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As Formas de Provimento (Capítulo I, Seção I)

No documento GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO (páginas 159-162)

As formas de provimento consignadas na Seção I do Capítulo I, são: nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento e reinte-gração e recondução.

A nomeação, seja para cargo de provimento efetivo ou para cargo de provimento em comissão só se consolida mediante a observância de alguns atos complementares que antecedem ou sucedem o ato nomeatório.

O Título I apresenta as definições das

Gestão de Pessoas no Setor Público

Assim, quando se trata de nomeação para cargos de provimento efetivo é indispensável, em primeiro lugar, que o candidato tenha sido aprovado em concurso público, conforme dispõe a própria Constituição Federal em seu Art. 37, item II, transcrito a seguir:

[...] a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Após a aprovação em concurso e estando classificado dentro do número de vagas, o candidato é submetido a exame de saúde e, se aprovado, toma posse e entra em exercício em cargo vago no órgão para o qual for indicado. Tanto a posse quanto o exercício obedecem a normas específicas que estão contidas na Seção IV, Cap.I, do Título II, da Lei 8112.

Mesmo depois da nomeação, o candidato só obtém a qualificação de servidor público com a posse (Art. 7º da Lei 8112/90). Após ser empossado e entrar em exercício, o servidor precisa ser confirmado no cargo para o qual foi selecionado, ficando sujeito a um estágio de observação no trabalho, denominado de estágio probatório, cuja duração, originalmente de 24 meses (Art. 20 da Lei 8112 de 1990), passou a ser de 3 (três) anos, em decorrência de decisões dos tribunais federais, inclusive do Supremo Tribunal Federal, sobre os efeitos da Emenda Constitucional 19 de 1998 sobre o prazo original previsto na referida lei.

Durante o estágio probatório que, - de certo modo e guardadas as especificidades dos regimes jurídicos dos servidores públicos e dos trabalhadores em geral, - pode ser comparado ao contrato de experiência da Consolidação das Leis do Trabalho; o servidor é avaliado periodicamente por uma Comissão de Avaliação. Tal avaliação contempla seu desempenho em relação aos seguintes fatores: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

Apesar das decisões judiciárias, parece-nos importante esclarecer que, tecnicamente, o estágio probatório não se confunde com a estabilidade, pois, enquanto o estágio probatório avalia o desempenho num determinado cargo, a estabilidade assegura um direito constitucional de permanência do concursado no serviço público.

Após a aprovação em concurso e estando classificado dentro do número de

vagas, o candidato preci-sa ser confirmado no cargo para o qual foi selecionado, ficando sujeito a um estágio de observação no

quando dispõe sobre os dois institutos legais nas Seções V e X do Cap. I, Título II, a seguir transcritos

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

[...]

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

Não obstante, os dois institutos visarem a finalidades próprias e possuírem diferentes naturezas, reconhecidas pelo próprio Supremo Tribunal Federal, é também desse Tribunal o entendimento firmado em 27 de fevereiro de 2015, no Agravo de Instrumento 744.121 do Distrito Federal, a seguir transcrito:

Como afirmei em decisão de fls. 40-46, a Emenda Constitucional 19/1998, que alterou o Art. 41 da Constituição Federal, elevou para três anos o prazo para a aquisição da estabilidade no serviço público e, por interpretação

lógica, o prazo do estágio probatório.

Diante da decisão da mais alta corte judicial do País, não há o que discutir. Quanto aos cargos em comissão, embora seu provimento não dependa de concurso, oocupante somente pode ser considerado servidor público depois da posse e do exercício, desde que seu desempenho no cargo não está sujeito a qualquer avaliação.

No tocante à promoção, que foi objeto do Capítulo 5 da disciplina Gestão de Pessoas no Setor Público, apenas sublinhamos que é uma forma de provimento derivado, não se revestindo das exigências requeridas pela nomeação, como, por exemplo, posse e estágio probatório.

Também classificada como forma de provimento, a readaptação acontece sempre que o servidor fica inabilitado fisicamente para exercer o cargo que ocupa. Um exemplo simples, mas elucidativo, é o caso de um servidor ocupante de cargo de Motorista quando perde os movimentos de um dos braços. Essa perda o deixa impossibilitado de dirigir veículos, mas não de exercer outros trabalhos.

Procede-se, então, a sua readaptação em cargo compatível com o que ele ocupava, em termos de atribuições condizentes com sua nova situação física, bem como de conhecimentos exigidos e igual salário. Em geral, legislação complementar dispõe sobre os pormenores desse tipo de movimentação.

concurso, oocupante somente pode ser considerado servidor

público depois da posse e do exercício,

desde que seu por exemplo, posse e

estágio probatório. que o servidor fica inabilitado

fisicamen-te para exercer o cargo que ocupa.

Gestão de Pessoas no Setor Público

A reversão e a reintegração são também formas de provimento, mas, enquanto a primeira acontece quando um servidor aposentado por invalidez fica curado da doença que determinou sua aposentadoria, tornando-se apto a retornar ao serviço ativo, a reintegração ocorre na hipótese de o servidor ter sido demitido e sua demissão ser invalidada por decisão administrativa ou judicial.

Com referência ao provimento decorrente da recondução do servidor, é preciso que ele já goze de estabilidade no serviço público e pode ocorrer em uma das seguintes hipóteses:

• ser ocupante de cargo efetivo e ter sido inabilitado em estágio servidor ter sido preenchido, haverá duas alternativas de resolução:

seu aproveitamento em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior ou sua colocação em disponibilidade.

Em relação ao aproveitamento, como se viu no parágrafo anterior, pode ocorrer quando um servidor for reconduzido e seu cargo anterior à recondução estiver ocupado.

Quanto à disponibilidade, deve ficar claro que não se trata de uma forma de provimento, mas de um mecanismo de movimentação que é usado quando um cargo ocupado por um servidor estável é suprimido e a Administração não consegue fazer seu aproveitamento em outro cargo compatível, ou não haja possibilidade de aquele cargo ser transferido com o ocupante para outro órgão, dentro da mesma esfera de administração (federal, estadual, municipal).

As Formas de Vacância

No documento GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO (páginas 159-162)