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Do primeiro projeto aprovado para o Brasil em 1949, ao analisar a história da assistência financeira do Banco Mundial até 1997, Aurélio Vianna Jr. acaba concluindo que os maiores desembolsos financeiros externos advindos desta instituição não são significativos para o caso Brasil, ou seja, não chegam a 1% (um por cento) do Orçamento Geral da União, não considerando aí incluídos os orçamentos estaduais e municipais314.

Para Vianna Jr., até 1997 o Banco havia realizado cerca de 250 empréstimos sendo que destes 135 ainda estavam em atividades, 65 em execução, 62 em fase de pagamento e 8 haviam sido recentemente aprovados "totalizando um montante financiado de mais de 24

312 IANNI, Octávio. Estado e Planejamento Econômico no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986. Principalmente o capítulo IV – "Desenvolvimento e Capitalismo Nacional", p. 119-147. Este capítulo enfoca a transição do Governo Dutra para o segundo Governo Vargas, que corresponde a uma reorientação das relações entre o Estado e a economia, sob os efeitos das sugestões e projetos prioritários elaborados por esta Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, p. 119-147.

313 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Cronologia do Banco Mundial", op. cit.

314 VIANNA JR. Aurélio. O Grupo Banco Mundial (BIRD e CFI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil: a importância do debate sobre os documentos de estratégia de assistência ao País. In: VIANNA JR. Aurélio (Org.). A Estratégia dos Bancos Multilaterais para o Brasil: análise crítica e documentos inéditos. Brasília, DF: Rede Brasil, 1998, p. 82. (Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais).

bilhões de dólares” 315. O BID, fundado em dezembro de 1959, também “financiou mais de 12,5 bilhões de dólares ao Brasil, participando em mais de 175 projetos” 316.

Na Tabela IV.1 e no Gráfico IV.1, pode-se perceber que a dívida de US$ 5,7 bilhões desembolsada para o Banco Mundial no ano de 1997 representa menos de 3% da composição da dívida externa total desembolsada, sendo maior a participação da dívida privada (69,3%).

Tabela IV.1 - Brasil: dívida externa - desembolsos financeiros (1997)

(US$ milhões)

Instituiçãoe Desembolsos

Dívida Externa BIRD AID FMI Outros Bilateral Privada Curto-prazo

Total da dívida desembolsada 5,743 - 31 4,322 13,233 134,255 36,079

Participação (%) 2,97 - - 2,23 6,83 69,32 18,63

Fonte: The World Bank, 1999 Elaboração: Autor

Gráfico IV.1 - Brasil: dívida externa - desembolsos financeiros (1997)

Fonte: The World Bank, 1999

Sobre a afirmativa da insignificância dos empréstimo para o orçamento brasileiro o Banco Mundial manifesta-se a respeito afirmando que o papel do Grupo é limitado, levando-

315 Ibid, p. 82. E 13233 F 134255 C 31 D 4322 A 5743 G 36079 C o m po s it io n o f 19 9 7 de bt ( US $ m ill.) A - IB RD B - IDA C - IM F

D - Ot her mult ilat eral

E - B ilat eral F - Privat e G - Short -t erm

se em conta as dimensões territoriais do Brasil: "os investimentos anuais do Banco no País são de apenas 0,4% do PIB, mas, como parcela dos investimentos públicos, representam significativos 12%". Entretanto, o banco argumenta que é parceiro do Brasil há mais de 50 anos e "essa parceria de longa data vai muito além do aspecto financeiro", pois busca "ser útil no aproveitamento dos recursos nacionais, ao trazer a experiência internacional para lidar com os problemas e ao utilizar o máximo de todos os esforços para melhorar a qualidade de vida da população brasileira" dedicando assim apoio ao desenvolvimento social e econômico "com vistas a promover a redução da pobreza e o crescimento sustentável do País" numa perspectiva de longo prazo, onde o Banco tem estado presente "através de programas de gestão econômica, investimento no capital humano, desenvolvimento de áreas urbanas e rurais, construção de infra-estrutura e preservação dos recursos naturais" 317.

Nesse caso pode-se ilustrar o comportamento da redução da pobreza no Brasil e seus resultados entre 1992 e 2001 pelo Gráfico IV.2. A taxa de pobreza, segundo o GBM, no geral regrediu de 36,5% em 1993 para 29,8% em 1995, permanecendo com estabilidade média após o Plano Real e atingindo em 2001 o patamar de 28,7%. O índice de pobreza no Brasil encontra-se largamente identificado no meio rural, e reduziu-se de 62% para 53,6%, entre 1992 e 2001, respectivamente, mas ainda está extremamente concentrada no semi-árido da região Nordeste do país. Entretanto nas regiões metropolitanas com maior densidade populacional houve uma tendência inicial de declínio da taxa de pobreza a partir de 1993, de 23,9% para 15,9%, mas esta elevou-se após 1995, atingindo 20,2% em 2001. Nas regiões urbanas também apresentou queda de 33% em 1993 para 26,6% em 1995, estabilizando-se até 1997 e regredindo em 1998 para 24,3%, mas elevando-se a partir de 1998 para 26,1%, numa trajetória contrária às mudanças no perfil da taxa de pobreza geral esperada318.

316 Ibid, p. 79.

317 GRUPO BANCO MUNDIAL. “O Banco Mundial no Brasil – Uma parceria de resultados”. Disponível em <http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view_document/1646.html> Acesso em 16 set. 2006. Veja mais informações na publicação em anexo com o mesmo título.

318 Para uma análise mais detalhada acerca das tendências das taxas de pobreza no Brasil nos anos 1990 ver: GRUPO BANCO MUNDIAL. Documento do Banco Mundial: Relatório nº 36116-BR - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e Corporação Financeira Internacional – Relatório de Progresso da Estratégia de Assistência ao País para 2004-2007 - República Federativa do Brasil. 08 de maio de 2006, p. 101-111. Disponível em < <http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view_folder/1792.html> Acesso em 26 set. 2006.

Por outro lado, além de priorizar a pobreza, o GBM considera-se a maior fonte mundial de assistência financeira para projetos estratégicos de desenvolvimento proporcionando aos seus "clientes" um volume de empréstimos na ordem de US$ 30 bilhões/ano319. Para utilizar-se dados mais recentes, do primeiro empréstimo em 1949 até o ano de 2005, segundo o GBM, o governo brasileiro já recebeu apoio em mais de 380 operações de crédito que somam no total mais de US$ 36 bilhões320.

Entretanto, as estratégias são elaboradas sobre uma "estrutura de monitoramento de resultados" e a carteira de empréstimos para o Brasil tendeu a aumentar nos "cenários básicos" traçados pelo Banco, que "considerou o Brasil como estando acima do ponto médio do cenário básico, na faixa superior, embora não no ponto mais alto", o que permite ampliar os limites da assistência financeira a cada ano. Como exemplo pode-se observar que no Relatório de Progresso, a Diretoria Executiva apontou para uma tendência de ampliação destes limites no “Programa de Desenvolvimento do Brasil” com base no Plano Plurianual elaborado pelo atual governo para o próximo período de quatro anos (2004-2007), e no âmbito da estruturação das “Estratégias de Assistência ao País (EAP)” poderiam ser aprovados de US$ 4 a US$ 6 bilhões no limite inferior do cenário básico ou de US$ 6 a US$ 7,5 bilhões no limite superior do cenário básico321.

No Quadro IV.1, tem-se um resumo até o ano de 2005 do valor total acumulado dos empréstimos do Banco Mundial desembolsados ao Brasil, sendo que, dos empréstimos originais de US$ 37,6 bilhões, o BIRD desembolsou efetivamente cerca de US$ 31,4 bilhões e cancelou US$ 3,8 bilhões. O Brasil é considerado um bom prestatário e já reembolsou 70% (US$ 22 bilhões) do total, possuindo ainda obrigações na ordem de US$ 9,5 bilhões322.

319 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Sobre o Banco Mundial". Disponível em:

http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view/6.html Acesso em 18 jun. 2006. 320 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Operações no Brasil". Disponível em

<http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view/5.html> Acesso em 16 set. 2006.

321 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Documento do Banco Mundial: Relatório nº 36116-BR", 2006, op. cit. Ver os detalhes das Estratégias para o ano fiscal 2004-2007 neste Relatório de Progresso.

322 THE WORLD BANK. "World Bank Client Connection". Disponível em

<http://web.worldbank.org/external/projects/main?pagePK=64402441&piPK=64402272&theSitePK=40941&co untrycode=BR&eop_date=&Type=LSR > Acesso em 09 out. 2006.

Quadro IV. 1 - Banco Mundial: empréstimos acumulados ao Brasil (1949-2005) (US$ milhões) Empréstimos BIRD Principal original 37,638 Cancelamento 3,800 Desembolsado 31,354 Não desembolsado 2,610 Reembolsado 21,966 Devido 9,342 Ajuste de trocas 157 Obrigação do prestatário 9,500

Fonte: The World Bank, 2006

Elaboração: Autor

Em síntese, pode-se verificar que de 1949 até 1997 foram aprovados para o Brasil cerca de US$ 24 bilhões, o que dá uma média de realização de 5,2 projetos/ano com um valor médio de US$ 96 milhões/projeto. Se se considerar os US$ 36 bilhões desembolsados até 2005,323 implica dizer que neste curtíssimo espaço de tempo, se consideramos as aprovações até 1997 de US$ 24 bilhões, o volume dos empréstimos esteve concentrado nestes oito anos expandindo-se em mais US$ 12 bilhões, crescimento de 50%; tendo expandido também em mais 130 operações de empréstimos, 52% a mais em relação àquelas operações históricas324.

Por outro lado, a partir desses empréstimos acumulados pode-se perceber, relativamente a uma série de dados selecionados entre 1976 e 2001, que os desembolsos e a evolução anual da dívida externa com o Banco Mundial tem progredido bastante na medida em que se ampliam os limites dos cenários básicos325.

323 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Operações no Brasil". Disponível em

<http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view/5.html> Acesso em 16 set. 2006.

324 A relação dos projetos aprovados e concluídos para o caso brasileiro desde 1949, pode ser encontrada de acordo com os critérios de "Título" e o "Valor do Financiamento" em dólares (US$) em: GRUPO BANCO MUNDIAL. "Operações no Brasil: Projetos Concluídos". Disponível em

<http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view_folder/29.html#topo> Acesso em 26 set. 2006. 325 Para acessar os dados agregados do Brasil do ano 2000, 2004 e 2005, ver: THE WORLD BANK GROUP.

Na Tabela IV.2 verifica-se que a dívida externa nominal desembolsada cresceu cerca de 554%, de US$ 33,3 bilhões em 1976 para 218,1 bilhões em 2001. A dívida desembolsada para o BIRD cresceu 600%, passando de US$ 1,2 bilhão para US$ 8,2 bilhões, representando um crescimento relativo maior que a dívida total no mesmo período. O maior volume de desembolso, de acordo com essa série, havia ocorrido em 2001, com US$ 8,2 bilhões, o que corresponde a 3,8%, mas a maior participação foi em 1986, ano do Plano Cruzado de Dílson Funaro, em que a dívida desembolsada ao Banco Mundial correspondeu a praticamente 7% do total da dívida externa brasileira desembolsada.

Tabela IV.2 - Brasil: dívida externa desembolsada (1976-2001)

(1976=100 – US$ milhões) Divida desembolsada 1976 1981 1986 1991 1996 1997 2000 2001 Dívida total desembolsada 33,340 81,454 109,026 121,020 179,480 193,663 237,953 218,073

Crescimento (%) - 144,31 227,01 262,98 438,33 480,87 613,72 554,09

Total do serviço da dívida 4,278 17,874 11,617 8,341 25,073 38,091 53,265 50,626

Crescimento (%) - 317,81 171,55 94,97 486,09 790,39 1145,09 1083,45

Total dívida desembolsada com BIRD 1,173 2,286 7,546 8,165 5,876 5,743 7,377 8,212

Crescimento (%) - 94,89 543,31 296,08 400,94 389,60 528,90 600,09

Participação no total da dívida (%) 3,52 2,81 6,92 6,75 3,27 2,96 3,10 3,77

Total do serviço da dívida com BIRD 130 317 1,165 1,917 1,638 1,428 1,351 1,475

Crescimento (%) - 143,85 796,15 1374,62 1,160 998,46 939,23 1034,61

Participação no total dos serviços (%) 3,03 1,77 10,02 22,98 6,53 3,75 2,54 2,91

Fonte: The World Bank, 1999; 2002 Elaboração: Autor

Por outro lado, entre 1996 e 2001, depois do Plano Real, houve um significativo crescimento de 21,5% no volume da dívida total desembolsada, de US$ 179,5 bilhões para 218,1 bilhões de dólares. Enquanto isso, os valores da dívida desembolsada para o Banco Mundial se reduziram entre 1991 e 1997, de US$ 8,1 para US$ 5,7 bilhões, retornando ao patamar em 2001, com US$ 8,2 bilhões, representando um diferencial crescimento de 39,8% entre 1996 e 2001.

"Brazil Data Profile". Disponível em

<http://devdata.worldbank.org/external/CPProfile.asp?SelectedCountry=BRA&CCODE=BRA&CNAME=Brazi l&PTYPE=CP> acesso em 10 out. 2006.

Ao ampliar os níveis dos empréstimos, como se observa, ampliam-se também os pagamentos dos "serviços" da dívida, sendo que seus valores já estão estimados no longo prazo. Para se ter uma idéia, as expectativas de desembolsos de juro já estão devidamente calculadas até o ano de 2024. Para o GBM este "serviço estimado da dívida" tem como base os dados do final de cada mês no sistema de gerenciamento de empréstimos. Por outro lado, são diversos eventos no transcurso dos projetos que afetam diretamente a estimativa de pagamentos futuros, ou seja: desembolsos, cancelamentos, retornos e pré-pagamentos. Outras variáveis chaves que afetam o cálculo são as taxas de juro, taxas de câmbio e o tipo do empréstimo. Um relatório resumido é realizado mensalmente e lista os montantes dos pagamentos futuros estimados, o que, neste caso, está atualizado com os créditos até o primeiro dia do mês de outubro de 2006 e se estende até o último vencimento dos empréstimos, em 15 de agosto de 2024326.

Assim, o maior desembolso dos serviços da dívida total ocorreu no ano 2000, com um volume de US$ 53,3 bilhões representando um crescimento nos pagamentos de 1.145% em relação aos US$ 4,3 bilhões de 1976, embora em sua maioria para os credores privados. Já os desembolsos realizados para o BIRD evoluíram exponencialmente de US$ 130 milhões em 1976 e atingiram o maior patamar em 1991, com US$ 1,9 bilhão, crescendo 1.375%, o que representou uma participação de 23% no total dos serviços desembolsados neste ano e o maior desembolso com juro para o BIRD neste período.

A evolução histórica dos desembolsos da dívida externa demonstra que ela praticamente sextuplicou, considerando a regularidade ascendente do valor anual desembolsado, e o montante dos desembolsos para o BIRD evoluiu consideravelmente a taxas de crescimento exponenciais muito maiores, se considerarmos os esforços conseguidos com as taxas de redução da pobreza, visto no Gráfico IV.2.

E é Dessa forma atuando que, desde a sua fundação, o Banco Mundial considera-se, como visto, um dos pilares do desenvolvimento social e econômico mundial, conformando-se como a única agência supranacional de financiamentos com presença e impacto globais, objetivando inclusive, explorar e angariar fundos nos mercados financeiros internacionais para combater a pobreza através do financiamento de projetos nos países em desenvolvimento, ajudando, a partir da sua Corporação (CFI) e da Agência Multilateral

326 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Serviço estimado da dívida". Disponível em

(AMGI), a atrair investimentos privados através de co-investimentos, garantias e seguros de

risco político, além de "oferecer aconselhamento econômico e técnico aos países membros"327. Portanto, se os valores dos empréstimos não são assim tão significativos para o caso Brasil, restringindo-se às suas funções de “capital financeiro” no âmbito da assistência de crédito internacional, Vianna Jr. avalia que o Banco Mundial tem atuado como uma

inteligência auxiliar do governo na elaboração dos programas e projetos, e sua importância deveria estar relacionada, então, muito mais ao seu “papel de estimulador e provedor” dos fluxos de capitais privados328.

Dessa forma considerando, esses resultados atestam a eficácia e eficiência do Grupo Banco Mundial porque são frutos da aplicação de volumes cada vez maiores de seus “capitais financeiros” operacionalizados por pessoal altamente qualificado.

Assim, de acordo com o então Presidente James D. Wolfensohn, em 1999 o Grupo Banco Mundial possuía cerca de 10.000 funcionários (crescimento também considerável desde os 72 funcionários iniciais em 1946) e que são "extraordinariamente dotados e dedicados no Banco, IFC e MIGA" 329 [CFI e AMGI] instalados em 109 escritórios divididos em diversos países. Para o Grupo, sua "ampla base de conhecimentos" permite "ajudar cada país em desenvolvimento numa trilha de crescimento estável, sustentável e eqüitativo" sendo que seu objetivo principal "é ajudar as pessoas mais pobres e os países mais pobres" 330. Além de financiar projetos o Grupo Banco Mundial oferece também "sua experiência internacional em diversas áreas de desenvolvimento, assessorando o mutuário em todas as fases dos projetos, desde a identificação e planificação, passando pela implementação, até a avaliação final" e os conhecimentos e experiência técnica do GBM, que se refletem nos numerosos estudos e relatórios que produz331.

327 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Sobre o Grupo Banco Mundial", op. cit. 328 VIANNA Jr., 1998, p. 82.

329 GRUPO BANCO MUNDIAL. Coalizões para a Mudança. Washington, DC. Grupo Banco Mundial, 1999, p. 16. (Discurso do Presidente James D. Wolfensohn perante a Assembléia de Governadores em 28 de setembro de 1999).

330 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Sobre o Grupo Banco Mundial". Disponível em <http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view/6.html> Acesso em 16 set. 2005.

331 A listagem atual dos estudos disponíveis conta com 1.872 trabalhos elaborados no período de 31.10.1968 a 22.09.2006, e podem ser encontradas em: THE WORLD BANK. "Documents & Reports". Disponível em: http://www-

wds.worldbank.org/external/default/main?pagePK=64187835&piPK=64187936&theSitePK=523679&menuPK =64187511&query=Brazil&fromDate=&docType=0&toDate=&IRISF=&displayOrder=DOCNA,DOCDT,REP NB,DOCTY&callBack=&siteName=WDS&sType=2&report=&loan=&trustfund=&projid=&credit=&sourceCit

Como se vê "vai muito além do aspecto financeiro" esta parceria entre o GBM e os governos para lidar com os problemas nacionais nesta longa relação, utilizando-se de todos os recursos e esforços possíveis que colocam à disposição dos governos e das empresas privadas: sua estrutura, organização e, principalmente, sua experiência internacional por possuir abrangência mundial. Por outro lado, muitos dos planos, programas e projetos de governo, são na realidade elaborados no âmbito das “instituições multilaterais” e estão vinculados aos volumes dos recursos humanos e financeiros para o processamento dos empréstimos que são capazes de mobilizar. Por isso a Diretoria do Banco Mundial trabalha em conjunto com o FMI através de uma Comissão de Desenvolvimento GBM-FMI, e assim:

os Diretores participam ativamente da preparação da agenda e dos documentos temáticos para as reuniões semestrais da Comissão de Desenvolvimento.

Após as reuniões da Primavera Setentrional de 2006, a Comissão de Desenvolvimento ressaltou a necessidade de promover a boa governança (incluindo o combate à corrupção) e a responsabilização mútua332.

Como grandes fontes de financiamento externo e de longo prazo, acabam realizando de forma orgânica um intenso e complexo trabalho de cooperação internacional, a exemplo desta mista Comissão de Desenvolvimento, que desempenha um papel muito mais importante no "assessoramento político" da agenda e dos documentos temáticos, ressaltando inclusive a necessidade de promover a "boa governança" com o "combate à corrupção" e a "responsabilização mútua", procurando os elementos consensuais externos e internos para se promover os ajustes estruturais necessários nos Estados e nas economias nacionais, bem como beneficiando seu papel de estimulador e provedor dos fluxos de capitais privados.

Um exemplo dessa capacidade pode ser observado no conjunto de estudos econômicos, e setoriais, que proporcionam análises detalhadas das experiências particulares em países que possuem fluxos internacionais e dívidas importantes, permitindo que o resultado desses estudos sejam discutidos no âmbito do Grupo Banco Mundial e servem para a preparação dos Documentos oficiais e de seus “Relatórios de Desenvolvimento Mundial” editados anualmente. Destaca-se aqui um dos estudos integrante de uma série de onze outros já realizados sobre a temática, elaborado por Paulo Nogueira Batista Júnior, que examina experiências individuais de países que se utilizam dos fluxos do capital estrangeiro e as

ation=&sortDesc=DOCDT&dAtts=DOCDT,DOCNA,DOCTY,SECCL,LANG,REPNB,VOLNB,REPNME&sta

rtPoint=0&pageSize=50&totalrecords=1872 Acesso em 28 set. 2006.

332 GRUPO BANCO MUNDIAL. "Relatório Anual de 2006". Disponível em: <http://siteresources.worldbank.org/INTANNREP2K6/Resources/2838485-

condições de suas dívidas num ambiente externo vulnerável e variável, como o das décadas de 1970 e 1980. Em cada um destes países as histórias estão relacionadas às dívidas e foram observadas em termos de seu "desempenho econômico" e de suas "políticas macroeconômicas" 333.

As demandas para os fluxos dos capitais financeiros são avaliadas de acordo com seus usos e a capacidade de administração da dívida em cada país. Para Nogueira Júnior, a partir destes fluxos internacionais as experiências dos países na criação de dívidas têm demonstrado que pode haver vantagens potenciais, positivas, mas também possíveis riscos, negativos, associados ao uso corrente dos fluxos. Segundo ele:

no lado positivo, um país pode usar capital estrangeiro para aumentar investimento e assim promover o crescimento econômico. O capital estrangeiro também pode ser usado para reduzir o impacto de choques internos ou externos na economia.

No lado negativo, o capital estrangeiro pode financiar investimento ineficiente, que pode retardar ajustes necessários, ou pode se tornar um substituto para complementar a mobilização de recursos domésticos. A acumulação de dívida também torna a economia mais vulnerável para as pressões dos mercados financeiros externos, como as experiências do início dos anos 1980 têm demonstrado.

Os determinantes dos empréstimos estrangeiros e a conveniência de acumulação de dívida são questões de debate como também de experiência específica dos países.

Há princípios que precisam ser observados mas nenhuma diretriz de empréstimo uniforme a ser seguida.

Até que ponto um país deveria emprestar no estrangeiro depende do ambiente externo que enfrenta no comércio mundial e nos mercados

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