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Ecossistemas Principais Existentes e Representativos para o Turismo

PARTE 1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO POLO SERIDÓ SERIDÓ

3.1. Caracterização Urbana do Polo Seridó

3.1.8. Caracterização Ambiental do Polo Turístico do Seridó

3.1.8.1. Ecossistemas Principais Existentes e Representativos para o Turismo

O Polo Seridó, localizado na porção Centro-Sul do RN, situa-se totalmente na faixa de clima semi-árido, onde se desenvolve o Bioma da Caatinga, no Nordeste brasileiro. O Bioma Caatinga é considerado como único no mundo e exclusivamente brasileiro, fazendo com que grande parte do patrimônio biológico dessa região não seja encontrada em outros locais do mundo. Mesmo assim, a Caatinga ainda é pouco estudada e destacada quando se fala em conservar a biodiversidade do país. A caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação das secas e são xerófilas. Faz parte do Nordeste semi-árido e abrange importantes sítios arqueológicos, que registram a presença do homem pré-histórico, através de inscrições rupestres.

A Caatinga está na lista dos biomas que mais sofreram com a interferência humana e é um dos menos estudados no Brasil. Completamente dentro dessa realidade, encontra-se a região do Seridó norteriograndense.

O clima da região é do tipo Bshw de Köppen, semiárido quente e seco com curta estação chuvosa (março/abril/maio), precipitação entre 500 e 800 mm anuais, temperatura média de 30ºC, umidade relativa do ar variável de 50 a 90% e 2.800 a 3.200 horas anuais médias de insolação.

Os diferentes padrões de precipitação, os tipos de solo e de relevo, permitem uma grande diversidade de fitofisionomias, se refletindo na definição de oito Ecorregiões, onde dois deles estão presentes na área do Polo Seridó no Rio Grande do Norte – Depressão Sertaneja e Planalto da Borborema. Na Depressão Sertaneja predomina um relevo suavemente ondulado onde se desenvolvem solos pedregosos do tipo Bruno Não Cálcico, enquanto na faixa do Planalto da Borborema, os solos predominantes são os Litólicos Eutróficos. Essa região, marcada pelo clima quente, estrutura geológica e solos pouco desenvolvidos, favorece ao processo de desertificação agravado quando consideradas as atividades antrópicas.

As diferenças impostas pelo relevo, composto por diversas serras concentradas na faixa mais oriental do Seridó e o tipo de formação geológica predominantemente composta por rochas ígneas cristalinas - dura, refletem diretamente no tipo de solo e vegetação presenciados ao longo do polo turístico, tornando-se elementos importantes quando se buscam as particularidades de cada ambiente e a relação com a biodiversidade, bem como os tipos de atividades econômicas desenvolvidas na área.

O Polo Seridó ainda apresenta majestosas serras, cavernas, trilhas, rios, açudes e tanques naturais. A região é dotada de importantes sítios arqueológicos, que registram a presença do homem pré-histórico, através de inscrições rupestres em rochas e cavernas, tornando-se alvo de curiosidade tanto pelas pessoas do estado, quanto para turistas das mais variadas origens.

Destaque pode ser feito para o microclima das áreas serranas, que apesar de situarem-se em meio a uma região de clima semiárido, verificam-se amenidades na temperatura se comparada à região da Depressão Sertaneja, atraindo um público diferenciado para esses locais, principalmente nos períodos do ano em que há queda na temperatura devido à estação das chuvas, que apesar de irregulares, concentram-se entre os meses de março, abril e maio, sendo o município de Cerro Corá o mais visitado em área serrana.

O ecossistema que predomina em todo o Seridó é denominado de Mata de Caatinga, de baixo porte adaptadas a lugares secos, também são caducifólias, pois perdem as folhas sazonalmente para diminuir a transpiração e a consequente perda de água. Entretanto, nas

áreas mais elevadas que formam os Planaltos de topo Sedimentar (serras), desenvolve-se um ecossistema conhecido como Floresta Subcaducifólia, que nada mais é que uma mata de transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica. Apresentam espécies vegetais como pau-ferro, marmeleiro, catanduba, jatobá dentre outros.

A Mata de Caatinga apresenta formações lenhosas de baixo a médio porte e com grande representatividade de espécies xerófitas e decíduas, tendo como tipo predominante a Savana Estépica Gramíneo Lenhosa, que possui um estrato herbáceo bastante definido em épocas de chuvas. No tocante as faunas da região ganham destaque os répteis e lagartos, além de uma série de aves que se desenvolvem na estação das chuvas.

A região está inserida no contexto geomorfológico da Depressão Sertaneja que abrange a paisagem típica do semiárido nordestino, a qual se caracteriza por ser uma superfície que sofre erosão do relevo que varia de suave e ondulado, cortada por vales estreitos com vertentes dissecadas; cristas e elevações residuais – planaltos sedimentares: serras – que demonstram os ciclos de erosão por que passou o Sertão Potiguar, e do Planalto da Borborema, que é formada por maciços – serras, batólitos e inselbergues – com altitudes que atingem até 800 metros no RN.

Outros ecossistemas não menos importantes, desenvolvem-se nas áreas úmidas próximas aos açudes, lagoas e rios – as coleções hídricas – sejam eles temporários ou permanentes que se desenvolvem nas regiões de vales ou nos confinamentos topográficos que permitem o acúmulo de água.

A região está inserida no contexto geomorfológico da Depressão Sertaneja (LIMA & NASCIMENTO, 2005), que abrange a paisagem típica do semiárido nordestino e caracteriza-se por superfície de pediplanação monótona com relevo suave e ondulado, cortada por vales estreitos com vertentes dissecadas; cristas e elevações residuais que demonstram os ciclos de erosão ocorridos no sertão potiguar, e do Planalto da Borborema, que é formada por maciços com altitudes variadas.

O relevo seridoense caracteriza-se por formas levemente onduladas, predominando formas tabulares de relevos, de topo plano, com diferentes ordens de grandeza e de aprofundamento de drenagem, separados geralmente por vales de fundo plano. A região apresenta um padrão de drenagem onde predominam cursos d’água intermitentes que sulcam o relevo formando vales profundos.

Essa caracterização geomorfológica pode ser mais bem entendida a partir da análise do modelo de elevação digital de terreno da região (CPRM), o qual proporcionou uma melhor visualização do relevo (Figura 56). A seguir tem-se uma descrição de alguns dos locais de maior destaque.

FIGURA 56. Rio Grande do Norte. Esboço Geológico do RN

Fonte: Atlas do Rio Grande do Norte de José Lacerda A. Filipe e Edilson Alves de Carvalo, Editora Grafeset, Natal, 2001.

FIGURA 57. Rio Grande do Norte: Vegetação

LEGENDA

Caatinga Antropizada Caatinga Arbórea Caatinga Arbórea-Arbustiva

Campo Cerrado Mangue Mata

Mata Antropizada Vegetação Antropizada de Tabuleiro Vegetação de Tabuleiros

Fonte: IDEMA, SiggaWeb, I3geo (adaptado).

MAPA

VEGETAÇÃO RN