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Avaliação do Framework “Agenda de Pesquisa em CALL”

Capítulo 4 A Agenda de Pesquisa em CALL: Afinal, qual é o estado da arte?

4.4 Avaliação do Framework “Agenda de Pesquisa em CALL”

Para confirmarmos a consistência das generalizações feitas acerca da área de CALL, entrevistei os autores dos artigos com vista a avaliar a primeira versão da descrição de “Agenda de Pesquisa em CALL” elaborada para esta tese. A versão apresentada aqui é a segunda versão e foi alterada após as sugestões recebidas por meio da entrevista. De modo geral, a primeira versão do framework obteve boa aceitação dos pesquisadores participantes da pesquisa, conforme podemos observar nos dados coletados via e-mail.

Exemplo 51

Seems fairly comprehensive. #136 and #2 are not completely separable. I think we

conduct #1 to inform #2. Not sure what "language as evaluation" means, or how #2d

and #2e are different from one another. Should #2f be moved to #1? [PE#7]

Exemplo 52

In general this framework is inclusive, but I would like to suggest another emerging area

which might be overlooked, i.e. online intercultural exchange. It looks at how teachers and learners use computer and internet technologies for developing their intercultural communicative competence, rather than focusing on linguistic competence alone. Not sure

about the difference between 2d and 2e. It seems to me the former includes the latter.

[PE#14] Exemplo 53

I pretty much agree [PE#29]

Exemplo 54

This seems to be a plausible division, but I'd need to see your evidence and arguments for these categories to be convinced. I'd be tempted to add "Interaction as

object of analysis" under (2) [PE#24] Exemplo 55

I think this is a good representation of studies. Like I said above, there seems to be an overlap in some of these categories. [PE#15]

Exemplo 56

Concordo com as categorias 2 e 3. Não concordo com a categoria 1 para CALL. Acho

que a categoria 1 seria mais para Corpus Linguistics. [PB#3] Exemplo 57

não ficou claro language as evaluation e acho que se o tema é discurso deveria ter um

subtema sobre relações de poder ou papeis sociais.

2d e 2e não haveria overlap dessas categorias? [PB#2]

36 Nos fragmentos da entrevistas, os autores se referem a categorias 1 e 2 . Essa numeração estava

na proposta inicial da descrição da agenda de pesquisa, a qual estava dividida em três grandes categorias: Categoria 1 – Análise de Textos/Discursos no contexto digital; Categoria 2 – Ensino e aprendizagem no contexto digital; Categoria 3 – Estado da arte - Dentro de cada uma dessas categorias existiam subcategorias, às quais os pesquisadores se referiam na entrevista como 2d, 2e, etc.

Capítulo 4 – A Agenda de Pesquisa em CALL Exemplo 58

Essas categorias me parecem adequadas. É difícil falar isso sem pensar com calma, mas vi aqui uma série abrangente de categorias. [PB#1]

Exemplo 59

Acredito que seja uma amostra bastante representativa. [PB#5]

A análise dos discursos dos entrevistados possibilitou sintonizar os focos principais de investigação das pesquisas em CALL. Além disso, acredito que a proposta inicial, em primeiro lugar, possibilitou apresentar o que já tem sido investigado na área de CALL internacionalmente, entre os anos de 2005 a 2009.

Em segundo lugar, a atual descrição proposta pode orientar a prática de pesquisa na área de CALL, ao evidenciar os temas que têm menos pesquisas realizadas e mais necessidade de aprofundamento teórico. Por último, a avaliação positiva recebida pelos entrevistados permitiu inferir a importância de delimitar a agenda de pesquisa em CALL como forma de orientar futuras investigações nessa área de investigação.

Ao analisar os objetivos dos artigos, verifiquei que as pesquisas em CALL podem ser descritas como uma subárea de “Ensino e Aprendizagem de Línguas Mediados por Tecnologias”, porque em CALL, em princípio, deveriam ser incluídas apenas pesquisas que exploram a tecnologia computador e a mídia internet para mediar a aprendizagem de línguas. Assim, dentro da temática “Ensino e Aprendizagem de Línguas mediados por Tecnologias”, podemos incluir ainda estudos que discutem, por exemplo, a área de EAD (Educação a distância) e a de MALL (Mobile Assisted Language Learning) que não pressupõem necessariamente a mediação por meio de computador, mas podem empregar outras tecnologias, tais como CD, DVDs, mídias impressas e tecnologias wireless, como PDA´s, telefones celulares.

Neste trabalho, ao problematizar a pesquisa em CALL, tinha como objetivo geral investigar como pesquisadores dessa área constroem suas práticas discursivas e epistemológicas, ao investigar publicações acadêmicas, a partir da descrição de princípios teórico-metodológicos e identificação de discursos que emergem dessas práticas, para, enfim, elaborar a descrição da agenda de pesquisa. Ao longo da análise, identifiquei a prática de pesquisa em CALL e as atividades realizadas pela comunidade discursiva dessa área, cujos pesquisadores, provenientes de diferentes lugares do mundo, possuem interesses em comum na investigação de, pelos menos, três temas amplos, conforme discutido no Capítulo 3: 1) a linguagem como ferramenta mediadora da Interação no contexto digital; 2) a investigação de práticas de ensino e aprendizagem no contexto digital e 3) a identificação do estado da arte em CALL.

As concepções de linguagem, de ensino e de aprendizagem adotadas nos estudos fundamentam teoricamente a prática de pesquisa e de ensino no contexto virtual. As concepções de linguagem: a) linguagem como fenômeno social e cognitivo; b) linguagem como ferramenta de mediação de atividades, c) linguagem como prática social, d) linguagem como sistema dinâmico e não-linear orientam os diferentes objetivos de pesquisas, porém a concepção de linguagem predominante é a visão de linguagem como fenômeno social e cognitivo.

Na análise realizada conclui-se que a língua inglesa se torna a língua em uso para desenvolver a interação e a comunicação e também a língua-alvo de ensino e pesquisa. Nessas situações, a língua se torna tanto ferramenta mediadora das interações virtuais quanto objeto de ensino e de aprendizagem no contexto digital, desenvolvendo, pelo menos, essas duas funções primordiais. Portanto, o ensino, a aprendizagem e a pesquisa da linguagem dependerão de sua realização por meio de diferentes gêneros e atividades geradas a partir do Contexto de Cultura realizável no ciberespaço.

Considerações Finais

Considerações Finais

Considerações Finais

Considerações Finais

Considerações Finais

Ao sistematizar os temas de interesse de pesquisa em CALL e os procedimentos teórico-metodológicos adotados pelos pesquisadores, delimitei a agenda de pesquisa, principalmente ao identificar os temas mais recorrentes a partir da análise dos objetivos dos estudos. Além disso, esta análise sugere que nas pesquisas em CALL há uma grande variedade de subtemas sendo investigados. Isso acontece porque, nos periódicos investigados, os temas aceitos para publicação são muito amplos e, aparentemente, não há um critério rigoroso de seleção dos temas para publicação. Uma justificativa para isso é a necessidade de uma Agenda de Pesquisa bem-definida e estabelecida na área.

A dificuldade em agrupar os temas encontrados em CALL, sem haver um parâmetro de comparação de outras pesquisas similares, impossibilitou propor uma classificação inovadora dos dados. Ao fazer a sistematização dos temas, encontrei dificuldade para classificar os estudos, pela falta de clareza nos objetivos, ou pelos trabalhos, muitas vezes, incluírem, em um só objetivo, uma variedade de interesses, os quais nem sempre eram alcançados ou descritos eficientemente nos procedimentos teórico-metodológicos propostos nos estudos. Isso dificultou organizar sistematicamente os dados e também identificar resultados que realmente contribuíssem com a identificação do Estado da Arte.

Por outro lado, a área de CALL se mostra muito promissora e rica, em termos de interesse de investigação, principalmente, se aderirmos à ideia de ampliarmos nossa visão de investigação nesse campo de conhecimento, ao incluir em nossa Agenda, os gêneros, as atividades, os eventos do contexto de cultura do ciberespaço e as tecnologias variadas que podemos investigar nessa área.

A participação dos pesquisadores da área de CALL nesta pesquisa foi imprescindível, pois contar com a participação das pessoas que vivenciam essa prática de pesquisa é fundamental para podermos identificar as ações que os pesquisadores experientes recorrem ao investigar a linguagem em um contexto tão diferenciado como é o ciberespaço.

Investigar a prática de pesquisa de uma área disciplinar como a que me propus nesta pesquisa gera várias inquietações, as quais nem todas foram sanadas ao longo do período de investigação. Por outro lado, penso que a descrição realizada permitiu ampliar meu conhecimento sobre essa área de pesquisa, já que me considero uma pesquisadora dessa área e disposta a dar continuidade à

investigação das diferentes relações que podem ser estabelecidas entre linguagem e tecnologias.

Na presente pesquisa, o acesso aos dados obtidos foi facilitado pelo uso da Internet e, apesar da experiência, com ensino e pesquisa em CALL, desde 1998, foi somente ao fazer a análise dos artigos que percebi que, nessa área, investiga-se muito mais do que tecnologias ou alternativas pedagógicas para o ensino. A análise realizada sugere que os interesses sobre o temas de pesquisas investigados pelos pesquisadores vão além de propor alternativas pedagógicas para o ensino de inglês mediado por computador ou de como explorar recursos tecnológicos existentes.

Talvez o meu próprio entusiasmo com as tecnologias não me fez perceber anteriormente que nessa área investigamos muito mais do que opções metodológicas para o ensino de línguas. Por outro lado, acredito que essa ainda é a percepção de muitos pesquisadores na área de Letras ou, ainda, a percepção de professores nas escolas e, inclusive, a visão de muitos alunos de graduação que estão apenas começando a estudar a linguagem e seus diferentes modos e meios de manifestação.

Portanto, nestas considerações finais, gostaria de ressaltar que não devemos esquecer que, na área de CALL, a linguagem também é o nosso objeto de estudo e estudar suas diferentes formas de manifestação dela, no contexto virtual, e como ela pode ser mediada, aprendida, estudada por meio de diferentes recursos tecnológicos, é uma maneira de buscar entendê-la na sua complexidade.

Além disso, não podemos ficar indiferentes às atuais práticas discursivas realizadas no ciberespaço. A divulgação do conhecimento científico no contexto acadêmico ampliou-se, pois, com o uso das tecnologias, a Internet tem se tornado a principal mídia aliada à divulgação de saberes científicos. Portanto, é urgente a necessidade de investigar e aprofundar conhecimento sobre as práticas realizadas nesse contexto.

Nesse sentido, concordo com Hendges (2008, p.5) que também precisamos examinar a prática social eletrônica de publicação, bem como se realiza o artigo HTML no contexto digital, visto que esse gênero, em um futuro bem próximo, será o texto veiculado e amplamente divulgado entre os pares que participam do contexto digital e do contexto eletrônico de publicação. A área de CALL deveria ser a área a enfatizar essas questões, tanto com relação ao ensino dessas práticas, quanto com relação à pesquisa desse novo gênero do contexto digital. No entanto, as pesquisas

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