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Breve resumo sobre a Metodologia e Conteúdo dos dados da Pesquisa de Turismo Receptivo

PARTE 2. SITUAÇÃO DO TURISMO NO POLO SERIDÓ

3.2. Ocupação Turística do Polo

3.2.5. Gastos Turísticos - FIPE

3.2.5.2. Breve resumo sobre a Metodologia e Conteúdo dos dados da Pesquisa de Turismo Receptivo

Por encomenda da EMBRATUR, a FIPE/SP desenvolve desde 2004 o Estudo de Demanda Turística através do qual é possível conhecer anualmente o perfil socioeconômico, motivações, avaliações e os gastos turísticos efetuados por estrangeiros que visitam o país e sobre nacionais que viajam para o exterior.

No intuito de se dispor de um bom retrato das oscilações sazonais dessas demandas turísticas, as entrevistas foram efetivadas nos meses de janeiro (alta temporada), maio (baixa temporada), julho (média temporada) e outubro/ novembro (média-baixa temporada). A amostra da Pesquisa FIPE obedece a um modelo de seleção multi-etápico não

saída aérea e terrestre e países de origem dos turistas; leva-se em consideração também critérios estatísticos relativos ao tamanho mínimo da amostra e as limitações orçamentárias a respeito do total das entrevistas a serem efetuadas no ano13.

A captação dos dados sobre o Turismo receptivo é realizada através de dois formulários, o aéreo e o terrestre, com quesitos e categorias de resposta muito parecidos para garantir a agregação de resultados dessas duas coletas.

Os principais temas levantados nos instrumentos da Pesquisa de Turismo Receptivo em 2006 dizem relação aos seguintes dados:

 Perfil socioeconômico dos visitantes estrangeiros;  Localidade e etapa de entrada ao país;

 Os gastos de viagem em moeda nacional e estrangeira realizados fora e dentro do país discriminados por tipo de gastos;

 O total de pessoas de 06 anos e mais que acompanham o entrevistado;  Cidades visitadas e os respectivos pernoites.

Também são levantados dados a respeito das motivações da viagem, meios de hospedagem utilizados e avaliações sobre os atrativos e infraestrutura urbana oferecida,

além da satisfação ou não das expectativas da viagem. Os dados demográficos,

nacionalidade e grau de instrução dos visitantes se referem apenas às pessoas entrevistadas.

A base de microdados da Pesquisa de Turismo Receptivo contém os dados originalmente levantados em cada quesito dos formulários aéreo e terrestre, sendo que cada entrevista ocupa uma única linha nessa base de dados. Adicionalmente, a mesma base de dados preparada pela FIPE apresenta em colunas separadas os valores das variáveis corrigidas após a crítica dos dados originais. (Anexo VIII)

13As etapas de seleção da amostra, não explicitadas pela FIPE, se referem aos meses e dias da pesquisa,

linhas aéreas e vôos a serem considerados e, finalmente, à própria identificação dos turistas estrangeiros a NOTA TÉCNICA PESQUISA FIPE, 2006

O processo de estimação adotado na Pesquisa de Turismo Receptivo faz uso dos dados sobre as entradas de turistas registradas pela Polícia Federal no ano de referência, discriminados por local de ingresso ao país ( h ) e por nacionalidade dos visitantes ( i ). Esses dados servem para dimensionar o Universo anual de Turistas, o que permite o cálculo de fatores de expansão Fhi ou pesos, os que são calculados na forma de quociente entre o Total do Universo de entradas no ano no domínio hi (Nhi) dividido pelo Total de pessoas entrevistadas pertencentes ao mesmo domínio hi (nhi):

Fhi = Nhi/nhi

Entretanto, a omissão de respostas em alguns quesitos e a identificação de layers (valores atípicos extremos, muito baixos ou muito exagerados), que devem ser desconsiderados para não comprometer os valores médios de gastos ou pernoites de alguns domínios, fazem com que esses fatores de expansão Fhi devam ser revisados. As revisões são efetivadas pela FIPE cada vez que um valor da base de microdados é omitido, sempre levando em consideração os domínios de estimação hi onde essas omissões ocorrem. Dessa forma, cada entrevistado pertencente a um domínio hi revisado pode apresentar pesos diferenciados (F’ hi = Nhi/n’ hi) para cada variável. As correções praticadas, no entanto, se complicam ainda mais já que a FIPE experimenta alternativos procedimentos de eliminação de valores declarados.

De antemão, é preciso esclarecer que a unidade de referência adotada para a preparação das estimativas sobre gastos e pernoites neste documento é a visita que um turista isolado ou em grupo faz a uma determinada cidade ou município.

Nesse sentido, é importante salientar que o formulário de captação dos dados sobre o turismo internacional receptivo reconhece até um máximo de seis cidades visitadas no Brasil que a pessoa entrevistada pode declarar, sendo que essas cidades podem estar localizadas em qualquer Unidade da Federação. Se esse declarante é acompanhado por outra(s) pessoa(s) entende-se que todas elas visitaram a mesma cidade declarada pelo entrevistado. Lembra-se ainda, por ser muito importante, que o formulário indaga sobre o total de pernoites passado em cada uma dessas cidades. De posse dessas respostas sobre as cidades visitadas, é possível gerar uma variável para cada uma das seis opções possíveis de resposta.

Outra questão abordada antes da preparação dos resultados deste estudo foi o grau de detalhamento a ser adotado na apresentação dos resultados, assunto que foi definido tecnicamente levando em consideração o tamanho da amostra absoluta de visitas ocorridas em cada domínio geográfico de interesse, sejam eles Polos ou municípios isolados. Normalmente, recomenda-se que esse mínimo de tamanho alcance a 25 ou 30 observações, situação que esteve longe de ocorrer na Pesquisa de Turismo Receptivo de 2006 em dois dos três Polos Turísticos e na totalidade dos municípios desses três Polos, com as únicas exceções dos municípios de Natal e Tibau do Sul.

TABELA 21. RN: Total de Turistas Estrangeiros por Polo, segundo Pesquisa do Turismo Receptivo – 2006.

POLOS Amostra Total estimado

Seridó 05 2.584

Costa Branca 13 1.435

Costa das Dunas 1.007 214.544

Total 1.025 218.563

Fonte: FIPE, 2006

Os dados da tabela acima dão conta que o total das visitas estimadas nos três Polos de RN alcança 218.563, sendo que 1.453 delas para os municípios do Polo Costa Branca, ou apenas 0,66% do total. A quase totalidade do turismo estadual ocorre no Polo Costa das Dunas – Natal e Tibau do Sul, sendo residual a contribuição do Costa Branca e Seridó para os gastos de turistas estrangeiros no RN.

Visando facilitar a consulta à base de microdados e a criação de novas variáveis foi construída uma base de dados mais reduzida onde foram incluídas apenas as entrevistas com registro de uma ou mais visitas a alguma cidade de Rio Grande do Norte, pertencente ou não aos municípios dos três Polos.

Na seção seguinte são apresentadas as estimativas expandidas definitivas relativas às principais variáveis descritas anteriormente, detalhadas por Polos e municípios selecionados de Rio Grande do Norte, estimativas essas que se baseiam na Pesquisa de Turismo Receptivo de 2006. Comentários sucintos acerca desses resultados completam essa apresentação.

3.2.5.3. Apresentação de resultados e comentários sobre as dimensões da