularizar empreendimentos, deverão fazê-lo, exclusivamente, por meio eletrônico (através do sítio da internet <http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/>. Acesso em 20 de jun. 2012). Antes de iniciar o processo, o empreendedor deverá se inscrever no Cadastro Técnico Federal (CTF) 224 e declarar atividade exercida relacionada aos empreendimentos

passíveis de licenciamento ambiental (em conformidade com o rol do Anexo I da Resolução CONAMA nº 237/97).

A página da internet do IBAMA informa que “na fase inicial do licenciamento (apresentação de um projeto novo) o empreendedor deverá se cadastrar como Gerenciador de Projetos (ver Tabela de Atividades no Manual do Sistema), indicando a tipologia da sua

224 Acerca do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, previsto como instrumento da PNMA (art. 9º, XII, da Lei 6.938/81), Machado esclarece que “a existência do registro federal representa uma oportunidade de acompanhamento das atividades potencialmente poluidoras [...] o registro não se confunde com a licença ambiental. A ausência de registro não é crime, mas somente ilícito administrativo. O fato de uma atividade estar registrada não lhe confere o direito de ser licenciada, nem lhe confere um atestado de legalidade” (MACHADO, 2009, p. 290).

atividade, por exemplo: gerenciador de projetos - usinas hidrelétricas” 225. Explana, ainda que,

por ser o processo de licenciamento ambiental um serviço prestado ao empreendedor, haverá cobrança de taxas pelos procedimentos executados. Os valores estão disponíveis na tabela de custos do IBAMA, que variam de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 22.400,00 (vinte dois mil e quatrocentos reais), a depender do porte da empresa (pequeno, médio e grande porte) e do tipo de licença requerida (LP, LI e LO), ademais das hipóteses de requerimento de renovação. Por oportuno vale ressaltar que os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo, em conformidade com o que determina a Lei Complementar n. 140/11.

Cabe destacar, ademais, que o IBAMA durante o processo de licenciamento ouve os Órgãos Ambientais (OEMAs) envolvidos no licenciamento e os Órgãos Federais de gestão do Patrimônio Histórico (IPHAN), das Comunidades Indígenas (FUNAI), de Comunidades Quilombolas (Fundação Palmares), de controle de endemias (Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde), entre outros. Neste contexto, as prefeituras dos municípios afetados e/ou atravessados pelo empreendimento são ouvidas sobre a questão da adequada inserção do empreendimento frente ao Plano Diretor de Uso e Ocupação do Solo do município226.

No caso de competência da SEMACE (órgão estadual de fiscalização ambiental), o órgão estabelece etapas e procedimentos específicos para o Licenciamento Ambiental, distinguindo as etapas pertinentes à concessão da LP, da LI e da LO.

Em caso de requerimento de Licença Ambiental Prévia (LP), deverão ser atendidas as etapas a seguir listadas227:

1) Após identificação da necessidade de licenciamento do empreendimento ou atividade, o interessado deverá contactar com o Núcleo Gerencial de Atendimento - NUGA, da SEMACE, para orientação quanto aos procedimentos estabelecidos, iniciando pelo preenchimento do Requerimento em formulário padrão, conhecimento dos documentos constantes do “Check List” 228, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de licenciamento e enquadramento da

225 IBAMA. Sistema Informatizado de Licenciamento Ambiental Federal. Disponível em: <http:// www.ibama.gov.br/licenciamento>. Acesso em: 25 jun. 2012.

226 IBAMA, Loc cit..

227 SEMACE. Disponível em: <http://www.semace.ce.gov.br/buscando-orientacao/?pai=11>. Acesso em: 25 jun. 2012.

228 O ‘Check List’ informa o procedimento específico para cada atividade. Disponível em: <http://www.semace.ce.gov.br/atividades-licenciaveis/?pai=11>. Acesso em: 25 jun. 2012. Quanto à documentação básica a ser querida em cada tipo de licença ambiental, há uma lista elucidativa no link <http://www.semace.ce.gov.br/documentacao-basica/?pai=11>. Acesso em: 25 jun. 2012.

atividade ou empreendimento quanto ao seu porte, calculando o valor do custo a ser recolhido e o tipo de licença ou autorização ambiental a ser requerida.

Obs: Este procedimento poderá também ser realizado via internet, através do SITE da SEMACE: www.semace.ce.gov.br, clicando no LINK procedimentos para o licenciamento ambiental, onde constam todas as informações necessárias para instrução do processo de licenciamento, incluindo a listagem de documentos necessários – “Check List”.

2) De posse dessa documentação, deverá proceder a abertura do processo referente ao licenciamento ou autorização ambiental. O NUGA realizará a análise técnica e jurídica, devendo:

a) Conferir todos os itens assinalados na relação de documentos;

b) Verificar se há impedimentos em nome do interessado ou do empreendimento (se há outra licença em andamento, se há débitos na SEMACE em nome do interessado, etc.)

c) Conferir a documentação do ponto de vista legal; d) Conferir a documentação do ponto de vista técnico; e) Registrar as exigências técnicas/documentais verificadas;

Obs: Não serão protocolados os processos que não atenderem à análise técnica e jurídica realizada pelo NUGA, que deverá orientar o interessado quanto à documentação complementar.

3) Depois de protocolado, o processo é encaminhado ao núcleo responsável pelo licenciamento, que deverá designar um técnico com a especialização necessária, para analisar a solicitação constante do processo.

4) De posse do processo, o técnico responsável, agendará a vistoria técnica ao local, a qual será realizada em veículo da SEMACE. Obs: Caso tenho sido identificada durante a vistoria, a necessidade da Autorização para Desmatamento, a mesma deverá ser requerida junto ao Núcleo de Atendimento da SEMACE.

5) Após a vistoria, será emitido Parecer ou Relatório Técnico com avaliação da viabilidade ou não da concepção e localização proposta para o empreendimento ou atividade, inclusive definindo a necessidade ou não de solicitação de Autorização para Desmatamento e apresentação de Estudos Ambientais necessários.

6) Em caso de avaliação positiva, deverá ser emitida a Licença Prévia, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.

7) Quando se tratar de empreendimento para o qual tenha sido determinada a apresentação de Estudo de Impacto Ambiental-EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental-RIMA, a SEMACE emitirá Termo de Referência para elaboração do referido estudo. Somente após análise do EIA/RIMA e aprovação do Parecer Técnico emitido pela equipe técnica da SEMACE e pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA, será emitida a Licença Prévia.

8) Em caso de avaliação negativa, o empreendedor será notificado da desaprovação da área e concepção do projeto protocolado, podendo apresentar outras alternativas para reanálise, dentro do prazo definido na notificação. A não apresentação de alternativas, no prazo definido pela SEMACE, implicará no arquivamento automático do processo.

Quanto às etapas e aos procedimentos específicos do Licenciamento Ambiental procedido no Estado do Ceará, para a concessão da Licença Ambiental de Instalação (LI), o órgão estadual competente (Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE), assim estabelece229:

229 SEMACE. Buscando orientação. Disponível em: <http://www.semace.ce.gov.br/buscando- orientacao/?pai=11>. Acesso em: 24 maio 2012.

1) A Licença de Instalação só poderá ser requerida junto à SEMACE, mediante apresentação da Licença Prévia e da Autorização para desmatamento, quando for o caso, bem como dos demais documentos constantes no “Check List” e estudos ambientais solicitados na Licença Prévia.

2) Após protocolada a Licença de Instalação, o técnico responsável retornará ao local do empreendimento para nova vistoria, analisará o projeto e estudo ambiental apresentado e emitirá Parecer/Relatório Técnico conclusivo indicando ou não a aprovação dos projetos para concessão da referida licença.

3) Em caso de avaliação positiva, deverá ser emitida a Licença de Instalação, que autoriza o início da instalação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos executivos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

4) Em caso de avaliação negativa, o empreendedor será notificado da desaprovação do projeto protocolado, podendo apresentar outras alternativas para reanálise, dentro do prazo definido na notificação. A não apresentação de alternativas no prazo definido pela SEMACE, implicará no arquivamento automático do processo.

Por último, órgão estadual (SEMACE) firma as etapas e os procedimentos específicos do Licenciamento Ambiental para a concessão da Licença Ambiental de Operação (LO), observe-se230:

1) De posse da Licença de Instalação, o empreendedor poderá requerer a Licença de Operação para o empreendimento, apresentando a documentação constante do “Check List” da SEMACE.

Obs: Os procedimentos para concessão da Licença de Operação são semelhantes aos utilizados nas Licenças Prévia e de Instalação, constando de vistoria, análise documental e emissão de Parecer/Relatório Técnico.

Saliente-se, por oportuno, que recentemente foi editada a Resolução COEMA Nº 4 DE 12/04/2012 (Estadual – Ceará), que dispõe sobre a atualização dos procedimentos, critérios, parâmetros e custos aplicados aos processos de licenciamento e autorização ambiental no âmbito da Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, inclusive com três anexos que listas as atividades que se sujeitam ao licenciamento ambiental, devendo o empreendedor requerente das licenças ambientais obedecer as fases e os critérios nela estabelecido.

Portanto, importará ao empreendedor interessado conhecer da competência específica de cada órgão licenciador (nas esferas federal, estadual e municipal) - consoante estudaremos no próximo capítulo - para sujeitar corretamente o seu empreendimento às etapas estabelecidas por cada órgão competente.

Mas, de maneira geral, podemos ilustrar as etapas e os procedimentos básicos do Licenciamento Ambiental Ordinário conforme a figura abaixo.

Figura 3 – As Etapas do Licenciamento Ambiental

5.6 Prazos de avaliação e de cumprimento de exigências decorrentes do processo de