• Nenhum resultado encontrado

AS 15 MESORREGIÕES E AS 63 MICRORREGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO.

CAPÍTULO IV – REGIONALIZAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA A GESTÃO NO SUAS.

MAPA 1: AS 15 MESORREGIÕES E AS 63 MICRORREGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Legenda do Mapa

Microrregiões Geográficas Mesorregiões Geográficas

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA).

Dentre as 63 microrregiões a de São José do Rio Preto é a maior agregação de municípios em um total de 29 ou 4,5% do total. Jales a segue com 23 municípios ou

3,6% do total. As microrregiões com menor agregação de municípios são: Barretos e Guarulhos, ambas com 3 municípios ou 0,5% cada uma do total do estado). O destaque da área de influência de São José do Rio Preto situada ao norte do estado é de relevância, seja como mesorregião ou como microrregião.

 As quatro regionalizações adotadas pelo Governo do estado de São Paulo entre 1967 a 2015.

As primeiras formas de regionalização adotadas desde o interior do Estado de São Paulo, como registra o segundo capítulo, datam de 1967, durante a ditadura militar e sob o governo de Abreu Sodré, e foram nominadas de Regiões Administrativas (RA). Sua índole era a de um sistema de unidades territoriais polarizadas para o exercício do planejamento estadual, bem como o exercício das funções de supervisão e controle das atividades dos setores da administração direta ou indireta, das 10 regiões e suas 48 sub-regiões de planejamento administrativo do estado. As Regiões de Governo (RG) foram instituídas em 1984, no governo de Franco Montoro, após 17 anos de existência das Regiões Administrativas. Esse foi um momento de vésperas do processo de abertura política marcado pela transição do governo militar para o civil. Inicialmente eram 42 RG sendo que sua abrangência tinha similitude com as sub-regiões de planejamento do Governo do estado.

O objetivo das RG era o de fazer avançar a descentralização das atividades do estado, com a articulação das ações do governo no âmbito regional, promovendo integração dos diversos setores da administração estadual, com planejamento setorial, com metas a nível regional e a integração de serviços estaduais.

A Região Metropolitana (RM) de São Paulo foi criada antes da CF/1988, por meio de Lei Federal, o objetivo era a realização de serviços comuns, entre municípios que, independentemente de sua vinculação administrativa, faziam parte da mesma “comunidade socioeconômica”. A unificação da execução dos serviços era realizada pela concessão do serviço pela entidade estadual ou pela constituição de empresa de âmbito metropolitano, ou por outros processos pela via do convênio. Com a CF/1988, os estados passaram a instituir regiões metropolitanas, aglomerações

urbanas e microrregiões, que são agrupamentos de municípios limítrofes, com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Após 10 anos de existência da dupla RA e RG na gestão do estado de São Paulo em 1994, as diretrizes para a organização regional do estado de São Paulo são instituídas sob o objetivo de promover o planejamento regional para o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida; a cooperação dos diferentes níveis de governo, mediante a descentralização, articulação e integração de seus órgãos e entidades da administração direta, indireta atuantes na região, visando ao máximo aproveitamento dos recursos públicos a ela destinados; a utilização racional do território, dos recursos naturais e culturais e a proteção do meio ambiente, mediante o controle da implantação dos empreendimentos públicos e privados na região; a integração do planejamento e da execução de funções públicas de interesse comum aos entes públicos atuantes na região, e a redução das desigualdades sociais e regionais.

A região metropolitana com o agrupamento de municípios que lhe são limítrofes, recebem destacada expressão nacional, e passam a exigir planejamento integrado e ação conjunta com união permanente de esforços para a execução das funções públicas de Interesse comum, dos entes públicos nela atuantes, que apresente, cumulativamente, as seguintes características: elevada densidade demográfica; significativa conurbação63; funções urbanas e regionais com alto grau de

diversidade; e especialização e integração socioeconômica.

Desde 1973 a única RM do estado, São Paulo, ganha parceiros: em 1996, a RM da Baixada Santista; em 2000, a RM de Campinas; em 2012, a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte e em 2014, a RM de Sorocaba.

A Aglomeração Urbana (AU) um novo formato de agrupamento de municípios limítrofes, que supõe a realização de planejamento integrado e a ação coordenada dentre os entes públicos nela presentes. As AU’s são orientadas para exercerem funções públicas de interesse comum devendo apresentar cumulativamente, as

63 É a indistinção de limites territoriais, entre municípios vizinhos pela concentração populacional e grande uso de ambos os territórios.

seguintes características: relações de integração funcional de natureza econômico- social, urbanização contínua entre municípios ou tendência nesse sentido.

Foram definidas duas AU no estado de São Paulo. Em 2011 a AU de Jundiaí que agrega sete municípios: Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira e Várzea Paulista. A segunda em 2012 foi a AU de Piracicaba formada por 22 municípios: Águas de São Pedro, Analândia, Araras, Capivari, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto, Ipeúna, Iracemápolis, Leme, Limeira, Mombuca, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São Pedro.

A microrregião, um agrupamento de municípios limítrofes que tem correspondentes múltiplos no mesmo estado e no país caso aplicada a formatação do IBGE que soma a quase 450 microrregiões no Brasil. O desenvolvimento de uma microrregião supõe planejamento integrado e integração regional. De acordo com o entendimento do planejamento estadual a microrregião deve apresentar cumulativamente, características de integração funcional de natureza físico-territorial, econômico-social e administrativa.

Essa escala de regionalização de menor agregação territorial de municípios não vem sendo aplicada no estado de São Paulo embora tenha sido instituída pela CF/1988. Os formatos pós-1988 aplicados na divisão do território do estado em unidades regionais vem apresentando algumas iniciativas interessantes para a formulação de projetos que são objeto de lei complementar.

Para além da regionalização vertical do estado para os municípios encontram-se experiências de regionalização ascendente, isto é que parte dos próprios municípios. A agregação intermunicipal em geral é norteada pelo avizinhamento e voltada para a gestão de áreas limítrofes intermunicipais, sua população, características, e serviços com acesso de usuários intermunicipais. A formalização da proposta de agregação intermunicipal deve ser instruída com certidão e resultados de audiência com os municípios interessados, deve contar com um conselho de desenvolvimento

composto por representantes estaduais e dos municípios. Um dos exemplos é a articulação de cinco municípios do grande ABC.

A participação popular nessa agregação deve contar com a divulgação de planos, programas, projetos com propostas antecipadas; acesso a estudos de viabilidade técnica, econômica, financeira e ambiental; possibilidade de representação por discordância e de comparecimento à reunião do conselho para sustentação; e a possibilidade de solicitação de audiência pública para esclarecimentos.

A força de um município em sua organização regional, pode implicar no pleito de novas formas de regionalização. Seguramente há municípios com maior poder de pressão sobre o estado sobretudo quando portam características metropolitanas a frente desse processo. Municípios localizados em regiões com menor força política e baixo desenvolvimento permanecem com dificuldades para manter uma organização ascendente de forma a executar funções públicas de interesse comum. Este despreparo pode ser um dos fatores que faz persistir as desigualdades regionais no interior do estado.

As 16 Regiões Administrativas do estado de São Paulo distinguem-se da região metropolitana de São Paulo que agrega 39 municípios. As 15 regiões administrativas agregam ao todo 606 municípios (Quadro 17, anexo). A maior região administrativa do estado coincide com o critério do IBGE, na RA de São José do Rio Preto, com 96 municípios (ou 14,9% do total do estado). A segunda maior, é a RA de Campinas com 90 municípios (ou 13,9% do total). As RA’s com menor quantidade de municípios são: a RA de Santos com 9 municípios (ou 1,4% do total do estado) sendo a menor microrregião do litoral sul paulista de acordo com o IBGE. A segunda menor é a RA de Registro com 14 municípios (ou 2,2% do total).

São quatro Regiões Metropolitanas no estado de São Paulo, para além, da que agrega os municípios com a capital (Quadro 18, anexo). Nucleiam-se as regiões de Campinas, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Baixada Santista e Sorocaba. As áreas metropolitanas do estado somam um total de 133 municípios ou 20,6% de todos os municípios do estado de São Paulo.

As Regiões de Governo são em número de 42 (Quadro 19, anexo) e dentre elas destaca-se a RG de Itapeva que agrega 32 municípios ou 4,9% de todos os municípios do estado. As RG de Araçatuba, Presidente Prudente e São José do Rio Preto por sua vez, agregam 31 municípios cada ou 4,8% do total. As regiões com menor agregação de municípios são: RG Caraguatatuba com 4 (ou 0,6% do total) e RG Avaré com 5 (ou 0,8% do total).

 A regionalização adotada pela Seds

A Seds regionaliza os municípios do estado em 26 conjuntos e atribui a cada um desses uma estrutura administrativa de âmbito regional e intermunicipal que deve cumprir o disposto pelo planejamento da política de assistência social para o estado de São Paulo64. (Quadro 20, anexo). As 26 Drads, título atribuído à estrutura

administrativa regional de Seds, são agregadas informalmente em cinco macrorregiões. O destaque ao caráter informal se dá pois tal macro agregação não é definida por instrumento legal como um decreto ou lei. As macrorregiões de Drads são somente operativas, constituem um endereço de referência para realização de atividades conjuntas entre os municípios que compõem diferentes Drads, para receber visitas técnicas das coordenadorias da sede (na capital), para organização de reuniões entre as próprias Drads de uma mesma macrorregião. Essa nucleação é usada como exemplo de redução de custos de deslocamento de técnicos no território do estado. O mapa 2 cartografa essa distribuição espacial.

A Drads com maior agregação de municípios é Fernandópolis com 49 (ou 7,6% do total do estado) e São José do Rio Preto com 47 (ou 7,3% do total). As que possuem menor agregação: São Paulo que, como Capital, está referida a ela própria (ou 0,2% do total) e a Grande São Paulo Norte com 6 municípios (ou 0,9% do total). A Drads-

64 A regionalização adotada pelos demais órgãos e políticas do estado de São Paulo não são foco deste estudo, adianta-se, porém, que não ocorre a equiparação ou a adoção de critérios comuns entre eles. Para o estudo intersetorial das políticas sociais, mesmo que, com alguns dados já ultrapassados (a área da educação, passou por reformulação em 2011), existe importante pesquisa realizada pela Secretaria de Estado de Economia e Planejamento; Emplasa e Seade (2009) denominada “Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da Regionalização do Estado de São Paulo. Relatório Intermediário 1 – Síntese da Primeira Oficina”. Vale destacar que, atualmente, a Secretaria Estadual de Saúde possui 17 Departamentos Regionais e a Secretaria Estadual de Educação possui 91 Diretorias Regionais de Ensino.

Capital tem função meramente administrativa inclusive pelo fato de não agregar outro município que não seja São Paulo. A descentralização da política de assistência social no Estado de São Paulo requer maior densidade de reflexão uma vez que no modelo existente as funções administrativas são colocadas em preponderância face ao conteúdo da ação, das questões técnicas, do planejamento e de cobertura de uma política regionalizada para a mediação das relações intermunicipais entre os municípios agregados.

MAPA 2: AS 26 DRADS SUBDIVIDIDAS EM MACRORREGIÕES DO ESTADO DE