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CAPÍTULO 3- O BANDONE DO CAVERÁ, PALMARES E ASSOCIATIVISMO NEGRO

3.3 A Associação Negra de Cultura

Oliveira Silveira sabia da importância do associativismo negro e sua relevância no pós-abolição. Em toda a sua trajetória de luta tenta mostrar o legado do qual participa e procura, há seu tempo, revelar através das pesquisas empreendidas. Podemos dizer que foi o grande articulador no processo da luta política negra no sul do país, como nenhum outro no pós-abolição. Além disso, estava atento ao que era realizado no exterior em matéria de movimentos de luta social e política por igualdade com os movimentos dos direitos civis nos EUA, onde em um poema deslinda o assassinato de Martin Luther King Jr mostrando essa ligação imprescindível do associativismo. Para Lopes Domingues este

é uma noção “dinâmica envolvendo um processo contraditório e conflitivo que combina resistência, assimilação e (re)apropriação de ações coletivas e

formas organizativas para a defesa dos interesses específicos do grupo” (DOMINGUES, 2014, p. 254).

Pesquisador desde o tempo da universidade e com o amadurecimento após mais de uma década de luta, dentre outros que tinham se engajado nos movimentos sociais negros, Oliveira cria a Associação Negra de Cultura em 08 de dezembro de 1987. Desde sua fundação, foi o que possibilitou a ele uma série de ações e intervenções práticas na cidade de Porto Alegre com rodas de poesia, lançamentos de livros e saraus literários. Além disso, teve atuação na esfera estatal, em espaços institucionalizados como universidades e a Casa de cultura Mario Quintana, fundando arrolamentos entre o espaço público e as iniciativas no campo privado e assim constituindo nexus entre ambos, conforme aproximava seu discurso da intelectualidade tanto acadêmica quanto cultural da cidade.

Mesmo após sua morte seu espólio inspirou líderes negros e negras. A criação do Centro de Referência do Negro tem no nome outro líder negro, Nilo Feijó, que foi um dos grandes nomes da luta política negra na cultura e no carnaval, além de célebre compositor de marchinhas e enredos de escolas de samba, presidente de uma das entidades mais antigas em atuação, a Associação Satélite Prontidão, central na valorização da cultura negra e do Swing, Samba-Rock nos anos 2000.

Podemos dizer que a Associação Negra de Cultura, o Centro Ecumênico de Cultura Negra, a Sociedade Floresta Aurora, o Bloco Afrosul Odomode, Associação Satélite Prontidão e os coletivos negros: Sopapo Poético e Poetas Vivos fazem parte do associativismo negro que exerce papel central na valorização da cultura negra e política cultural em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.

Oliveira mantinha contato com alguns desses grupos, excetos os dois últimos que surgem após sua morte, atuando como articulador em diferentes espaços da valorização da cultura negra onde ela estivesse. Essa luta e valorização da produção de arte, suntuosa e autêntica, tendo a criatividade negra mote para resistência, é a marca da geração de Oliveira Silveira que é transmitida através de seus textos, poesias e músicas. Paul Gilroy comenta:

os negros no Ocidente secretamente escutaram e depois assumiram una pergunta fundamental a partir das obsessões intelectuais de seus governantes esclarecidos. Seu avanço do status de escravos para o status de cidadãos os

levou a indagarem quais seriam as melhores formas possíveis de existência social e política. A memória da escravidão, ativamente preservada como recurso intelectual vivo em sua cultura política expressiva, ajudou-os a gerar um novo conjunto de respostas para essa indagação. Eles tiveram de lutar - muitas vezes por meio de sua espiritualidade - para manterem a unidade entre a ética e a política, dicotomizadas pela insistência da modernidade em afirmar que o verdadeiro, o bom e o belo possuíam origens distintas e pertenciam a domínios diferentes do conhecimento (GILROY, 2001, p. 99). Figura 9. Entrada do Centro de Referência do Negro Nilo Feijó

Fonte: Pedro Fernando Acosta da Rosa.

A criação do Centro de Referência do Negro Nilo Feijó no bairro Praia de Belas é parte dessa conquista, um espaço localizado na Av. Ipiranga no bairro Cidade Baixa, perto do Tribunal Regional do Trabalho, do Shopping Praia de Belas, da FASC, numa região histórica da participação negra, onde funcionava a Associação das Entidades Carnavalescas e que após a saída dessa e a retomada do espaço pela prefeitura, os ativistas negros e Associação Negra de Cultura, demandaram um espaço específico para sua população.

Passei a portar isso quando estive em uma das apresentações do Sarau Negro Sopapo Poético realizado no espaço e avistei nas cadeiras marcas do patrimônio da Prefeitura de Porto Alegre. A mesma prefeitura responsável pelo espaço tomou

decisão de tornar o CRN um espaço para arrecadar e guardar roupas para campanha do Agasalho 2018. A Associação Negra de Cultura emitiu a seguinte nota:

À comunidade negra de Porto Alegre.

As entidades proponentes e gestoras, reunidas nesta data por ocasião do evento literário e musical Sopapo Poético- Ponto Negro da Poesia (ANdC) juntamente com seus realizadores, apoiadores, artistas colaboradores e frequentadores, vêm DENUNCIAR e REPUDIAR com veemência o ataque da Prefeitura Municipal à cultura negra em nossa cidade, que visa descaracterizar as funções específicas do espaço cultural Centro de Referência do Negro NILO FEIJÓ. Espaço cultural este que, inaugurado como sendo pioneiro no país e desenvolvido com foco na promoção da igualdade racial, está ameaçado de ser reduzido a um depósito ou abrigo municipal, como parte dos equipamentos públicos de assistência.

O governo municipal, através de sua nova estrutura administrativa, vinculou o CRN à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte- SMDSE, a qual decidiu na semana passada colocar o centro à disposição da Campanha do Agasalho 2018 para estocar e fazer a triagem de doações. Consideramos que tal manobra é um desvio da finalidade e da própria demanda que instituiu o CRN como espaço destinado à promoção da cultura e preservação da memória coletiva da comunidade negra em Porto Alegre. É um desrespeito às ações afirmativas na execução de políticas públicas garantidoras dos direitos do povo negro. Principalmente, aquelas que contemplam demandas de valorização e visibilidade da cultura negra nas áreas de teatro, música51, literatura, fotografia, vídeo, memória histórica,

acervos de bens culturais, museus, manifestações populares contemporâneas, etc… Estas reivindicações há muito são desejadas pela comunidade negra. Vale ressaltar que o Sarau Sopapo Poético, o ponto negro da poesia, serviu de estímulo a estas propostas, pelo caráter de liderança e abrangência da causa da afirmação do protagonismo de negras e negros na literatura do RS.

O Sarau Sopapo Poético, desde 2012, e também outros grupos e eventos da cultura negra porto-alegrense se engajaram nesta seara cultural, tais como Encontro das Pretas, Feira Black, Sarau Afro Gueto, Orgulho Crespo, Fórum de Mulheres Negras, Comga de Samba entre outros. Essas atividades vêm ocupando o espaço com finalidade cultural, dando suporte à manutenção artística da cultura local, trazendo um grande público ao Centro de Referência em permanente diálogo com a comunidade negra de toda a cidade. Mas, neste ano em que o CRN completa dois anos de inauguração, com atividades especificas da área propostas realizadas sem recursos públicos, após longa omissão quanto ao cumprimento do projeto de instalação e organização por parte dos órgãos municipais responsáveis, a Prefeitura apresenta a ingrata surpresa deste ato de apropriação indevida do espaço para um fim diverso. Decisão autoritária e de cunho assistencialista tomada sem contar com a opinião do Conselho Gestor do Centro, e desautorizado pelo Conselho Municipal Negro, sobre a destinação dada ao local.

A decisão da secretaria social de ocupar parte do prédio do CRN Nilo Feijó para a “Campanha do Agasalho do RS” com o objetivo de tirar aquele espaço _______________________

do controle pela comunidade negra e da finalidade de promoção da história e cultura afro-brasileira, negra e africana no âmbito local representa inaceitável falta de consideração com todos os militantes do povo negro, o qual já vem de um histórico de desapropriação e perda de seus espaços representativos como os quilombos no meio rural e os clubes sociais negros remanescentes, escolas de samba, quilombos, favelas, territórios e quilombos do meio urbano.

É desnecessário dizer que não somos contra esta ação social de arrecadação de agasalhos para pessoas carentes no rigoroso inverno que temos em nossa cidade. Porém, o afirmamos para afastar o maniqueísmo por parte de qualquer um que queira nos fazer essa afirmação leviana e piegas. Repudiamos veementemente este abuso das prerrogativas de destinação, pela falta de ética, abuso do poder e tentativa de subalternização das lideranças que atualmente estão à frente do processo gestor da ocupação cultural verdadeira do espaço com protagonismo de negras e negros.

Diante dos fatos aqui tornados públicos, pedimos o apoio de todos os segmentos da comunidade negra de Porto Alegre, do RS e do BR, bem como todos os lutadores negros e não-negros pela igualdade e respeito aos Direitos Humanos, a se engajarem nessa corrente de solidariedade junto ao CRN, em favor da resistência cultural negra, afrobrasileira e diaspórica que ali se faz, para a realização de Audiência Pública, com a participação do Ministério Público, a fim voltar à plena manutenção deste espaço cultural que tanto nos orgulha e fomenta o empreendedorismo artístico regional com protagonismo de negras e negros.

Este manifesto visa uma solução em caráter de urgência para acabar com esse desvio de finalidade que viola diretos adquiridos e dialogar com a Prefeitura para que efetive a política de implantação do Centro de Referência do Povo Negro em Porto Alegre.

Sopapo Poético, o ponto negro da poesia! Associação Negra de Cultura (ANdC)

Figura 10. Localização do Centro de Referência do Negro

Fonte: Google maps

O manifesto acima demonstra alto grau de envolvimento histórico, político e luta pelos direitos humanos por parte da Associação Negra de Cultura, ressalta a música entre outras expressões artísticas enfatizando autodeterminação de realizar atividades sem o apoio e o incentivo estatal, apenas com recursos próprios dos ativistas, militantes e acadêmicos negrxs.

No dia do manifesto informaram os presentes do Sarau Sopapo Poético que havia um clima de muita raiva por parte dos organizadores que chegaram no espaço e viram as portas com cadeados interrompendo a passagem e impossibilitando o Sarau do Sopapo Poético no espaço aberto, precisando ser realizado no espaço fechado da parte de cima do prédio. Como é possível perceber a Associação Negra de Cultura assina o documento, mostrando a continuidade do trabalho de Oliveira Silveira, agora em outra conjuntura. Como conhecedora da tradição dos movimentos sociais negros Naiara Silveira mantem a Associação de Cultura Negra ativa, como indispensável ao Sarau Negro Sopapo Poético. Em meu diário observei o impacto do exposto no evento.

Cheguei no Sopapo as 19 horas, e estava todo mundo da organização lá. Vladimir já tinha chegado com os instrumentos e eu não pude ajudá-lo como

de costume, encontrei Cristina e abracei esta, assim também quando vi Pâmela, ela estava com um ar bastante cansado, tinha algo diferente, pois o evento era normalmente na parte de baixo do prédio, achei que era por causa do público que na minha cabeça viria em menor número. Estava chegando perto da hora, quando Sidnei chega e entrega um manifesto sobre o espaço, ali eu vi que estar na parte de cima não era o normal, após ler o manifesto entendi que era em razão da apropriação da prefeitura do espaço de baixo, sem consultar os sopapeiros e os usuários do espaço para torná-lo depósito de roupas para campanha do agasalho. Vi nos olhos dos sopapeiros a indignação. Passou algum tempo e eu vi que as pessoas do Sopapo foram chamadas para uma sala, eu fiquei sentado ali e fiquei pensando se iriam me chamar. Vladimir então aparece e me faz sinal, nisto eu vi que realmente eu já era do Sopapo. Foi feita uma roda com todos os participantes na sala ao lado onde se realizava o sarau, como eu estava sem bateria no celular, não pude gravar o grito de energia que Cristina deu. Eu fiquei abraçado ali tentando pegar a indignação, Cristina falou que aquele momento era um momento que as pessoas teriam que receber algo de bom, e teriam que sair com uma boa energia. Mas de todos os eventos aquele tinha um clima muito diferente: Pâmela atravessou a mestra de sarau, as poesias não tinham o mesmo impacto no público, e as pessoas mostravam, principalmente os mestres de saraus, indignados com aquela situação. Naquele momento vi que a energia era algo realmente importante, pois como cantar, diante daquela situação? Como o cerimonial ser o mesmo? Igualmente como da primeira vez que participei naquele espaço do sarau, em que a saída da Imperadores era um tema externo ao Sopapo, agora a possível saída dos coletivos negros e a ocupação da prefeitura, tornando aquele espaço criado para comunidade negra um depósito de Campanha do Agasalho, exigia do Sopapo uma nova postura, muito mais combatente, e quando Mamau de Castro leu o poema do Giba-Giba, “Cuido eles já nos viram” nunca teve tanto sentido quando agora, após alguns anos ali, o Sopapo sentia o que era discriminação, e via como ele era importante para comunidade negra, e exigia a sua participação naquele momento considerado difícil para todos e todas. (Diário de campo, 29.05.2018).

Durante o trabalho de campo, esse momento foi um dos mais significativos, pois percebi que o lugar da celebração do orgulho negro dava lugar ao histórico de luta e o quanto as pessoas ficaram afetadas com a possibilidade de supressão daquele território negro, ocupado pelo Sopapo Poético como parte da luta e da política negra. O espaço da Prefeitura, na cabeça das pessoas, já não era mais da prefeitura, pois a Associação Negra de Cultura vinha ocupando aquele ambiente, reconhecendo sua importância na história da política negra em Porto Alegre. Toda a herança intelectual de Oliveira e de outros que lutaram contra o racismo se materializou no manifesto da Associação Negra de Cultura.

Naquela conjuntura não sabiam o pior ainda proviria, todavia brandiu a Associação e lembrou todos do lugar de luta que tanto os coletivos negros e organizadores de Saraus, quanto os grupos que ocupavam o centro, precisavam saber

por que estavam ali, e que acima de tudo deveriam ser cautelosos, pois “eles já nos viram”.

Contudo, a reação da comunidade negra virtual e da mídia negra ao cobrir o evento do Sopapo Poético foi extremamente rápida, em especial a TV Nação Preta, que deu ampla cobertura exercendo o papel de mídia étnica e crítica. Para minha surpresa, no dia seguinte se reuniram com a Prefeitura de Porto Alegre, que emitiu resposta se retratando do ocorrido, após reunião.

A réplica vertiginosa da Prefeitura de Porto Alegre fez com que não houvesse necessidade de um movimento maior e mais amplo de reivindicações, continuar ocupando o CRN era o principal e o que a comunidade negra aspirava. As lideranças não intentavam enfrentamentos, por isso articularam rapidamente suas redes de forma eficaz na solução do problema. Isso mostra que o diálogo e não o radicalismo, são mais eficientes. Além disso, o fato de já haver longa tradição negra no serviço público ajudou, pois muitos dos ativistas negros ocupam funções como professores e na administração pública, estatal e municipal, como é o caso de Naiara Silveira que, é cantora e professora da rede estadual de educação.

Figura 11. Resposta da Prefeitura

Fonte: https://www.facebook.com/SopapoPoetico

Percebe-se, então, que as instituições negras no sul não tem buscado o enfrentamento político, pelo contrário, todas suas instituições relacionadas a movimentos sociais negros organizados mantêm o apartidarismo como sendo uma conquista, e é justamente o que permite que saiam governos tanto de direita, quanto de esquerda e suas lideranças mantenham os projetos ativos, e ao mesmo tempo resistentes, outrossim o caráter cultural exerce forte influência nesse processo, porque a cultura serve como mediadora entre instituições públicas e os movimentos sociais negros alinhados à cultura.

Figura 12. Ao fundo de blusa azul Naiara Silveira da Associação Negra de Cultura ao lado de Juarez Ribeiro do CECUNE, de turbante Cristina Mestra de Sarau do Sopapo Poético, e o presidente da

Imperadores do Samba em primeiro plano, em reunião com a Prefeitura

Fonte: https://www.facebook.com/SopapoPoetico

Sinceramente, esperava que o Sopapo Poético, a Associação Negra de Cultura e as outras organizações negras fizessem frente à mobilização faceando a prefeitura, dispondo num melhor aproveitamento do espaço com iluminamento, salas munidas de tecnologia, mobiliário apropriado, palco distinto e sonorização própria e todos os pontos expressos no manifesto, não obstante a reunião conveio para mostrar a força organizativa, porém as lideranças sabiam que governos de estado mínimo, como o da prefeitura de Porto Alegre na gestão de 2016-2020, não se expecta. O custeamento do ambiente e sua ocupação com saraus e reuniões importam, pois é um espaço privilegiado e de valor histórico para a comunidade negra organizada em Porto Alegre.

E isto só aconteceu em razão do que podemos chamar de experiência negra e de líderes acostumados a lidar com a política, com capacidade para orientar e mostrar a prefeitura, bem como seus dirigentes que aquilo não era uma ameaça como imaginavam e sim, um sarau negro e um espaço ocupado pela comunidade negra, e que ela queria apenas fazer o seu trabalho com arte, poesia, cultura, música e menos política da forma tradicional como se imagina. Os dirigentes da prefeitura não sabiam o poder

que um simples poema tem, se soubessem aquele espaço já não existiria mais, e já teria sido vendido para iniciativa privada.

Mantendo-se, mesmo com toda a conjuntura nacional e regional desfavoráveis, a agenda dos movimentos sociais negros como a Associação Negra de Cultura, apontamos nesta investigação que há uma luta política negra produzida por uma outra via, atenta e vigilante à ação dos gestores municipais. Há um medo da sociedade porto-alegrense não negra de que ela seja muito maior do que aquilo que se imagina. Então os negros e suas organizações acertadamente tiram proveito disso, mesmo sendo apartidários, não deixam de serem políticos na busca da valorização do negro e desenvolvimento da comunidade negra, seja através de ações culturais, empreendedorismo, cooperativismo e associativismo negro. O CECUNE, o qual apresentamos no próximo capítulo, é parte dessa agenda, sua agência na luta política cultural negra influenciou músicos-poetas do Sopapo Poético e, por essa razão, trazemos esta organização como importante na presente tese, como parte do legado do protagonismo negro em Porto Alegre.

CAPÍTULO 4 - O CENTRO ECUMÊNICO DE CULTURA NEGRA

(CECUNE)

À medida que somos tentados a construir a história musical do Sopapo Poético, Ponto Negro da Poesia em Porto Alegre, nos deparamo com diversos intelectuais negros emergentes que tiveram um papel de destaque no evento, que, desde 2012, é cenário para artistas, músicos-poetas, escritoras, acadêmicos e pessoas que fazem parte das luta política negra em Porto Alegre por igualdade, justiça e direitos humanos para população negra do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Figura 13. Folder de Divulgação do homenageado do Sarau Negro Sopapo Poético

Fonte: https://www.facebook.com/SopapoPoetico

Neste capítulo trazemos as narrativas negras de Juarez Ribeiro, educadomunicador52 publicitário e diretor do CECUNE, que desempenhou um papel

solene no embate político negro na cidade de Porto Alegre, em função dos cargos de coordenação em universidades privadas que foram fundamentais para o crescimento da luta política negra, o qual coordenou o programa de cotas raciais no IPA (Instituto Porto Alegrense) e também da Universidade Livre, programa realizado pela Universidade Unisinos que ajudou na formação de lideranças negras na região sul do Brasil, neste capítulo nos ajuda na compreensão do papel que teve o Centro Ecumênico de Cultura _______________________

Negra e o Coral do CECUNE em Porto Alegre. Analisamos também a trajetória do associativismo e do protagonismo negro que teve papel importante na vida de músicos- poetas que hoje fazem o Sarau Negro Sopapo Poético como Onifade, Vladimir